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terça-feira, 30 de junho de 2015

Quem São os Espíritos?


M. Martins
Allan Kardec, o codificador do espiritismo moderno, viu-se obrigado a reconhecer um grande problema para sua doutrina: "A identidade constitui uma das grandes dificuldades do espiritismo prático, sendo muitas vezes impossível verificá-la, sobretudo quando se trata de Espíritos superiores antigos em relação à nossa época" ("O que É o Espiritismo", 36ª edição, FEB, p. 183); "A questão da identidade dos espíritos é uma das mais controvertidas, mesmo entre os adeptos do espiritismo; é que, com efeito, os espíritos não nos trazem nenhum documento de identificação e sabe-se com que facilidade alguns dentre eles assumem nomes de empréstimo" ("O Livro dos Médiuns", 2ª edição, OPUS Editora Ltda, p. 461). Outra dificuldade encontrada pelo Kardecismo está na possibilidade de embuste dos espíritos que se manifestam através dos médiuns. Ele disse: "Os médiuns de mais mérito não estão ao abrigo das mistificações dos Espíritos embusteiros; primeiro, porque não há ainda, entre nós, pessoa assaz perfeita, para não ter algum lado fraco, pelo qual dê acesso aos maus espíritos..." ("O que É o Espiritismo", p. 183). Afinal de contas, quem são os espíritos que se manifestam nas sessões mediúnicas? Podemos confiar neles? Serão eles espíritos de pessoas mortas?
Os Mortos não Podem se Comunicar com os Vivos: Segundo a Bíblia, os mortos não mais possuem conhecimento das coisas desta vida e, portanto, não se manifestam aos vivos, aguardando a hora da ressurreição para o juízo: "Tal como a nuvem se desfaz e passa, aquele que desce à sepultura jamais tornará a subir" (Jó 7.9); "Não confieis em príncipes, nem nos filhos dos homens, em quem não há salvação. Sai-lhes o espírito, e eles tornam ao pó; nesse mesmo dia, perecem todos os seus desígnios" (Salmo 146.3-4); "Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tampouco terão eles recompensa, porque a sua memória jaz no esquecimento. (...) Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças, porque no além, para onde tu vais, não há obra, nem projetos, nem conhecimento, nem sabedoria alguma" (Eclesiastes 9.5 e 10); "A sepultura não te pode louvar, nem a morte glorificar-te; não esperam em tua fidelidade os que descem à cova. Os vivos, somente os vivos, esses te louvam como hoje eu o faço..." (Isaías 38.18-19) (veja também Salmo 115.17; Salmo 88.10-13; etc).
Na parábola do rico e de Lázaro (Lucas 16.19-31), Jesus Cristo demonstra essa verdade ao narrar a resposta do patriarca Abraão ao rico que, morto, do Hades, pediu que enviasse Lázaro aos seus irmãos para lhes informar sobre a realidade vindoura aos que recusam a salvação bíblica:"Respondeu Abraão: Eles têm Moisés e os Profetas; ouçam-nos". A expressão "Moisés e os Profetas" representa a Bíblia, a única revelação dada por Deus aos homens; e é ela que nos mostra que Ele proíbe a necromancia ou mediunidade: "Quando alguém se virar para os necromantes e feiticeiros, para se prostituir com eles, eu me voltarei contra ele e o eliminarei do meio do seu povo" (Levítico 20.6); "O homem ou mulher que sejam necromantes ou sejam feiticeiros serão mortos..." (Levítico 20.27). "Não vos voltareis para os necromantes, nem para os adivinhos; não os procureis para serdes contaminados por eles. Eu sou o Senhor, vosso Deus" (Levítico 19.31); "Não se achará entre ti quem ...consulte os mortos; pois todo aquele que faz tal coisa é abominação ao Senhor... porém a ti o Senhor, teu Deus, não permitiu tal coisa" (Deuteronômio 18.10-14). "Assim, morreu Saul por causa da sua transgressão cometida contra o Senhor, por causa da palavra do Senhor, que ele não guardara; e também porque interrogara e consultara uma necromante" (1 Crônicas 10.13).
Então, quem são os espíritos que se manifestam através dos médiuns? A Bíblia nos ensina que todos eles são espíritos enganadores, enviados por Satanás para enganar aos que não desejam receber o Evangelho da salvação: "Sede sóbrios e vigilantes. O diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar" (1 Pedro 5.8). Segundo as Escrituras, Satanás, no seu afã de enganar, se apresenta sempre como um espírito bom: "E não é de admirar, porque o próprio Satanás se transforma em anjo de luz" (2 Coríntios 11.14). Jesus disse dele: "Ele foi homicida desde o princípio e jamais se firmou na verdade, porque nele não há verdade. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira" (João 8.44). O apóstolo Paulo, que recebeu o Evangelho não de homens (vivos ou mortos), mas diretamente por revelação de Jesus Cristo (Gálatas 1.11-12), faz a seguinte advertência: "Mas receio que, assim como a serpente enganou Eva com a sua astúcia, assim também seja corrompida a vossa mente e se aparte da simplicidade e pureza devidas a Cristo. Se, na verdade, vindo alguém, prega outro Jesus que não temos pregado, ou se aceitais espírito diferente que não tendes recebido, ou evangelho diferente que não tendes abraçado, a esse, de boa mente, o tolerais" (2 Coríntios 11.3-4); "Ora, o Espírito afirma expressamente que, nos últimos tempos, alguns apostatarão da fé, por obedecerem a espíritos enganadores e a ensinos de demônios, pela hipocrisia dos que falam mentiras e que têm cauterizada a própria consciência" (1 Timóteo 4.1-2).
O que você deve fazer? Meu amigo, tudo o que se disse aqui é sério, verdadeiro e deve ser levado em conta, para que você também não seja enganado pela serpente, que é Satanás (Apocalipse 12.9). Há somente uma vida e uma única oportunidade para escolher. Fica aqui o convite de Deus para você: "Buscai o SENHOR enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto" (Isaías 55.6).Entregue hoje mesmo sua vida a Cristo, pois somente Ele pode dar a vida eterna. Lembre-se: "Há caminho que ao homem parece direito, mas ao cabo dá em caminhos de morte" (Provérbios 14.12). Só Jesus é o caminho, só nEle podemos confiar plenamente. (M. Martins -http://www.chamada.com.br).

Vencedores ou Vencidos?


William MacDonald
Um dos versículos mais problemáticos em relação à questão da segurança eterna é Apocalipse 3.5:
O vencedor será assim vestido de vestiduras brancas, e de modo nenhum apagarei o seu nome do Livro da Vida; pelo contrário, confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos seus anjos”.
As palavras “de modo nenhum apagarei o seu nome do Livro da Vida” parecem implicar a possibilidade de que aqueles que não vencerem serão apagados. De início isto levanta duas perguntas: “O que é um vencedor?” e “O que é o Livro da Vida?”
A definição básica de um vencedor se encontra em 1 João 5.4-5: ele é aquele que vence o mundo.
Porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé. Quem é que vence o mundo, senão aquele que crê ser Jesus o Filho de Deus?
Nestes versículos, os vencedores são aqueles que nasceram de Deus, que creem que Jesus é o Filho de Deus – em outras palavras, são os cristãos genuínos.
A passagem de 1 João 5.4-5 é às vezes citada para dar sustentação à visão condicional. Não vejo nada aqui que possa substanciar isto, a menos que seus defensores apelem para o tempo presente do verbo “crer” e insistam em que ele quer dizer uma ação contínua. Em outras palavras, o que vence o mundo deve crer e seguir crendo. E necessariamente segue que uma pessoa só é nascida de Deus se persistir em crer.37
De acordo com isto, uma pessoa pode nascer de Deus, depois tornar-se não nascido (uma ideia bizarra), e depois nascer espiritualmente de novo. Aparentemente não há limite para o número de vezes que este ciclo pode se repetir. É como se as Escrituras ensinassem que: “Você deve nascer de novo, e de novo, e de novo”. A Bíblia não fala nada parecido com isto.
O que os versículos ensinam, sim, é que a fé capacita o crente nascido de novo a vencer o mundo ao ver através de seu brilho e seu vazio, ao perceber que ele está em inimizade com Deus e Seu povo e ao temer seus elogios, mas não sua carranca. Ele não espera ser tratado melhor que seu Senhor foi.
Um santo genuíno continua a crer, sim, não como condição para a salvação, mas como característica de sua nova vida. Três vezes o apóstolo João se dirige aos jovens da família de Deus como os que venceram o Diabo (1 Jo 2.13-14; 4.4a). Mas eles não o fizeram baseados em sua própria força, mas pelo poder dAquele que habita neles (1 Jo 4.4b).
Agora nos voltamos para nosso versículo original em Apocalipse. Observe as promessas que são feitas a um vencedor, aqui e em outros lugares no livro: Ele comerá da Árvore da Vida (2.7); não será ferido pela segunda morte (2.11). (Como a segunda morte é o lago de fogo e como apenas os incrédulos serão feridos com a segunda morte (Ap 20.14), todo vencedor é um verdadeiro filho de Deus.) Ele comerá do maná escondido (2.17); receberá poder sobre as nações (2.26); será vestido com vestiduras brancas (3.5a); será coluna no templo de Deus (3.12); sentar-se-á com Cristo em Seu trono (3.21); herdará todas as coisas, Deus será seu Pai e ele será filho de Deus (21.7)
Tomando todas essas passagens juntas, aprendemos não apenas que todos os vencedores são crentes, como também que todos os crentes são vistos como vencedores.
John MacArthur explica:
“Aquele que venceu” e expressões paralelas são comuns nos escritos de João. O apóstolo João tranquilamente usa “vencedor” como sinônimo para crente. Por sua definição, todos os cristãos são finalmente “vencedores”. ...Portanto, não existe algo como um crente que não é um vencedor, neste sentido”.[1]
Agora vamos considerar o Livro da Vida. Os nomes dos companheiros de Paulo estão no Livro da Vida (Fp 4.3). Os nomes dos que adoram a besta vinda do mar não têm seus nomes no Livro da Vida do Cordeiro (Ap 13.8). Os que não estão registrados no Livro da Vida são jogados no lago de fogo (Ap 20.15). Apenas aqueles cujos nomes estão escritos no Livro da Vida do Cordeiro entrarão na Nova Jerusalém (Ap 21.27).
Verificando tudo isso junto, fica claro que o Livro da Vida é um registro de todos os redimidos. (Em algumas versões da Bíblia, o Livro da Vida é mencionado em Apocalipse 22.19, mas os manuscritos mais autênticos usam “Árvore da Vida” nesse versículo.)
Então, agora voltamos ao problema básico: O Senhor diz, em Apocalipse 3.5, que Ele não apagará do Livro da Vida os nomes dos vencedores. Será que isto não implica que os nomes de alguns crentes poderiam ser apagados?
Primeiramente, não devemos construir uma doutrina baseados naquilo que poderia estar implícito. É melhor usarmos as afirmações diretas.
Depois, deveríamos saber que o oposto de uma afirmação nem sempre está implícito ou é verdadeiro. Por exemplo, eu poderia dizer: “Se eu estou em Jerusalém, então sei que estou em Israel”. O oposto seria: “Se eu não estou em Jerusalém, então sei que não estou em Israel”. Isso não é verdade. Você poderia estar em Haifa ou em Tel Aviv.
Na verdade, a promessa do Senhor de que Ele não apagaria os nomes dos crentes é uma promessa sobre a segurança eterna deles. Se Ele não lhes apagar o nome, então eles permanecem no Livro da Vida. Em vez de tomarmos Suas palavras para implicar uma possibilidade agourenta, é melhor que as tomemos como um enunciado positivo sobre o que Ele não irá fazer.
Eles, pois, o venceram por causa do sangue do Cordeiro e por causa da palavra do testemunho que deram e, mesmo em face da morte, não amaram a própria vida” (Ap 12.11).
Isto descreve os santos do Período da Tribulação, que haviam sido ameaçados de morte se não negassem sua fé. Eles haviam vencido o Diabo pelo sangue do Cordeiro. O sangue vertido de Cristo satisfez todas as acusações que Satanás poderia trazer contra eles. E eles haviam vencido pela palavra de seu testemunho. Eles não retirariam sua confissão de Cristo, nem que isso significasse morrerem como mártires. Eles “não amaram a própria vida”. É difícil entender como este versículo apoia a salvação condicional e, mesmo assim, ele ainda é às vezes usado para tal propósito.
Apocalipse 17.14 contém a palavra vencer, mas desta vez ela se refere ao Senhor:
Pelejarão eles contra o Cordeiro, e o Cordeiro os vencerá, pois é o Senhor dos senhores e o Rei dos reis; vencerão também os chamados, eleitos e fiéis que se acham com ele”.
Este versículo antecipa Apocalipse 19.19-21. No segundo advento de Cristo, os dez reis mencionados em Apocalipse 17.12-13 tentarão impedir o Cordeiro de assumir o domínio mundial. Unido com os exércitos celestiais de todos os redimidos, Ele os vencerá (Ap 17.14). As palavras chamadoseleitos e fiéis só podem ser aplicadas aos santos. Aqui eles são os santos que vieram do céu com o Cordeiro (Ap 19.14, 21b). Logo, não existe nenhuma chance de que eles percam a salvação se não forem fiéis.
Vamos considerar mais uma passagem que fala sobre vencer:
7 O vencedor herdará estas coisas, e eu lhe serei Deus, e ele me será filho. 8 Quanto, porém, aos covardes, aos incrédulos, aos abomináveis, aos assassinos, aos impuros, aos feiticeiros, aos idólatras e a todos os mentirosos, a parte que lhes cabe será no lago que arde com fogo e enxofre, a saber, a segunda morte (Ap 21.7-8).
Existem apenas duas classes: os salvos e os perdidos. O versículo 7 descreve os salvos. Todo o restante (v. 8) são os perdidos. Não somos salvos por vencermos. Vencemos porque somos salvos. Aquele que vence herda todas as coisas: a vida eterna está incluída em todas as coisas. Deus tornou-se nosso Pai e nós nos tornamos Seus filhos e filhas quando confiamos em Cristo. Mas as palavras “Serei vosso Pai, e vós sereis para mim filhos e filhas”, descrevem uma intimidade maior de relacionamento.

Nota

  1. John F. MacArthur, The Glory of Heaven [A Glória do Céu]. Wheaton, Il.: Crossway Books, 1996, pp; 99-100.
William MacDonald (7/1/1917 – 25/12/2007) viveu na California–EUA, onde desenvolveu seu ministério. Sua ênfase era de ressaltar com clareza e objetividade os ensinamentos bíblicos para a vida cristã, tanto nas suas pregações como através de mais de oitenta livros que escreveu.
As opiniões expressas nos artigos assinados são de responsabilidade dos seus autores.

quinta-feira, 25 de junho de 2015

Fracos Modelos de Cristo


Cada crente deve representar o Senhor Jesus aqui na Terra, devendo ser uma cópia do Salvador e mostrar Cristo ao mundo. Essa é uma tremenda responsabilidade.
Nós somos membros do corpo de Cristo. O corpo é o veículo através do qual uma pessoa se exprime. O corpo de Cristo, a Igreja, é o veículo pelo qual Ele deseja revelar-Se ao mundo.
Assim, uma questão é levantada a cada um de nós: “Que tipo de imagem de Cristo ofereço ao mundo?” E devemos perguntar a nós mesmos:
Se a única visão que têm de Cristo
É o que vêem dEle em ti,
Minha alma, o que vêem eles?
Deus tem um sobrenome. Ele foi chamado o Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó.
Alguém explicou: Deus tem um sobrenome. Ele foi chamado o Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó. Ele não se sentia envergonhado de ser o Deus destes homens (Hb 11.16b)Como é que Deus se sentiria se tivesse o meu nome como o Seu sobrenome?
Charles Swindoll disse:
Quer queiramos quer não, o mundo observa-nos com a atenção de uma gaivota que espreita um camarão em águas pouco profundas. O crente... está sob vigilância constante. Este é o nosso problema ocupacional número um. E quando falamos do nosso Salvador e da vida que Ele nos oferece, tudo o que dizemos é filtrado através daquilo que os outros observam em nós.

Ferido em casa dos seus amigos

O triste fato é que Cristo tem sofrido bastante devido às vidas daqueles que professam ser Seus discípulos. Ele tem sido ferido até na “casa dos Seus amigos.”
James Spink disse:
A causa do Cristianismo tem sido mais prejudicada pelo seus seguidores do que pelos seus oponentes, porque o mundo compara freqüentemente a profissão de fé de um cristão com a prática da mesma. Dizem, com uma certa razão, que se o Cristianismo é aquilo que nós defendemos ser, então as nossas vidas deveriam ser diferentes.
Hudson Taylor concordou:
A incongruência dos cristãos, que ao professarem que crêem na sua Bíblia mas se sentem felizes em viver como se tal Livro não existisse, tem sido um dos maiores argumentos para a discussão dos meus companheiros mais céticos.
Não é difícil encontrar ilustrações para a forma como o Senhor é freqüentemente tão mal representado. Recentemente, vi uma camionete com dois adesivos no pára-choque traseiro. Um dizia: “Eu amo Jesus”. No outro podia ler-se: “Se bates no meu carro, acabo contigo”. Aparentemente o dono do carro não podia ver a contradição gritante dos dois sentimentos.
Por exemplo, George Duncan conta a seguinte história do mundo dos negócios: Um negociante... tinha participado de um programa cristão de rádio na noite anterior, e uma das suas funcionárias o tinha ouvido. Na manhã seguinte, ele estava de muito mau humor, as coisas não estavam correndo bem, e a funcionária acabou sendo vítima do mau humor do patrão. Ao sair do escritório ela comentou com uma colega que entrava: “Está certo... Venham a Jesus no domingo à noite e vão para o Diabo na segunda-feira de manhã.”
Quando um homem de negócios cristão não cumpriu o que havia prometido, um concorrente perguntou-lhe: “A que igreja você pertence?” Ele respondeu: “A minha igreja não tem nada a ver com esse assunto. Isso é negócio”. Pode ter levado vinte anos dando um bom testemunho, mas destruiu-o em vinte segundos.
Quando um famoso ator ou atriz relata que “nasceu de novo”, a notícia é transmitida por todos os meios de comunicação disponíveis. Mas, da mesma forma, também são transmitidas as notícias de que ele, ou ela, não abandonaram completamente o seu modo de vida anterior, quando aparecem num filme de baixo nível, tornando evidente que Cristo não fez diferença na sua vida.
E os “músicos cristãos” com a sua atuação teatral, sugestiva linguagem corporal, letras muito duvidosas e música que imita a do mundo: Será isto Cristianismo? Ou será uma paródia, uma imitação ridícula?
Um criminoso declarou ter-se convertido numa grande campanha evangelística. A notícia espalhou-se imediatamente, mas ele continuou com as suas atividades criminosas, contatando com o sub-mundo do crime. Quando alguém o confrontou com essa caricatura de Cristianismo, ele disse: “Nunca me foi dito que por dizer sim a Jesus, eu tinha de voltar as costas à minha vida anterior. Não entendo, há jogadores de futebol cristãos, há “cowboys” cristãos, há políticos cristãos. Por que não pode haver um criminoso cristão?” Desde ali ele abandonou o Cristianismo.
Depois, temos as personalidades cristãs da televisão, de roupas caras, cabelos perfeitos, cobertas de jóias, pintadas como Jezabel. É desta maneira que Jesus é apresentado, tão diferente do meu amigo pobre de Nazaré.

Um negócio rendoso

Não convém, também, esquecer alguns pregadores de rádio ou de televisão, que levam a vida angariando dinheiro e vivem em casas suntuosas, viajam em automóveis e aviões caríssimos. Nunca demora muito para que um repórter exponha todo o jogo tal como é, e que o Cristianismo fique, de novo, prejudicado.
Foi noticiado que um dos pregadores favoritos da América vivia numa mansão de muitas salas, remodelada como o Palácio de Versalhes, com fabulosos jardins, estábulos e lagos. Outro comprou uma mansão de meio milhão de dólares em Los Angeles, a que a sua esposa se referiu como sendo um cantinho para fugir à rotina. Um Rolls Royce também foi adicionado à sua frota de Mercedes e Jaguars.
O mundo evangélico realmente está necessitando de uma limpeza profunda.
É constrangedor verificar o número de líderes cristãos que, ao atingirem os pináculos do poder cristão, acabaram nas manchetes dos escândalos sexuais. Alguns desapareceram com as secretárias particulares e divorciaram-se das suas esposas. Quantas mulheres cristãs, bem conceituadas, deixaram seu lar e marido para viver com outro homem? O mundo evangélico realmente está necessitando de uma limpeza profunda.
Quantas vezes Cristo é difamado por “políticos cristãos” de linguagem vulgar, compromissos duvidosos, associações obscuras? É incalculável a desonra causada ao nome de Jesus.
Talvez se devesse mencionar também os prisioneiros famosos que proclamam ter sido salvos. Através de uma forte representação dos crentes, um juiz duvidoso e relutante concorda em libertá-los. Algumas organizações cristãs aproveitam-se deles colocando-os como pregadores itinerantes (para arranjar mais fundos financeiros para a organização). Pouco tempo depois estes homens caem novamente na criminalidade e são detidos. Estudantes cristãos que colam nos exames, donas de casa que discutem com os vizinhos, pessoas que são mal-educadas e impacientes desonram a Palavra de Deus. Todo o comportamento que não reflita o caráter de Cristo fará com que os seus inimigos se manifestem e blasfemem. Todo o mau exemplo fará os descrentes dizerem: “Aquilo que tu és fala tão alto que abafa o que dizes”. Foi este tipo de conduta que levou John MacArthur a dizer: “Penso que Jesus tinha muito mais classe que muitos dos seus representantes”.
Uma vez, um soldado apresentou-se a Alexandre o Grande por ter desobedecido a ordens:
- “Como te chamas?” perguntou Alexandre.
- “Alexandre,” respondeu o soldado com acanhamento.
- “Alexandre? Ou mudas de nome ou de comportamento!” ordenou o grande chefe militar.
Aqueles, dentre nós, que defendem o título de cristão, têm obrigação de agir em conformidade com ele. “É contraditório alguém dizer que crê, e agir como se não cresse.” (H.G.Bosh).
Certa vez, em conversa com Mahatma Gandhi, E.Stanley Jones disse:
“Estou ansioso por ver o Cristianismo naturalizado na Índia, para que não seja mais uma coisa estrangeira identificada com um povo estrangeiro e um governo estrangeiro, mas para que faça parte da vida nacional da Índia e que o seu poder contribua para o crescimento e redenção deste país. O que é que sugere que façamos para que isso se concretize?” Gandhi pensativa e gravemente respondeu: “Eu sugeria... que todos vocês, cristãos... começassem a viver mais à semelhança de Jesus Cristo. Em seguida, sugeria que praticassem a vossa religião sem a adulterar ou depreciar. Por último, sugeria que dessem mais valor ao amor, porque o amor é o centro e a alma do Cristianismo”.
Atribui-se a Gandhi ter dito: “Eu teria sido um cristão se não fossem os cristãos.”
Brian Goodwin conta-nos sobre um jovem chinês que fora educado por um missionário numa escola cristã. Ele admirava o seu professor e, anos depois, ao saber que este tinha voltado à cidade, tentou entrar em contato com ele no hotel onde o professor se encontrava hospedado. No entanto, recusaram-se a anunciá-lo ao missionário e expulsaram-no do hotel. “Então é assim que os cristãos agem,” murmurou o jovem ao afastar-se. Todos os anos de cuidado e atenção que tinha recebido do seu professor missionário foram anulados por aquela grande humilhação. O nome deste jovem era Mao Tse-tung.
Bem, estas foram as más notícias. Graças a Deus que a história não acaba aqui.  (William MacDonald — http://www.chamada.com.br)
William MacDonald

William MacDonald (7/1/1917 – 25/12/2007) viveu na California–EUA, onde desenvolveu seu ministério. Sua ênfase era de ressaltar com clareza e objetividade os ensinamentos bíblicos para a vida cristã, tanto nas suas pregações como através de mais de oitenta livros que escreveu.
As opiniões expressas nos artigos assinados são de responsabilidade dos seus autores.

domingo, 21 de junho de 2015

Pregação expositiva – o antídoto para a adoração anêmica


Cristãos evangélicos tem estado especialmente atentos à questão da adoração nos anos recentes, reacendendo pensamentos e conversas a respeito do que realmente é adoração e como deve ser feita. Mesmo que esse interesse renovado tenha, infelizmente, resultado em muitos conflitos em algumas igrejas, é possível que aquilo que A. W. Tozer uma vez chamou de “a joia perdida” da adoração evangélica está sendo recuperada.
Entretanto, se a maioria dos evangélicos rapidamente concorda que a adoração é o centro da vida da igreja, não consenso para responder uma questão inescapável: o que é central na adoração cristã? Historicamente, igrejas mais litúrgicas afirmam que os sacramentos formam o cerne da adoração cristã. Essas igrejas argumentam que os elementos da Ceia do Senhor e a água do batismo são a forma mais poderosa de apresentar o evangelho. Entre os evangelicais, alguns apontam para o evangelismo como o cerne da adoração, planejando cada faceta do culto – músicas, orações, o sermão – com o apelo evangelístico em mente.
Por mais que muitos evangélicos mencionem a pregação da palavra como necessária ou parte comum da adoração, o modelo de adoração que prevalece nas igrejas evangélicas é, cada vez mais, definido pela música, juntamente com inovações como apresentações teatrais e audiovisuais. Quando a pregação da palavra recua, um sem número de inovações de entretenimento tomam seu lugar.
Normas tradicionais de adoração agora estão subordinadas à uma demanda por relevância e criatividade. Uma cultura visual orientada à mídia substituiu a cultura orientada à palavra que serviu de berço para as igrejas reformadas. De certa forma, a cultura orientada à imagens do evangelicalismo moderno é uma aceitação das mesmas práticas que foram rejeitadas pelos reformadores em sua busca por uma adoração verdadeiramente bíblica.
A música preenche a maior parte do espaço na adoração evangélica, e muito dessa música vem na forma de corinhos contemporâneos marcados por pouquíssimo conteúdo teológico. E além da popularidade do corinho como forma musical, muitas igrejas evangélicas parecem intensamente preocupadas em replicar a qualidade dos estúdios em suas apresentações musicais.
Em termos de estilo musical, as igrejas mais tradicionais apresentam grandes corais – muitas vezes com orquestras – e podem até cantar os hinos mais estabelecidos da fé. A contribuição dos corais é muitas vezes massiva em sua escala e profissional em sua qualidade. Em qualquer evento, a música preenche o espaço e conduz a energia do culto de adoração. Planejamento intenso, investimento financeiro e preparação prioritária são direcionados para a dimensão musical da adoração. Equipes profissionais e um exército de voluntários gastam muito de suas semanas em ensaios e práticas de grupo.
Tudo isso não passa despercebido à congregação. Alguns cristãos consumem igrejas que oferecem o estilo de adoração e experiências que se encaixa em suas expectativas. Em muitas comunidades, as igrejas são conhecidas por seu estilo de adoração e seus eventos musicais. Aqueles insatisfeitos com o que encontram em uma igreja podem rapidamente se mudar para outra, às vezes usando a linguagem da auto-expressão para explicar que a nova igreja “atente nossas necessidades” ou “nos permite adorar com liberdade”.
Uma preocupação com adoração verdadeiramente bíblica estava no cerne da Reforma. Mas mesmo Martinho Lutero, que compôs hinos e considerava obrigatório que os pregadores fossem musicalmente treinados, não reconheceria essa preocupação moderna com música como legítima ou saudável. Por quê? Porque os reformadores estavam convencidos que o centro da verdadeira adoração bíblica era a pregação da palavra de Deus.
Graças a Deus pelo evangelismo ser parte da adoração cristã. Confrontados pela apresentação do evangelho e pela pregação da palavra, pecadores são atraídos à fé em Jesus Cristo e a oferta da salvação é apresentada a todos. De forma semelhante, a Ceia do Senhor e o batismo são honrados enquanto ordenanças dos mandamentos do Senhor, e ambos tem seu lugar na verdadeira adoração.
Além disso, a música é um dos mais preciosos dons de Deus para seu povo, e é uma linguagem pela qual podemos adorar Deus em espírito e em verdade. Os hinos da fé trazem riqueza confessional e conteúdo teológico, e muitas canções modernas recuperam um senso de doxologia outrora perdido em muitas igrejas evangélicas. Mas a música não é o ato central da adoração cristã, nem o evangelismo e nem mesmo os sacramentos. O cerne da adoração cristã é a pregação autêntica da palavra de Deus.
Pregação expositiva é central, irredutível e inegociável para a missão bíblica de adoração autêntica que agrada a Deus. A simples declaração de John Stott afirma a questão de forma ousada: “Pregação é indispensável ao Cristianismo”. Mais especificamente, a pregação é indispensável à adoração cristã – e não apenas indispensável, mas central.
A centralidade da pregação é o tema de ambos os testamentos da Escritura. Em Neemias 8, vemos o povo exigindo que Esdras, o escriba, traga o livro da lei à assembleia. Esdras e seus pares se colocaram em uma plataforma elevada e leram do livro. Quando ele abria o livro para ler, a assembleia se colocava de pé em honra a palavra de Deus e respondia “Amém, amém!”.
De forma interessante, o texto explica que Esdras que aqueles que o auxiliavam “leram no livro, na Lei de Deus, claramente, dando explicações, de maneira que entendessem o que se lia” (Neemias 8.8). Esse texto notável apresenta um retrato da pregação expositiva. Uma vez que o texto era lido, ele era cuidadosamente explicado para a congregação. Esdras não promoveu uma apresentação ou orquestrou um espetáculo – ele simples e cuidadosamente proclamou a palavra de Deus.
Esse texto é uma séria acusação contra grande parte do cristianismo contemporâneo. De acordo com esse texto, a demanda pela pregação bíblica emergiu dos corações do povo. Eles se reuniram como uma congregação e invocaram o pregador. Isso reflete uma intensa fome e sede da pregação da palavra de Deus. Onde está evidente esse desejo em meio aos evangélicos de hoje?
A Bíblia está quase calada em igrejas além da conta. A leitura pública da Escritura foi abandonada em muitos cultos, e o sermão tem sido ofuscado, reduzido a uma breve devocional ao fim da música. Muitos pregadores aceitam isso como uma concessão necessária à era do entretenimento. Alguns conseguem inserir uma breve mensagem de encorajamento ou exortação antes da conclusão do culto.
Como Michael Green colocou, “essa é a era do sermãozinho, e sermãozinhos geram cristãozinhos”.
A anemia da adoração evangélica – à parte de toda a música e energia – é diretamente atribuível à ausência da pregação expositiva genuína. Tal pregação deveria confrontar a congregação com nada menos que a viva e ativa palavra de Deus. E essa confrontação vai moldar a congregação, conforme o Espírito Santo acompanha a palavra, abre os olhos e aplica essa palavra aos corações humanos.
POR ALBERT MOHLER JR. 
Traduzido por Filipe Schulz | Reforma21.org | Original aqui
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sábado, 13 de junho de 2015

"Existe algo como a verdade absoluta/verdade universal?"



Para entender se existe algo como verdade absoluta/verdade universal, vamos primeiro definir o que é a verdade. A verdade é definida pelo dicionário como “conformidade a um fato ou realidade; uma declaração provada como ou aceita como verdadeira; realidade”. Algumas pessoas diriam hoje em dia que não há uma verdadeira realidade, apenas percepções e opiniões. Por outro lado, outros argumentariam que deve haver uma realidade ou verdade absoluta. Portanto, ao considerarmos a questão quanto a haver ou não algo como a verdade absoluta, nós vemos dois pontos de vista exatamente opostos.

Um ponto de vista diz que não existem absolutos que definam a realidade. Aqueles que têm tal posição acreditam que tudo é relativo, e que, portanto não há uma realidade verdadeira. Por causa disso, não há nenhuma autoridade para decidir se uma ação é positiva ou negativa, certa ou errada. Este ponto de vista é simplesmente a “ética situacional” na sua forma mais ampla. Não há certo ou errado, portanto o que quer que pareça certo em certo momento, certo será. É claro que este tipo de “ética situacional” leva a uma mentalidade e um estilo de vida do tipo “vamos fazer tudo o que parece bom”, que tem um efeito devastador na sociedade e nos indivíduos.

O outro ponto de vista acredita que existem realidades absolutas ou padrões que definem o que é verdadeiro e o que não é. Portanto, ações podem ser julgadas certas ou erradas de acordo com a sua medida em relação a esses padrões absolutos. Você pode imaginar o caos que seria se não houvesse absolutos, se não houvesse realidade? Tome a lei da gravidade como exemplo. Se ela não fosse um absoluto, em um momento você daria um passo para frente e poderia acabar a muitos quilômetros do chão, e no instante seguinte você talvez não conseguisse mover o seu corpo de jeito nenhum. Ou pense na confusão que seria se os números não mais tivessem valores absolutos. Por exemplo, 2 +2 não seria mais igual a 4. Se não houvesse verdades absolutas, o mundo estaria em caos. Não haveria leis da ciência, leis da física, tudo seria sem sentido e não existiriam padrões de medida, nem certo e errado. Que confusão isso seria, mas ainda bem que a verdade absoluta existe, e ela pode ser encontrada e entendida.

O próprio pensamento de alguém alegar que não existe verdade absoluta é totalmente ilógico. Mesmo assim, diversas pessoas hoje em dia estão abraçando um relativismo cultural que no seu cerne nega qualquer tipo de verdade absoluta. Uma boa pergunta para as pessoas que dizem “não existe verdade absoluta” é: “Você está absolutamente certo disso?” É totalmente ilógico fazer tal alegação, pois é uma alegação absoluta que em si própria nega qualquer absoluto. Ela está, em essência, dizendo que o próprio fato de não haver verdade absoluta é a única verdade absoluta.

Há diversos problemas lógicos que se deve superar para aceitar ou acreditar que não existem verdades absolutas/verdades universais. O primeiro problema é o da autocontradição. Isto pode ser visto na questão exposta acima e no fato de que aqueles que insistem que não existem absolutos estão na verdade acreditando em um absoluto. Eles estão absolutamente certos de que não existe nada absoluto. Este tipo de filosofia é tanto autoderrotista quanto autocontraditória. A afirmação de que não existem absolutos está em si própria contradizendo o que eles dizem acreditar!

O segundo problema com a negação da verdade absoluta/verdade universal é o fato de que todos os seres humanos possuem conhecimento limitado. Como seres humanos com uma mente limitada e finita, nós não podemos logicamente fazer declarações negativas absolutas. Por exemplo, uma pessoa não pode dizer logicamente “Não há Deus” (apesar de muitos o fazerem), porque para dizer isso ela deveria ter conhecimento absoluto sobre o universo inteiro do início ao fim. Quando as pessoas dizem não haver Deus ou não haver verdade absoluta (o que em essência é realmente a mesma coisa), o máximo que elas podem dizer racional e logicamente é “Com o conhecimento limitado que eu tenho, eu não acredito que exista um Deus”, ou “Com o conhecimento limitado que eu tenho, eu não acredito que exista qualquer coisa que seja absolutamente verdadeira”.

O terceiro problema com a negação da verdade absoluta/verdade universal é o fato de que ela falha ao se associar com o que nós sabemos ser verdadeiro nas nossas próprias consciências, nossas próprias experiências, e com o que nós vemos no “mundo real”. Se não existe tal coisa como a verdade absoluta, então não existe nada certo ou errado sobre qualquer coisa. O que pode ser “certo para você” pode não ser “certo para mim”. Apesar de superficialmente esse tipo de relativismo parecer muito apelativo, se ele for levado à sua conclusão lógica, ele logo se prova desastroso. Considere apenas por um momento se realmente não houvesse verdade absoluta e se tudo fosse realmente relativo (sem padrões de qualquer tipo). Em essência, o que aconteceria é que todo mundo estabeleceria as suas próprias regras segundo as quais viver e faria o que achasse certo. Isso causa problemas, pois o conceito de certo de uma pessoa logo entraria em conflito com o de outra. Por exemplo, e se fosse “certo para mim” ignorar os semáforos no trânsito, mesmo quando eles estão vermelhos? Dessa forma eu estaria pondo a vida de outros em risco. Ou então, eu poderia pensar que é certo roubar de você, mas você pensaria que não é certo. Da mesma forma, uma pessoa poderia decidir que matar outras pessoas é certo e portanto ela poderia tentar matar todo mundo que estivesse à vista.

Se não existem padrões absolutos, verdades absolutas e se todas as coisas fossem relativas, então matar todo mundo é tão certo quanto não matar ninguém. Roubar é tão certo quanto não roubar. Crueldade é igual à não-crueldade. Note a que resultados desastrosos a negação da verdade absoluta pode levar. Afinal, se não existe algo como a verdade absoluta, então ninguém pode dizer “você deveria fazer isso” ou “você não deveria fazer aquilo”. Se não existe verdade absoluta, então nem o governo poderia impor regras para a sociedade. Você pode ver o problema que isso causa? Caos total, pois cada um faz o que é certo do seu ponto de vista. Se não existe verdade absoluta, nenhum padrão de certo ou errado ao qual todos estamos sujeitos, então nós nunca podemos ter certeza de nada. As pessoas seriam livres para fazer o que quisessem – assassinar, estuprar, mentir, trapacear, etc. e ninguém poderia dizer que tais coisas são erradas. Não haveria governo, nem leis, nem justiça, porque ninguém poderia dizer que a maioria das pessoas tem o direito de definir e impor padrões sobre a minoria. Um mundo sem absolutos seria o mais horrível mundo imaginável.

Hoje em dia nós frequentemente ouvimos frases como “isso pode ser verdade para você, mas não é verdade para mim”. Para aqueles que acreditam que não exista uma verdade absoluta, a verdade é vista como nada mais do que uma preferência ou percepção pessoal e que, portanto, não pode se estender além dos limites pessoais. Por causa disso, não existem respostas finais para o sentido da vida e não poderia haver esperança de qualquer tipo de vida após a morte. Esse tipo de relativismo resulta em confusão religiosa porque não pode haver religião verdadeira, nem um único caminho para se ter um relacionamento correto com Deus. Todas as religiões seriam, portanto, falsas, porque todas elas afirmam ensinar ou acreditar em algum tipo de vida após a morte, algum tipo de verdade absoluta. Esta é a causa de não ser incomum hoje em dia as pessoas acreditarem que duas religiões totalmente opostas possam ser igualmente “verdadeiras”, apesar de as duas afirmarem ter um único caminho para o céu ou ensinarem duas “verdades” totalmente opostas. As pessoas que não acreditam na verdade absoluta ignoram essas afirmações e abraçam um universalismo mais tolerante, o qual ensina que todas as religiões são iguais e que todas elas levam ao céu. Essa também é a razão por que as pessoas que abraçam essa visão de mundo irão se opor veementemente aos cristãos evangélicos que acreditam na Bíblia quando ela diz que Jesus é “o caminho, e a verdade, e a vida” e que Ele é a manifestação final da verdade e o único caminho através do qual alguém pode chegar ao céu (João 14:6).

Porém, apesar do fato de que negar a verdade absoluta é tanto ilógico quanto irracional, a visão de que “tudo é relativo” se tornou um dos slogans da geração na qual vivemos. Em grande parte do mundo ocidental, multidões rejeitaram a possibilidade de que algo como a verdade absoluta possa existir. Isso resultou no que muitos se referem como uma sociedade pós-moderna, que é uma sociedade que considera todos os valores, crenças, estilos de vida e afirmações da verdade como válidos. Por causa disso, aqueles que se associam a padrões absolutos de certo ou errado são considerados intolerantes e são rotineiramente condenados, provocados e criticados.

De fato, a tolerância se tornou a grande virtude da sociedade, o único absoluto e, portanto, só pode haver um mal, o da intolerância. Em outras palavras, o que aconteceu foi que qualquer sistema religioso ou indivíduo que acredite dogmaticamente em alguma coisa – especialmente em uma verdade absoluta – se torna culpado de intolerância, e a única coisa que uma sociedade politicamente correta e relativa não irá aceitar são aqueles que acreditam em absolutos. Aqueles que negam a verdade absoluta normalmente irão dizer que não há problema em você acreditar no que quiser, contanto que não tente impor as suas crenças para os outros. Entretanto, essa visão em si própria é uma crença no que é certo e errado e aqueles que seguem essa visão irão definitivamente tentar impô-la aos outros, sendo, portanto, hipócritas. Eles definem um padrão de comportamento que querem que os outros sigam – violando assim aquilo que fingem defender.

A pergunta que não quer calar é: por que aqueles que promovem a tolerância são tão intolerantes com as pessoas que acreditam na verdade absoluta? E por que as pessoas estão tão dispostas a abraçar um sistema de crenças que ameaça destruir a própria estrutura da sociedade e é no seu cerne tanto irracional quanto ilógico? A simples razão é que as pessoas não querem ser responsáveis pelas suas ações. Se existe verdade absoluta, então existem padrões absolutos de certo e errado, e nós estamos sujeitos a esses padrões. Essa responsabilidade é o que as pessoas estão realmente tentando negar na sua rejeição da verdade absoluta.

A negação da verdade absoluta/verdade universal e do relativismo cultural que dela surge é simplesmente o resultado lógico de uma sociedade que abraçou a teoria da evolução como a explicação para a vida. Se a evolução for verdade, então a vida não tem sentido, nós não temos propósito, e não pode haver nenhum certo ou errado absoluto. O homem é livre para viver a vida como lhe agrada e não é responsável por nenhuma das suas ações. Mesmo assim, não importa o quanto os homens pecadores tentem negar a existência de Deus e da Sua verdade absoluta, eles ainda terão que um dia estar diante Dele em julgamento. A Bíblia declara: “O que de Deus se pode conhecer é manifesto entre eles, porque Deus lhes manifestou. Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidas por meios das coisas que foram criadas. Tais homens são, por isso, indesculpáveis; porquanto, tendo conhecimento de Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças; antes, se tornaram nulos em seus próprios raciocínios, obscurecendo-lhes o coração insensato. Inculcando-se por sábios, tornaram-se loucos” (Romanos 1:19-22).

A última pergunta que nós devemos fazer quando consideramos se a verdade absoluta existe ou não é: existe alguma evidência da existência da verdade absoluta? Se alguém cautelosamente considerar essa questão, logo se torna evidente que existem mesmo evidências que apontam para a existência da verdade absoluta. A primeira evidência para a existência da verdade absoluta é vista na nossa consciência. A nossa consciência nos diz que o mundo deveria ser de “certa forma”, que algumas coisas são “certas” e algumas são “erradas”. Ela nos ajuda a entender que há algo errado com o sofrimento, a fome, o estupro, a dor e o mal. Ela nos diz que o amor, a generosidade, a compaixão e a paz são coisas positivas pelas quais deveríamos nos esforçar. A Bíblia descreve o papel da consciência humana em Romanos 2:14-16: “Quando, pois, os gentios, que não têm lei, procedem, por natureza, de conformidade com a lei, não tendo lei, servem eles de lei para si mesmos. Estes mostram a norma da lei gravada no seu coração, testemunhando lhes também a consciência e os seus pensamentos, mutuamente acusando-se ou defendendo-se, no dia em que Deus, por meio de Cristo Jesus, julgar os segredos dos homens, de conformidade com o meu evangelho”.

A segunda evidência da existência da verdade absoluta é vista na ciência. A ciência é simplesmente uma busca pelo conhecimento. É o estudo do que nós sabemos e uma jornada para saber mais. Portanto, todo estudo científico deve por necessidade ser fundamentado sobre a crença de que existem realidades objetivas no mundo. Sem absolutos, o que sobraria para ser estudado cientificamente? Como alguém saberia se as suas descobertas são reais? Na verdade, as próprias leis da ciência devem ser fundamentadas na certeza da verdade absoluta.

A terceira evidência para a existência da verdade absoluta/verdade universal é a existência da religião. Todas as religiões do mundo são uma tentativa de dar sentido e definição à vida. Elas nascem do fato de que a humanidade deseja algo mais do que simplesmente existir. Por trás de todas as religiões está a crença fundamental de que deva haver mais na vida do que a simples existência física que nós conhecemos. Através da religião, as pessoas procuram por segurança e esperança para o futuro, pelo perdão dos pecados, pela paz em meio às nossas dificuldades e por respostas para as nossas questões mais profundas. A religião é realmente a evidência de que os seres humanos são mais do que simplesmente animais altamente evoluídos. É a evidência de um propósito maior e do fato de que realmente há um Criador pessoal e cheio de propósitos que implantou na humanidade o desejo de conhecê-lo. E se houver mesmo um Criador, então Ele se torna o padrão para a verdade absoluta, e é a Sua autoridade que estabelece essa verdade.

Felizmente para nós, existe tal Criador e Ele revelou não só a Si próprio, como também a Sua verdade para nós através da sua própria Palavra, a Bíblia. Se nós quisermos conhecer a verdade absoluta/verdade universal, a única forma de fazer isso é através de um relacionamento pessoal com Aquele que afirmou ser a Verdade, Jesus Cristo. Respondeu-lhe Jesus: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim” (João 14:6). O fato de que a verdade absoluta existe nos leva à verdade de que há um Deus soberano que criou os céus e a terra e que revelou a Si mesmo para nós, para que possamos conhecê-lo pessoalmente através do Seu Filho Jesus Cristo.


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