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domingo, 11 de dezembro de 2016

Natal: a glória de Deus retorna

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por Mike Riccardi

E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória – João 1.14
Semana passada, vimos o significado do uso de João do termo “habitou” em João 1.14. Eu argumentei que, ao usar uma palavra peculiar para “erguer uma tenda”, João estava chamando nossa atenção para o Tabernáculo de Israel, onde Deus condescendeu para se revelar a Israel para adoração e comunhão. O clímax da história do Tabernáculo aparece em Êxodo 40.34-38, onde a glória do SENHOR encheu o Tabernáculo, significando que Ele iria habitar – que Ele estabeleceria residência – com Seu povo.
Essa cena lança luz sobre o relacionamento entre as duas frases de João 1.14: “e [Ele] habitou entre nós” se encaixa perfeitamente com “e vimos Sua glória”. Há uma conexão inseparável entre (a) o lugar de habitação de Deus e (b) Sua glória enchendo este lugar. A habitação de Deus é inseparável da glória de Deus.
A jornada da glória do Senhor no Tabernáculo
A glória do Senhor estava com Israel no Tabernáculo – uma nuvem de dia e fogo de noite (Êxodo 40.38). E os liderava em todas as suas jornadas pelo deserto e na terra de Canaã. Para onde quer que fossem, eles desmontavam o Tabernáculo e, quando se fixavam novamente, ergueriam o Tabernáculo novamente (Êxodo 40.37). E isso ocorreu por 450 anos, mesmo após entrarem na terra de Canaã.
Se avançarmos cerca de 450 anos a partir de Êxodo 40 e a jornada da glória de Deus com Israel no deserto, chegamos em 1 Reis 8.
A Glória de Deus enche o templo
Nesse período, a construção do templo de Salomão havia terminado. E o templo era magnífico. Tinha o dobro do tamanho do tabernáculo, que já era impressionante por si só. Sem incluir o pátio, o templo tinha 30 metros de comprimento, 9 de largura e 13 de altura. Por dentro, tudo era coberto de ouro. Quando a construção foi encerrada, os sacerdotes e os Levitas trouxeram a Arca da Aliança para o Santo dos Santos (1 Reis 8.4-6) e a repousaram sob as asas de dois querubins de ouro de 4,5 metros de altura.
Então, 1 Reis 8.9-11 diz:
Nada havia na arca senão as duas tábuas de pedra, que Moisés ali pusera junto a Horebe, quando o SENHOR fez aliança com os filhos de Israel, ao saírem da terra do Egito. Tendo os sacerdotes saído do santuário, uma nuvem encheu a Casa do SENHOR, de tal sorte que os sacerdotes não puderam permanecer ali, para ministrar, por causa da nuvem, porque a glória do SENHOR enchera a Casa do SENHOR.
Isso soa familiar?
É exatamente o que aconteceu em Êxodo 40, ao final da construção do tabernáculo. O SENHOR está declarando que agora não irá mais habitar no tabernáculo, mas que Ele estaria com Seu povo no templo. A glória do SENHOR desce e estabelece residência em Seu templo. Ele habita no meio de seu povo.
Até que…
A glória de Deus abandona o Templo
Até a tragédia do exílio babilônico.
Mais de 350 anos depois da glória de Deus encher o templo de Salomão, a perversidade do reino de Judá crescia além da conta. 2 Crônicas 36 nos dá o contexto. Judá está sob seu último rei, Zedequias. Falta apenas 6 anos para a última deportação para a Babilônia.
Zedequias […] endureceu a sua cerviz e tanto se obstinou no seu coração, que não voltou ao SENHOR, Deus de Israel. Também todos os chefes dos sacerdotes e o povo aumentavam mais e mais as transgressões, segundo todas as abominações dos gentios; e contaminaram a casa que o SENHOR tinha santificado em Jerusalém. O SENHOR, Deus de seus pais, começando de madrugada, falou-lhes por intermédio dos seus mensageiros, porque se compadecera do seu povo e da sua própria morada. Eles, porém, zombavam dos mensageiros, desprezavam as palavras de Deus e mofavam dos seus profetas, até que subiu a ira do SENHOR contra o seu povo, e não houve remédio algum. (2 Crônicas 36.11-16)
Deus deu a eles todas as oportunidades para se arrependerem. Mas o povo preferia seus ídolos.
O profeta Ezequiel profetizou durante esse tempo. E é a visão dele que nos dá uma ideia mais interessante do que estava acontecendo durante o tempo do exílio. Em Ezequiel 8, vemos as grandes e perversas abominações dos filhos de Israel:
  • A imagem do ciúmes, no pátio de dentro (Ezequiel 8.3,5)
  • Pinturas de toda forma de répteis e animais abomináveis (8.10,12)
  • A oferta de incenso estranho (8.11)
  • Mulheres chorando por Tamuz, deus dos Fenícios (8.14)
  • Homens com as cotas pra o templo, adorando o sol (8.16)
Essas abominações, essa idolatria em massa, está acontecendo no lugar da habitação do SENHOR. No lugar onde sua glória habita. No lugar onde ele condescende e se encontra com Israel e provê expiação pelos pecados deles.
Assim, o SENHOR os visita em Sua ira e destrói tantos israelitas que Ezequiel pensa que Ele vai aniquilar a nação inteira (Ezequiel 9.8). E, enquanto isso acontece, a glória do SENHOR começa se retrair. Se levantou da Arca da Aliança, dos querubins de ouro (10.4), para o átrio do templo. Então saiu da entrada do templo até os querubins (10.18) e os querubins que guardavam o portão leste (10.19), a última saída do templo. Então, em Ezequiel 11.22, o profeta nos diz:
Então, os querubins elevaram as suas asas, e as rodas os acompanhavam; e a glória do Deus de Israel estava no alto, sobre eles. A glória do SENHOR subiu do meio da cidade e se pôs sobre o monte que está ao oriente da cidade.
Por fim, a glória do SENHOR deixa o templo, se coloca sobre o Monte das Oliveiras, e então sobe aos céus com os querubins. Pela primeira vez na história de Israel – pela primeira vez em 850 anos – Israel estava longe da presença de Deus. O SENHOR já não habitava com seu povo. Essa é a última vez que a glória do SENHOR é vista na terra.
Até que…
A glória de Deus retorna
Até, nos diz o apóstolo João, agora. Até que o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a Sua glória.
Na próxima vez que a glória do SENHOR é vista, é perante os pastores, para proclamar o nascimento de Jesus (Lucas 2.9). A mensagem dos anjos é que a glória do SENHOR retornou a Israel, na cidade de Davi. É o Salvador! É Cristo, o Senhor! (Lucas 2.11).
E essas palavras são enormes para descrever o contexto aqui. “Cristo” quer dizer “Messias”. Esse Salvador que nasceu é O Ungido DO SENHOR! O cumprimento da promessa tão aguardada! E “o Senhor” não é apenas um título. É a tradução para o grego de um nome divino: Javé (que os judeus substituíam por Adonai, “o SENHOR”). Com a glória de Deus que ninguém havia visto por 600 anos brilhando ao seu redor, o anjo está anunciando: “Javé está aqui!”. No nascimento de Jesus, Deus está declarando o cumprimento da grande promessa da Nova Aliança que tantos esperaram por milhares de anos: “O meu tabernáculo estará com eles; eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo”. (Ezequiel 37.27).
Assim, quando João nos diz que o Verbo Eterno se fez carne e tabernaculou entre nós, e que vimos Sua glória, ele está proclamando a sua audiência que, da mesma forma com que a glória enchendo o tabernáculo e o templo eram manifestações da presença de Deus, o mesmo está acontecendo quando Ele revela Sua glória ao mundo em Jesus.
O Verbo se fez carne. A imagem do Deus invisível. Sua glória radiante e a representação exata de Sua natureza.
Esse é o bebê Jesus, caros amigos. Esse é o seu Salvador. Ó vinde, adoremos.
Traduzido por Filipe Schulz | Reforma21.org | Original aqui
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Noite de Paz

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Norbert Lieth.
 
A história do hino de Natal, “Noite de Paz”, demonstra como Deus age através dos fracos e oferece Seu Evangelho livremente para todas as pessoas.
O hino “Noite de Paz” também é conhecido como o “hino eterno”. Certamente não existe nenhum hino de Natal que seja mais conhecido do que este. No entanto, não há nenhum renomado autor ou compositor mencionado com ele, nem foi apresentado originalmente por algum cantor famoso, e mesmo assim ele conquistou o mundo todo. Hoje ele é cantado em todos os continentes e já foi traduzido para mais de 330 idiomas e dialetos. É quase impossível imaginar um Natal sem “Noite de Paz”!
O início de tudo foi o seguinte: o texto do hino foi composto já em 1816, pelo bispo auxiliar Joseph Mohr, em forma de poesia. No entanto, ela foi apresentada somente dois anos depois, em 24 de dezembro de 1818, na Igreja de São Nicolau, em Oberndorf, Salzburgo. É dito que o órgão da igreja estava sem condições de ser tocado. – Todavia, 24 de dezembro estava aí e era necessário encontrar uma solução. Assim, Joseph Mohr teria levado o seu texto ao professor da escola – Franz Gruber – com a solicitação de que ele compusesse uma melodia para dois solistas juntos com o coral e acompanhamento de violões. Ainda na mesma noite, Gruber trouxe sua simples composição, de modo que pôde ser apresentada na igreja, na noite de Natal, tendo sido muito aplaudida. Para esta mensagem de paz, originalmente formada por seis estrofes, Mohr fez o contracanto e acompanhou ao violão e Gruber cantou a pauta do barítono. Havia nascido um hino de Natal que, a partir daí, faria sua caminhada através do mundo para sensibilizar os corações de muitos.
Cerca de 1.800 anos antes, Jesus havia profetizado que o Seu Evangelho seria espalhado por todo o mundo. Para isso, até esse hino ajudou. Criado a partir de uma dificuldade, porém, dirigido pelo Espírito de Deus, esse hino alcançou fama mundial. A grandiosidade de Deus se torna visível nessa peça relativamente simples.
Certamente esse hino não teria sido aprovado no X Factor ou no The Voice, mas a Palavra de Deus diz: “Porque, quem despreza o dia das coisas pequenas?” (Zc 4.10 – ACF). Ele pode transformar algo incerto em grandioso. A mensagem de paz e de salvação de Jesus Cristo encontra mil maneiras para alcançar os corações – tão grande é o amor de Deus pelo mundo!
A primeira estrofe fala da paz celestial.* Deus conhece a inquietação que marca cada pessoa. Quem ainda conhece essa verdadeira paz? Conheço um morador de uma cidade que, estando em férias nos montes da Suíça, manteve ligado o motor do carro durante toda a noite porque não conseguia suportar a paz, o silêncio. Quem nunca ficou inquieto quando seus pensamentos o lembraram de antigas injustiças? O pecado e a culpa nos tiraram a paz, o homem se tornou um fugitivo. Corre-se através do mundo e experimenta-se de tudo. Nossa alma, porém, permanece inquieta em nós até que consiga encontrar a paz em Deus. Foi por isso que Jesus nasceu: para nos trazer de volta aquilo que havíamos perdido. Jesus Cristo expressa isso da seguinte maneira: “Venham a mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados, e eu darei descanso a vocês” (Mt 11.28).
Noite de paz! Noite santa!
Todos dormem. Só a vigiar
Está o santo casal.
Ao meigo bebê de cabelos ondulados,
Durma na paz celestial!
Durma na paz celestial!
A segunda estrofe demonstra como chegou a hora da salvação para nós, através do nascimento de Jesus. As palavras “a sua hora chegou!” normalmente soam para nós de uma maneira negativa e pensamos inevitavelmente no nosso fim, mas neste caso significa o início para uma nova vida. “Quem abre espaço para Jesus no centro de sua vida, que recebe o Natal em seu coração, logo constatará que não precisa renunciar a nada, mas recebe tudo” (Karl Rüdiger Durth).
Noite de paz! Noite santa!
Ó Filho de Deus. Quão lindo
O sorriso em Tua boca divina,
Trazendo-nos a hora da salvação.
Jesus, com Teu nascimento!
Jesus, com Teu nascimento!
Na terceira estrofe – baseando-nos no texto e numeração original – lemos, entre outros: “Noite de paz! Noite santa! Que trouxe salvação ao mundo [...]. Jesus, em forma humana”. A maior ação redentora de Deus, a salvação do mundo, teve um início muito pequeno com a encarnação do Filho de Deus.
Noite de paz! Noite santa!
Que trouxe salvação ao mundo,
Desde as alturas douradas do Céu
Deixando-nos ver a plenitude da graça.
Jesus, em forma humana!
Jesus, em forma humana!
Certa vez, havia um menino que, acompanhado de sua avó, estava admirando um presépio. Ele observou a estrebaria, os pastores, José e Maria, os animais e os magos do Oriente. Quando o garoto viu a minúscula figura de um bebê, que representava o Senhor Jesus, ele exclamou, admirado: “Vovó, olhe só como Deus é pequeno!” Haveria alguma maneira melhor para representar o ilimitado grandioso amor de Deus, do que pelo fato de que o Eterno, o Criador de todas as coisas, tornou-Se bem pequeno?
A quarta estrofe homenageia o amor de Deus dedicado a todos os povos: “Noite de paz! Noite santa! Onde hoje todo o poder do amor de Deus foi derramado. E, como irmão carinhoso, abraçou Jesus aos povos do mundo! Jesus, aos povos do mundo!”
Essa estrofe destaca aquilo que a Bíblia diz no Evangelho de João 3.16: “Porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna”. Cada pessoa desse mundo é alvo do amor de Deus –você também!
Noite de paz! Noite santa!
Onde hoje todo o poder
Do amor de Deus foi derramado.
E, como irmão carinhoso, abraçou
Jesus aos povos do mundo!
Jesus, aos povos do mundo!
O soldado Nico Ossemann, que participou da campanha da África durante a Segunda Guerra Mundial, relatou sobre um fato especialmente interessante ocorrido no front, em 1942:
“Entre Natal e Ano Novo, a situação estava bastante calma em nossa área do front. Parecia que os dois arraiais haviam combinado um cessar-fogo para homenagear a grande festa. Por volta da meia-noite, ouviu-se a melodia do “Noite de Paz”, vinda de vários pontos de nossa base. Em seguida, ouvia-se nitidamente esse hino cantado em francês, nas fileiras do outro lado. Pouco tempo depois, ouvíamos primeiramente vozes tímidas, mas aos poucos se fortalecendo, cantando a versão inglesa “Silent Night, Holy Night”. Os três coros natalinos se uniram em um só coro, elevando aos Céus o anseio único pela paz, pela família e pela pátria. Muitos desses homens não conseguiram evitar as lágrimas. Naquela noite não consegui fechar os olhos, mesmo que não houvesse nenhum sinal de alerta, nem de perto, nem de longe. Ficou claro o anseio pela paz manifestado por aqueles homens postados na frente da batalha.”
A quinta estrofe descreve a promessa de Deus para a preservação do mundo através da Vinda de Jesus. Preservação da condenação eterna através do perdão. Nenhuma religião do mundo pode oferecer o que todos nós necessitamos com tanta premência: libertação da culpa, preservação diante das consequências eternas. É maravilhoso saber que podemos nos livrar dos pecados, não importando quantos e quão pesados sejam!
Noite de paz! Noite santa!
Há muito a nós destinada,
Quando Deus, libertando da ira,
Já no tempo obscuro dos pais,
Prometeu redenção a todo o mundo!
Prometeu redenção a todo o mundo!
Finalmente, a sexta e última estrofe mostra como a mensagem da “Noite Santa” foi primeiramente transmitida pelos anjos aos pastores e então alcançou as pessoas de longe e de perto: “Jesus, o Salvador chegou! Jesus, o Salvador chegou”. Esse cântico de louvor dos anjos foi a partida (a ignição para acionar um motor) para a mensagem “Jesus, o Salvador chegou”. Desde então, ela foi transmitida em milhares de maneiras, entre outras, também através deste hino de Natal “Noite de paz”.
Noite de paz! Noite santa!
Primeiro anunciada aos pastores,
Pelo “aleluia” dos anjos,
Segue em alto som, perto e longe:
Jesus, o Salvador chegou!
Jesus, o Salvador chegou!
Ainda hoje esse hino une as pessoas através do mundo, e expressa aquilo que há no coração de cada pessoa – o profundo anseio pela paz!
Jesus, o Salvador chegou! O Natal não é apenas um sonho para os sonhadores, um conto de fadas para as crianças, mas é a grande realidade proporcionada por Deus. “Quem abre espaço para Jesus no centro de sua vida, que recebe o Natal em seu coração, logo constatará que não precisa renunciar a nada, mas recebe tudo.” (Norbert Lieth — Chamada.com.br)
* O hino foi traduzido fielmente do original em alemão.
Norbert Lieth é Diretor da Chamada da Meia-Noite Internacional. Suas mensagens têm como tema central a Palavra Profética. Logo após sua conversão, estudou em nossa Escola Bíblica e ficou no Uruguai até concluí-la. Por alguns anos trabalhou como missionário em nossa Obra na Bolívia e depois iniciou a divulgação da nossa literatura na Venezuela, onde permaneceu até 1985. Nesse ano, voltou à Suíça e é o principal preletor em nossas conferências na Europa. É autor de vários livros publicados em alemão, português e espanhol.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

HOJE ELE NASCEU -sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010


HOJE ELE NASCEU



Leitura da Palavra - Lucas 2:8-20
Ora, havia naquela mesma comarca pastores que estavam no campo, e guardavam, durante as vigílias da noite, o seu rebanho.E eis que o anjo do Senhor veio sobre eles, e a glória do Senhor os cercou de resplendor, e tiveram grande temor.
E o anjo lhes disse: Não temais, porque eis aqui vos trago novas de grande alegria, que será para todo o povo: Pois, na cidade de Davi, vos nasceu hoje o Salvador, que é Cristo, o Senhor.E isto vos será por sinal: Achareis o menino envolto em panos, e deitado numa manjedoura
E, no mesmo instante, apareceu com o anjo uma multidão dos exércitos celestiais, louvando a Deus, e dizendo: Glória a Deus nas alturas, Paz na terra, boa vontade para com os homens.
E aconteceu que, ausentando-se deles os anjos para o céu, disseram os pastores uns aos outros: Vamos, pois, até Belém, e vejamos isso que aconteceu, e que o Senhor nos fez saber.
E foram apressadamente, e acharam Maria, e José, e o menino deitado na manjedoura.E, vendo-o, divulgaram a palavra que acerca do menino lhes fora dita; E todos os que a ouviram se maravilharam do que os pastores lhes diziam.
Maria, porém, guardava todas essas coisas e sobre elas refletia em seu coração.
Os pastores voltaram glorificando e louvando a Deus por tudo o que tinham visto e ouvido, como lhes fora dito.


Um garoto aproveitou as férias escolares para passar alguns dias na casa do seu avô, que moraca no campo e fazia esculturas em madeira. Numa noite, depois de um dia muito agitado, o menino foi ver o trabalho do avô, que estava criando as figuras do presépio. apoiado na mesa, observava o escultor lascar cuidadosamente a madeira, mas adormeceu.
Sonhou que as figuras do presépio estavam vivas. aproximou-se da manjedoura para ver Jesus, que olhou para o garoto e disse:
- " Quero três coisas de você! "  
- " Sim, já sei: o meu tênis novo, meu skate e o meu trenzinho elétrico"
- " Não quero nada disso."
- Então o que você quer?"
- Traga-me aquela última redação que você escreveu. "
O menino respondeu assustado:
- " Justo essa? A professora ao avaliá-la a considerou insuficiente"
-  Traga-me todas as insuficiências de sua vida.


Mais uma coisa: traga-me a caneca de porcelana com a qual você toma leite."
- Jesus, esta não existe mais, quebrou. "


- Então traga-me todas as coisas que estão quebradas em sua vida.


" - Ah sim, traga-me também a resposta que você deu a sua mãe quando ela perguntou sobre a caneca. "


O menino começou a chorar.
- Jesus, eu menti para a minha mãe. Disse-lhe que havia caído por descuido e quebrado, quando na verdade  eu a quis quebrar.


- " Traga-me todas as mentiras de sua vida. "


Então o menino acordou. É apenas  uma historinha, mas quanto ela nos ensina.
Jesus veio ao mundo porque a todo momento constatamos a nossa insuficiência e queremos mudar, mas não podemos; porque há tantas coisas quebradas em nossa vida, como os relacionamentos; porque há tantas coisa mal contada - mentiras e hipocrisias.
Essa é a boa notícia do Natal: Deus enviou seu filho para libertar as pessoas de seus pecados. Jesus agora espera que lhe entreguemos nossa insuficiência, as coisas quebradas e as mal contadas em nossa vida.


Hoje á noite, quando estiver reunido com sua família, lembre-se que hoje nasce aquele que nos ama mais do que tudo. Nada, nem ninguém substitui ou tira, o lugar do verdadeiro festejado desta noite, e de todos os dias de nossas vidas, JESUS CRISTO !


Deus abençoe, e feliz Natal !
Fonte: Devocional Diário
http://marceloibl.blogspot.com/2010/12/natal.html

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Deus repousava na manjedoura - Ricardo Gondim


Ricardo Gondim

Há algum tempo, intrigado, comecei a questionar porque Jesus Cristo escandalizou fariseus, saduceus e doutores da lei. Nenhuma novidade me ocorreu: há séculos os judeus aguardavam o Messias. Eles viviam na expectativa política de que um Ungido se levantaria em nome de Deus. Nos setores mais politizados, o Messias viria como o grande libertador – uma encarnação melhorada e glorificada de Moisés; um Dom Sebastião dos tempos antigos. Para segmentos religiosos ortodoxos, o Messias chegaria para renovar os princípios da Torá. O cumprimento da Lei representaria uma renovação espiritual que resgataria o povo para um novo tempo.
Mas além dessa grande espera, Paulo também diz que Jesus foi loucura para os gregos. O Nazareno se revelou um retumbante fracasso porque nunca deixou colar nele as expectativas judaicas e depois, nem as gregas, sobre as ações da divindade. Via-se claramente que em Jesus Deus não se parecia com o Movedor Imóvel de Aristóteles. Ele colocava teologia e filosofia de ponta cabeça.
Se o Deus dos fariseus zelava pelo cumprimento estrito da lei, Jesus a tornava flexível pela misericórdia. Quando perdoou a mulher apanhada no próprio ato do adultério, deixou claro que o poder do amor dobra a rigidez da lei: “Onde estão os teus acusadores. Eu não te condeno, vá em paz e não peques mais”. Nos casos da siro-fenícia, do centurião romano, da “impura” devido a uma menstruação crônica, do endemoninhado gadareno, do cego da calçada, fica claro que qualquer um pode aproximar-se de Deus sem exigências ou protocolos religiosos. Quando Jesus estava por perto, esvaziava-se a ideia de “não-eleito”.
Jesus não comparou Deus a um fiscal punitivo, mas a um pai machucado. No alpendre, enquanto espera a volta do filho perdido, os olhos úmidos do pai eram os olhos de Deus. Sim, mesmo desolado, o velho corre ao encontro do filho sujo, mal cheiroso e o cobre de beijos.
Ricardo Peter intuiu corretamente o porquê do ódio dos fariseus contra Jesus:
Os fariseus começaram a perceber que Jesus estava mudando radicalmente a maneira de entender quem é Deus. Este Deus teria podido provocar confusão e dispersão entre as pessoas religiosas. O comportamento do Deus anunciado por Jesus, do Deus que demonstra um amor incondicionado pelos pecadores, começava a colocar o Deus dos fariseus na sombra. Tinha início uma luta de ‘Deus contra Deus.
A religião judaica antecipara um Deus mais forte que os antigos baalins, que causaram tanto problema. Jesus andou na contramão, ele tomou sobre si a fragilidade dos serviçais. Os conteúdos de sua causa não lidavam com poder, mas com serviço. Os tempos exigiam um líder que convocasse exércitos com a força letal superior às legiões romanas. Mas o Galileu preferia colocar uma criança no colo e dizer: “Dos tais é o Reino de Deus”.
A ambição era posicionar Israel como nação líder. O messias, certamente, vingaria séculos de opressão impostos por egípcios, persas, gregos e romanos. Mas eis que ele abriu o rolo da lei numa sinagoga e leu: “O Espírito do Senhor está sobre mim e ele me ungiu para pregar boas notícias aos pobres”. Se um homem assim, radicalmente humano, comprometido com a escória do mundo, se dizia a expressa imagem de Deus, tal homem precisava ser assassinado. Um Deus fraco não servia aos interesses da religião – como ainda não serve.
Além desta enorme decepção entre os semitas, os gregos também se horrorizaram. Se Deus encarnou assim, como sustentar as ideias de Aristóteles? Jesus não se assemelhava em nada com o conceito de Deus como “Ato Puro” ou como “Motor Imóvel”. O Rabi de Cafarnaum se movia de “viscerais afetos” por uma viúva a caminho de enterrar o filho, chorava diante da sepultura do amigo (a dor de homens e de mulheres dói em Deus; Isaías é enfático- 63.9 -: “Em toda a angústia deles, foi ele angustiado”.), irritava-se quando a religião oprimia e se deixava molhar pelas lágrimas de uma prostituta. Deus não se mostrara apático.
Volto a Ricardo Peter com sua intuição sobre a revelação de Deus que Jesus brindou o mundo:
O Deus de Jesus assume o humano a tal ponto que liberta o homem da exigência de ser como Deus. Deus contém em si, agora o máximo de humanidade. Deus encontra-se imerso no humano. O ‘Reino’ de Jesus não requer seres excepcionais, melhores que o ‘resto dos homens’, que se preocupam em ser por eles contaminados.
Mas, o que verdadeiramente escandalizou no Deus que Jesus revelava foi sua tremenda inconsistência. Como assim, Deus inconstante? Misericórdia é sempre uma tremenda inconstância. A inconsistência de Deus em reverter sentenças, em anular destinos, em refazer histórias, em anular tragédias, foi a marca mais exuberante da vida de Cristo. Até o fato de seu ensino ser vazio de dogmatismos, desestabilizava qualquer teologia. E talvez tenha sido este o pingo que entornou a taça da ira dos fariseus: o Deus inabalável, rigoroso e severo do Antigo Testamento estava ausente nas palavras, gestos e atitudes do filho de Maria.
Ainda hoje, os que distinguem entre o Deus dos fariseus e o Deus de Jesus acharão boas razões para decretar sua morte. O reino que ele inaugurou entre os homens não encontra paralelo com os reinos deste mundo. Seus ensinos não são codificáveis.
Portanto, o Deus que nasceu em uma manjedoura continuará despercebido dos poderosos. Ele só será notado nas realidades singelas e pequenas: grãos de mostarda, meninos e meninas, ovelhas indefesas, desempregados em calçadas, servos inúteis, indignos, filhos pródigos, prostitutas, leprosos, cegos, mendigos, estrangeiros, soldados e exorcistas informais.
Deus poderia escolher muitas maneiras para mostrar-se real, mas preferiu nascer em uma periferia esquecida; optou viver de um jeito que pode ser, poeticamente, comparado ao de um cordeiro. 
Depois de séculos, ainda vale a pena celebrar um natal desses.


Soli Deo Gloria. 20-12-10
http://www.ricardogondim.com.br/Artigos/artigos.