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segunda-feira, 29 de julho de 2013

Sobre esta pedra?

O Papa - Sobre Esta Pedra?

Respondendo Simão Pedro, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo. Então, Jesus lhe afirmou: ...tu és Pedro [petros] e sobre esta pedra [petra] edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela”. – Mateus 16.16-18
Apascenta os meus cordeiros... Pastoreia as minhas ovelhas... Apascenta as minhas ovelhas”. – João 21.15-17
Após a confissão de fé de Pedro, ele [Cristo] determinou que sobre ele construiria a sua Igreja; a ele prometeu as chaves do reino dos céus... – Vaticano II [1]
Um papa infalível como sucessor de Pedro, que tem as chaves do reino do céu, sendo o vigário de Cristo? Antes foi a declaração arrogante de que a pompa e os poderes foram herdados de Constantino. Hoje afirma-se que a declaração de Cristo a Pedro fez dele o primeiro papa, a pedra sobre a qual “a única Igreja verdadeira” foi construída, e todos os que o seguiram nesse ofício têm sido seus sucessores, não importa a violência e as fraudes que usaram para consegui-lo, nem suas atitudes malignas. A autoridade que o papa possui hoje e a religião católica que ele lidera estão ancoradas sobre essa afirmação.
O papa é a Igreja Católica. Sem ele a Igreja não poderia funcionar e nem mesmo existir. Por isso é importante estudarmos esse assunto mais a fundo. Pouco importa o que o fiel católico comum pense ou faça. Mas as doutrinas e os feitos da hierarquia e principalmente dos papas continuam controlando a Igreja. É aí que o nosso foco deve estar, não na opinião de alguns católicos que dizem não acreditar na metade do que a Igreja ensina. (Essas pessoas não deveria se chamar “católicas”. Por que confiar numa Igreja para obter a salvação eterna se ela nem é digna de confiança em assuntos menos importantes?)
E que dizer da declaração de Cristo a Pedro: “sobre esta pedra edificarei a minha igreja?”(Mateus 16.18). Os protestantes argumentam que existe um jogo de palavras no verso chave acima. No grego, “Pedro” é petros, uma pedrinha, enquanto “pedra” no grego é uma petra,como a rocha de Gibraltar, por exemplo. Uma petra tão imensa obviamente só poderia ser o próprio Cristo e a confissão de que Jesus é o Cristo, que Pedro acabara de fazer.
Os apologistas católicos modernos respondem que Cristo estava provavelmente falando em aramaico, o que elimina o jogo de palavras e deixa Pedro como a pedra sobre a qual a Igreja foi edificada. Essa posição, contudo, certamente nega uma das doutrinas básicas do catolicismo romano, a profissão de fé tridentina. Ela exige que todos os clérigos, a partir do papa Pio IV (1559-1565), aceitem a interpretação das Sagradas Escrituras somente de acordo com o consenso unânime dos Pais [da Igreja].

O Testemunho dos Pais da Igreja

Os Pais da Igreja Católica Romana posicionaram-se unanimemente contra a interpretação católica atual. E é Von Dollinger (foto), um católico devoto, uma autoridade da história eclesiástica e que ama a sua Igreja, quem aponta para esses fatos.
Como os “Pais da Igreja” (líderes da Igreja até o papa Gregório, o Grande, que morreu em 604) interpretam esta passagem? Acontece que neste assunto em particular eles são unânimes em concordar com a posição dos protestantes. Nenhum deles interpreta essa passagem como os católicos são ensinados a entendê-la atualmente.
Para estar de acordo com o ensino unânime dos Pais da Igreja, um católico teria de rejeitar o dogma de que Pedro foi o primeiro papa, que ele era infalível e que transmitiu sua autoridade a sucessores. O historiador e católico devoto Von Dollinger lembra fatos inegáveis:
De todos os Pais que interpretam estas passagens nos Evangelhos (Mateus 16.18, João 21.17), nenhum as aplica ao bispo de Roma como sucessor de Pedro.Quantos Pais se ocuparam com estes textos, mas nenhum daqueles cujos comentários possuímos – Orígenes, Crisóstomo, Hilário, Agostinho, Cirilo, Teodoro e aqueles cujas interpretações são coletadas às centenas – têm sequer insinuado que o primado de Roma é a conseqüência da comissão e promessa feita a Pedro!
Nenhum deles explicou que a pedra ou fundamento sobre o qual Cristo construiria a sua Igreja seria o ofício dado a Pedro que devia ser transmitido aos seus sucessores, mas entenderam que se tratava do próprio Cristo ou da confissão de fé de Pedro sobre Cristo; muitas vezes afirmando que eram as duas coisas juntas.[2]
Em outras palavras, ao contrário do que a maioria dos católicos tem aprendido, os Pais da Igreja Católica Romana posicionaram-se unanimemente contra a interpretação católica atual. E é um católico devoto, uma autoridade da história eclesiástica e que ama a sua Igreja, quem aponta para esses fatos.
Outros historiadores católicos concordam com Von Dollinger. Peter de Rosa, também católico devoto, habilmente contesta a supremacia e a linha contínua de sucessão papal desde Pedro:
Pode ser um choque para eles [católicos] saber que os grandes Pais da Igreja não viam conexão alguma entre a declaração [Mateus 16.18] e o papa. Nenhum deles aplica “Tu és Pedro” a alguém mais senão a Pedro. Um após outro, todos analisaram-na: Cipriano, Orígenes, Cirilo, Hilário, Jerônimo, Ambrósio, Agostinho. E eles não são protestantes.
Nenhum deles chama o bispo de Roma de “pedra” ou aplica especificamente a ele a promessa das chaves do reino. Isso é tão surpreendente para os católicos, como se eles não pudessem encontrar menção alguma dos Pais sobre o Espírito Santo e a ressurreição dos mortos...
Para os Pais é a fé de Pedro – ou o Senhor em quem Pedro deposita sua fé – que é chamado de “pedra” e não Pedro. Todos os concílios da Igreja, de Nicéia, no século IV, ao de Constância, no século XV, concordam que o próprio Cristo é o único fundamento da Igreja, isto é, a pedra sobre a qual a Igreja se sustém.
...nenhum dos Pais fala de uma transferência de poder de Pedro aos que o sucederam ...Não há indicação alguma de um ofício petrino permanente.
Então a Igreja primitiva não olhava para Pedro como bispo de Roma, nem, por conseguinte, pensava que todo bispo de Roma seria o seu sucessor... Os evangelhos não criaram o papado; porém o papado buscou apoio nos Evangelhos [mesmo que isso não seja possível].[3]
O fato dos papas durante séculos terem se baseado em documentos fraudulentos (A Doação de Constantino e os Falsos Decretos) para justificar sua pompa e poder, mesmo após terem sido expostos como deliberadas falsificações, mostra como esses “vigários de Cristo” não apreciavam a verdade. Também nos mostram que naqueles dias os papas não baseavam suas justificativas para a sua autoridade papal e a suposta sucessão apostólica desde Pedro em Mateus 16.18. Se isso ocorresse eles não precisariam de documentos falsos para autenticar sua posição. Tal aplicação para as palavras “Tu és Pedro” foi inventada muito mais tarde.

Quem é a Pedra?

A verdade sobre o assunto não depende da questionada interpretação de alguns versículos, mas sim da totalidade das Escrituras. O próprio Deus é claramente descrito como a “pedra” ou “rocha” infalível de nossa salvação através de todo o Antigo Testamento. (Deuteronômio 32.3,4; Salmo 62.1,2, etc.). Na verdade a Bíblia declara que Deus é a única pedra: “Pois quem é Deus, senão o SENHOR? E quem é rochedo, senão o nosso Deus?” (Salmo 18.31).
O Novo Testamento torna igualmente claro que Jesus Cristo é a pedra sobre a qual a Igreja é construída, e que Ele, sendo Deus e um com o Pai, é, portanto, a Pedra. Cristo e Seus ensinamentos (Mateus 7.24-29) são rocha onde o “homem prudente edifica a sua casa”, e não Pedro. O próprio apóstolo Pedro frisa que Cristo é a “pedra angular” sobre a qual a Igreja é construída (1 Pedro 2.6-8). E ele cita uma passagem do Antigo Testamento para enfatizar isso.
Paulo, do mesmo modo, chama Cristo “a pedra angular” da Igreja e declara que a Igreja também é edificada “sobre o fundamento dos [todos] apóstolos e profetas” (Efésios 2.20). Esta declaração nega claramente que Pedro tenha uma posição especial no fundamento da Igreja.

Pedro Não Recebeu Promessa Alguma

Os Pais da Igreja nem ao menos puderam reconhecer no poder das chaves, e no poder de ligar e desligar, qualquer prerrogativa ou senhorio do bispo de Roma.
Quando Cristo deu a Pedro “as chaves do reino dos Céus” (Mateus 16.19), Ele explicou o que aquilo significava: “o que ligares na terra terá sido ligado nos céus; e o que desligares na terra terá sido desligado nos céus”. A mesma promessa foi renovada a todos os discípulos em Mateus 18.18, assim como em João 20.23, com a especial aplicação, neste contexto, ao perdão de pecados.
A chave para ligar e desligar e remir ou reter pecados foi claramente dada a todos, não só a Pedro. Portanto, não é certo afirmar que Pedro tinha poder e autoridade especial sobre os demais apóstolos. Tal conceito não se encontra em parte alguma do Novo Testamento e era desconhecido mesmo para a Igreja Católica Romana até alguns séculos mais tarde. A Pedro foi dado o privilégio especial de pregar o Evangelho, primeiro aos judeus (Atos 2.14-41) e depois aos gentios (Atos 10.34-48), mas ele não recebeu nenhuma autoridade especial.
Os apologistas católicos alegam que as palavras de Cristo a Pedro em João 21.15-47 (“apascenta meus cordeiros”, “pastoreia as minhas ovelhas”) deu-lhe autoridade única. Pelo contrário, o próprio Pedro aplicou esse mandamento a todos os anciãos (1 Pedro 5.2) do mesmo modo que Paulo fez (Atos 20.28). Novamente é Von Dollinger quem nos informa:
Nenhuma das antigas confissões de fé, nenhum catecismo, nenhum dos escritos patrísticos, que visavam instruir o povo, contém uma sílaba sequer sobre o papa, nem sequer uma indicação mínima sobre o fato de toda certeza da fé e doutrina depender dele...
Os Pais da Igreja nem ao menos puderam reconhecer no poder das chaves, e no poder de ligar e desligar, qualquer prerrogativa ou senhorio do bispo de Roma, tanto mais que – o que à primeira vista fica óbvio para qualquer um – eles não viram um poder dado primeiramente a Pedro, e em seguida repetindo precisamente as mesmas palavras a todos os apóstolos, como algo que fosse peculiar a ele, ou uma herança para a linhagem dos bispos de Roma, e eles usavam o símbolo das chaves significando exatamente o mesmo que a expressão figurada de ligar e desligar...
O poder das chaves ou de ligar e desligar, foi universalmente reconhecido como pertencente a outros bispos, tanto quanto ao bispo de Roma.[4]

Nenhum Poder Especial Foi Dado a Pedro

A autoridade especial que tem sido alegada pelos papas católicos romanos, que afirmam ser os supostos sucessores de Pedro, jamais foi exercida por Pedro. Em suas epístolas o apóstolo exorta seus iguais; não dá ordens a subordinados. “Aos presbíteros que há entre vós, eu, presbítero como eles...” (1 Pedro 5.1). Ele não oferece base em seus escritos para nenhuma posição ou poder eclesiástico oficial e exaltado. Pedro declara ser simplesmente “testemunha dos sofrimentos de Cristo” (1 Pedro 5.1) junto com todos os apóstolos, que foram “testemunhas oculares da sua majestade” (2 Pedro 1.16). Ele não faz uma única afirmação em seu favor, simplesmente se coloca entre os outros apóstolos.
A reunião de “apóstolos e anciãos” em Jerusalém por volta de 45-60 d.C. descrita em Atos 15.4-29 foi organizada por iniciativa de Paulo, não de Pedro. (Não foi “o primeiro Concílio da Igreja”, como alguns afirmam. Não havia hierarquia na Igreja, nenhuma delegação de fora, todos os presentes residiam em Jerusalém.) Além do mais, foi Tiago, e não Pedro, quem parece ter tomado a liderança. Conquanto Pedro tenha feito uma declaração importante, ela não foi doutrinária, sendo apenas um resumo de sua experiência ao levar o Evangelho primeiro aos gentios. Tiago, contudo, discorreu sobre as Escrituras e argumentou sobre um ponto de vista doutrinário. Além do mais, foi Tiago quem disse: “Pelo que julgo eu... [meu veredito é]” (Atos 15.19) e sua declaração tornou-se a base da carta oficial enviada a Antioquia.
Não há evidências de que Pedro tenha intimidado os outros, mas Tiago o intimidou. O temor de Tiago e sua influência e liderança levaram Pedro a se voltar à tradicional separação dos gentios. Como resultado, Paulo, que escreveu muito mais do Novo Testamento do que Pedro, e cujo ministério foi muito mais abrangente, censurou Pedro publicamente por seu erro (Gálatas 2.11-14). Certamente Pedro não agia como papa, nem era tratado assim pelos outros.

Os Verdadeiros Sucessores dos Apóstolos

Cristo mandou que os apóstolos fizessem discípulos através da pregação do Evangelho. Ele acrescentou que cada pessoa que cresse no Evangelho deveria ser ensinada a obedecer a todas as coisas que Ele havia ensinado. A declaração: “ensinando-os [aos discípulos que se converterão] a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado” (Mateus 28.20), não pode ser atribuída exclusivamente a uma liderança hierárquica. Esperava-se que todos aqueles que se tornaram discípulos de Cristo através da pregação dos discípulos originais obedecessem a tudo que Cristo havia ordenado aos apóstolos. Para que pudessem fazer tudo que os 11 foram comissionados, cada discípulo comum precisava ter a mesma autoridade e o mesmo poder procedentes de Cristo que os apóstolos tinham.
Quaisquer que tenham sido os mandamentos e poderes que os apóstolos receberam de Cristo, eles foram passados a todos os que creram no Evangelho (ou seja, seus próprios discípulos), os quais, por sua vez, ensinaram esses mandamentos aos seus conversos, e assim por diante, até o presente. Portanto fica evidente que não somente uma classe especial de bispos, arcebispos, cardeais, papas ou um Magistério, são sucessores dos apóstolos, mas todos os cristãos.
A história da Igreja primitiva apresentada no Novo Testamento diz isso. Os apóstolos obedeceram ao que Cristo mandou: fizeram discípulos aos milhares e ensinaram a eles todos os mandamentos de Cristo; e o próprio Cristo, do céu, capacitava seus novos discípulos para desempenharem esta grande comissão. Os cristãos se multiplicaram e as igrejas foram estabelecidas em todo o Império Romano.
Não havia catedrais. A igreja local se reunia nas casas.
Não havia catedrais. A igreja local se reunia nas casas. Sua liderança era um grupo de anciãos piedosos, mais velhos e maduros na fé e que viviam vidas exemplares. Não havia hierarquia, nem local ou tampouco sobre um território maior, que tivesse de ser obedecida por causa de seu ofício ou título. Não havia classe seleta de sacerdotes que possuísse autoridade especial para agir como intermediária entre Deus e o povo. Isso se aplicava ao sacerdócio judaico, que era uma sombra das coisas que haveriam de vir (Hebreus 7.11-28; 10.1-22) mas tornou-se terrivelmente corrupto e teve seu fim no sacrifício feito na cruz.
Todos os crentes foram encorajados a orar e profetizar nas reuniões da Igreja. Paulo deixou isto bem claro: “Quando vos reunis [como Igreja], um tem salmo, outro, doutrina, este traz revelação, aquele, outra língua, e ainda outro, interpretação. Seja tudo feito para edificação. No caso de alguém falar em outra língua, que não sejam mais do que dois, ou quando muito três, e isto sucessivamente, e haja quem interprete... Tratando-se de profetas, falem apenas dois ou três, e os outros julguem. Se, porém, vier revelação a outrem que esteja assentado, cale-se o primeiro [a fim de que o outro fale]. Porque todos podereis profetizar um após outro, para todos aprenderem e serem consolados... Portanto, meus irmãos, procurai com zelo o dom de profetizar e não proibais o falar em outras línguas” (1 Coríntios 14.26-40).

Não Havia uma Classe de Elite

Nenhuma das promessas de Cristo aos apóstolos foi somente para eles ou para uma classe de elite. Por exemplo: “Se dois dentre vós, sobre a terra, concordarem a respeito de qualquer coisa, que, porventura, pedirem, ser-lhes-á concedida por meu Pai que está nos céus” (Mateus 18.19). “Tudo quanto pedirdes em meu nome, isso farei...” (João 14.13) e novamente: “Se pedirdes alguma coisa ao Pai, ele vo-la concederá em meu nome” (João 16.23). Todos os cristãos que crêem na Bíblia oram em nome de Cristo, embora a promessa tenha sido dada ao Seu círculo íntimo de apóstolos. Todos os católicos tomam o pão e o vinho na missa, mesmo que Cristo tenha dito a todos os apóstolos: “Fazei isto em memória de mim” (Lucas 22.19).
Está claro que tudo o que Cristo determinou a seus amigos mais chegados se aplicava a todos os convertidos e a todos os cristãos de hoje. Isso quer dizer que se dois cristãos concordarem sobre alguma coisa em oração esta lhes será concedida, ou que tudo o que um cristão pedir ao Pai, em nome de Cristo, lhe será dado? Sim. Então, por que nem toda oração é respondida? Todas elas são respondidas, mas para algumas a resposta é “não” e para outras, “mais tarde”. O “nome” de Cristo não é uma fórmula mágica, que, se adicionada à oração, assegura uma resposta automática positiva. Pedir em Seu nome significa pedir como Ele pediria, para Sua honra e glória, não para a nossa.
Nesse ponto a Igreja tem decepcionado tremendamente os católicos sinceros. Cada oração que um padre católico faz não é respondida automaticamente mais do que aquelas feitas pelos católicos comuns, ministros protestantes ou leigos. Isso é obvio. Ainda assim diz-se que um membro do clero católico tem um poder especial sobre qualquer coisa que ele pronunciar usando o nome de Cristo – o que for ligado ou desligado, ou o perdão de pecados – ocorre automaticamente. Não é assim. É desonesto dizer que o desligamento do pecado (que não pode ser verificado) ocorre a cada vez que o sacerdote o pronuncia, se desligar da doença ou do débito (algo que pode ser verificado) raramente acontece quando ele pronuncia o desligamento.
A implicação é clara: qualquer coisa que se obtenha através da oração ao Pai em nome de Cristo, ou qualquer graça obtida quando dois cristãos concordam, ligar e desligar ou perdoar pecados, não acontecem automaticamente, pela mera expressão de uma fórmula, mas é feito somente através de Cristo trabalhando por meio de vasos escolhidos, quando, onde e como Lhe agrada.
Nenhuma dessas promessas era cumprida automaticamente, sob a direção única de Pedro ou qualquer um dos outros apóstolos. Nem são concedidas instantaneamente a um membro da Igreja Católica Romana ou de qualquer hierarquia religiosa. Esses dogmas falsos têm posto aqueles que acreditam neles sob o poder de Roma, levando-os a procurar num sacerdote aquilo que é a herança de todo discípulo verdadeiro de Cristo.

 Os Tiranos do Passado e o Magistério de Hoje

O grande apóstolo Paulo escreveu que desde que os governantes civis não ordenem algo contrário à vontade Deus, todo cristão, inclusive os próprios apóstolos, devem obedecer suas ordens (Romanos 13.1-7). Devemos orar “pelos reis e por todos os que estãoinvestidos de autoridade” (1 Timóteo 2.1-3). Todos os cristãos devem estar sujeitos “aos que governam, às autoridades...” (Tito 3.1).
A submissão total que Roma exige tem sido expressa por muitos papas, mas nenhum deles as expressou mais claramente do que Nicolau I (858-867).
Paulo escreveu aos cristãos: “Sujeitai-vos a toda instituição humana por causa do Senhor, quer seja ao rei como soberano, quer às autoridades como enviadas por ele...” (1 Pedro 3.13-14). Os papas ensinaram exatamente o contrário: que eles eram os supremos soberanos e que somente suas leis deveriam ser obedecidas, inclusive pelos reis. A submissão total que Roma exige tem sido expressa por muitos papas, mas nenhum deles as expressou mais claramente do que Nicolau I (858-867):
É evidente que os papas não podem estar ligados nem tampouco sujeitos aos poderes terrenos, nem mesmo aos do apóstolo [Pedro], se ele voltasse à terra; desde que Constantino, o Grande, reconheceu que os pontífices representam o poder de Deus na terra, a divindade não pode ser julgada por nenhum homem. Somos, portanto, infalíveis, e quaisquer que sejam nossos atos, não precisamos prestar contas deles a ninguém mais do que a nós mesmos.[5]
Fica claro, tanto na história como nos dogmas oficias da Igreja ainda vigentes, que Nicolau não estava expressando apenas o seu fanatismo, mas a visão de todos os papas, que acabou se tornando a doutrina católica. Conforme o Vaticano II, a ninguém é permitido sequer questionar o Magistério em assuntos de fé e moral. Somente a hierarquia pode interpretar a Bíblia, e os fiéis devem aceitar essa interpretação como se fosse vinda do próprio Deus. Todos devem obedecer ao papa, mesmo quando ele não fala ex catedra. Tais exigências de fé cega são vestígios atuais da atuação tirânica dos papas através dos séculos.

O Fracasso do “Primeiro Papa”

Se as palavras de Cristo a Pedro em Mateus 16.18 fizeram dele o primeiro papa infalível, então temos outro problema sério. As palavras seguintes na boca de Pedro negam o cerne do Evangelho cristão ao declarar que Cristo não precisava ir até a cruz: “...Tem compaixão de ti, Senhor; isso [a morte na cruz] de modo algum te acontecerá” (Mateus 16.22). Ao que o Senhor respondeu imediatamente: “Arreda, Satanás! Tu és para mim pedra de tropeço, porque não cogitas das coisas de Deus, e sim das obras dos homens” (Mateus 16.23). Esta foi a primeira declaração ex catedra de Pedro a toda a Igreja (conforme registra a Bíblia) em matéria de fé e moral (ela tem a ver com o meio de salvação) – e não era infalível, mas pura heresia!
No próximo capítulo Pedro comete um erro sério, com outro pronunciamento herético. Ele coloca Cristo no mesmo nível de Moisés e Elias: “Senhor, bom é estarmos aqui; se queres, farei aqui três tendas; uma será tua, outra para Moisés, outra para Elias” (Mateus 17.4).Desta vez é o próprio Deus quem censura, do céu, o “novo papa”: “Este é o meu Filho amado em quem me comprazo; a ele ouvi” (v. 5).
Mais tarde, temendo por sua vida, Pedro nega, pragueja e jura não conhecer Jesus – novamente uma declaração de “fé e moral” a toda a Igreja que nega o próprio Cristo. Mesmo se os papas fossem seus sucessores, Pedro dificilmente poderia ter-lhes passado uma infalibilidade que, obviamente, não possuía.

Base Bíblica para a Infalibilidade?

Hans Küng, teólogo católico contemporâneo, disse: “A principal prova citada pelo Vaticano I para a infalibilidade papal, Lucas 22.32 (“Eu, porém, roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça”), jamais foi usada, nem mesmo pelos canonistas medievais, para documentar esse dogma – o que é correto. Nessa passagem Jesus não prometeu a Pedro que este não erraria mais, porém deu-lhe a graça de perseverar na fé até o fim”.[6] Von Dollinger concorda plenamente:
Todos conhecem a clássica passagem da Escritura sobre a qual o edifício da infalibilidade papal tem se escorado “Eu, porém, roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça, tu, pois, quando te converteres, fortalece os teus irmãos” (Lucas 22.32). Essas palavras referem-se especificamente a Pedro, à sua negação de Cristo e sua conversão...
É totalmente contrário ao sentido original da passagem... encontrar nela uma promessa de infalibilidade futura a uma sucessão de papas... Até o final do século XVII nenhum escritor sonharia com tal interpretação; todos eles, sem exceção – num total de 18 – explicam-na apenas como uma oração de Cristo para que o seu apóstolo não sucumbisse e perdesse inteiramente a sua fé na prova que teria de enfrentar em breve.[7]
Muitos outros eminentes historiadores e teólogos católicos poderiam ser citados do mesmo modo. Peter de Rosa acrescenta sua própria visão:
De acordo com os Pais [da Igreja], Pedro não tinha sucessor algum. Eles viam todos os bispos como sucessores dos apóstolos, não um bispo sucedendo um apóstolo apenas, neste caso, Pedro. Logo, eles não poderiam sequer ter aceito a alegação de que “o sucessor de Pedro” deveria dirigir a Sé em Roma.
Também já vimos que todas as declarações de doutrina, especialmente os credos, não vieram dos papas, mas dos concílios. Nos primeiros séculos jamais ocorreu aos bispos de Roma que eles pudessem definir doutrinas para toda a Igreja.[8]

Pedras Instáveis

Depois de ter prometido a Cristo na última ceia que preferia morrer a negá-lo, Pedro fez exatamente o contrário. “Então, começou ele a praguejar e a jurar: Não conheço esse homem!” (Mateus 26.74). Essa é uma negação completa do próprio Cristo e do cristianismo como um todo. Pedro era uma “pedra” muito instável para Cristo ter construído sobre ele a sua Igreja! Porém seus supostos sucessores foram culpados de coisas ainda piores.
Já mencionamos uma porção deles. Consideremos brevemente mais um exemplo: o papa Júlio II (1503-1513), sifilítico e infame mulherengo, pai de inúmeros bastardos. Ele comprou sua posição no papado. Durante a Quaresma, enquanto os bons católicos faziam dietas rigorosas, ele se deleitava com ricas iguarias. Usando sua armadura, Júlio muitas vezes conduziu pessoalmente seus exércitos para a conquista de cidades e territórios, com o objetivo de expandir os Estados papais. Como poderia ser ele o vigário de Cristo, que afirmou que o Seu reino não era deste mundo e que por isso os Seus súditos não lutariam? Dizer tal coisa é zombar de Cristo e de Seus ensinos.

Sucessores de Imperadores

Lembre-se que nos primeiros tempos da Igreja a infalibilidade não era atribuída ao bispo de Roma, mas ao seu superior, o imperador. O papa Leão I (440-461), por exemplo, concedeu a um imperador incrédulo a mesma infalibilidade que Pio IX persuadiu os membros do Vaticano I a declararem ter sido sempre o poder exclusivo dos papas. Leão I disse: “Pela inspiração do Espírito Santo o imperador não necessita de instrução humana e é incapaz de cometer erros doutrinários”.[9]
O rasgado louvor que transcrevemos a seguir soa como aquele que hoje é dado aos papas, mas trata-se de um discurso de Eusébio, honrando o imperador pagão Constantino depois que este assumiu a liderança da Igreja:
Deixemos, então, que apenas o Imperador... seja declarado digno... livre... estando acima da sede de riquezas, superior ao desejo sexual... que dominou as paixões que sobrecarregam o restante dos homens; cujo caráter é formado conforme o original divino do Supremo Soberano, e cuja mente reflete, como num espelho, a radiação de Suas virtudes. Além disso, o nosso imperador é perfeito em prudência, bondade, justiça, coragem, piedade, devoção a Deus...”[10]
Esse louvor era apenas para o imperador, que o colocava acima do bispo de Roma, o qual lhe era subordinado. Assim, Constantino chamou a si mesmo “bispo dos bispos”. Hoje os papas que ostentam os títulos de Constantino e desfrutam de suas regalias são seus legítimos sucessores e não os sucessores de Pedro. O historiador Will Durant mostra que “durante a duração de seu reinado, ele [Constantino] tratava seus bispos como auxiliares políticos; os convocava, presidia seus Concílios e concordava em apoiar qualquer opinião que a sua maioria formulasse”.[11]
A doutrina nada significava para Constantino – apenas que os bispos deveriam concordar com ele pelo bem da unidade imperial. Peter de Rosa cita um bispo do século IV: “A Igreja [naquele tempo] fazia parte do Estado”. Ele continua explicando:
Mesmo o bispo de Roma – que não foi chamado de “papa” por muitos séculos – era, em comparação [com Constantino], uma pessoa sem importância. Em termos civis, era um vassalo do imperador; em termos espirituais, quando comparado a Constantino, era um bispo de segunda classe...
Não o papa, mas ele [Constantino], assim como Carlos Magno mais tarde, era o cabeça da Igreja, sua fonte de unidade, diante de quem o bispo de Roma tinha de se prostrar e declarar lealdade. Todos os bispos concordavam que ele [o Imperador] era o “oráculo inspirado da sabedoria da Igreja”.
Portanto, era Constantino e não o bispo de Roma quem ditava o tempo e o local dos sínodos da Igreja e até mesmo estipulava como os votos seriam dados. Sem a sua aprovação, eles não seriam legalizados; ele era o único legislador do Império.[12]

A Herança Pagã do Papado

A idéia de um Concílio da Igreja foi inventada por Constantino, o qual, apesar de sua professa “conversão” a Cristo, continuou sendo pagão.
A idéia de um Concílio da Igreja foi inventada por Constantino, o qual, apesar de sua professa “conversão” a Cristo, continuou sendo pagão. Ele jamais renunciou à sua lealdade aos deuses pagãos, jamais aboliu o altar pagão de Vitória, no Senado, nem o das virgens Vestais; e o deus-Sol, não Cristo, continuou a ser honrado nas moedas imperiais. Ele só foi batizado pouco antes de sua morte, e mesmo assim, por Eusébio, um sacerdote ariano herege. Durant nos revela que durante toda sua vida “cristã” Constantino usava tanto os ritos pagãos como os cristãos e continuava a confiar em “fórmulas mágicas para proteger as colheitas e curar doenças”.[13]
O fato de Constantino ter assassinado todos os que pleiteavam o seu trono [notoriamente seu filho Crispo, um sobrinho e um cunhado] é uma evidência ainda maior que sua “conversão” ao cristianismo era, como têm sugerido os historiadores, uma astuta manobra política. O historiador e padre católico Philip Hughes nos lembra: “Em seus atos, ele [Constantino] permaneceu sendo até o final de sua vida o mesmo pagão de sempre. Seus ataques de fúria, a crueldade que, uma vez despertada, não poupava nem a vida de suas esposas e filhos, são... um desagradável testemunho da imperfeição de sua conversão”.[14]
Os três filhos “cristãos” de Constantino (Constantino II, Constâncio II e Constanço), asseguraram, após a morte de seu pai, a posse de suas regiões separadas do império depois de um massacre implacável da família. Eles conseguiram levar a “cristianização” do Império a um patamar ainda maior. Foram eles, (e não Pedro) os antecessores dos papas da atualidade.
Como já foi dito, Constantino convocou, estabeleceu o que seria discutido, fez o discurso de abertura e desempenhou um papel proeminente no primeiro Concílio Ecumênico da Igreja, o Concílio de Nicéia, e também em uma porção de concílios, assim como faria Carlos Magno, 500 anos depois. Tendo em vista que os imperadores convocavam os concílios, não é de admirar que nenhum dos que foram realizados nos primeiros 1000 anos tenha reconhecido o bispo de Roma como cabeça da Igreja.
Cristo exemplificou a humildade e serviço aos outros. Ele disse aos Seus discípulos: “Os reis dos povos dominam sobre eles, e os que exercem autoridade são chamados benfeitores. Mas vós não sois assim; pelo contrário, o maior entre vós seja como o menor; e aquele que dirige seja como o que serve” (Lucas 22.25-26). Esquecendo essa admoestação, os papas imitaram os imperadores pagãos, de quem herdaram sua posição e poder.
Cristo também condenou a posição autoritária exercida pelos rabinos em Seus dias. Suas palavras aos líderes da religião judaica são deveras apropriadas à hierarquia católica romana:
Amam o primeiro lugar nos banquetes e as primeiras cadeiras nas sinagogas, as saudações nas praças e o serem chamados mestres pelos homens. Vós, porém, não sereis chamados mestres, porque um só é vosso Mestre, e vós todos sois irmãos. A ninguém sobre a terra chameis vosso pai; porque só um é vosso Pai, aquele que está nos céus...
Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque sois semelhantes aos sepulcros caiados, que, por fora, se mostram belos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda imundícia... por dentro, estais cheios de hipocrisia e de iniqüidade” (Mateus 23.6-9; 27-28). 

Notas

  1. Austin Flannery, O.P., (editor geral), Vatican Council II: The Conciliar and Post Conciliar Documents (Costello Publishing, 1988, Revised Edition) vol 1, p. 454.
  2. J. H. Ignaz von Dollinger, The Pope and the Council (London, 1869), p. 74.
  3. Peter de Rosa, Vicars of Christ: The Dark Side of the Papacy (Crown Publishers, 1988), pp. 24-25.
  4. Dollinger, op. cit., pp. 53, 66, 74.
  5. Cormenin, History oft he Popes, p. 243, citado em R.W. Thompson, The Papacy and the Civil Power (New York, 1876), p. 248.
  6. August Bernhard Hasler, How the Pope Became Infallible (Doubleday & Co., Inc., 1981), p. 8 da introdução.
  7. Dollinger, op. cit., pp. 65-66.
  8. De Rosa, op. cit., p. 250.
  9. H. Chadwick, The Early Church (Wm. B. Eerdmans, 1976), p. 245.
  10. Eusebius, Oration on the Tricennalia of Constantine, 5.4.
  11. Will Durant, The Story of Civilization (Simon and Schuster, 1950), Part III "Caesar and Christ, p. 656.
  12. De Rosa, op. cit., p. 43.
  13. Durant, op. cit., Part III, p. 656.
  14. Philip Hughes, A History of the Church (London, 1934), vol. 1, p. 198.
Dave Hunt (1926-2013). Devido a suas profundas pesquisas e sua experiência em áreas como profecias, misticismo oriental, fenômenos psíquicos, seitas e ocultismo, realizou muitas conferências nos EUA e em outros países. Também foi entrevistado freqüentemente no rádio e na televisão. Começou a escrever em tempo integral após trabalhar por 20 anos como consultor em Administração e na direção de várias empresas. Dave Hunt escreveu mais de 20 livros, que foram traduzidos para dezenas de idiomas, com impressão total acima dos 4.000.000 de exemplares.

Extraído do livro A Mulher Montada na Besta - Volume 1

Este livro analisa as verdades bíblicas e fatos históricos para apresentar uma descrição da mulher de Apocalipse 17 e do lugar de destaque que ela ocupa no reino futuro do Anticristo. 

terça-feira, 23 de julho de 2013

12 formas de preservar a unidade cristã.


por Tim Challies
Satanás odeia Deus e, portanto, odeia o povo de Deus, a igreja.  O seu grande plano para a igreja é levar cristãos – verdadeiros crentes que estão juntos no evangelho – a encontrarem formas de discordarem entre si, de dividirem-se, de serem invejosos e amargos, e, finalmente, de “morderem e devorarem uns aos outros” (Gálatas 5.15). Aqui estão 12 formas de evitar os ataques de Satanás.
#1 Gaste mais tempo considerando as evidências da graça em outros cristãos do que pesando seus pecados e fraquezas. Você, como cristão, provavelmente tem uma habilidade muito maior de enxergar a fraqueza em outros crentes do que a força neles. É como se você usasse uma lupa para olhar para as fraquezas e um telescópio para procurar a graça. Brooks alerta: “Pecado é escuridão; graça é luz; pecado é inferno; graça é céu; e quão louco é olhar mais para a escuridão do que para luz, mais para o inferno do que para o céu”. De fato.
#2 Considere que segurança espiritual vem através de unidade espiritual. Cristão unidos juntos são difíceis de se separar, difíceis de se quebrar, difíceis de se abater e destruir. É quando você se isola rompendo ou negando a unidade que você mais se encontra em risco.
#3 Medite nos vários mandamentos de Deus para que nos amemos uns aos outros. Quando você sentir o seu coração começar a se virar contra um outro cristão, é a hora de se voltar aos muitos mandamentos para que amemos uns aos outros ­– mandamentos encontrados em lugares como João 15.12, Romanos 13:8, Hebreus 13.1, 1 João 4.7, 1 Pedro 1.22 e assim por diante. Deixe a Palavra de Deus te convencer da necessidade do amor.
#4 Passe mais tempo considerando áreas de concordância do que de discordância. As doutrinas que você compartilha com outros verdadeiros crentes são as doutrinas fundamentais; as que você não compartilha são necessariamente menos centrais à fé. Reconhecer que você e aqueles com os quais você discorda passarão a eternidade juntos deve te encorajar a não permitir que doutrinas periféricas os separem aqui na terra.
#5 Considere o seu Deus pacífico. Deus é o Deus da paz, Cristo é o Príncipe da paz e o Espírito é o Espírito da paz. Tendo se reconciliado com Deus, tendo se curvado perante Cristo, tendo sido habitado pelo Espírito cujos frutos são amor, alegria, paz…, você agora tem a habilidade, e deve ter o desejo, de estar em uma verdadeira, profunda e duradoura paz com outros cristãos.
#6 Renove em sua mente e em seu coração o que significa estar em paz com Deus. Pregue o evangelho para si mesmo porque, quando você tem em mente quem você é à luz da perfeita bondade, santidade e paz de Deus, você deve abrandar-se em relação aos outros.
#7 Medite na relação singular entre cristãos. Samos 133.1 proclama o valor e o prazer da conivência em unidade dos irmãos; há algumas coisas no mundo que são boas, mas não agradáveis e outras que são agradáveis, mas não são boas.  Entretanto, viver em paz é tanto agradável quanto bom. Considere o que significa estar ligado à família de Deus junto de outros companheiros viajantes que estão na mesma peregrinação para exatamente o mesmo destino que você.
#8 Considere o preço da desunião. Quando relacionamentos são rompidos, desavenças, inevitavelmente, se seguem e cada desacordo entre cristãos é um triunfo para Satanás. Se você cai em desunião, você dá a Satanás uma vitória. Mantenha a paz e negue-o o triunfo!
#9 Seja o primeiro a buscar paz e reconciliação. Você só é um cristão hoje porque Deus foi o primeiro a buscar a paz com você. Você é agora chamado e equipado para ser o primeiro a buscar a paz e a tentar buscar e manter a unidade. Quando faz isso, você tem a grande honra de agir  como um imitador de Deus.
#10 Caminhe e trabalhe junto de outros cristãos o máximo o possível, fazendo da Palavra o único juiz de suas ações. É sua perda e de Deus, e o ganho de Satanás,  quando você não caminha em amor com outros cristãos, quando você não trabalha de braços dados com aqueles com os quais você tem tanto em comum. Há muito mais do trabalho do Senhor para realizamos juntos do que separados.
#11 Julgue a si mesmo mais do que você julga os outros. Se você passasse mais tempo considerando o seu próprio pecado e menos tempo considerando os pecados dos outros, você não seria tão rápido em julgar e se separar de outros crentes verdadeiros. Brooks diz: “Não há almas no mundo que são tão temerosas em julgar os outros quanto aqueles que mais julgam a si mesmos, nem tão cuidadosos em fazer um julgamento correto acerca dos homens e das coisas quanto aqueles que são mais cuidadosos ao julgar a si mesmos”.
#12 Busque a humildade. Humildade necessariamente gera paz entre cristãos. A humildade te preparará para servir ao invés de ser servido, para ignorar uma ofensa, para buscar todo tipo de unidade, para ver os outros terem êxito onde você falhou e para responder com alegria e graça a toda fonte possível de desunião.
(Esses doze pontos são baseados no Capítulo 5 do livro de Thomas Brooks “Preciosos remédios contra os dispositivos de Satanás”)
Traduzido por Kimberly Anastacio | iPródigo.com | Original aqui
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quinta-feira, 18 de julho de 2013

Aflição por causa do pecado


Elsbeth Vetsch
Pergunta: "Estou aflito por causa do pecado. Esta é uma carta ao Pai celestial. Não posso enviá-la a Deus, mas sei que Ele usa pessoas para nos orientar. Por isso, mando-a para vocês:
Pai, meu maior desejo é ser amado por Ti e não ser rejeitado. Eu gostaria muito de ter um relacionamento genuíno contigo... Sinto por todo o tempo perdido em que não entendi corretamente a Tua vontade, em que fui obstinado e até fugi de Ti... Será que, agora, estou chegando muito tarde? Tenho a impressão de que há uma muralha entre mim e Ti e sei que eu mesmo sou culpado por ela existir... Por favor, Jesus, permite que não seja muito tarde."
Resposta: Como as afirmações humanas nunca são totalmente confiáveis, vamos citar inicialmente algumas respostas retiradas da própria Palavra de Deus:
  1. "Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna" (Jo 3.16).
  2. "Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo" (Ap 3.20).
  3. "Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça" (1 Jo 1.9).
  4. "Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira" (Rm 5.9).
  5. "No qual temos a redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza da sua graça" (Ef 1.7).
  6. "Eu sou o bom pastor; conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem a mim" (Jo 10.14).
  7. "De longe se me deixou ver o Senhor, dizendo: Com amor eterno eu te amei; por isso, com benignidade te atraí" (Jr 31.3).
Poderíamos lembrar muitas outras passagens bíblicas, mas é importante que você pense bem a respeito das que citamos. Realmente há uma muralha entre Deus e você e o nome dela é pecado. Deus, entretanto, enviou Seu Filho amado a este mundo para derrubá-la! Da parte dEle, portanto, tudo já foi feito! Sua parte é crer de todo o coração nesse maravilhoso fato! Seus anseios serão satisfeitos se você fizer o que está dito nos itens 2 e 3. Na prática, isso significa: ajoelhe-se em seu quarto e peça ao Senhor Jesus para entrar em seu coração, para habitar nele e tomar nas mãos dEle o leme da sua vida. Confesse a Ele todos os pecados de que tiver consciência e peça-Lhe perdão e purificação através do Seu precioso sangue. A seguir, leia mais uma vez os itens de 4 a 7, agradecendo ao Senhor Jesus de todo o coração porque Ele o comprou e redimiu, de modo que, como filho de Deus, você poderá viver com alegria.
Se o Diabo vier e quiser colocar em dúvida o perdão obtido, insinuando que você perdeu a salvação porque era somente um "religioso" e se afastou do Senhor, resista-lhe. Como?Baseando-se na Palavra de Deus! É importantíssimo que você se firme na fé sobre a Palavra de Deus, e não em seus sentimentos. Esses podem variar entre o júbilo extremo e a tristeza mortal, prejudicando a vida espiritual. As promessas de Deus, porém, são eternamente válidas, e nelas sua fé pode repousar segura! (Elsbeth Vetsch -http://www.ajesus.com.br)

terça-feira, 16 de julho de 2013

Luto - Consolo

Luto - Consolo
Pergunta: "Há um ano morreu nosso querido pai, que era um filho de Deus, com mais de 70 anos. Nossa mãe é também uma filha de Deus. Ambos eram muito ligados entre si. Desde que meu pai faleceu, após longa enfermidade, a nossa mãe não tem conseguido superar isso. Primeiro ela procurou pôr a culpa nos médicos, depois em si mesma. Ela continua indo ao cemitério quase diariamente e lá passa longo tempo ao lado da sepultura do pai. Por este e outros motivos estamos cada vez mais preocupados com ela. Como podemos ajudá-la?
Resposta: Quanto mais feliz foi ou é um matrimônio, tanto mais dolorosa é a despedida, a separação! Isto também vale para pais que perderam um filho amado e para filhos que têm de entregar seu pai ou sua mãe. Tristeza não é pecado. O Senhor Jesus também chorou junto à sepultura do seu amigo Lázaro (Jo 11.35-36). Luto e tristeza fazem parte da última despedida, pois não somos robôs insensíveis, mas pessoas que têm uma alma. Da superação de uma perda tão grande faz parte, quase sempre, o questionamento de muitas coisas. Mas, em meio à maior dor, os filhos de Deus deveriam ter em mente o seguinte:
Em última análise, ninguém morre de alguma enfermidade, de acidente ou por qualquer outra razão, mas pela vontade de Deus. Em outras palavras: somente o Senhor determina quando uma vida chega ao fim, pois está escrito: "Nas tuas mãos, estão os meus dias" (Sl 31.15). Por favor, leia também Salmo 139.16, Salmo 90.5 e Eclesiastes 3.1-8. Nós – e também nossos entes queridos – não estamos entregues à própria sorte, mas estamos nas mãos do Deus vivo! Na verdade, desde a queda no pecado, a morte faz parte da vida, mas somente o Senhor determina a hora do fim da nossa existência.
Em seguida, seria importante chamar a atenção da sua mãe para 2 Coríntios 1.3ss. Deus é um Deus de "toda consolação", que consola os Seus, mas Ele somente pode fazê-lo se o quisermos! Por este motivo, pessoas enlutadas sempre deveriam ter em mente não confundir o luto por um ente querido com auto-compaixão, pois a auto-compaixão sempre é destrutiva e não tem promessa de consolo. A disposição de receber o consolo de Deus se manifesta no fato de aceitarmos os caminhos de Deus, mesmo que não os entendamos! Deus não espera que reprimamos as nossas lágrimas, Ele espera que digamos: "Senhor, o teu caminho é santo (conf. Sl 77.14), e por isso me submeto à Tua vontade e ao Teu desígnio". Quem faz isto sinceramente se aquieta interiormente e recebe o consolo e a ajuda de Deus!
Aquele, porém, que se rebela contra a vontade de Deus e, consciente ou inconscientemente, tenta ultrapassar os limites entre os vivos e os mortos, tendo "contato" com algum falecido após a sua morte (por exemplo, falando com ele), não somente se torna culpado diante de Deus, que estabeleceu estes limites, mas prejudica seriamente a si mesmo (depressões, influência oculta, etc.).
Que o Senhor lhe dê muita graça para falar com sua mãe com muita sabedoria e amor – e que ela se volte para o "Deus de toda consolação" e seja consolada ricamente! Este desejo sincero se estende, de todo o coração, aos leitores desta revista que estão enlutados! (Elsbeth Vetsch)

Publicado anteriormente na revista Chamada da Meia-Noite, Fevereiro de 1999.

Revista mensal que trata de vida cristã, defesa da fé, profecias, acontecimentos mundiais e muito mais. Veja como a Bíblia descreveu no passado o mundo em que vivemos hoje, e o de amanhã também

sábado, 13 de julho de 2013

A estratégia mundial de Satanás.

A Estratégia Mundial de Satanás

Deus entregou à humanidade o domínio sobre a terra e estabeleceu a teocracia como a forma de governo original deste mundo (Gn 1.26-29). Numa teocracia, o governo divino é administrado por um representante. Deus designou o primeiro homem, Adão, para ser Seu representante. Adão recebeu a responsabilidade de administrar o governo de Deus sobre a parte terrena do Reino universal de Deus.
Pouco tempo depois de ter dado esse poder ao homem, Satanás induziu Adão e Eva a se aliarem a ele em sua revolta contra Deus (Gn 3.1-13). Como resultado, a humanidade afastou-se de Deus e a teocracia desapareceu da face da terra. Além disso, com a queda de Adão, Satanás usurpou de Deus o governo do sistema mundial. A partir de então, ele e suas forças malignas passaram a governar o mundo. Conforme veremos a seguir, muitos fatores revelam essa terrível transição.

A Negação da Revelação Divina

O reinado de Satanás sobre o mundo tem ocorrido de forma invisível, incentivando o surgimento de cosmovisões e filosofias contrárias à verdadeira realidade.
O diabo tinha autoridade para oferecer o domínio sobre o sistema do mundo a quem ele quisesse, inclusive a Jesus Cristo, pois essa autoridade lhe tinha sido entregue por Adão (veja Lc 4.5-6). Foi por isso que Jesus chamou Satanás de “príncipe[literalmente, governador] do mundo” (Jo 14.30). João disse que o mundo inteiro jaz no maligno (1 Jo 5.19) e Tiago declara que todo aquele que é amigo do atual sistema mundano é inimigo de Deus (Tg 4.4).
Até este ponto de nossa história, o reinado de Satanás sobre o mundo tem ocorrido de forma invisível. Trata-se de um domínio espiritual que incentiva o surgimento de cosmovisões e filosofias contrárias à verdadeira realidade. As Escrituras nos ensinam que, no futuro, Satanás irá tentar converter esse domínio espiritual e invisível em um reino político, visível e permanente – dominando o mundo inteiro. Para alcançar seu objetivo, Satanás precisa induzir a humanidade a buscar a unificação sob um governo mundial. Ele também tem de condicionar o mundo a aceitar um governante político supremo que terá poderes únicos e fará grandes declarações a respeito de si mesmo.
Utilizando-se da tendência secular e humanista da Renascença e de algumas ênfases propagadas pelo Iluminismo, o diabo conseguiu minar a fé bíblica de porções importantes do protestantismo e também determinadas crenças do catolicismo romano e da Igreja Ortodoxa. O resultado foi que, no final do século XIX e no início do século XX, o mundo começou a ouvir que a humanidade nunca havia recebido a revelação divina da verdade.
No entanto, o único modo pelo qual a existência de Deus, Sua natureza, idéias, modos de agir, ações e relacionamento com o Universo, com a Terra e com a humanidade podem ser conhecidos é através da revelação divina da verdade. Por isso, a negação dessa revelação fez com que durante o século XX muitas pessoas concluíssem que o Deus pessoal, soberano e criador descrito na Bíblia não existe; ou, se existe, que Ele é irrelevante para o mundo e para a humanidade.
Essa negação da revelação divina da verdade resultou em mudanças dramáticas, que tiveram graves conseqüências na sociedade e no mundo. Em primeiro lugar, ela levou muitas pessoas ao desespero. Deus criou os seres humanos com a necessidade de terem um relacionamento pessoal com Ele, para conhecerem o sentido e propósito supremos desta vida. A declaração de que Deus não existe ou é irrelevante provocou um vazio espiritual dentro das pessoas. Esse vazio levou ao desespero e à extinção da perspectiva de alcançar o sentido e propósito supremos desta vida. Satanás, então, ofereceu a bruxaria, o espiritismo, o satanismo, outras formas de ocultismo, a astrologia, o misticismo oriental, os conceitos da Nova Era, as drogas, algumas formas de música e outros substitutos demoníacos para preencher esse vazio e fazer com que as pessoas sejam influenciadas por ele.

A Negação dos Absolutos Morais

A declaração de que Deus não existe ou é irrelevante provocou um vazio espiritual dentro das pessoas.
A negação da revelação divina da verdade resultou também na negação dos absolutos morais. O argumento mais usado é: se os padrões morais não foram revelados por um Deus soberano que determinou que os indivíduos são responsáveis por suas ações, então os absolutos morais tradicionalmente aceitos foram criados pela humanidade. Assim sendo, uma vez que a humanidade é a fonte desses absolutos, ela tem o direito de rejeitar, mudar ou ignorá-los.
O resultado dessa racionalização falaciosa é que a sociedade acabou testemunhando uma tremenda decadência moral. Ela passou a rejeitar a idéia de que apenas as relações heterossexuais e conjugais são moralmente corretas, passando a desprezar e ameaçar cada vez mais os que defendem essa idéia. Movimentos estão surgindo em todo o mundo para redefinir legalmente o conceito de matrimônio e para forçar a sociedade a aceitar essa nova idéia, a abolir ou reestruturar a família e proteger a propagação da pornografia.
O assassinato de seres humanos parcialmente formados (aborto) já foi legalizado em muitos países. Algumas pessoas ainda insistem em dizer que não existe questão moral nenhuma envolvida no suicídio assistido, na clonagem humana e na destruição de embriões humanos em nome da pesquisa de células-tronco. O assassinato e a mentira passaram a ser aceitos como norma. Essa falência moral ameaça as próprias bases da nossa sociedade.

A Negação da Verdade Objetiva e de Seus Padrões

A negação da revelação divina da verdade resultou na conclusão de que não existe uma verdade objetiva que seja válida para toda a humanidade. Cada indivíduo seria capaz de determinar por si mesmo o que é a verdade. Assim sendo, aquilo que é verdade para uma pessoa não é, necessariamente, verdadeiro para outra. A verdade passou a ser algo subjetivo e relativo.
A racionalização nos levou à conclusão de que não há padrão objetivo pelo qual uma pessoa seja capaz de avaliar se algo está certo ou errado. Agora ninguém mais pode dizer legitimamente a outra pessoa que algo que ela está fazendo é errado. Seguindo essa racionalização, nunca se deve dizer a outra pessoa que seu modo de vida é errado, mesmo que, vivendo dessa maneira, ela possa morrer prematuramente. Também não será permitido que alguém diga a um adolescente que o sexo não deve ser praticado antes do casamento. Afinal de contas, ninguém tem o direito de impor seus conceitos de certo ou errado sobre os outros.
Essa negação da verdade objetiva e do padrão objetivo de certo e errado é propagada através de uma “redefinição de valores” promovida por escolas, por universidades, pela mídia, pela internet, por várias publicações, por alguns tipos de música e pela indústria do entretenimento como um todo. Algumas universidades, inclusive, já adotaram uma política que abafa qualquer expressão do que é certo ou errado por parte de seus alunos e professores. Esse tipo de atitude resulta em censura e intolerância.
A negação da verdade objetiva e dos padrões objetivos de certo e errado motivaram alguns a defenderem que os pais devem ser proibidos de bater nos filhos quando estes fizerem algo que os pais acreditam ser errado.

A Redefinição da Tolerância

Satanás ofereceu a bruxaria, o espiritismo, o satanismo, outras formas de ocultismo, a astrologia, o misticismo oriental, os conceitos da Nova Era, as drogas, algumas formas de música e outros substitutos demoníacos para preencher o vazio espiritual e fazer com que as pessoas sejam influenciadas por ele.
Isso tudo também resultou em um movimento que visa forçar a sociedade a aceitar um novo conceito de tolerância. A visão histórica da tolerância ensinava que as pessoas de opiniões e práticas diferentes deveriam viver juntas pacificamente. Cada indivíduo tinha o direito de acreditar que a opinião ou prática contrária à sua estava errada e podia expressar essa crença abertamente, mas não podia ameaçar, aterrorizar ou agredir fisicamente aqueles que discordavam dele.
Porém, a tolerância passou por uma redefinição. O novo conceito diz que acreditar ou expressar abertamente que uma opinião ou prática de uma pessoa ou de um grupo é errada equivale a um “crime de ódio” e, portanto, deve ser punido pela lei. Grupos poderosos estão pressionando o Congresso americano, por exemplo, para fazer com que esse novo conceito torne-se lei. Isso ocorrerá se for aprovado o que passou a ser conhecido como “lei anti-ódio”. Uma vez que nos EUA já existem leis contra ameaças ou prejuízos físicos causados a pessoas ou grupos de opiniões e práticas distintas, é óbvio que o objetivo desse projeto é tornar ilegal a liberdade de crença e de expressão. Se esse projeto for aprovado, os EUA passarão a ser mais um Estado totalitário, comparado àqueles que adotaram a Inquisição e o comunismo. [Tendências semelhantes se verificam na maior parte dos países ocidentais – N.R.]
Já que o mundo foi levado a acreditar que não há verdade objetiva válida para toda a humanidade e nenhum padrão objetivo que sirva para verificar se algo está certo ou errado, cada vez mais defende-se a idéia de que todos os deuses, religiões e caminhos devem ser aceitos com igualdade. Por isso, todas as tentativas de converter pessoas de uma religião para outra devem ser impedidas e as afirmações de que existe apenas um Deus verdadeiro, uma religião verdadeira e um único caminho para o céu são consideradas formas visíveis de preconceito. O pluralismo religioso está se tornando lugar-comum hoje em dia.
Se não há nenhum padrão objetivo para determinar o certo e o errado, então qual base uma sociedade ou um indivíduo pode usar para concluir que matar é errado? Isso incluiu os assassinatos praticados por médicos que fazem abortos ou os massacres provocados por psicopatas em escolas e em lugares públicos? Pois, talvez alguns desses atos violentos sejam resultantes do fato de seus autores terem concluído que, se não existe um padrão objetivo para determinar o que é certo e o que é errado, para eles é correto assassinar.
Se essa espécie de lei anti-ódio for aprovada, ela terá conseqüências drásticas. As pessoas que virem esse tipo de lei sendo posta em prática acreditarão que esse é o caminho correto. Mas, durante as campanhas eleitorais e nas sessões legislativas, os políticos poderão fazer acusações uns aos outros ou dizer que as ações dos seus oponentes são erradas?

O Desejo de Unidade

A negação da revelação divina da verdade gerou uma crescente convicção de que o objetivo da humanidade deve ser a unidade. O Manifesto Humanista II diz:
Não temos evidências suficientes para acreditar na existência do sobrenatural. Trata-se de algo insignificante ou irrelevante para a questão da sobrevivência e satisfação da raça humana. Por sermos não-teístas, partimos dos seres humanos, não de Deus, da natureza, não de alguma deidade.[1]
O argumento prossegue:
Não somos capazes de descobrir propósito ou providência divina para a espécie humana... Os humanos são responsáveis pelo que somos hoje e pelo que viermos a ser. Nenhuma deidade irá nos salvar; devemos salvar a nós mesmos.[2]
À luz do pensamento de que a salvação da destruição total depende da própria humanidade, o Manifesto continua:
Repudiamos a divisão da humanidade por razões nacionalistas. Alcançamos um ponto na história da humanidade onde a melhor opção é transcender os limites da soberania nacional e andar em direção à edificação de uma comunidade mundial na qual todos os setores da família humana poderão participar. Por isso, aguardamos pelo desenvolvimento de um sistema de lei e ordem mundial baseado em um governo federal transnacional.[3]
O assassinato de seres humanos parcialmente formados (aborto) já foi legalizado em muitos países.
Finalmente, o documento declara:
O compromisso com toda a humanidade é o maior compromisso de que somos capazes. Ele transcende as fidelidades parciais à Igreja, ao Estado, aos partidos políticos, a classes ou raças, na conquista de uma visão mais ampla da potencialidade humana. Que desafio maior há para a humanidade do que cada pessoa tornar-se, no ideal como também na prática, um cidadão de uma comunidade mundial?[4]
A existência de instituições internacionais, como a Corte Internacional de Justiça e as Nações Unidas, os meios de transporte rápidos, a comunicação instantânea e a internacionalização crescente da economia fazem com que a formação de uma comunidade mundial unificada pareça ser possível. O tremendo aumento da violência, incluindo a ameaça de terrorismo que paira sobre todo o mundo, pode levar a civilização a uma governo mundial unificado em nome da sobrevivência.

A Deificação da Humanidade

A negação da revelação divina da verdade criou uma tendência em deificar-se a humanidade. Thomas J. J. Altizer, um dos teólogos protestantes do movimento “Deus está morto” da década de 60, alegava que, uma vez que a humanidade negou a existência de um Deus pessoal, ela deve alcançar sua auto-transcendência como raça, algo que ele chamava de “deificação do homem”.[5] O erudito católico Pierre Theilhard de Chardin ensinava que o deus que deve ser adorado é aquele que resultará da evolução da raça humana.[6]
Com tais mudanças iniciadas com a negação da revelação divina, Satanás está seduzindo o mundo para que caminhe em direção à unificação da humanidade. Ela ocorrerá quando todos estiverem sob um governo mundial único que condicionará o planeta a aceitar seu líder político máximo, o Anticristo, o qual terá poderes únicos e alegará ser o próprio Deus.(Renald E. Showers - Israel My Glory - http://www.chamada.com.br)
Notas:
  1. Humanist Manifesto II, American Humanist Association [www.americanhumanist.org/about/manifesto2.html].
  2. Idem.
  3. Ibidem.
  4. Ibidem.
  5. John Charles Cooper, The Roots of The Radical Theology, Westminster, Philadelphia, 1967, p. 148.
  6. Idem.

Publicado anteriormente na revista Chamada da Meia-Noite, agosto de 2002.

Revista mensal que trata de vida cristã, defesa da fé, profecias, acontecimentos mundiais e muito mais. Veja como a Bíblia descreveu no passado o mundo em que vivemos hoje, e o de amanhã também. 

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Bons Hábitos.

A Bênção Dos Bons Hábitos

E, saindo, foi, como de costume, para o monte das Oliveiras; e os discípulos o acompanharam. Chegando ao lugar escolhido, Jesus lhes disse: Orai, para que não entreis em tentação. Ele, por sua vez, se afastou, cerca de um tiro de pedra, e, de joelhos, orava, dizendo: Pai, se queres, passa de mim este cálice; contudo, não se faça a minha vontade, e sim a tua” (Lc 22.39-42).
Em uma época na qual o valor da disciplina espiritual não está em alta entre os cristãos, pode ser encorajador e útil pensar sobre o que a Bíblia e também o exemplo de Jesus nos têm a dizer sobre isso.
É interessante que exista uma mudança de pensamento na atualidade, acima de tudo na pedagogia. Não poucos educadores e professores, por necessidade, fazem a si mesmos a pergunta se os métodos das últimas décadas de lecionar e educar de forma bem-sucedida, com o mínimo de pressão e exigências, realmente se mostraram confiáveis.
O fato é que as crianças e os jovens de gerações passadas não apenas aprenderam muito mais em um espaço de tempo menor, mas, no geral, também eram mais ativos e alegres do que nossos atuais jovens, do tipo “Tô nem aí!”.
Em 2006, foi lançado o livro “Elogio à disciplina – uma polêmica”, do conhecido pedagogo e teólogo Bernhard Bueb. O livro encontrou grande atenção, aprovação e aceitação, mas também rejeição. Isso é um indício de que está ocorrendo uma mudança de pensamento. Ultimamente, também na política está sendo dada mais ênfase na importância da moral, de valores e de virtudes cristãs.
Tanto mais surpreendente é o fato de que, no meio evangélico, percebe-se uma tendência contrária. Pregadores e autores conhecidos e influentes não se cansam de enfatizar que é inútil ou até mesmo prejudicial ler a Bíblia ou orar quando não se tem o desejo de fazê-lo.
Alguns testemunhos, em certas revistas e livros evangélicos, parecem dar a impressão de que quase todas as doenças e aberrações intelectuais ou espirituais remetem ao fato de que os autores, quando crianças, foram submetidas à suposta pressão nociva de uma educação ou de um ambiente cristão conseqüente.
Não poucos educadores e professores fazem a si mesmos a pergunta se os métodos das últimas décadas de lecionar e educar de forma bem-sucedida, com o mínimo de pressão e exigências, realmente se mostraram confiáveis.
Ora, é indiscutível que uma educação aplicada pelos pais que seja severa, sem afeto e marcada por legalismo, na qual eles mesmos não vivem o que pedem de seus filhos, pode causar danos devastadores. Também existem muitas provas disso.
Alguns dos conhecidos ateus, nihilistas e que têm ódio de Deus vêm de lares devotos. O que viram e escutaram ali foi tão repulsivo e hipócrita que eles – enojados disso – juraram a si mesmos que não queriam ter mais nada a ver com a Bíblia e com o cristianismo.
Lenin, por exemplo, tinha 15 anos quando seu pai – membro devoto da igreja ortodoxa russa – recebeu a visita de um clérigo. Como freqüentador assíduo dos cultos, a atitude de seu filho o afligia, pois este não queria mais freqüentar os cultos com regularidade. Quando seu pai pediu conselho ao clérigo, este respondeu: “Surrá-lo, deveriam surrá-lo!”
Ambos não imaginavam que o filho estava no quarto ao lado, ouvia com atenção atrás da porta e escutava estes “conselhos”. Cheio de indignação, o jovem Wladimir Iljitsch arrancou o crucifixo que até então carregava pendurado no pescoço. Desta religião ele estava farto. Nunca mais ele queria escutar nada dela. A partir de então igreja e religião eram, para ele, apenas um “meio dos governantes de oprimir as classes inferiores”.[1]
Por outro lado, naturalmente, se espera em muitas outras áreas como, por exemplo, esportistas e artistas, que as pessoas vivam de forma bem disciplinada a fim de terem rendimento máximo.
Todos são compreensivos quando o técnico de futebol “carrasco”, conhecido por sua disciplina, impõe uma multa pesada ou um treinamento adicional a seus jogadores profissionais quando eles não comparecem pontualmente ao treinamento ou quando são desrespeitosos.
Torcedores fanáticos – muitas vezes eles mesmos acima do peso – reivindicam ruidosamente que seus astros dêem tudo de si no gramado a fim de pelo menos obterem uma vitória para seu time: “Queremos ver vocês suando!”
Quando, porém, um dos jogadores fica acima do peso, seja qual for o motivo, ele precisa aprender a conviver com apelidos depreciativos.
Disciplina e vencer a preguiça reiteradamente, assim, fazem parte da virtude de um esportista.
Quando jovens talentosos treinam diariamente algumas horas no piano ou machucam seus dedos em um instrumento de cordas, admiramos sua energia e os encorajamos a cobrarem bastante de si mesmos.
Quase ninguém se irrita quando pessoas atenciosas com sua saúde visitam semanalmente uma academia a fim de, no suor de seu rosto, perderem alguns quilos desnecessários e sacrificam tanto dinheiro quanto tempo para terem uma boa aparência, ao menos na frente do espelho.
Disciplina e vencer a preguiça reiteradamente fazem parte da virtude de um esportista.
No entanto, quando alguém se atreve, de forma apaixonada, a tomar posição em favor da disciplina espiritual entre cristãos convertidos e encorajar as pessoas a aceitarem normas neotestamentárias para o discipulado como “padrão a ser seguido”, essa pessoa tem que contar com as impetuosas acusações de que está exercendo pressão prejudicial e favorecendo “neuroses” religiosas ou eclesiásticas.

O que podemos aprender da Bíblia e do exemplo de nosso Senhor nessa questão discutível, mas importante?

1. Nosso Senhor tinha hábitos constantes!

O fato de que justamente o evangelista Lucas demonstra certos hábitos da vida de Jesus, foi para mim uma descoberta interessante:
Primeiramente, lemos em Lucas 2.42 que os pais de Jesus, “segundo o costume da festa”, viajavam para Jerusalém todos os anos a fim de festejar o Pessach (“Páscoa” em hebraico, n.trad.). Jesus, com seus doze anos, evidentemente participava disso. Ele cresceu em um lar no qual ordenanças bíblicas conduziam a bons hábitos e, finalmente, se tornavam uma boa tradição familiar.
Dois capítulos adiante, lemos que Jesus, com 30 anos de idade, chegou em Sua cidade Nazaré e “entrou, num sábado, na sinagoga, segundo o seu costume” (Lc 4.16).
Como homem adulto, Ele considerava ser natural ir aos sábados para a sinagoga a fim de escutar a Palavra de Deus. Seus pais Lhe deram exemplo disso e, em sua juventude, Jesus praticou isso como um bom hábito.
Mais adiante, é relatado em Lucas 22.39 que ele foi, “como de costume, para o Monte das Oliveiras”. Muitas vezes Jesus procurava este local familiar a fim de passar a noite ali (veja Lc 21.37; Jo 8.1), se reunir com seus discípulos e para orar (Lc 22.41).
Resumindo, constatamos o seguinte:
- Participar da festa da Pessach,
- Ir semanalmente à sinagoga,
- Ir com regularidade ao Monte das Oliveiras a fim de orar...
...eram hábitos incontestáveis na vida de nosso Senhor, os quais Ele praticava como qualquer israelita temente a Deus.
Jesus sabia que o traidor Judas e os soldados, com os servos dos principais sacerdotes, já estavam a caminho para prendê-lO no jardim do Getsêmani. Judas estava bem familiarizado com este lugar (Jo 18.2)! Mas isso não impediu nosso Senhor de, como de costume, procurar este local.

2. O discipulado é inconcebível sem disciplina.

Nosso Senhor não precisava de disciplina ou regulamentações como Homem perfeito, sem pecado. Mesmo assim, Ele é para nós, através de Seu comportamento, um exemplo e um incentivo para praticar exercícios espirituais essenciais para a vida, a fim de que se tornem pilares incontestáveis de discipulado verdadeiro em nossa vida.
Quando descrevermos alguns exemplos de pessoas de oração da Bíblia e da história da Igreja no próximo capítulo, queremos ter em mente as palavras de Jonathan Edwards, escritas na introdução ao diário do missionário entre os índios David Brainerd, cuja vida de oração realmente foi excepcionalmente intensa:
O exemplo de Jesus Cristo é o único que já existiu, na natureza humana, totalmente perfeito; o que, portanto, é um critério para testar todos os outros exemplos. As disposições, as atitudes e as práticas de outros devem ser recomendadas e seguidas na medida que foram seguidoras de Cristo”.[2]
(Wolfgang Bühne - http://www.chamada.com.br)

Notas

  1. Siehe: G. Mai, Lenin – die pervertierte Moral [Lenin – A Moral Pervertida] (Berneck: Schwengeler, 1988), p.12.
  2. Jonathan Edwards, “A vida de David Brainerd entre os índios”. S. José dos Campos: Ed Fiel. 2ª ed. 2005, p.6.
Wolfgang Bühne – cresceu espiritualmente na Igreja dos Irmãos. Trabalhou mais de vinte e cinco anos entre os jovens. Envolvido intensamente no ministério da literatura, é autor de vários livros de caráter evangelístico e apologético. É casado, pai de sete filhos.

Extraído do livro A Oração na Vida de Jesus

Se há algo que pode motivar-nos a orar, certamente são os relatos sobre a oração na vida de Jesus.