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domingo, 30 de setembro de 2012

O sofrimento do justo.



Um idoso pastor se encontrava gravemente enfermo na cama e sofria terríveis dores. Um jovem obreiro que o visitava desejou consolá-lo. Cheio das melhores intenções, falou: "Deus disciplina a quem ama!" Ao que o velho homem retrucou, cheio de dores: "Sim, mas agora, neste instante, eu desejaria que Deus amasse outra pessoa!"
Muitas vezes usamos frases feitas ou procuramos explicações para o sofrimento do próximo mas não chegamos ao fundo da questão. Sobre o sofrimento do Filho de Deus está escrito: "Por isso foi que também Jesus, para santificar o povo, pelo seu próprio sangue, sofreu fora da porta" (Hb 13.12).
O inexplicável 
sofrimento dos justos

O sofrimento de um justo não pode ser explicado, mas muitas e muitas vezes sua razão de ser foi interpretada de maneira incorreta. Muitos cristãos que estão sofrendo se preocupam demais em achar a "causa" de sua angústia e se esgotam de tanto questionar. Minha doença é castigo pelo meu pecado? Ou será que Deus quer me disciplinar, educar, purificar, transformar através do sofrimento, me preparar para Seu Reino e Sua glória? – É claro que existem castigos mandados por Deus, mas nem de longe todo o sofrimento físico ou emocional, toda derrota, fome ou tormento podem ser explicados dessa maneira. Quem recebeu a Jesus Cristo em sua vida por meio da fé não sofre por causa da ira de Deus ou por castigo, mas o sofrimento é uma provação e é igualmente um meio pedagógico que o Senhor usa na vida dos crentes (Hb 12.1-11; Rm 8.31-39). Mas não são raras as vezes em que o agir de Deus e a Sua direção em nossas vidas continuará sendo um mistério para nós, principalmente quando Ele manda sofrimento e tristeza.
Não queremos deixar passar despercebido o fato de que nem todo o sofrimento tem a amável correção do Senhor como alvo final. Existem sofrimentos que nascem do ódio satânico, e se os mesmos nos alcançam foi porque o Senhor o permitiu. Os sofrimentos de Jó, por exemplo, não vieram de Deus. Também não havia motivo para correção na vida desse homem, pois Jó vivia completamente dentro do que agradava ao Senhor e era irrepreensível, o que foi confirmado pelo próprio Senhor. Seus sofrimentos eram provocados pelo maligno (comp. Jó 1.1,6-19).
Os Salmos e Provérbios também falam do sofrimento do justo: "Muitas são as aflições do justo!" (Sl 34.19a; comp. também Pv 11.31). A Bíblia nos exorta a não considerarmos todo e qualquer sofrimento dos justos como conseqüência automática de culpa e pecado em suas vidas, pois com isso estaríamos condenando a maneira justa de viver dos retos de coração. Asafe orou: "Com efeito, inutilmente conservei puro o coração e lavei as mãos na inocência. Pois de contínuo sou afligido, e cada manhã castigado. Se eu pensara em falar tais palavras, já aí teria traído a geração de teus filhos" (Sl 73.13-15). Também no Salmo 44 encontramos uma das muitas indicações da Palavra de Deus de que sofrimento nem sempre tem sua origem em pecado ou culpa diante de Deus e nem sempre é castigo por erros cometidos: "Tudo isso nos sobreveio, entretanto não nos esquecemos de ti, nem fomos infiéis à tua aliança. Não tornou atrás o nosso coração, nem se desviaram os nossos passos dos teus caminhos... Se tivéssemos esquecido o nome do nosso Deus ou tivéssemos estendido as mãos a deus estranho, porventura não o teria atinado Deus, ele que conhece os segredos dos corações? Mas, por amor a ti, somos entregues à morte continuamente, somos considerados como ovelhas para o matadouro" (vv. 17-18, 20-22). Mas todo esse sofrimento estava sob a permissão de Deus: "...para nos esmagares onde vivem os chacais, e nos envolveres com as sombras da morte... Pois a nossa alma está abatida até ao pó, e o nosso corpo como que pegado no chão. Levanta-te para socorrer-nos, e resgata-nos por amor da tua benignidade (vv. 19,25-26)."
Antes que eu mencione o testemunho do irmão Lee, da Coréia do Sul, perguntemo-nos: todos esses sofrimentos foram resultado de pecado na vida desse irmão? Ele conta:
Eu tinha 18 anos de idade quando os norte-coreanos invadiram a Coréia do Sul. Presenciei quando 7.000 cristãos foram mortos, inclusive meu pai e minha irmã. Durante três dias minha irmã ficou pendurada de cabeça para baixo em uma corda. No terceiro dia, ela estava quase desacordada. Todos os dias os comunistas nos levavam para fora para que pudéssemos ver como eram tratados os cristãos presos. Todos tínhamos sido presos e interrogados: "Você é cristão?" Naquela época minha irmã tinha 22 anos de idade. E naquele dia em que fui obrigado a ficar na sua frente, ela me reconheceu. Sangue já escorria de sua cabeça. Me senti impotente diante dela, pois estava amarrado. Mas ela cantava num sussuro: "Em Jesus amigo temos..." e "Mais perto quero estar, meu Deus de Ti..." E foi dessa maneira que ela morreu, mas sua morte vitoriosa deixou uma profunda impressão em minha vida. – Uma semana depois meu velho pai de 72 anos foi executado. Ele foi queimado vivo, depois de ter passado fome por um mês. Jogaram-no em uma cova, cobriram-no com querosene e tocaram fogo. Antes de perder os sentidos, gritou com suas últimas forças: "Você tem de acabar o que eu não consegui levar até o fim!" Então levantou suas mãos e orou: "Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem!"
Esses dois acontecimentos deixaram marcas em toda a minha vida futura, marcas que nunca mais puderam ser apagadas. Não posso descrever os sofrimentos que tive que passar. Durante um mês inteiro meus carrascos me espancaram, queimaram e quebraram meus ossos. Quando eles finalmente acharam que eu estava morto, jogaram-me em um pântano. Fiquei oito dias inconsciente no meio de cadáveres. Os ratos passavam por cima de nós e o sofrimento era infernal. Mas nessa hora eu entreguei minha vida ao Senhor Jesus. Reconheci o que significa na vida de uma pessoa um relacionamento pessoal com Jesus: no mais profundo sofrimento pode nascer a alegria da fé!
Os terríveis sofrimentos e a angústia de sua irmã e de seu pai e seus próprios sofrimentos contribuíram para que o Dr. Lee chegasse a crer no Senhor Jesus Cristo – que maravilhoso fruto de sofrimento por amor ao Senhor!
Será que você anda encurvado sob o fardo de sofrimentos e pressões do dia-a-dia que pesa sobre os seus ombros? Você se angustia com problemas e infortúnio? Você sofre por fracassos, decepções, esperanças frustradas? Ou você sofre por amor a Cristo? Existe uma cruz pesada sobre sua vida, cruz que você tem de carregar?
Qual é a causa do sofrimento, se não é o pecado?
Sofrimento por amor a Jesus. Foi dito ao apóstolo Paulo que ele iria sofrer muito por amor a Jesus (At 9.16). O Senhor o usou de modo extraordinário como instrumento muito útil, mas os sofrimentos de Paulo foram igualmente extraordinários. Os profundos sofrimentos por amor a Jesus faziam parte de sua elevada vocação.
Sofrimentos por amor a Jesus não são motivo de tristeza, mas de alegria: "... alegrai-vos na medida em que sois co-participantes dos sofrimentos de Cristo, para que também na revelação de sua glória vos alegreis exultando" (1 Pe 4.13). E sofrer pelo Evangelho é um tipo de sofrimento por amor a Jesus (2 Tm 1.8), assim como sofrimentos por praticar o bem (1 Pe 2.20), sofrimentos por causa da justiça (Mt 5.10) e os sofrimentos como servos de Deus (2 Co 6.4 ss.).
Sofrimentos por amor aos outros (à Igreja). É isso o que nos relata Colossenses 1.24: "Agora me regozijo nos meus sofrimentos por vós; e preencho o que resta das aflições de Cristo, na minha carne, a favor do seu corpo, que é a igreja." Sofrimentos suportados com paciência por um cristão servem de exemplo e testemunho para toda a Igreja, pois é nisso que o caráter de Jesus mais se reflete. E é por isso que as pessoas mais santificadas têm de sofrer mais, por estarem muito próximas do Senhor e por terem condições de suportar o sofrimento. Epafrodito, cooperador de Paulo, ficou gravemente enfermo por causa da obra do Senhor e por servir ao apóstolo por parte dos filipenses (comp. Fl 2.25-30).
Sofrimentos por testemunhar da fé para a glória do Senhor. Para provar isso quero citar novamente 1 Pedro 4.13: "...alegrai-vos na medida em que sois co-participantes dos sofrimentos de Cristo, para que também na revelação de sua glória vos alegreis exultando." O salmista Asafe testemunha em meio ao seu sofrimento: "Todavia, estou sempre contigo, tu me seguras pela minha mão direita. Tu me guias com o teu conselho, e depois me recebes na glória. Quem mais tenho eu no céu? Não há outro em quem eu me compraza na terra. Ainda que a minha carne e o meu coração desfalecem, Deus é a fortaleza do meu coração e a minha herança para sempre... Quanto a mim, bom é estar junto a Deus; no Senhor Deus ponho o meu refúgio, para proclamar todos os seus feitos"(Sl 73.23-26, 28).
Será que conseguimos imaginar o testemunho glorioso e elogiado que um servo de Deus que sofre por amor ao Senhor tem diante do mundo invisível dos anjos, quando se firma no Senhor e espera nEele em meio aos sofrimentos, e quando consegue dizer "Senhor, apesar de tudo eu quero ficar perto de Ti"? Como é grandioso e maravilhoso o reflexo desses sofrimentos na eternidade! Isso é mostrado em Romanos 8.18: "Porque para mim tenho por certo que os sofrimentos do tempo presente não são para comparar com a glória por vir a ser revelada em nós."
O que devemos fazer no sofrimento?
Como é que a nossa alma consegue ficar consolada e quieta em tempos de angústia? Em tempos de sofrimento ninguém mais consegue ajudar aquele que sofre a não ser o Senhor. Isso o salmista também sabia, pois orava: "Faze-me justiça, ó Deus, e pleiteia a minha causa... Pois tu és o Deus da minha fortaleza" (Sl 43.1a,2a). Jesus Cristo sofreu fora da porta – e, nesse sentido, cada um que sofre está sozinho com seus sofrimentos, sofre "fora da porta" como Jesus. O salmista também tinha reconhecido isso, e encomendou sua alma juntamente com toda a sua angústia ao fiel cuidado de Deus. Ele sabia que a ajuda real, a ajuda que traz resultados não pode vir de pessoas, mas única e exclusivamente do Deus vivo. E era a Deus que ele queria entregar seu sofrimento. Ele não foi obrigado a se deixar enlouquecer e inquietar pelos outros e por seus bons conselhos, mas foi capaz de se entregar plenamente à vontade divina, e de se sentir abrigado e seguro no Senhor.
Ficamos consolados e tranqüilos quando entregamos nossa angústia ao Senhor, quando nos aquietamos e esperamos nEele.
Dificilmente o sofrimento pode ser explicado humanamente, ele só pode ser compreendido de dentro do santuário. Por isso o salmista orou: "Por que me rejeitas? Por que hei de andar eu lamentando sob a opressão dos meus inimigos? Envia a tua luz e a tua verdade, para que me guiem e me levem ao teu santo monte, e aos teus tabernáculos. Então irei ao altar de Deus, de Deus que é a minha grande alegria; ao som da harpa eu te louvarei, ó Deus, Deus meu. Por que estás abatida, ó minha alma? por que te perturbas dentro em mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei, a ele, meu auxílio e Deus meu" (Sl 43.2b-5). O coração do salmista estava repleto de porquês. Ele não conseguia entender o porquê de seus sofrimentos; mas parece que, de repente, ele passou a entender, passou a não mais precisar de uma resposta para suas muitas perguntas – mas precisava somente de uma profunda comunhão com seu Deus no santuário (vv. 3b-4a). Essa foi a solução. Foi dessa maneira que sua alma conseguiu ficar quieta e consolada e cheia de gratidão para com o Senhor apesar do sofrimento pelo qual estava passando (vv. 4b-5). Nem sempre existe uma resposta, mas sempre existe consolo e luz na escuridão de nossa alma quando nos achegamos ao Senhor, quando entramos no santuário. E é por isso que filhos de Deus santificados conseguem dizer: "O Senhor está tão perto de mim!" Para o salmista passou a ser secundário conhecer ou não a causa de seus sofrimentos. Para ele passou a ser prioridade saber que era Deus que conduzia sua vida, passou a ser prioridade andar na luz do Senhor, andar na verdade do Senhor e ser dirigido pelo Senhor para alcançar seu alvo de vida.
Asafe estava cheio de dúvidas e questionamentos. Parecia-lhe que o sofrimento ela algo sem lógica, algo incompreensível e absurdo. Ele não era capaz de entendê-lo nem explicá-lo: "Em só refletir para compreender isso, achei mui pesada tarefa para mim; até que entrei no santuário de Deus..." (Sl 73.16-17). No santuário nem sempre recebemos a explicação para o porquê de nossos sofrimentos, mas em compensação recebemos consolo, recebemos fortalecimento e uma profunda paz. Até um homem como Elias chegou ao ponto de se sentir desesperado e questionava o motivo de tanto sofrimento. Ele não recebeu uma resposta para suas perguntas, mas recebeu comida e bebida para sua longa jornada em busca de um novo encontro com o Senhor. João Batista foi tomado de dúvidas quando estava no cárcere. E ele também não recebeu resposta ao porquê de seus sofrimentos, dúvida que certamente ocupava sua mente. Mas ele recebeu a palavra do Senhor: "...bem-aventurado é aquele que não achar em mim motivo de tropeço" (Mt 11.6).
Agora me dirijo a você, especialmente a você que tem sofrimento e dor em sua vida, que passa por angústias e enfermidades – você não quer simplesmente entrar no santuário para receber ali o consolo que vem de Deus? Em pouco tempo se cumprirá em sua vida o que o Senhor glorificado diz no último livro da Bíblia: "E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras cousas passaram. E aquele que está assentado no trono disse: Eis que faço novas todas as cousas. E acrescentou: Escreve, porque estas palavras são fiéis e verdadeiras... O vencedor herdará estas cousas, e eu lhe serei Deus e ele me será filho" (Ap 21.4-5,7). (Norbert Lieth)

http://www.chamada.com.br/mensagens/sofrimento.html
Norbert Lieth É Diretor da Chamada da Meia-Noite Internacional. Suas mensagens têm como tema central a Palavra Profética. Logo após sua conversão, estudou em nossa Escola Bíblica e ficou no Uruguai até concluí-la. Por alguns anos trabalhou como missionário em nossa Obra na Bolívia e depois iniciou a divulgação da nossa literatura na Venezuela, onde permaneceu até 1985. Nesse ano, voltou à Suíça e é o principal preletor em nossas conferências na Europa. É autor de vários livros publicados em alemão, português e espanhol.

sábado, 29 de setembro de 2012

A LUTA DO CRENTE




Por Theodore H. Epp

O filho de Deus está empenhado numa guerra espiritual. O apóstolo Paulo escreveu assim: "... porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e, sim, contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes" (Efésios 6:12). Fique bem claro, entretanto, desde o princípio, que os crentes se acham do lado vencedor. Em Cristo Jesus somos mais que vencedores (Romanos 8:37). Nossos recursos espirituais são o próprio Senhor Jesus e a força de Seu poder (Efésios 6:10). Em Jesus Cristo podemos obter a vitória em todas as ocasiões. Não temos necessidade alguma de sucumbir a quaisquer engodos satânicos, dardos inflamados ou esquemas perversos. Ao lermos o Novo Testamento não podemos deixar de notar que os crentes são frequentemente advertidos para que se não deixem iludir pelos enganos do Diabo. Nosso Senhor falou sobre isso aos Seus discípulos. Paulo e Pedro trombetearam avisos fortes concernentes ao Maligno e suas armadilhas subtis. Em todos esses casos, advertência é feita aos crentes, e nunca aos perdidos. Aos filhos de Deus é que compete revestirem-se de toda a armadura de Deus. Os crentes é que devem ser fortes no Senhor. Paulo disse que "nós" lutamos contra as potestades e principados. Sendo capazes, agora, de identificar nossos inimigos, e estando confiantes da vitória nessa luta, vamos examinar Satanás de perto, para ver como ele, mediante suas forças malignas, procura obter o controle do crente a fim de dominar a sua vida. Há quem pense que tudo quanto é preciso nessa guerra é conhecer a Deus, sem dar qualquer atenção ao inimigo. Esse é um dos esquemas mais engenhosos de Satanás. Muito do seu sucesso se deve ao fato de que ele sabe ocultar tão bem sua identidade que os homens não suspeitam de sua presença e de seus propósitos maus. Porém, quero que vejas, pela Bíblia, os métodos que Satanás emprega, tanto para oprimir como para obcecar a quem quer que possa do povo de Deus. Ao pregar a Cornélio e à sua família e amigos, Pedro disse a respeito de Jesus: "...como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e poder, o qual andou por toda parte, fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do diabo..." (Atos 10:38). A palavra "oprimidos" é significativa. Oprimir significa "exercer controle sobre alguém", "tiranizar". É claro que tal opressão não parte de dentro, mas de fora, e provém das forças satânicas. Uma das coisas que essas forças fazem é colocar os santos de Deus sob grande pressão mental e emocional. Ouve-se falar muito nessas condições nos nossos dias, mas asseguro-te que o crente não necessita viver debaixo de tal pressão. Pode viver livre dela, embora ela o cerque por todos os lados. Eis porque nos é dito, em Efésios, capítulo seis, para sermos "fortalecidos no Senhor e na força do seu poder", e para nos revestirmos de toda a armadura de Deus.


In “Cristãos nervosos” - L. Gilbert Little, M. D.

Theodore H. Epp (27 de janeiro de 1907 - 13 outubro de 1985) foi um ministro cristão, escritor, e um evangelista radiofónico. Epp foi diretor-fundador e presidente do programa de rádio cristão, ‘Back to the Bible’ entre 1939-1985, ouvido em todo o mundo cem estações e em oito em oito idiomas. Epp nasceu em Oraibi, no estado norte-americano do Arizona, filho de russos menonitas emigrantes. Os seus pais foram missionários entre os índios Hopi. Theodore H. Epp foi um homem da Palavra, um homem íntegro.

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Arrepender-se é mudar o mundo



  PAULO BRABO



O arco da narrativa de Lucas, que se alça no evangelho que traz o seu nome e se fecha graciosamente no livro de Atos, é sustentado por um bom número de conceitos-chave, motivos centrais que [re]aparecem em momentos estratégicos e amarram dessa forma a sua estrutura. São temas como batismoarrependimento, salvação, plano divino e a relação entre a rejeição e a expansão da mensagem da boa nova.
Dentre esses, o menos importante não será a noção demetanoia/arrependimento. A raiz grega para “arrependimento” aparece 25 vezes no trajeto de Lucas-Atos, número que representa mais de 45% de todas as ocorrências da palavra no Novo Testamento. Mais importante do que observar essas cifras, no entanto, será notar que os demais autores do Novo Testamento, quando usam a palavra, não se dão ao trabalho de defini-la ou de fornecer para ela quaisquer verdadeiros pontos de referência. Lucas é o único autor neotestamentário a apresentar chaves numerosas e inequívocas para que seu leitor entenda a natureza do arrependimento,“Frutos dignos de arrependimento”, isto é, atitudes que evidenciem a nossa mudança de mentalidade.conforme anunciado por Jesus e por seu precursor, bem como as implicações da idéia para a comunidade cristã e para a sociedade como um todo.
Para o autor de Lucas e Atos o arrependimento é uma forma muito peculiar e prenhe de consequências de mudança de mentalidade. Sua idéia de arrependimento tem, na realidade, pouca relação com a arapuca cheia de implicações teológicas com que tentamos aprisionar a palavra.
Muito embora no evangelho de Lucas João Batista dê início ao seu serviço público apregoando o “batismo de arrependimento tendo em vista a remissão de pecados” (Lucas 3:3), nesta narrativa arrepender-se não é o mesmo que “abraçar o perdão”, nem é o mesmo que “abandonar uma vida de pecado” (pelo menos não no sentido seletivo que costumamos atribuir a perdão e pecado).
Muito embora João Batista deixe muito claro (Lucas 3:8) que o apego à tradição religiosa não tem poder para poupar quem quer que seja da ira vindoura (“nem comecem a dizer em si mesmos: ‘Nosso pai é Abraão’”), para Lucas arrepender-se também não é mero recurso para se evitar a punição divina.
Tanto “abandonar o pecado” quanto “evitar a punição”, idéias através das quais estamos habituados a interpretar o termo arrependimento, tem uma natureza negativa: enfatizam o que não deve ser feito e aquilo que pode ser evitado. Na narrativa de Lucas-Atos, o arrependimento é sempre coisa a ser lida numa lente positiva: diz respeito, invariavelmente, ao que deve ser, a partir daquele momento e para sempre, colocado em prática.
Para Lucas, a mensagem do arrependimento não anuncia coisa alguma a respeito do que Deus está fazendo; ela anuncia tudo a respeito do que você deve fazer. Para Lucas, as implicações do arrependimento não são teológicas, mas práticas. Para Lucas, arrepender-se é um modo de abraçar a salvação pelo método de salvar os outros.
Isso fica evidente desde o primeiro momento em que a idéia é apresentada pelo autor, no terceiro capítulo do seu evangelho. Às multidões que saíam para ser batizadas por ele, João Batista dava a entender, sem qualquer rodeio, que o seu batismo não representava garantia alguma ou mérito algum (vv. 7-8). “O que vocês devem fazer”, ele esclarece em seguida, “é produzir frutos dignos de arrependimento”. Em outras palavras, o que Deus está exigindo de nós não são ritos ou profissões de fé, mas atitudes que evidenciem a nossa mudança de mentalidade. Porque as árvores que não dão frutos – isto é, os adoradores que não produzem evidência da sua mudança de critérios – estão sendo cortadas e lançadas no fogo (v. 9).
Diante dessa exigência, os ouvintes de João Batista apresentam-lhe a pergunta que será ecoada sem alteração pelos ouvintes de Pedro no Pentecosteso que devemos fazer?
A resposta oferecida pelo Batista é de importância épica, porque revelará quais são, na opinião divina que ele está representando, as implicações da metanoia. Quais são as atitudes que evidenciam o arrependimento/mudança de mentalidade? Que resposta você daria a quem lhe perguntasse quais são as exigências do arrependimento bíblico?
Para surpresa e embaraço eternos de igrejeiros antigos e contemporâneos, o arauto de Deus não entende o arrependimento como chamado à religião ou à abstinência, mas como convocação à justiça social, à integridade e à distribuição de renda:
“Quem tem duas túnicas”, exige João Batista, “reparta com o que não tem nenhuma. Quem tem comida deve fazer o mesmo”.
Para nossa felicidade, alguns cobradores de impostos aparecem logo em seguida para serem batizados por João – isto é, estão dispostos também eles a abraçar o arrependimento, – e fazem-lhe precisamente a mesma pergunta: e nós, o que devemos fazer?
A resposta de João: “Não cobrem mais do que lhes foi prescrito.”
E, logo depois, alguns soldados: e nós, o que devemos fazer?
João: “Não tentem extorquir o que pertence aos outros fazendo denúncias falsas. Contentem-se com o seu soldo”.
Neste ponto será necessário mais uma vez parar no acostamento e enfatizar o caráter absolutamente revolucionário dessas divinas interferências. Pois o reino de Deus anunciado por João Batista e por Jesus não implica apenas na abolição da idéia de religião como esforço de reconciliação com Deus por parte do homem. Nesta nova intervenção Deus não quer nos salvar das nossas faltas ou do castigo que elas requerem, o que seria fácil demais; seu ambicioso e exigentíssimo plano é salvar-nos da nossa mediocridade. Seu plano é salvar-nos de nós mesmos.
Para os arautos das boas novas nos quatro evangelhos, o homem deve arrepender-se não porque o arrependimento é a resposta adequada ao pecado, mas porque teve início um novo e assombroso período da história. A motivação para se adotar a nova mentalidade é a vertiginosa notícia de que o reinado de Deus foi inaugurado.Arrependei-vos, minha gente, porque é chegado o reino de Deus.
E embora não conheçamos o retrato completo deste novo mundo que Deus está sonhando, anunciando e implantando, os evangelhos vão indicando que ele será caracterizado por inúmeras revoluções por minuto em todas as áreas da atividade humana. Este novo mundo requer uma nova mentalidade, uma nova visão de mundo, e adotar esta nova cabeça é precisamente arrepender-se.
É por isso que em suas respostas João Batista vai esclarecendo que o arrependimento deve necessariamente abranger todo um leque de dimensões éticas, sociais e antropológicas.
Como o cerne do projeto do reino é uma reconciliação radical entre os seres humanos, com a consequente criação de uma nova comunidade, a primeira e mais geral revelação é a de que todos, não apenas os ricos, tem a responsabilidade de repartir. Onde todos tem a mesma ausência de merecimento, todos merecem rigorosamente a mesma coisa – pelo que toda e qualquer desigualdade deve ser voluntariamente corrigida pelos componentes do sistema (“quem tem duas túnicas reparta com o que não tem nenhuma. e quem tem comida deve fazer o mesmo”). Em segundo lugar, como explicam as respostas dadas aos soldados e aos cobradores de impostos, a nova era exigirá, mesmo daqueles colocados nas mais comprometedoras posições da sociedade, uma postura radical de integridade pessoal.
metanoia representa uma revisão completa do modo como os seres humanos interagem uns com os outros, e isso porque o novo estado de coisas do reino exigirá tudo de todos e algo diferente de cada um. Embora acabe representando desafios diferentes de acordo com a presente posição do indivíduo na sociedade, as marcas do arrependimento dizem sempre respeito à relações interpessoais, e requererão invariavelmente uma postura de altruísmo, inclusão e misericórdia. Como deixam abundantemente claro os três exemplos deste episódio de Lucas, arrepender-se é rever a nossa posição sobre quem é digno de Deus, e portanto sobre quem é merecedor da nossa amizade, da nossa lealdade e da nossa túnica extra.
Esta, e não servir de ilustração da vida futura, é a razão de ser da parábola do rico e o Lazáro (Lucas 16:19-31). Na parábola o homem rico mostrou-se merecedor dos tormentos do inferno porque, diante da oportunidade que jazia literalmente à sua porta, recusou-se a arrepender-se. O rico é punido porque negou-se a abraçar a lógica inclusiva do reino e repartir com o Lázaro uma parcela dos seus recursos. De seu posto de sofrimento e exclusão, o rico pede a Abraão que permita que o mendigo se apresente na terra dos vivos aos seus cinco irmãos, porque “se alguém dentre os mortos for ter com eles, eles hão de se arrepender” – isto é, mudarão o seu modo de interagir com os outros/pobres.
Paralelamente, há outro símbolo potente nas respostas dadas por João Batista aos soldados e aos cobradores de impostos. Os dois grupos representavam categorias que viviam – e muitas vezes por boas razões – às margens da aceitação social. Soldados e cobradores de impostos não mereciam tratamento cordial e não tinham cacife para participar da comunidade de Deus. Ao se dispor a responder as suas perguntas, João acaba revelando o impensável: que o arrependimento (e portanto o acesso ao reino e à salvação) está aberto mesmo aos desprezíveis e desprezados, aqueles que a sociedade decidiu serem inteiramente indignos de inclusão social fora do seu próprio círculo. Arrepender-se, na ótica mais ampla do reino, é tanto mudar de idéia a respeito de quem é aceitável quanto passar a viver fornecendo a todos indicação de que todos são aceitáveis.
É preciso lembrar que o mundo da Antiguidade era, talvez ainda mais do que o nosso, regido pela crença indiscriminada em categorias sociais estanques, barreiras que milagre algum podia alterar ou derrubar. A inclusividade brutal do reino de Deus, como proposto por Jesus e João Batista, representava e representa uma tremenda ameaça a esse estado de coisas.
E, como declarado nos evangelhos, a revolução igualitária do reino começa pessoa a pessoa pela guerrilha do arrependimento, que no vocabulário da boa nova não é remorso e não é contrição, mas uma mudança definitiva e radical no modo de se ver e experimentar o mundo e a relação com o Outro.
Arrepender-se é mudar o mundo. Numa palavra, Jesus prega a aceitação de todos, e essa inclusividade requer uma extrema revisão no nosso modo de pensar pessoas e comunidades. Essa mudança de mentalidade altera cada aspecto da vida, e produz uma completa reorientação de crenças, critérios e atitudes.
Na prática, como explicam os exemplos do evangelho de Lucas, o arrependimento trabalhará sempre para corrigir desigualdades e injustiças sociais, morais, éticas, financeiras e religiosas. Contribuirá para alterar visões de mundo que causavam a exclusão. Servirá de instrumento de ressocialização, possibilitando a criação de um comunidade inclusiva sem qualquer paralelo na história anterior ou posterior da humanidade.
Essa reforma de ponto de vista altera o próprio tecido da realidade, porque muda o que as pessoas se mostrarão dispostas a fazer umas pelas outras. Criará ao mesmo tempo um ambiente novo, onde gente de diversas origens e orientações, que vivia antes alienada, poderá conviver como povo de Deus.
Esta insana reprogramação é o que os arautos da boa nova chamam de arrependimento/metanoia.

Amai a vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam, bendizei aos que vos maldizem, e orai pelos que vos caluniam.
Ao que te ferir numa face, oferece-lhe também a outra; e ao que te houver tirado a capa, não lhe negues também a túnica. Dá a todo o que te pedir; e ao que tomar o que é teu, não lho reclames.
Assim como quereis que os homens vos façam, do mesmo modo lhes fazei vós também.
Se amardes aos que vos amam, que mérito há nisso? Pois também os pecadores amam aos que os amam. E se fizerdes bem aos que vos fazem bem, que mérito há nisso? Também os pecadores fazem o mesmo. E se emprestardes àqueles de quem esperais receber, que mérito há nisso? Também os pecadores emprestam aos pecadores, para receberem outro tanto.
Amai, porém a vossos inimigos, fazei bem e emprestai, nunca desanimado; e grande será a vossa recompensa, e sereis filhos do Altíssimo; porque ele é benigno até para com os ingratos e maus.
Sede misericordiosos, como também vosso Pai é misericordioso.
Vendo-se as coisas por esta ótica, fica evidente que a parábola do filho pródigo (Lucas 15:11-32) não é contada para constrastar um filho austero e um filho devasso, nem para mostrar a diferença entre um filho volúvel e um pai constante. O conflito central da parábola só é colocado em andamento quando o filho pródigo aparece arrependido no horizonte, porque esta narrativa serve para constrastar duas atitudes possíveis de uma comunidade diante do arrependimento. Por um lado, o pai acolhe o arrependimento como motivo de júbilo e ressocialização; por outro, o filho mais velho vê a inclusão como motivo de ódio e horror.
A lição da parábola está em que na visão de mundo do reino a inclusividade, o perdão e a misericórdia nunca devem ser vistos com rancor ou como falta de critério, mas como ensejo para a mais irrestrita e exuberante celebração. A narrativa explica que é mais fácil um de fora arrepender-se (isto é, sentir-se disposto a incluir e a ser incluído) do que os que se sentem incluídos se mostrarem dispostos a abraçar sem qualquer trâmite os de fora. O verdadeiro desafio do arrependimento, o verdadeiro funil da conversão de mentalidade exigida pelo reino, é sermos capaz de engolir gostosamente essa medida geral e irrestrita de inclusão.
Mas a boa nova não se cala, e insiste imoderadamente que a conversão de mentalidade do reino está ao alcance de todos – até mesmo de patifes como nós, que via de regra não nos consideramos pecadores como os outros. Porém, a história conta que para nós arrepender-se representará aceitar no nosso seletíssimo círculo a inclusão daqueles de que estamos absolutamente convictos não merecem nossa consideração – quanto mais nosso beijo, nosso abraço e um lugar inesperado à mesa.

http://www.baciadasalmas.com/2010/arrepender-se-e-mudar-o-mundo/

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

A Fé: uma Doutrina Incompreendida



- A. W. Tozer

No esquema divino da salvação, a doutrina da fé é essencial. Deus dirige suas palavras à fé, e onde não existe fé, é impossível uma verdadeira revelação. "Sem fé é impossível agradar a Deus."

Cada um dos benefícios derivados da expiação de Cristo chega ao indivíduo pela porta da fé. Perdão, purificação, regeneração, o Espírito Santo, todas as respostas à oração, são concedidas à fé e recebidas pela fé. Não existe outro meio. Esta é uma doutrina evangélica comum e aceita onde quer que a cruz de Cristo é compreendida. Pelo fato de a fé ser tão vital a todas as nossas expectativas, tão necessária ao cumprimento de cada uma das aspirações de nosso coração, não ousamos tomar nada como certo em relação a ela. Uma coisa que abrange tanto bem e tanto mal, que na verdade decide nosso céu e nosso inferno, é demasiado importante para ser negligenciada. Não nos é possível de modo algum manter-nos não-informados ou mal-informados. É preciso saber.

Meu coração se manteve durante muitos anos preocupado com a doutrina da fé, como ela é recebida e ensinada entre os cristãos evangélicos por toda parte. Grande ênfase é dada à fé nos círculos ortodoxos, e isso é bom; mas continuo preocupado. Meu temor específico se prende ao fato de o moderno conceito de fé não ser bíblico. Quando os professores de hoje usam a palavra, eles não têm em mente o mesmo significado que os escritores bíblicos lhe deram, segundo penso.

As causas de minha preocupação são as seguintes: 
1. A falta de um fruto espiritual na vida de tantos que afirmam ter fé. 
2. A raridade de uma transformação radical na conduta e perspectiva geral das pessoas que professam sua nova fé em Cristo como seu Salvador pessoal. 
3. O fracasso de nossos professores em definir ou mesmo descrever aquilo a que a palavra fé deveria referir-se. 
4. O fracasso completo de multidões de interessados, por mais sinceros que sejam, de tirar qualquer proveito da doutrina ou receber através dela qualquer experiência satisfatória. 
5. O perigo real de que uma doutrina tão servilmente imitada e recebida sem críticas por tantos seja tão falsa quanto a compreensão que têm da mesma. 
6. Tenho visto fé sendo apresentada como um substituto à obediência, uma fuga da realidade, um refúgio da exigência de raciocinar, um esconderijo para um caráter fraco. Conheci pessoas que davam o nome de fé aos espíritos de animais superiores, ao otimismo natural, às emoções e a tiques nervosos. 
7. O bom senso comum deveria dizer-nos que qualquer coisa que não transforme a pessoa que a professa, também não faz diferença para Deus. Não podemos deixar de observar que para um número incontável de pessoas a mudança da falta de fé para a fé não faz uma diferença real na vida delas.

Talvez seja útil saber primeiro o que a fé não é. a fim de podermos entender aquilo que ela é. Não é acreditar numa declaração que sabemos ser verdadeira. A mente humana foi feita de tal forma que acredita necessariamente quando a evidencia a ela apresentada é convincente. Não pode agir de outro modo. Quando a evidência não consegue convencer, a fé é impossível. Nenhuma ameaça ou castigo consegue obrigar a mente a crer quando existe evidência clara em contrário.

A fé baseada na razão é um tipo de fé, mas não se trata do caráter da fé bíblica, pois segue infalivelmente a evidência e não possui uma natureza moral ou espiritual. A ausência de fé baseada na razão também não pode servir para condenar ninguém, pois a evidência e não o indivíduo é quem decide o veredicto. Enviar um homem para o inferno pelo único fato de seguir a evidência até a sua conclusão adequada seria demasiada injustiça; justificar um pecador dizendo que ele tomou suas decisões segundo fatos claros seria fazer da salvação o resultado das operações de uma lei comum da mente, aplicável tanto a Judas como a Paulo. Seria tirar a salvação da esfera da vontade e colocá-la num plano mental, onde, segundo as Escrituras, ela certamente não se enquadra.

A verdadeira fé se apóia no caráter de Deus e não pede outras provas além das perfeições morais d'Aquele que não pode mentir. Basta que Deus tenha afirmado, e se a declaração for contrária a cada um dos cinco sentidos e a todas as conclusões da lógica, o crente mesmo assim continua crendo. "Seja Deus verdadeiro e mentiroso todo homem" (Rm 3:4), é a linguagem da fé real. O céu aprova tal tipo de fé porque ela se eleva sobre as simples provas e se apóia no seio de Deus.

Em anos recentes tem havido um movimento entre certos evangélicos no sentido de provar as verdades bíblicas apelando para a ciência. É buscada evidência no mundo natural, a fim de apoiar a revelação supranatural. Flocos de neve, sangue, pedras, criaturas marinhas estranhas, pássaros e muitos outros objetos naturais têm sido apresentados como prova de que a Bíblia diz a verdade. Isto tem sido considerado como um grande aliado da fé, afirmando que se uma doutrina bíblica puder ser provada como verdadeira, a fé irá brotai e florescer em resultado disso.

O que esses irmãos não percebem é que o próprio fato de eles sentirem a necessidade de buscar provas para as verdades das Escrituras traz à luz algo completamente diverso, a saber, sua própria descrença básica. Quando Deus fala, a incredulidade pergunta: "Como posso saber se isso é verdade?" EU SOU O QUE SOU é a única base para a fé. Escavar entre as rochas ou pesquisar as profundezas dos mares a fim de conseguir evidência para apoiar as Escrituras é insultar QUEM as escreveu. Acredito sinceramente que isto não é feito intencionalmente, mas não vejo como escapar à conclusão de que de todo modo isso acontece.

A fé, como apresentada na Bíblia, é confiança em Deus e em seu Filho Jesus Cristo. É a resposta da alma ao caráter divino, como revelado nas Escrituras, e mesmo esta resposta é impossível sem a operação do Espírito Santo. A fé é um dom de Deus à alma arrependida e nada tem a ver com os sentidos ou à informação por eles prestada. A fé é um milagre; é a capacidade dada por Deus para que confiemos em seu Filho, e qualquer coisa que não resulte em ação segundo a vontade de Deus não é fé, mas algo inferior a ela.

A fé e a moral são dois lados da mesma moeda. A moral é de fato a própria essência da fé. Qualquer fé em Cristo como Salvador pessoal que não submeta a vida da pessoa à obediência completa a Cristo é insuficiente e irá trair sua vítima no final. O homem que crê obedecerá; a falha em obedecer é uma prova convincente de que não existe verdadeira fé. A fim de tentar o impossível Deus deve conceder fé, caso contrário ela não existirá, e Ele só concede fé ao coração obediente. Há obediência quando há arrependimento; pois este não é apenas tristeza pelos erros e pecados do passado, mas também uma decisão de começar a fazer desde agora a vontade de Deus como revelada por Ele a nós.


quarta-feira, 26 de setembro de 2012

A recompensa do valente




As vezes somos injustiçados, ficamos calados e não nos defendemos, mas Deus sabe quem nós somos, Ele conhece nossa conduta, o que fazemos e pensamos, não importa o quanto falem de você, eles não definem quem você é, você sim, não por suas palavras, acões, boa conduta, bondade ou fidelidade, mas por causa de um conjunto de atributos que a pessoa tem que possuir como servo de Deus, principalmente quando deixamos Deus indicar o caminho da qual é certo. A verdade aparecerá, mas até lá, você precisa continuar lutando, a verdade sempre e mostrada.
Cada geração precisa fazer a diferença em meio aos problemas e as novas mudanças, mas nosso standard sempre será medido pela palavra de Deus, Ele te dará a mais alta distinção. O Senhor nos fala: “Dar-te-ei as chaves do reino dos céus;” Mateus 16:19, Ele fala mais para os seus valentes: “Porei sobre o seu ombro a chave da casa de Davi; ele abrirá, e ninguém fechará, fechará, e ninguém abrirá.” Isaías 22:22.
Devemos lembrar que são os por menores, as sutilezas que fazem a total diferença na vida e depois seu andamento. Deus quer incentivá-lo hoje a não se limitar a Ele em qualquer área de sua vida. Aqueles que forem como os valentes de Davi, homens de ânimo resoluto, que não se deixam levar pelas coisas apresentadas que tentam desviar nossos pensamentos, serem firmes no dia da batalha e não sucumbir as muitas facilidades que não agradam a Deus, sua recompensa será altíssima: “Ao vencedor, dar-lhe-ei sentar-se comigo no meu trono, assim como também eu venci e me sentei com meu Pai no seu trono.” Apocalipse 3:21.
Precisamos lembrar que valente não é aquele que toma uma cidade mas aquele que domina a si próprio, nosso coração é enganoso, aquilo que achamos que é o certo, no final nos prejudica, perdemos amigos, casamento, confiança de nossos pais, e até nossa índole, ficamos tão fora do foco de Deus que não percebemos quando essas coisas ocorrem. Aquilo que é errado, o pecado deve cheirar mal para nós.
Jesus foi tentado, a Ele foi mostrado os reinos do mundo inteiro que existia todo e qualquer tipo de pecado, coisas que a princípio facilitam sua vida. Da mesma forma e maneira é conosco, somos tentados diariamente, dia após dia por coisas agradáveis aos olhos, sexo fácil, drogas de graça, atrativos que nos tiram da Igreja, que nos tiram o foco da salvação, do galardão, não sei quanto tempo iremos viver, chegaremos aos 95, 100 anos? nao sei, mas se compararmos a vida eterna no céu com a vida que iremos passar aqui, esses 100 anos não chegam a nem 1 segundo de vida. Lá não haverá mais pranto, tristeza, ódio, sofrimento, angustia entre outros sentimentos, ganharemos uma coroa, já imaginou isso? você irá ver o grande trono branco e aquele da qual está sentado, que sofreu com sangue, então, verá que valeu a pena todo o esforço, vida dedicada a Deus, que a promiscuidade, infidelidade, mentira eram coisas ínfimas.
Precisamos reter a mesma essência de Jesus quando ele estava aqui na terra. Muitos irão lhe apresentar varias possibilidades de pecado, até aquilo que esta em seu coração ou que esta acontecendo em sua mente, pode ser amplificado para que possa ocorrer.
Precisamos ficar alertas a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida (1João 2:16). Precisamos lembrar que não é necessário experimentar algo para poder compreendê-lo. Não deixe que a presença ou ausência de certos sentimentos façam duvidar do que Deus tem preparado para você.
Lembrando que, quando somos controlados por sentimentos subjetivos centrados em nós, ao invés de uma verdade objetiva centrada em Deus, vivemos em um constante estado de derrota. O céu é o lar dos heróis da fé, mas a terra é o podio dos valentes de Deus.
“Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam.” I Coríntios 2:9.

(Oscar Correia)
CT
http://www.lettersvitae.com/wordpress/?p=1955

Ora, como recebestes a Cristo Jesus...



"Ora, como recebestes a Cristo Jesus, o Senhor, assim andai nele." Colossenses 2.6

Como o nosso andar com Deus pode se tornar inseguro e inconstante? Existem muitos filhos de Deus cuja vida espiritual é feita de altos e baixos. Às vezes, vão em frente com alegria, outras vezes ficam resignados e prostrados, como uma vez Elias ficou. Mas será o Senhor inconstante? Medroso? Impotente? Não, nunca! As Escrituras dizem: "...o Senhor Deus é uma rocha." Na verdade estamos rodeados do poder ameaçador das trevas, mas não precisamos nos desanimar, pois andamos com o Deus vivo. Não é necessário que você perca o rumo e se deixe abater pelos poderes das trevas que se lançam sobre você, como os poderes da melancolia, dos espíritos da blasfêmia, e demônios do cansaço. Davi exclamou diante de tentações semelhantes: "Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal nenhum." A razão da sua intrepidez foi: "...porque tu estás comigo." Ande com o Deus vivo de tal maneira como se só você e Ele existissem nesse mundo! Diante dEle até as trevas são luz: "...porque tu estás comigo."


http://www.chamada.com.br/perolas/?mes=Setembro&dia=25

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Fé: Quando a Razão Não Pode Ajudar


 

- David Wilkerson

Quando Deus diz à humanidade: “Creia”, Ele pede algo que está totalmente além da razão. A fé é inteiramente ilógica. A sua própria definição tem a ver com algo irracional. Pense nisso: a carta de Hebreus diz que a fé é a substância de algo que se espera, a prova que se não vê. Somos informados, em resumo, de que “inexiste uma substância tangível. Inexiste prova absolutamente alguma”. Mesmo assim somos orientados a crer. Dá para você pensar numa exigência mais irracional do que essa? Ela diz simplesmente: “Aceite isso sem provas. Confie no invisível”. Está totalmente além da lógica.




Estou focalizando esse assunto por uma razão importante. Nesse momento, por todo o mundo, multidões de crentes estão se dobrando ao desencorajamento. O povo de Deus está passando por provações, lutas, sofrimento, e todo tipo de caos. O fato é que todos continuaremos a enfrentar desencorajamentos nessa vida. Contudo, creio que se compreendermos a natureza da fé – a sua natureza ilógica e irracional, encontraremos a ajuda que precisamos para prosseguir.

Veja a fé que foi exigida de Noé. Ele viveu numa geração que havia se desgovernado inteiramente. Não dá nem para começar a se imaginar a malignidade dos tempos em que esse homem viveu: violência e assassinatos crescentes. Finalmente, disse: “Chega! O homem está destruindo a si próprio. Isso tem de parar”.

Ele disse a Noé: “Destruirei toda a carne. Mas preservarei a você e sua família. Então, quero que construa uma arca, Noé. E quero que você junte nela todas as espécies animais, em casais. Enquanto você estiver fazendo isso, darei aos habitantes da terra 120 anos de misericórdia. Aí então enviarei uma chuva que não parará por 40 dias e noites. Haverá um grande dilúvio, que eliminará todo ser vivente”.

Imagine o assombro de Noé ao tentar entender isso. Deus iria enviar um cataclisma, que destruiria toda a terra. Ainda assim, tudo que foi dito para Noé em relação a tal assunto foram estas breves palavras dos céus. Ele simplesmente deveria aceitar isso pela fé, sem receber mais nenhuma orientação por 120 anos.

Pense no quê a fé estava exigindo de Noé. Ele recebeu a tarefa gigantesca de construir uma enorme arca. E enquanto isso, teria de viver num mundo violento e perigoso. Ele estava cercado de gigantes, criminosos, céticos, todos observando cada passo dele. Tenho certeza de que zombaram de Noé enquanto ele enfadonhamente trabalhava na arca ao longo dos anos. E, endurecidos pela violência, provavelmente ameaçaram matá-lo. Porém a fé exigia que Noé conservasse seu coração “temente a Deus” (v. Hebreus 11:7). Ele tinha de continuar crendo, enquanto o mundo todo ao redor dele dançava, farreava e mergulhava na sensualidade.

Basicamente, Deus havia dito a ele: “Você deve crer na Minha Palavra, Noé. Estou pedindo que Me obedeça, sem desculpas. Se em algum momento começar a duvidar, ou tiver vontade de desistir, você terá de confiar no que lhe disse. Não lhe darei nenhuma prova, apenas a Minha promessa. Você deve agir baseado unicamente nisso”.

Um quadro totalmente ilógico. Certamente às vezes Noé se frustrava, tanto externa como interiormente. Quantos dias ficou desencorajado? De quanto em quanto tempo se perguntou “Isso é uma besteira. Como posso saber que era a voz de Deus?”. Mas Noé fez como Deus mandou. Continuou confiando na palavra que recebeu, por mais de um século. E por sua obediência, dizem as escrituras, Noé “se tornou herdeiro da justiça que vem da fé” (v. Hebreus 11:7).

Veja Abraão. Deus disse a esse homem: “Levante-se, saia, e deixe a sua terra”. Certamente ele ficou imaginando: “Mas para onde, Senhor?”. Deus respondeu simplesmente: “Não vou dizer. Apenas vá”.

Isso não era lógico. Era uma exigência totalmente não razoável para qualquer ser pensante. Vou ilustrar perguntando à qualquer esposa cristã: o que aconteceria se o seu marido chegasse em casa um dia, e dissesse: “Arrume as malas, amor – nós vamos mudar”. É claro, você iria querer saber por que, ou para onde, ou como. Mas a única resposta que ele lhe dá é: “Não sei. Eu só sei que Deus mandou fazer isso”. Inexiste correspondência racional a esse tipo de exigência. Ela simplesmente diria que não é lógica.

Contudo essa foi exatamente a direção ilógica que Abraão seguiu. “Pela fé, Abraão, quando chamado, obedeceu, a fim de ir para um lugar que devia receber por herança; e partiu sem saber aonde ia” (Hebreus 11:8). Abraão fez as malas da família e saiu, sem saber onde acabaria a viagem. A única coisa que sabia era a breve palavra que Deus havia lhe dado: ” Vá, Abraão, e Eu estarei contigo. Nenhum mal chegará a ti”. A fé exigia que Abraão agisse baseado em nada além desta promessa.

Em uma noite estrelada, Deus diz a Abraão: “Olhe para o céu. Está vendo as inúmeras estrelas? Conte-as se puder. Essa será a quantidade de descendentes que você terá” (v. Gênesis 15:5). Abraão deve ter abanado a cabeça diante disso. Ele era velho então, bem como sua esposa, Sara. Há muito havia passado o tempo da possibilidade de terem um filho. Contudo aqui ele recebe a promessa de que se tornaria o pai de muitas nações. E a única evidência que possuía para prosseguir era uma palavra dos céus: ” Eu sou o Senhor” (Gênesis 15:7).

Mas Abraão obedeceu. E a Bíblia diz o mesmo em relação a ele que diz de Noé: “Ele creu no Senhor, e isso lhe foi imputado para justiça” (15:6). De novo, vemos uma cena ilógica. Mesmo assim a fé de um homem é transformada em justiça.

Veja os filhos de Israel. Pense nas situações de provação às quais foram levados por Deus. Ele os livrou das garras do faraó no Egito só para se verem encurralados no mar Vermelho. Os israelitas ficaram cercados pelas montanhas por dois lados, com o exército do faraó rapidamente caindo sobre eles por trás. Era uma situação desesperadora, sem nenhuma saída humana. O coração do povo deve ter se agitado ao ouvir o ribombar dos carros do faraó, e vendo o pó levantado pelos cavalos.

Mesmo conhecendo o desdobramento desta cena, a minha carne quer argumentar com Deus: “Não parece justo, Senhor. Que tremendo trauma para as famílias e seus filhos. Eles ficaram presos lá, sem barcos ou jangadas, se perguntando o que fazer. Deus, uma noite o Senhor matou todos os primogênitos do Egito. Por que não matou todos esses soldados no deserto? É irracional, com todas aquelas crianças chorando, e os homens e mulheres tremendo de medo. Eles tinham Lhe obedecido – mesmo assim o Senhor permitiu que isso lhes sobreviesse. Por que levá-los a passar por isso?”.

Não há como escapar deste fato: Deus os levou à essa situação. E a cena inteira é totalmente ilógica, completamente irracional. Deus simplesmente esperava que eles cressem na palavra que já havia lhes dado: “Vou pegá-los em meus braços e carregá-los através do deserto. Nenhum inimigo prosperará contra vocês, pois estarei consigo. Vocês simplesmente se aquietem e vejam a salvação do Senhor”.

Eu lhe pergunto: quantos de nós hoje não ficaríamos lá com medo e chorando, como os israelitas fizeram? Se formos honestos, sabemos que é exatamente assim que reagimos agora, na maioria de nossas crises. A situação dos nossos corações não é similar a deles?

Simplificando, a fé é muito exigente. Ela exige que uma vez tendo ouvido a Palavra de Deus, a obedeçamos, sem nenhuma outra evidência ou prova para nos dirigir. Não importa o quão grandes os nossos obstáculos possam ser, o quanto as nossas circunstâncias sejam impossíveis. Devemos crer em Sua Palavra e agir baseados nela, sem nenhuma outra prova para ir em frente. Deus diz: “A única coisa que você necessita é da Minha promessa”.

David Wilkerson

Parte do sermão, “A Irracionalidade da Fé”.

Extraído do site: Discernimento Cristão

domingo, 23 de setembro de 2012

Não se contente com sua pregação medíocre


 – Paul Tripp



Quero examinar um lugar onde há demasiada mediocridade na igreja de Jesus Cristo: a pregação. Por cerca de 40 finais de semana por ano eu estou com alguma parte do corpo de Cristo em algum lugar do mundo. Muitas vezes, não sou capaz de sair no sábado e, por isso, vou assistir ao culto da congregação local (quando não estou programado para pregar). O que estou prestes a dizer provavelmente vai me encrencar, mas estou convencido de que precisa ser dito. Estou triste e angustiado por dizer isso, mas já estou cansado de ouvir palestras teológicas chatas e mal preparadas, dadas por pregadores não inspirados, lendo manuscritos, e tudo isso feito em nome da pregação bíblica.

Não estou surpreso que as mentes das pessoas divaguem. Eu não estou surpreso que as pessoas têm lutado para se manter atentas e despertas. Estou surpreso que mais não têm. Eles têm sido ensinados por alguém que não trouxe as armas apropriadas para o púlpito, a fim de lutar por eles e com eles. A pregação é mais do que regurgitar seu comentário exegético favorito, reformular os sermões de seus pregadores favoritos, ou remodelar as notas de uma de suas aulas favoritas do seminário. É trazer as verdades transformadoras do Evangelho de Jesus Cristo de uma passagem que foi devidamente compreendida, convincentemente e praticamente aplicada, e entregue com a ternura envolvente e a paixão de uma pessoa que foi quebrantada e restaurada pelas verdades que ela irá comunicar. Você simplesmente não pode fazer isso sem a devida preparação, meditação, confissão e adoração.
Simplesmente não dá para você começar a pensar em uma passagem pela primeira vez no sábado à tarde ou à noite e dar o tipo de atenção que ela precisa. Você não será capaz de compreender a passagem, de ser pessoalmente afetado e de estar preparado para dá-la aos outros de uma forma que contribua à contínua transformação deles. Como pastores, temos que lutar pela santidade da pregação, ou ninguém mais o fará. Temos que exigir que os afazeres do nosso trabalho permitam o tempo necessário para se preparar bem. Temos que arranjar tempo em nossas programações para fazer o que for necessário para cada um de nós, considerando nossos dons e nossa maturidade, estejamos preparados como porta-vozes para nosso Rei Salvador. Não podemos acomodar com padrões que denigram a pregação e degradem a nossa capacidade de representar um Deus glorioso de uma graça gloriosa. Não podemos nos permitir estarmos muito ocupados e distraídos. Não podemos estabelecer padrões baixos para nós mesmos e para aqueles a quem servimos. Não podemos nos desculpar e acomodar. Não podemos nos permitir espremer mil reais em preparação em poucos centavos de tempo. Não devemos perder de vista Aquele que é Excelente e a excelente graça que fomos chamados para representar. Não podemos, porque estamos despreparados, deixar Seu esplendor parecer chato e sua maravilhosa graça, ordinária.
A cultura e disciplina que envolve a nossa pregação sempre revelam o verdadeiro caráter de nossos corações. É exatamente aí que a confissão e o arrependimento precisam acontecer. Não podemos culpar as exigências de nosso trabalho ou nossa ocupação. Não podemos apontar o dedo para as coisas inesperadas que aparecem no calendário de cada pastor. Não podemos culpar as demandas da família. Temos que humildemente confessar que a nossa pregação é medíocre e que não está subindo ao patamar para o qual fomos chamados. Nós somos o problema. O problema é que perdemos a nossa admiração, e com essa perda nos acomodamos em apresentar a excelência de Deus de uma forma que não é nada excelente. Qualquer forma de mediocridade no ministério é sempre um problema do coração. Se isso o descreve, então corra ao seu Salvador em humilde confissão e abrace a graça que tem o poder de resgatá-lo de si mesmo, e, ao fazer isso, restaurar a sua admiração.

Que texto! Ainda estou atordoado. Rumine novamente nestes trechos:
A pregação é mais do que regurgitar seu comentário exegético favorito, reformular os sermões de seus pregadores favoritos, ou remodelar as notas de uma de suas aulas favoritas do seminário. É trazer as verdades transformadoras do Evangelho de Jesus Cristo de uma passagem que foi devidamente compreendida, convincentemente e praticamente aplicada, e entregue com a ternura envolvente e a paixão de uma pessoa que foi quebrantada e restaurada pelas verdades que ela irá comunicar. Você simplesmente não pode fazer isso sem a devida preparação, meditação, confissão e adoração.
[...]
O problema é que perdemos a nossa admiração, e com essa perda nos acomodamos em apresentar a excelência de Deus de uma forma que não é nada excelente. [...] Se isso o descreve, então corra ao seu Salvador em humilde confissão e abrace a graça que tem o poder de resgatá-lo de si mesmo, e, ao fazer isso, restaurar a sua admiração.

 http://www.blogfiel.com.br/2012/09/nao-se-contente-com-sua-pregacao-mediocre-paul-tripp.html

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Amor infalível de Deus por nós






Eu sou o SENHOR teu Deus, que te ensina o que é útil,
e te guia pelo caminho em que deves andar.
Ah! se tivesses dado ouvidos aos meus mandamentos, 
então seria a tua paz como o rio, e a tua justiça como as ondas do mar! 
Isaías 48:17-18

Paz como um rio e nossa justiça como as ondas do mar;
Uma evidência de que o Criador realmente 
Se importa conosco e quer que sejamos felizes 
E bem-sucedidos em todos os aspectos da vida.