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domingo, 28 de fevereiro de 2016

15 perguntas para se fazer antes do casamento (ou depois dele!)

Couple in love - pt

Você acha que já está pronto(a) para casar? 

Faça o teste e descubra

O fato de você se sentir muito apaixonado(a) e achar que já encontrou a pessoa da sua vida não significa que você está completamente pronto(a) para se casar. Falta uma parte muito importante a ser considerada: suas próprias habilidades e destrezas para tornar-se esposo ou esposa.
 
Em outras palavras, ainda que todos nós tenhamos nascido para o amor, nem sempre estamos preparados para dá-lo e recebê-lo. Isso é particularmente certo quando se trata do amor matrimonial, pois o característico deste amor é que renunciamos a pensar e agir como indivíduos ou solteiros para construir um "nós", ou seja, uma comunhão de vida ou comunidade.
 
Tal comunidade começa com a decisão e promessa de entregar-nos totalmente. Mas é na vida diária que esta entrega é colocada em prática e se torna a base da qual nascem a harmonia, a compreensão e a unidade, que constituem a comunhão de vida matrimonial.
 
Se este é o conceito e o tipo de amor ao qual você aspira, está indo por um bom caminho. De qualquer maneira, é bom analisar se você já está igualmente treinado e pronto para colocar tudo isso em prática.
 
Com este objetivo, sugerimos que você se faça as seguintes perguntas:
 
– Você é uma pessoa feliz, que sabe que a felicidade não depende de nada fora de você, mas da sua decisão de ver a vida com otimismo e gratidão?
 
– Você está de acordo com o que faz porque sempre dá o melhor de você ou, pelo contrário, é um conformista ou uma pessoa que se julga com severidade exagerada?
 
– Você sabe expressar seu desagrado ou raiva sem ofender os outros?
 
– Sabe pedir perdão quando comete erros e sabe perdoar quando o ofendem?
 
– Você se sente capaz de mudar ou sacrificar sua decisão de ir para a balada com os amigos para incluir seu parceiro nos seus planos de diversão?
 
– Você está preparado para criar e aproveitar o tempo compartilhado emcasal e família?
 
– Se você costuma beber e fumar demais, está disposto a deixar seus vícios para ter um casamento estável e feliz?
 
– Seria capaz de citar pelo menos 5 sacrifícios que está disposto a fazer quando estiver casado?
 
– Você acha que o fato de ser adulto já lhe deu maturidade suficiente para saber conduzir um casamento? Ou, se você é jovem, sabe se sua idade não lhe permite ter a maturidade que deveria?
 
– Você acha que o casamento será a solução para muitos dos seus problemas?
 
– Você tem certeza de que está apaixonado pela sua namorada e por ninguém mais?
 
– Você vai se casar somente porque houve uma gravidez inesperada?
 
– Tem certeza de que, ao se casar, não está tentando fugir dos problemas existentes na sua casa?
 
– Está se casando porque seu parceiro a compreende?
 
– Você decidiu se casar porque se considera velho demais para continuar solteiro?
 
Se, ao refletir sobre estas perguntas, sua conclusão é de que sua motivação para casar-se é o amor e o desejo de dar o melhor de você mesmo pelo bem da outra pessoa, ainda que isso exija sacrifícios, então já está preparado para ocasamento.
 
É preciso levar em consideração que ocasamento não é uma caixa mágica na qual você encontrará a solução para todos os seus problemas e será "feliz para sempre". Pelo contrário, é preciso estar preparado para encontrar muitas situações em que será difícil entender-se ou encontrar uma solução.
 
Estar abertos às mudanças e ser suficientemente flexíveis para ceder quando não valer a pena agarrar-se aos próprios pontos de vista ou aos nossos gostos e preferências é algo vital. Se você está pronto para ceder, está pronto para se casar, porque só cedendo é que se consegue ter uma vida conjugal harmônica.
 
É preciso também contar com o fato de que, apesar das suas boas intenções, você pode ferir seu parceiro ou ser ferido por ele. Por isso, é preciso treinar-se na arte do perdão e aprender a exprimir sentimentos e lidar com eles, para que as ofensas sejam cada vez menos numerosas. Se você compreende e age com este propósito de controlar o temperamento e saber pedir perdão e perdoar, a vida de casado será mais fácil.
 
A vida de solteiro em breve será história do passado. Agora é preciso preparar-se para criar uma vida em comunidade. Assim, é preciso começar a compartilhar ou modificar as atividades e distrações da sua vida de solteiro por atividades em comum.
 
A alegria da vida de casado dependerá de como você a construirá, pois agora tudo será compartilhado com o amor da sua vida. Não se trata de perder a sua individualidade, mas de encontrar as atividades adequadas das quais os dois possam participar.
 
(Artigo publicado originalmente em Por tu Matrimonio)

Aleteia

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

A Boa Forma Espiritual

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T. A. McMahon
O termo “fitness” (boa forma) é um dos jargões tecnológicos favoritos do marketing que atrai muitas pessoas às academias e aos spas, e até mesmo tem um apelo para os que estão fora de forma que o mesmo se torna um ideal a ser atingido. Há poucas dúvidas de que a parte física da vida simplesmente parece ser melhor quando a pessoa está em boa forma.
A Bíblia dá alguns créditos a essa idéia em 1 Timóteo 4.8, quando Paulo fala para Timóteo que exercícios físicos são de pouco [algum] proveito. O versículo continua: “Mas a piedade para tudo é proveitosa, porque tem a promessa da vida que agora é e da que há de ser”. Em outras palavras, a piedade, que é o exercício espiritual de viver o que a Palavra de Deus ensina, deve ser buscada com afinco significativamente maior do que o “exercício físico”, para melhorar a vida diária do crente aqui na terra, bem como para dar-lhe recompensas na vida eterna.
O objetivo da boa forma espiritual, de acordo com as Escrituras, deve ser a piedade. O apóstolo Paulo exorta Timóteo a “exercitar-se” “pessoalmente na piedade” (1Tm 4.7), e Pedro declara que Deus tem doado aos crentes “todas as coisas que conduzem à vida e à piedade” (2Pe 1.3). Espero que todos os crentes que lerem isto desejem alcançar esse objetivo, não importa quão distante sintam que estão dele neste momento. A boa notícia é que há uma Boa Notícia, não importando a condição em que a pessoa se encontra!
No mundo dos esportes, quando um time está precisando se esforçar bastante em mais de um aspecto do jogo, muitos treinadores fazem com que seus atletas voltem a praticar o que é fundamental naquele esporte. Isso geralmente faz com que as coisas dêem uma volta e caminhem na direção da melhora. Tal abordagem pode também ser útil para aqueles que querem alcançar a boa forma espiritual, mas não estão bem certos sobre como devem agir. (E não estou recomendando a ninguém que saia à procura dos chamados “instrutores espirituais” ou “treinadores espirituais”, que freqüentemente utilizam as últimas tendências, métodos ou técnicas, que estão longe de ser aquilo que as Escrituras ensinam).
Quais são os elementos fundamentais nas Escrituras para o crescimento na piedade? Como declarou Jesus a Nicodemos: “Se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus. (...) Importa-vos nascer de novo” (Jo 3.3,7). Sem essa transformação, do nascimento espiritual do Alto, é impossível que alguém manifeste piedade. Esse novo nascimento acontece quando uma pessoa admite que é pecadora, se volta para Jesus em fé, crê que Ele pagou completamente a penalidade pelos pecados dela e aceita o dom gratuito da salvação que apenas Jesus poderia dar e realmente deu. Então, essa pessoa se torna um “novo homem”. “E assim se alguém está em Cristo, nova criatura é” (2Co 5.17). Embora tenha se transformado milagrosamente em uma nova criatura, o crente nascido de novo retém sua velha criatura, mas já não está mais debaixo de seu controle pecaminoso:
  • Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, (...) Longe de vós toda amargura, e cólera, e ira, e gritaria, e blasfêmias, e bem assim toda malícia” (Ef 4.29,31).
  • Não mintais uns aos outros, uma vez que vos despistes do velho homem com os seus feitos e vos revestistes do novo homem que se refaz para o pleno conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou” (Cl 3.9-10).
  • vos revistais do novo homem, criado segundo Deus, em justiça e retidão procedentes da verdade” (Ef 4.24).
Não deveríamos nos surpreender, entretanto, quando, dentro do crente nascido de novo, a velha natureza, embora já não esteja mais no controle das coisas, cause uma batalha às vezes feroz em nosso coração e em nossa mente. Essa batalha espiritual continuará a existir em toda a nossa vida temporal, mas podemos ter a vitória diária. Por quê? Porque o próprio Deus forneceu tudo o que um crente precisa para crescer em “justiça e retidão procedentes da verdade”.
Embora tenha se transformado milagrosamente em uma nova criatura, o crente nascido de novo retém sua velha criatura, mas já não está mais debaixo de seu controle pecaminoso.
Quais são algumas dessas coisas que Ele nos forneceu? Uma ajuda fundamental é que o Espírito Santo passa a habitar em todo cristão no momento em que este crê no Evangelho:
  • Não sabeis que sois santuário de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?” (1Co 3.16).
  • E, porque vós sois filhos, enviou Deus ao nosso coração o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai!” (Gl 4.6).
  • E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco, o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê, nem o conhece; vós o conheceis, porque ele habita convosco e estará em vós” (Jo 14.16-17).
A habitação do Espírito Santo é fundamental, pois, sem o Espírito de Cristo, não haveria vida nEle. Isto pode ser comparado a termos o último modelo de um carro, mas sem o motor. Assim como um carro sem motor seria inútil no que se refere ao propósito para o qual foi criado, também uma pessoa que não possui o Espírito Santo (e, portanto, não pertence ao Senhor) é incapaz quando se trata de viver acima das circunstâncias, de ser luz para o mundo e de, finalmente, passar a eternidade cumprindo o plano de Deus para nós. A analogia pode ser um pouco desajeitada, mas creio que dá para entender o que quero dizer.
Por outro lado, a pessoa em quem o Espírito de Cristo habita possui tudo o que é necessário para viver uma vida de piedade – contanto que utilize o Espírito – o que certamente inclui ser espiritualmente frutífero e produtivo.
Considere a incrível abundância que o Espírito Santo proporciona ao crente. Ele, a Terceira Pessoa da Trindade, é o Consolador do cristão nascido de novo (o que inclui o significado de “fortalecedor”), é Aquele que ensina, que capacita, que dá poder, que dirige, que convence do pecado, que revela a verdade, que batiza e que transmite os inúmeros dons espirituais.
Foi através do Espírito Santo que recebemos a Palavra de Deus: “Porque nunca, jamais, qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto, homens [santos] falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo” (2Pe 1.21).
E é através do Espírito Santo que ganhamos entendimento das Escrituras: “Mas o Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito” (Jo 14.26).
O envolvimento do Espírito Santo em nos dar a Palavra de Deus e seu valor em nos equipar em Cristo são claramente revelados em 2 Timóteo 3.15-17: “E que, desde a infância, sabes as sagradas letras, que podem tornar-te sábio para a salvação pela fé em Cristo Jesus. Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que todo o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra”.
De fato, a revelação miraculosa de Deus através das Sagradas Escrituras é verdadeiramente o manual de instrução do Senhor, informando-nos sobre o que precisamos saber para vivermos uma vida de piedade (2Pe 1.3); e o Espírito Santo é Aquele que nos dá poder para realizarmos os ensinamentos de Jesus, que é a Palavra Viva. Jesus é Deus-Homem. Ele é eternamente Deus e, por meio da Encarnação, tornou-se o Homem perfeito. Ele jamais cessará de ser tanto Deus quanto Homem.
Somos seres finitos, portanto essa idéia, juntamente com outras (tais como a doutrina da Trindade), podem nos parecer incompreensíveis. Enquanto ainda estivermos nesses corpos terrenos, nunca seremos capazes de entender completamente nosso Deus infinito. Portanto, confiamos no que Ele nos comunicou através de Sua Palavra e, um dia, estaremos com Ele e O conheceremos em verdade perfeita (1Co 13.12).
Em nossa busca pela piedade, Jesus não apenas nos deu instruções, mas Ele, como o Homem perfeito, também demonstrou a necessidade de dependermos da obra do Espírito Santo em nossa vida. Considere os versículos abaixo:
  • o Espírito Santo desceu sobre ele em forma corpórea como pomba; e ouviu-se uma voz do céu: Tu és o meu Filho amado; em ti me comprazo” (Lc 3.22).
  • Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão e foi guiado pelo mesmo Espírito, no deserto” (Lc 4.1).
  • Então, Jesus, no poder do Espírito, regressou para a Galiléia, e a sua fama correu por toda a circunvizinhança” (Lc 4.14).
Numa sinagoga em Nazaré, Ele declarou ser o Messias profetizado ao ler a passagem do Livro de Isaías. Suas palavras começaram com a afirmação: “O Espírito do Senhor está sobre mim” (Lc 4.18).
Nosso Senhor não apenas demonstrou a importância do Espírito Santo em Sua vida como o Homem perfeito, mas Ele também enfatizou o mesmo para todos os que quisessem segui-lO: “Mas vem a hora, e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque são estes que o Pai procura para seus adoradores. Deus é espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade” (Jo 4.23-24).
Embora este artigo tenha começado fazendo referências à boa forma física como uma analogia, existe uma diferença crítica entre a propensão de uma pessoa para o exercício físico e a busca dessa pessoa pela piedade. Freqüentemente, a primeira enfoca a si mesma, enquanto que a outra não. Ela deve ser “voltada para o outro”. A piedade é manifesta no amor de uma pessoa por Deus e pelos outros. Isto se torna abundantemente claro através dos dons do Espírito Santo, os quais Deus deu a todo crente a fim de capacitar a cada um a crescer em piedade e a ser de benefício uns para os outros. Paulo, escrevendo para a igreja de Éfeso, disse:
E a graça foi concedida a cada um de nós segundo a proporção do dom de Cristo. Por isso, diz: Quando ele subiu às alturas, levou cativo o cativeiro e concedeu dons aos homens. (...) E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres, com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo, até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo” (Ef 4.7-13).
Como foi descrito acima, os dons do Espírito certamente gerarão piedade individual, mas, como foi observado, eles também nos ajudarão a crescer ainda mais à medida que ministramos, ou servimos, aos outros.
Pedro, em sua primeira epístola, confirma que os dons são para todos os crentes e devem ser dirigidos para o bem uns dos outros. “Servi uns aos outros, cada um conforme o dom que recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus” (1Pe 4.10).
O desenvolvimento da boa forma espiritual está diretamente relacionado à dependência que a pessoa tem do Espírito Santo. Ele deu a cada crente um ou mais dons para serem usados da maneira que Ele quer e para a qual nos capacita. Se não dermos lugar à obra do Espírito Santo em nossa vida, os dons não serão exercitados, e tanto nós quanto o corpo de Cristo estaremos sendo privados daquilo que foi dado para o desempenho, o aperfeiçoamento e a edificação dos santos.
Infelizmente, nestes dias em que prevalece a apostasia do final dos tempos, a Igreja está se afastando do fortalecimento espiritual que Deus lhe proporcionou através do Espírito Santo, que é freqüentemente um Amigo negligenciado. Isto fica ainda mais evidente na área do discernimento espiritual.
Embora a boa forma espiritual seja certamente auxiliada pela operação dos dons do Espírito, existe outro importante exercício do Espírito Santo, que é um suporte para a piedade e é necessário para a excepcional qualificação que Deus nos dá para realizarmos Sua vontade: é sermos cheios do Espírito.
As Escrituras são muito claras nas exortações para os crentes serem cheios do Espírito Santo. Jesus era cheio do Espírito Santo; João Batista era cheio do Espírito Santo, bem como seus pais; Pedro era, e também Paulo, Estêvão, Barnabé e os discípulos. Além destes, todos os crentes são exortados a serem cheios do Espírito (Ef 5.18) e dos Seus frutos de justiça (Fp 1.11).
Em seu Comentário Bíblico, o falecido William MacDonald (que era membro da diretoria da Berean Call) compartilhou esses princípios bíblicos referentes a Efésios 5.18:
Como um crente pode ser cheio do Espírito? O apóstolo Paulo não nos diz aqui em Efésios; ele meramente ordena que sejamos cheios. Mas, a partir de outras passagens da Palavra, podemos saber que, para sermos cheios do Espírito, devemos:
  1. Confessar e abandonar todos os pecados conhecidos de nossa vida (1Jo 1.5-9)
  2. Ceder o controle de nossa vida totalmente a Ele (Rm 12.1-2)
  3. Permitir que a Palavra de Cristo habite ricamente em nós (Cl 3.16)
  4. Finalmente, devemos nos esvaziar de nós mesmos (Gl 2.20).
A seguir, MacDonald cita um autor desconhecido:
Assim como você deixou todo o peso do seu pecado, e descansou na obra terminada de Cristo, também deixe de lado todo o peso de sua vida e obra, e descanse na obra interior que é realizada pelo Espírito Santo. Entregue-se, manhã após manhã, para ser conduzido pelo Espírito Santo e vá adiante em adoração e descanso, deixando que Ele dirija você e seu dia. Cultive o hábito, durante todo o dia, de depender alegremente dEle e de obedecer-Lhe, esperando que Ele o guie, ilumine, corrija, ensine, use, e faça em você e com você o que for da vontade dEle. Conte com Ele como sendo um fato, completamente separado do que você vê ou sente. Vamos simplesmente crer e obedecer ao Espírito Santo como Aquele que dirige a nossa vida e vamos deixar de lado o peso de tentarmos nos guiar por nós mesmos. Assim, o fruto do Espírito aparecerá em nós, de acordo com a vontade dEle, para a glória de Deus.
Ninguém pode obedecer ao mandamento de Jesus: “Tome a sua cruz e siga-me” (Mc 8.34), sem a capacitação do Espírito Santo. Uma pessoa que afirma ser cristã, mas não utiliza o poder do Espírito Santo em sua vida, talvez por causa de ensinamentos errados que recebeu, ou simplesmente por causa de uma apatia pessoal, provavelmente será esmagada pela cruz que está tentando carregar.
A boa forma espiritual é vital e mais crucial para os crentes hoje do que foi antes. Tempos de perseguição se delineiam no horizonte para os cristãos de países do Ocidente, onde a sedução, em vez da perseguição aberta, até agora tem prevalecido. Podemos aprender com o exemplo de Paulo e Barnabé: “Mas os judeus instigaram as mulheres piedosas de alta posição e os principais da cidade e levantaram perseguição contra Paulo e Barnabé, expulsando-os do seu território. E estes, sacudindo contra aqueles o pó dos pés, partiram para Icônio. Os discípulos, porém, transbordavam de alegria e do Espírito Santo” (At 13.50-52).
Portanto, nosso encorajamento em oração por todos nós que conhecemos a Jesus e desejamos glorificá-lO, é este: Permitamos que o estudo da Sua Palavra seja nosso contínuo hábito, e que a direção e o preenchimento com o Espírito Santo sejam nossa experiência diária. Esta é a verdadeira boa forma espiritual! (T. A. McMahon - The Berean Call - Chamada.com.br)
http://www.chamada.com.br/mensagens/boa_forma_espiritual.html

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Deus é amor ou o Amor é deus?

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por Isabella Passos

Diante de algum conflito moral alguém sempre lança mão da afirmativa ‘Deus é amor’ no intuito de apaziguar algum desconforto ou mesmo dar uma resposta ao conflito que pareça indissolúvel por outros termos. ‘Deus é amor’ virou um mantra para nossa geração e tudo que parece ser feito em amor toma logo uma roupagem de divinamente inspirado ou divinamente tolerado.
Mas claro que Deus é amor! Apesar de muitas vezes Ele ter sido tomado na cultura como alguém distante e indiferente ao permitir a banalização do mal ao longo da história, a Bíblia é repleta de demonstrações não só dos traços amorosos de Deus, mas também da riqueza da operação desse amor entre nós. O amor é a essência fundamental da natureza de Deus e carácter de seu próprio Ser. Deus é perfeito em amor. O amor de Deus é manifesto por Seu desejo absolutamente puro de doar, compartilhar e cuidar. Tais prerrogativas podem ser observadas em episódios distintos da narrativa bíblica, em nossas experiências cotidianas e ao longo do caminho histórico (criação-queda-redenção), no qual Deus nos convida a participar e dar respostas a quem nos pedir a razão dessa fé e experiência transformadora. Tenhamos em mente que, apesar do ódio, apesar de todos os motivos para a violência e degradação humanas, o bem e a ordem, a justiça e a misericórdia, o cuidado e a proximidade se manifestam no mundo. O Deus distante é signo da ausência da humanidade, o Deus amoroso é revelado no exercício do amor – não há outro veículo para o amor de Deus que o próprio homem. Esse é o mistério da encarnação.
Mas então qual o problema da resposta ‘Deus é amor’ para a justificação de nossas condutas diárias?
O que acontece é que tal justificativa parece ter se tornado bastante simplista. Ela tem sido comunicada sistematicamente de forma acrítica no embalo do que parece ser a mais pura irresponsabilidade ou falta de sabedoria cristã, seja, por ignorância sincera ou omissão voluntária. Ela está presente em cenas corriqueiras que parecem não favorecer qualquer desejo de solução do problema, isentando aqueles que dialogam, na maioria das vezes, da compreensão, do juízo e da mudança independente dos prejuízos produzidos por uma nova tomada de posição.
A invocação de Deus como amor associada à uma possível renúncia da responsabilidade humana é sintoma da diluição ou enfraquecimento da mensagem bíblica e também do próprio humano. Deus é amor em sua ira. Deus é amor na punição. Deus é amor em qualquer coisa que faça. O humano é portador do amor de Deus quando se encontra no lugar da obediência, quando compreende e cumpre o seu papel, quando não foge à sua vocação de agente e presença de um impasse que denuncie uma crise e uma fragilidade nesse estado de coisas que temos presenciado em nossa cultura.
Pensemos nisso em uma época de crescente oposição ao outro através da patologização – ou seja, transformar uma característica humana em doença, desordem ou inadequação ao meio, e consequente desabono da opinião de alguém através da rotulação de tudo como questão de ‘ódio’ que temos visto rotineiramente na discussão pública. A possível ignorância deixou de ser ausência de sabedoria e conhecimento – dirimida através do ensino-aprendizagem na relação mútua, para se tornar um sentimento irracional e aniquilador do outro. Esse outro que deveria ser antropologicamente tão íntimo que o chamado a serem filhos de Deus por amor Dele (Rm. 11:36) faria qualquer diferença ocasional virar sombra pálida a ser prontamente administrada. Mas quem quer entrar na lista do politicamente incorreto de nossos dias? Quem quer cair nesse lugar que incorporou cores mais fortes que o inferno de Dante? Ninguém. O ‘ódio’ é o oposto extremo do lugar santo da geração #MaisAmor, #PorFavor. E fim de conversa. Melhor, por exemplo, deixar Paulo sendo tachado de misógino (que denota ‘ódio’ por, ao contrário do termo machista) e seguirmos firmes e contextualizados em nossa fé. Pois é… Mas não deveria ser. Sejamos luz e cuidemos dos outros na verdade.
E por que tal justificativa se mostra simplista, irresponsável e sem qualquer sabedoria?
Primeiro, porque quando falamos amor, falamos o amor de muitas maneiras (storgephiliaeros e agapé) e em muitos sentidos, incorrendo sempre no risco de fazer o seu mau uso através de uma compreensão errada ou do exercício errado em condições, por exemplo, disfuncionais ou adoecidas.
Sim, os amores são bíblicos e cada um tem seu traço distintivo. Mas, como nos lembrou C. S. Lewis, “os amores humanos podem ser imagens gloriosas do amor divino. Nada menos que isso, mas também nada mais – proximidades de semelhança que de um lado podem ajudar, mas de outro servir de impedimento…”, quando, por exemplo, embalado pela obstinação de uma causa ou pessoa, esse amor se torna fonte de cruéis violações contra pessoas, causas e coisas, tirando-as, na maioria das vezes, de seu lugar de correspondência e benefício. Quer um exemplo atual dessa dificuldade e risco? Família é amor! Família é onde tem amor! Mas estamos falando de qual natureza amorosa? Há critérios ou exigências distintivas para este amor? Toda forma de amor vale a pena? Se cremos haver alguma ordem criacional para a família, temos então alguns parâmetros para essas respostas.
Segundo, porque o amor sem a correspondência adequada se torna puro sentimento passível de muitas grosserias. Moralidade fundada em sentimento como experiência de aprovação e desaprovação acaba por se tornar meios de sutis tiranias. Cria um tipo de raciocínio onde o certo e o errado são dados por motivos subjetivos e não por padrões universais – e objetivos, como aqueles presentes na Bíblia. Imagine essa baliza como prática de uma cultura inteira? Alguns podem dizer, se tem o sentimento certo, o motivo correto, logo a ação é a correta e desejável. Se é por amor, como poderia estar errado? Deus é amor! Mas que amor é este? Calcado na riqueza do caráter e operação de Deus ou em nossas ambíguas subjetividades? Precisamos responder. Afinal, a cultura do sentimento e da valorização das experiências emotivas do sujeito é uma questão séria em nossos dias e a espiritualidade cristã já se encontra sob pressão de um tipo de sentimentalismo bastante acentuado. Não por acaso, este já tenha contaminado as questões e posturas éticas de muitos cristãos.
No artigo The Meanings of Love in the Bible (Os Significados do Amor na Bíblia), disponível na Web, John Piper percorre de Gênesis a Apocalipse apontando versículo a versículo onde aparecem o (1) amor de Deus, (2) amor do humano por Deus, (3) amor do humano pelo humano, (4) amor do humano pelas coisas, (5) amor de Deus pelo seu Filho, (6) amor de Deus pelo humano e (7) amor do humano por Deus e por Cristo. Ele é profícuo em demonstrar as dimensões e as diferentes naturezas do amor e do seu exercício, nos fazendo lembrar que generalizações podem nos roubar a natureza e a responsabilidade de fazê-lo coincidir com o amor do próprio Deus, fonte primária de todos os amores. Portanto, estejamos atentos. Deus é amor (1 Jo. 4:8), mas também é justo (Sl. 7:11), santo (Ap. 4:8), soberano (Ap. 1:5) e imutável (Hb. 7:24) e quando lida conosco o faz sem precisar compensar ou negociar qualquer desses atributos.
Não poderia deixar de mencionar que na esteira do uso torpe da verdade bíblica fundamental, Deus é amor,se encontra também aquela máxima popular: Deus odeia o pecado, mas ama o pecador. Fico aqui pensado se o que João viu no Apocalipse eram objetos inanimados reconhecidos como pecado ou seres humanos irreconciliáveis. Mas melhor deixar esse papo para outra hora.

Traduzido por Reforma21 | Reforma21.org | Original aqui
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