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domingo, 12 de setembro de 2010

A RESPEITO DA FÉ SALVADORA. R.C. SPROUL

R.C. SPROUL – A RESPEITO DA FÉ SALVADORA

JOHN ROBBINS



Tradução: Milton Almeida

Uma das razões pelas quais o Evangelho tem desaparecido das igrejas Batistas e Presbiterianas conservadoras que os seus professores fracassam e até mesmo recusam tirar suas idéias  da Escritura. Não se pode defender e ensinar eficazmente a doutrina Bíblica central de "Justificação Somente pela Fé" a menos que se saiba o que são tanto "fé" como "justificação". R.C. Sproul tem exercido uma enorme influencia entre os Reformados, e infelizmente, ele é um exemplo da séria confusão a respeito da "Fé Salvadora" que encontramos nas igrejas conservadoras. Seu ministério, Ligonier Ministries, tem promovido porta-vozes do movimento Neo-Legalista em suas publicações e conferências. Seu filho R. C. Sproul Júnior, é afiliado com a denominação Neo-Legalista de Douglas Wilson e a Confederação de Igrejas Evangélicas e Reformadas. O mentor de Sproul, John Gerstner, fou um discípulo vitalício, de Thomas Aquinas, o filósofo oficial da Igreja Católica Romana; Sproul também o é. (Em Maio de 2001 A Trinity Review publicou um ensaio refutando Dr. os afirmações ridículas do Dr. Gerstner publicadas em sua revista Tabletalk, declarando que Thomas Aquinas era Protestante). Porém o que muitos não compreendem é que a teologia destes homens foi corrompida pela sua filosofia Católica Romana. Neste artigo veremos uma ilustração da influência perniciosa—filosofia corrompendo teologia— do livro de R. C. Sproul publicado no ano de 1966: “Now that’ a Good Question” (Ora, esta é uma boa pergunta!). Seu ensaio também foi publicado em seu Web Site, Ligonier Ministries. Notem meus comentários intercalados precedidos pelo meu sobrenome "ROBBINS":
O que é Fé?

SPROUL: Creio que o conceito geral te fé e uma das idéias mais mal entendidas que temos. É mal entendida não somente pelo mundo mas pela a própria igreja.

ROBBINS: Dr. Sproul está absolutamente correto! A idéia de Fé é na verdade mal entendida tanto pelo mundo quanto pela igreja.

SPROUL: A base de nossa redenção, a maneira pela qual somos justificados por Deus, é pela Fé. A Bíblia fala constantemente conosco a respeito de Fé e se nos não compreendemos Fé estaremos em maus lençóis!



ROBBINS: Dr. Sproul éstá certo! A Bíblia fala constantemente de Fé. Pastores e igrejas estão em maus lençóis porque não ouvem a Bíblia. Neste ensaio o próprio Dr. Sproul deixa de citar qualquer coisa que a Bíblia fale a respeito de Fé.

SPROUL: A grande questão da Reforma Protestante no século dezesseis foi: “Como uma pessoa é justificada somente pela Fé?” A posição controversa de Lutero era que nos somos justificados somente pela Fé. Quando ele disse isto, muitos dos homens de Deus, lideres da Igreja Católica Romana ficaram contrariados.
“Homens de Deus, líderes Católico Romanos?”

ROBBINS: De maneira estranha, sem aviso ou explicação, Sproul repentinamente muda o tópico de Fé para justificação. Favor notar bem os adjetivos que Sproul utiliza: A posição de Lutero com respeito a justificação, que é na verdade a doutrina da Bíblia, é “controversa”. Ela diz que os “homens de Deus, líderes da Igreja Católica Romana ficaram muito contrariados” quanto a posição “controversa” de Luther. Isto não é história; isto é propaganda para Roma.

SPROUL: Eles (isto é, os “homens de Deus, líderes da Igreja Católica Romana”) disseram: Isto significa que uma pessoa pode apenas crer em Jesus e viver da maneira que quiserem? Em outras palavras, a Igreja Católica Romana reagiu ferozmente porque eles estavam receosos que a visão de Lutero seria mal interpretada como “crença fácil” na qual uma pessoa apenas tem que crer e nunca se preocupar em demonstrar frutos de justiça.

ROBBINS: Ao invés de defender, ou até mesmo de explicar a doutrina Bíblica e da Reforma sobre justificação somente pela Fé — Sproul não a descreve como “Bíblica” ou “correta”, mas meramente como a “posição de Lutero”— ao invés de defender a justificação somente pela Fé da acusação de antinomianismo, como o faz Paulo em Romanos, Sproul denigre a justificação somente pela Fé pelo rótulo “crença fácil”. Ao fazer isso, ele tenta fazer a oposição assassina de Roma contra a Reforma, algo compreensível. Isto é imperdoável em um teólogo, especialmente um que clama ser Reformado!
Somente pela Fé: Crendo Somente

Na verdade Bíblica, e contradizendo o que a Igreja Católica Romana e R. C. Sproul dizem tudo que um pecador tem que fazer para ser salvo é crer no Evangelho. “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu filho unigênito para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. “Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo.” “O justo viverá da Fé”. “Pela Graça sois salvos por meio da Fé; e isto não é de voz: é o dom de Deus; não por obras para que ninguém se glorie.” “Pelas obras da lei nenhuma carne será justificada”. “O homem é justificado pela Fé sem as obras da Lei;” Etc.

A Bíblia clara e enfaticamente ensina que um pecador é salvo somente pela crença no Evangelho, “fora das obras da Lei” Esta é a razão pela qual a acusação de antinomianismo surgiu contra o Evangelho. Se Paulo e os outros apóstolos ensinaram um falso Evangelho da Fé, mais obediência como o caminho para a Salvação, a acusação de antinomianismo nunca seria levantada contra eles. Nem Roma, ou muitos dos teólogos pseudo “Reformados”  parecem compreender que a Salvação não é o resultado de boas obras; boas obras são o resultado da Salvação! Esta foi a diferença que dividia os Cristãos dos Romanistas no século dezesseis, e é a diferença que agora divide os Cristãos dos Romanistas no século vinte um.


SPROUL: Era crucial que aqueles que estavam envolvidos na Reforma Protestante, definissem o que eles queriam dizer por “Fé Salvadora”. Então eles fizeram seus estudos no Novo Testamento...
ROBBINS: O relato de Sproul insinua que os Reformadores não sabiam do que estavam falando. Após o início da Reforma, depois doe “homens de Deus líderes da Igreja Católica Romana” reagiram de maneira apropriada à controversa “crença fácil” propalada pelos Reformadores, estes tiveram que retornar e estudar o Novo Testamento: Isto não é história; é ficção!
SPROUL: ...especificamente na palavra Grega pistein, que significa crer e então os Reformadores foram capazes de isolar três aspectos bíblicos distintos da palavra Fé. O primeiro é o termo Latino notitia: crer em um dado ou informação.
Ficção Latina ou verdade Grega?

ROBBINS: Perguntemos o que deveria ser uma questão óbvia: Por que Sproul repentinamente muda do Grego para o Latim? Como que ele consegue a palavra Latina notitia da palavra Grega pistein? A Bíblia não foi escrita em Latim. Da palavra pistein é possível obterem-se palavras relativas em Grego, palavras Bíblicas, tais como pistis e pisteuo, mas não notitia. A palavra notitia não se encontra no Novo Testamento Grego mas pode ser encontrada na má tradução Latina chamada Vulgata que é a Bíblia oficial da Igreja Católica Romana. Mas Sproul nos disse que “aqueles que estavam envolvidos na Reforma fizeram seus estudos no Novo Testamento.” Os Reformadores não se basearam numa má tradução latina; eles estudaram os manuscritos Gregos. Os termos em Latim e a análise de Fé que Sproul provê, não são derivadas da Escritura, mas de alguma outra fonte.

Ironicamente, Sproul cita até o Latim incorretamente. Notitia não significa “crer em dado ou informação.” Tal palavra refere-se a entendimento  e não a crença. O relado de Sproul sobre Fé Salvadora não é derivada da Escritura; é incoerente; e começa com a falta de entendimento tanto da palavra Grega pistein e dos termos Latinos que ele prefere usar.

SPROUL: Trata-se de uma conscientização intelectual. Não se pode ter fé no nada; a Fé tem que ter conteúdo. Crê-se em algo ou confia-se em alguém.

ROBBINS: Note aqui que Sproul usa os verbos “crer” e “confiar” em uma de maneira alternada como sinônimos. Isto é tanto bom no idioma Inglês como é teologia sã. Crer, isto é, Fé (há somente uma palavra o Novo Testamento para a palavra crer, e esta é pistis) e confiar são a mesma coisa: são sinônimos. Se você acredita em que uma pessoa diz, você confia nesta pessoa. Se você tem fé nesta pessoa, você acredita no que ela diz. Se você confia em um banco, você crer no que dizem a respeito de ser seguros. Estritamente falando, confiança é crença  em proposições no futuro, como em “ele vai ser bom para mim” ou “este banco vai manter meu dinheiro com segurança.” Isto é importante porque a análise incorreta de Sproul a respeito de Fé Salvadora, sua divisão em três partes, sendo confiança a terceira parte, depende na negativa de que crer e confiar são a mesma coisa. Mas neste caso Sproul, por usar crer e confiar de maneira alternada corretamente indica que estas duas palavras são mesma coisa .


SPROUL: Quando dizemos que uma pessoa é salva pela Fé, algumas pessoas dizem, “Não importa no que você crê desde que seja sincero.” Isto não é o que a Bíblia ensina. Importa profundamente o que você acredita. E se eu acreditasse que o Diabo é Deus? Isto não me salvaria! Eu tenho que acreditar na informação correta.
ROBBINS: Isto é absolutamente verdadeiro! A Fé Salvadora é crer na verdade e não e falsidades; e também não significa crer em qualquer verdade randômica, mas na verdade a respeito de Jesus Cristo e sua obra. A informação correta é crucia para a Fé Salvadora. A mensagem do Evangelho, as Boas Novas, é essencial. Note que as notícias, informação, doutrina, ensino, são sempre e somente intelectuais a proposicionais. Devem ser compreendidas. Não são para serem sentidas, experimentadas ou recebidas na área das emoções.
SPROUL: O segundo aspecto da Fé e o que eles chamam de assensus ou assentimento intelectual.
ROBBINS: Quem são “eles” que dividem a Fé Salvadora em três partes? Não os escritores do Novo Testamento, portanto, Sproul não cita um verso sequer da Bíblia que apóie sua especulação a respeito da Fé. Cristãos nos bancos de suas igrejas tem que saber que teólogos que substituem termos em Grego por Latinos,e dividem a Fé Salvadora em três elementos não estão fazendo uma exegese da Escritura, mas estão inserindo nela algo que nela não está. Talvez isto é porque eles usam uma linguagem que não se encontra na Bíblia. Isto é ventríloquismo e não exegese e os ventriloquistas fazem com que os autores Bíblicos falem a linguagem da Igreja Latina.
A má interpretação de Tiago. Negando o Poder do Evangelho

SPROUL: Devo ser persuadido pela verdade do conteúdo. De acordo com Tiago, mesmo que eu esteja ciente do trabalho de Jesus, convencido intelectualmente que Jesus é o Filho de Deus e que ele morreu por meus pecados e que ressuscitou dos mortos eu estaria no ponto de ser qualificado para ser um demônio.
ROBBINS: Aqui o ventriloquismo teológico de Sproul é flagrante pois Tiago não diz nada disso! Note que Sproul não cita diretamente a Tiago: ele coloca suas próprias palavras na boca de Tiago. Aqui está o que Tiago diz na verdade: “Crês que Deus é um só? Fazes bem. Até os demônios crêem e tremem!” Tiago não fala nada a respeito de demônios crerem que Jesus “morreu na cruz por meus pecados e que ressuscitou dos mortos.” Tiago simplesmente fala de crer que há um só Deus, ou monoteísmo. Já que crer que em um único Deus é uma crença em uma proposição verdadeira, Tiago diz: “Fazes bem.” Mas monoteísmo não é Fé Salvadora porque não é a respeito de Jesus Cristo e sua obra. O que é ainda pior na maneira crassa em que Sproul interpreta incorretamente a Tiago é a sua negativa do poder do Evangelho. A crença que Sproul diz que o “qualifica a ser um demônio”, é, de acordo com o Espírito Santo, o Evangelho: “Irmãos, venho lembrar-vos que o evangelho que vos anunciei, o qual recebestes e no qual ainda perseverais, por ele também sois salvos... Antes de tudo vos entreguei o que também recebi; que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, e que ele foi sepultado, e ressuscitou ao terceiro dia segundo as Escrituras.” (1 Coríntios 15: 1-4). Paulo diz que estas proposições são o evangelho e que “por ele também sois salvos.” Aos Romanos, Paulo escreveu: “Pois não me envergonho do evangelho,  porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê... visto que a justiça de Deus se revela no evangelho, de fé em fé como está escrito: O justo viverá por fé.” Sproul contradiz Paulo e diz que se alguém crê nela está “qualificado para ser um demônio.”
SPROUL: Os demônios reconhecem Jesus e o próprio diabo conhece a verdade de Cristo sem, no entanto, possuir a Fé Salvadora.
ROBBINS: Mantenha em mente que Sproul está discutindo assensus e não notitia. De acordo com Sproul, o diabo é completamente ortodoxo, pelo menos na doutrina da salvação. “O próprio diabo conhece a verdade de Cristo” e isto não é apenas conscientização intelectual (notitia) mas também assentimento (assensus)

O próprio diabo concorda com a “verdade de Cristo.” O próprio diabo “sabe,” “está ciente” e “está convencido intelectualmente” da “verdade de Cristo.” Mas, mesmo assim, “não possui Fé Salvadora.” Portando, na soteriologia de Sproul compreender e crer na “verdade de Cristo” não salva. Noticia mais assensus não constituem juntamente a Fé Salvadora e não tem poder para salvar. Uma pessoa pode compreender e aceitar o Evangelho e ainda assim ir para o inferno de acordo com Sproul. Ora, isto é ima completa rejeição do que a Bíblia ensina a respeito da salvação.
Confiar e Obedecer

SPROUL: O elemento vital e crucial da Fé Salvadora no sentido Bíblico é o da confiança pessoal.



ROBBINS: Sproul aqui introduz um terceiro elemento da Fé Salvadora: “confiança pessoal.” Ele diz que isto é a mais importante dos três. Deveria se pensar que o “elemento crucial e vital da Fé Salvadora” é o Evangelho, as Boas Novas, mas Sproul diz que não é. De acordo com a Escritura, é o Evangelho que nos salva. “O Evangelho é o poder de Deus para a salvação.” Tiago, a quem Sproul grotescamente interpreta, refere a “palavra implantada, que é capaz de salvar vossas almas.” A Palavra é eficaz, poderosa e salvadora. Mas Sproul diz que o “elemento crucial e vital da Fé Salvadora... é confiança pessoal.” Anteriormente ele usou as palavras “crer” e “confiar” alternadamente como sinônimos. Agora ele diz que confiança pessoal é um dos elementos da Fé Salvadora, o que é diferente e é uma adição tanto a compreensão e assentimento.

SPROUL: O termo final é fidúcia referindo-se ao compromisso fiduciário pelo qual eu ponho minha vida no colo de Jesus.


ROBBINS: Em nenhum lugar na Bíblia nós somos comandados a colocar nossas vidas no “colo de Jesus”. Ninguém, incluindo a mim, e nem o próprio Sproul suspeita o que esta bizarra metáfora significa. O mandamento escritural é de crer no Evangelho, e o Evangelho é as Boas Novas, isto é, informação, proposições, a respeito de Jesus Cristo: “Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo.” “As palavras que vos falo: elas são Espírito e vida. Não há uma palavra sequer na Bíblia a respeito do colo de Jesus.

SPROUL: Eu confio somente nele para a minha salvação.

ROBBINS: Como vimos anteriormente, confiar em uma pessoa é crer no que ela diz, e crer no que ela diz é confiar nela. Em outras palavras, não há tal coisa como “confiança pessoal” que seja diferente de, ou melhor que compreender e crer em suas palavras. Os judeus incrédulos dos dias de Jesus fabricaram uma doutrina de uma “confiança pessoal” não proposicional (eles anteciparam o século vinte, o filósofo judeu Martin Buber e muitos outros teólogos), e Jesus os repreendeu por isso: “Não penseis que eu os acusarei perante o Pai; quem vos acusa é Moisés, em quem tendes firmado a vossa confiança. Por que se de fato crêsseis em Moisés, também creríeis em mim; porquanto ele escreveu a meu respeito. Se, porém não credes nos seus escritos, como crereis nas minhas palavras?” (João 5: 47-47). Jesus deixa claro por usar frases em aposto e alternadamente que crer em Moisés “significa crer em seus escritos” e “crer em mim” significa “crer em minhas palavras.”
 Os Judeus apóstatas professavam uma “confiança pessoal” em Moisés mesmo não crendo em seus escritos. Eles louvavam os profetas, decoravam suas tumbas, mas não assentiam a suas doutrinas. Os Judeus apóstatas, como tantos teólogos contemporâneos, tentaram separar pessoas de suas proposições. Eles confiavam em Moisés, mas não criam em seus escritos. Eles louvavam Moisés, mas recusaram a aderir às suas proposições. Por causa da rejeição às palavras de Moisés eles estavam condenados.
No sentido Bíblico, em uma linguagem normal, confiar e crer não são duas ações mentas diferentes e qualquer teólogo Judeu ou Latino que tentem fazê-las diferentes não estão agindo conforme o padrão Bíblico. Na soteriologia de Sproul não é possível “confiar em Cristo e somente nele para a minha salvação,” porque “o elemento crucial e vital para a Fé Salvadora” o elemento que faz com que a Fé seja Salvadora, não é de forma nenhuma Cristo. Ao invés de Cristo, algum estado psicológico indefinido e talvez impossível de definição que não é nem compreensão e nem assentimento, mas é distinto de ambos, é que é crucial e vital para a salvação. Se este estado psicológico é o “mais crucial” então temos que estar certos de que “confiamos” e “confiamos o suficiente” para sermos salvos. Temos que focalizar, não em Cristo, mas no nosso próprio estado psicológico. A salvação fica assim engolida pelo subjetivismo.

SPROUL: Este é o elemento crucial. E ele inclui o intelectual e o mental.


ROBBINS: A confusão de Sproul se aprofunda. A confiança é um terceiro elemento da fé ou não? Se for um elemento distinto, não pode incluir os outros dois. Ademais, são diferentes o “intelectual e mental?” Se são, então como são diferentes? A este ponto, Sproul distinguiu três elementos da Fé Salvadora: notitia, assensus e fidúcia. Ele diz que os demônios e homens podem tanto compreender e assentir ao evangelho e mesmo assim ir para o inferno. Agora ele diz que fidúcia “inclui” o “intelectual e o mental.” Se este for o caso, então fidúcia parece ser um sinônimo de fé, que é o termo que Sproul supostamente está definindo. Se este for o caso, Sproul não oferece uma definição de confiança ou Fé Salvadora, mas uma tautologia. Se fidúcia inclui os três elementos, fidúcia é fides, e ainda assim, até agora não sabemos o que fé é.
O que é o Coração?

SPROUL: Mas se (confiança pessoal) vai além do (“intelectual e mental”) para o coração e para a vontade para que a pessoa total seja envolvida por esta experiência, chamamos a isso de fé.
ROBBINS: Primeiro: na Bíblia não há diferença entre o coração e a cabeça (ou mente). Quando Deus criou o homem, ele fez duas coisas: seu corpo e sua mente (veja Gênesis 2). Deus soprou no corpo de lama e o homem se tornou uma alma vivente. É a mente do homem que é a imagem, o sopro de Deus. Mente alma e coração não são partes diferentes do homem: são sinônimos. Além disso, a vontade não é uma faculdade separada; o que teólogos e filósofos confusos tem feito é sub-repticiamente mudar uma atividade da mente em uma entidade: a vontade. (Fizeram a mesma coisa com “lembranças”). É a pessoa total, isto é, a mente, que tem vontades e se lembra. A Bíblia não ensina a psicologia do século dezenove; ensina, sim, que o homem é uma criatura unitária. É o coração, o próprio homem, que pensa, raciocina, planeja, deseja, lembra e sofre. O homem é uma criatura unitária, não várias faculdades distintas. Olhe para os versos sobre coração e cabeça. Gordon Clark o fez e publicou os resultados no seu livro Reason and Revelation 45 anos atrás. Desde esta época,teólogos, pastores e professores de seminários tem sido ignorantes da análise que Gordon Clark fez de centenas de versos. O relato da Fé Salvadora feito por Sproul é errado porque ele não o deriva da Bíbia nem o fundamenta na visão Bíblica do homem.
Segundo: Fé Salvadora não é uma “experiência” na qual os Cristãos têm que se envolver. A Escritura não tem nada a respeito do “experimentalismo” de Sproul. A Fé Salvadora conforme a Escritura é compreender e assentir ao Evangelho. É compreender suas proposições, tais como, “Jesus morreu na cruz pelos pecados do seu povo”, e concordar que estas proposições são verdadeiras. Nenhum homem natural pode crer no Evangelho. Alguns homens naturais não podem sequer compreender o Evangelho. Deus, somente Deus, dá ao homem o dom de crer, a tal crença é uma total ação da mente. A mente que é a pessoa total compreende o Evangelho e a mente, que é a pessoa total, concorda. Esta é a razão pela qual a Escritura se refere a salvação por “chegar ao conhecimento da verdade” e emfatiza a importância do pensar, pregar e compreender a Palavra. Não há nenhum mandamento na Escritura para nos “envolvermos em uma experiência” para sermos salvos. A Escritura não fala nada sobre o experimentalismo de Sproul. A Fé Salvadora, ao contrário do que dizem muitos teólogos, é simplesmente uma fé como a de uma criança. É simplesmente compreender o Evangelho, as Boas Novas e aceitá-las como verdade.  
 “Fé” Conforme as Confissões Reformadas

Sproul (como todos os presbíteros da PCA e OPC) solenemente jurou que ele crê que na Confissão de Fé de Westminster. Mas tal confissão não define a Fé Salvadora como define Sproul. Na verdade, nenhuma confissão da Reforma define fé como notitia, assensus e  fidúcia. Esta tricotomia Latina não é nem confessional nem Bíblica. Ecoando a Escritura, a Confissão de Fé de Westminster chama a Fé o “ato de crer”.
No seu livro What is Saving Faith? o Dr. Gordon Clark meticulosamente examina um grande número  de versos nos quais o Espírito Santo usa a palavra pistis e seus cognatos. Nenhum outro teólogo moderno parece ter feito o mesmo e muitos teólogos e pastores continuam a repetir como papagaios o que eles ouviram no seminário a respeito de fé ao invés de estudar a Bíblia. Em sua resposta a questão “O que é Fé?” Dr. Sproul fracassa em citar um único verso da Escritura e quando ele se refere a Tiago ele o faz de maneira totalmente errônea, citando incorretamente a Tiago. De acordo com as Escrituras, fé e crença são o mesmo (pistis) e a Fé Salvadora é concordar com a verdade do Evangelho – nada mais e nada menos.   

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Nota do Tradutor: Para manter a integridade do sentido e propósito global deste artigo, o tradutor optou por escolher as palavras em Português que melhor se adptavam ao sentido Bíblico das palavras nele discutidas. 

Um comentário:

  1. Irmao Everaldo, muito obrigado pela força e incentivo. Também gostei muito do seu blog e ja estou lhe seguindo. Que possamos fazer uma parceria para gloria do nosso Deus.

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