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segunda-feira, 26 de março de 2018

As dez virtudes de uma mulher feliz


Referência: Provérbios 31.10-31
INTRODUÇÃO
1. A mulher foi criada à imagem e semelhança de Deus, para a glória de Deus e felicidade do homem. Ela é um presente de Deus, uma auxiliadora idônea para o homem, o centro dos seus afetos, a prioridade dos seus relacionamentos. Ela é a última a ser criada no universo, o mais belo poema de Deus, a coroa da criação!
2. Esse texto de Provérbios é um acróstico. Cada verso começa com uma letra do alfabeto Hebraico. É uma homenagem à mulher. Não poderia ter outro jeito mais sublime de concluir o livro de Provérbios. Esse texto nos fala sobre os dez atributos da mulher feliz.
I. ELA É PRECIOSA – V. 10
Essa mulher vale mais do que ouro. “A casa e os bens vêm como herança dos pais; mas do Senhor a esposa prudente” (Pv 19:14). “O que acha uma esposa acha o bem, e alcançou a benevolência do Senhor” (Pv 18:22).
Uma família pode ter riqueza, mas sem amor não há felicidade. Ninguém pode comprar o amor. O amor jamais está à venda. Essa mulher vale mais do que herança, mais do que riqueza, mais do que apartamento de luxo, mais do carro requintado. Mais do que bens materiais.
Comete terrível engano pensar que um bom partido para o casamento é apenas alguém que tem dinheiro. O dinheiro é bom, mas não faz ninguém feliz, mas um casamento onde há amor traz felicidade.
II. ELA É CONFIÁVEL – V. 11
Ela era fiel ao seu marido. Ele nunca teve motivos de desconfiança. Ela era transparente, honrada, de conduta irrepreensível. Ela podia dizer: “Eu sou do meu amado e o meu amado é meu”. Ela era um jardim fechado, uma fonte selada, uma esposa fiel.
Não há coisa mais desastrosa do que a infidelidade conjugal. É uma punhadalada nas costas. A infidelidade abre feridas no coração. Hoje 75% dos homens e 63% das mulheres são infiéis aos seus cônjuges.
Há muitos maridos quebrados e feridos pela infidelidade das esposas. Há muitas esposas machucadas pela infidelidade dos maridos.
Ela é confiável também na área das finanças. Essa mulher é uma hábil administradora. Ela sabe ganhar, economizar e investir da melhor forma o dinheiro. A área financeira é uma das que mais provocam contendas no casamento. Hoje há vários perigos na área financeira: 1) Gastar mais do que se ganha; 2) Querer ter um padrão mais alto do que se pode; 3) Estar insatisfeito com o que se tem; 4) Pensar que a felicidade está nas coisas e não na atitude do coração; 5) Contrair dívidas; 6) Comprar a prazo; 7) Comprar coisas desnecessárias; 8) Gastar o dinheiro naquilo que não satisfaz.
III. ELA É ABENÇOADORA – V. 12
Ela era um bálsamo, um refrigério na vida do marido. Ela era aliviadora de tensões. Uma amiga, uma confidente, uma auxiliadora idônea, uma consoladora.
Ela era estável emocionalmente. Não era uma mulher de veneta, que numa semana era romântica e noutra ranzinza. Num dia carinhosa e noutro rabujenta. Ela era uma bênção na vida dele e não um peso. Ela era refrigério para o marido e não amargura para a sua alma. Exemplo: Mary Todd Lincoln.
Ela era uma alavanca na vida do marido – v. 23 – O sucesso do marido é devido à influência da sua mulher. Ao lado de um grande homem sempre tem uma grande mulher. Ela colocava o seu marido para frente. Empurrava-o para o progresso. Seu marido desfrutava de um bom conceito na cidade e no trabalho, graças à magnífica influência da esposa. Tem homem que nunca progride na vida porque a esposa só puxa para trás. Só sabe criticar o marido. Só sabe desencorajá-lo.
O sucesso dessa mulher na vida profissional e familiar não é em detrimento da família – Essa mulher é elo de ligação da família. Ela como sábia construtura está edificando a sua casa. O marido e os filhos estão felizes. Nenhum sucesso profissional compensa o fracasso do seu casamento ou da sua família.
IV. ELA É TRABALHADORA 
Ela é boa dona de casa, é administradora hábil – v. 15 – Ela tinha servas (v. 15), mas estava envolvida com o bom andamento da casa. Ela controlava as atividades e a atmosfera do seu lar. É zelosa no cumprimento de seus deveres domésticos. É uma mulher presente no lar. Ela é administradora do lar. Ela gerencia o seu lar com sabedoria. Ela toma pé da situação.
Ela não é relaxada – v. 27 – Sua casa anda em ordem. Sua casa não é uma marafunda, uma bagunça, uma anarquia. Sua casa anda na mais perfeita ordem. Pode chegar visita a qualquer hora que ela não fica corada de vergonha.
Ela não come o pão da preguiça – 27 – Ficamos cansados só de alistar as atividades dessa mulher. Ela não era mulher de ficar dormindo o dia todo, batendo perna na rua o dia todo, visitando vitrine o dia todo. Talvez o problema da maioria das mulheres hoje não é a ociosidade, mas a correria. Como ter tantas atividades fora do lar e ainda cuidar do bom andamento da sua casa?
Ela tem visão de negócios – Ela é adestrada na costura (v. 13), ela vai buscar alimento para sustento da casa (v. 14). Ela trabalha e tem lucro. Ela trabalha diuturnamente (v. 18-19). Ela produz (v. 24). Ela vende, comercializa, tem expediente, não é dependente, não é parasita.
V. ELA É PREVIDENTE – V. 21 E 25B
Ela é organizada – v. 21 – Ela não deixa as coisas para a última hora. Ela tem um programa. Ela antecipa as coisas. Antes de chegar o inverno, ela já prepara para sua família as roupas próprias. Essa mulher tem uma agenda e ela sabe administrar bem o seu tempo. Ela tem tempo para Deus (v. 30); tempo para o marido (v. 12); tempo para os seus filhos (v. 28); tempo para o seu próximo (v. 20); e tempo para si mesma (v. 22). E tudo isso contribuiu para o bom andamento do seu lar.
Ela não é ansiosa – v. 25b – Ela não vive choramingando. Não vive antecipando problemas, mas soluções. Não vive amedrontada pelo amanhã. Ela não deixa de viver hoje com medo do amanhã. A ansiedade vê o que não existe, aumenta o que existe e diminui você diante das dificuldades.
VI. ELA É GENEROSA – V. 20
Ela tem o coração sensível e as mãos abertas – Ela não era uma mulher egoísta. Ela é sensível às necessidades dos outros. Ela é caridosa. Ela é ajudadora dos pobres. Seu dinheiro e seus bens não são apenas para ser acumulados, mas distribuídos com generosidade. Ela não se preocupa apenas com a sua família, mas com os que sofrem ao seu redor. Essa mulher não é sovina, mesquinha, avarenta. Exemplo: Minha mãe ao fazer compra de roupas e alimentos comprava para os pobres.
Há muitas pessoas gostando grandes somas de dinheiro num vestido, numa bolsa, num sapato, num adorno – enquanto há pessoas famintas ao seu redor, precisando de comer um prato de arroz com feijão.
Hoje gastamos mais com cosméticos e com futilidades do que com o Reino de Deus e com o próximo.
Essa mulher cuida do marido, dos filhos, da casa, dos negócios e do próximo e faz tudo isso de bom grado (v. 13).
VII. ELA É ELEGANTE – V. 17, 22B
Ela cuidava do seu corpo, fazia ginástica – v. 17 – Ela cuida do corpo. “Ela cinge os seus lombos de força, e fortalece os seus braços.” Ela cuida da sua saúde. Ela tem uma correta auto-estima. Ela se mantém em boa forma. Ela tem tempo para ela mesma para cuidar da sua saúde, da sua forma. Ela não é uma mulher relaxada com a sua apresentação pessoal. Ela não era uma mulher flácida, relaxada com o seu aspecto físico.
Ela se veste com elegância – v. 22b – Ela tem amor próprio. Ela reconhece o seu próprio valor. Ela se preocupa com sua aparência pessoal, com sua apresentação. Ela tem bom gosto para se vestir. Sabe se apresentar em qualquer ambiente. Anda alinhada. Anda na moda. Veste-se com decência, com bom gosto. Mulher, cuide de sua aparência. Isso é importante para a sua auto-imagem e para a sua outro-imagem, o seu marido. Nenhum marido gosta de ter uma esposa relaxada com seu corpo e na sua forma de se vestir.
VIII. ELA É EDUCADORA – V. 26
Ela é uma conselheira sábia – Ela olha para a vida na perspectiva de Deus. Ela enxerga pela ótica de Deus. Ela passa uma visão correta da vida para os seus filhos. Como precisamos de mães conselheiras. Ilustração O GUARDA DAS FONTES de Peter Marshall.
Ela é uma conselheira bondosa – A sua língua é uma fonte de bons conselhos, fala com ternura, com graça; não há rancor, não há insensatez nas suas palavras. É prudente e bondosa no falar. Fala a verdade em amor. É mãe conselheira. Exemplo: Abraão Lincoln “As mãos que embalam o berço, governam o mundo”. “Quem tem uma mãe piedosa, nunca é pobre”.
Ela tem tempo para os filhos e sabe ouvir os filhos – Precisamos priorizar os filhos. Precisamos ouvi-los sem censura, sem crítica. Precisamos manter o canal de comunicação aberto. Precisamos fazer do nosso lugar um lugar de cura, de apoio, de ajuda. Ilustração: NÃO SE ESQUEÇA DO PRINCIPAL – A mulher que ouviu a voz misteriosa na caverna: Entre a apanhe tudo que puder, mas não se esqueça do principal.
Ela não provocava seus filhos à ira – Ela sabia dosar correção com encorajamento. Há mães que só cobram. Os filhos nunca conseguem satisfazer suas exigências. Se tira 9,0 na prova de matemática, diz: “deveria ter tirado dez”. Há mães que esvaziam a bola dos filhos.
IX. ELA É PIEDOSA – V. 25 a 30
É uma mulher de vida moral irrepreensível – v. 25 – Força e dignidade são os seus atavios. É uma mulher de fibra, que tem raça, determinação. Ela tem um nome honrado, uma conduta digna, uma vida limpa, um comportamento irrepreensível.
Ela reconhece que sua maior beleza não é física, mas espiritual – v. 30 – Mulher que só pensa em academia, em ginástica, em butique, em salão de cabeleireiro, em cosméticos, em jóias, em roupas caras, em aparência é mulher fútil, superficial, vazia, oca. 1 Ped 3:3-5 fala que a beleza da mulher deve ser um espírito manso e tranquilo. A beleza interna deve ser maior do que a beleza externa.
A maior glória desta mulher é andar com Deus – É temer a Deus. É levar Deus a sério. É ser serva. É andar em sintonia com o Senhor. A beleza passa, mas o temor do Senhor permanece para sempre.
X. ELA É ELOGIADA – 28-31
Ela é elogiada pelo marido – v. 28-29 – Ela investe no marido e tem retorno garantido. Seu marido a considera a melhor mulher do mundo. Ela é superlativa. Ele prodigaliza os mais efusivos elogios a ela. Ele a admira. Ele proclama para seus amigos a bênção superlativa que é a sua esposa na sua vida. Essa mulher é bem amada. Essa mulher tem o coração do seu marido.
Ela é elogiada pelos filhos – v. 28 – Ela não tem preferência por um filho em prejuízo de outro (Rebeca). TODOS os seus filhos a chamam de ditosa, de uma mulher feliz. Todos reconhecem que ela está colhendo o que semeou: a felicidade! Seus filhos podem dizer que você, mãe, é uma mulher feliz? Seus filhos, podem dizer que você é uma mulher bem amada?
Ela é elogiada pelas suas obras – v. 31 – Quem semeia bondade, quem planta a generosidade, quem cultiva a virtude; quem investe a vida para fazer a vontade de Deus, colhe os frutos doces da alegria, da felicidade, e da gratidão.
Ela é elogiada por Deus – v. 30 – Deus a exalta, a promove. Essa mulher tem reconhecimento não apenas na terra, mas também no céu.
CONCLUSÃO
Esta mulher tem tempo para Deus, para o marido, para os filhos, para os necessitados, para si mesma. Sua vida é vivida no centro da vontade de Deus. Por isso Deus a chama de preciosa. Seus filhos a cham de ditosa, feliz. Seu marido diz que ela é a melhor mulher do mundo. Suas obras a louvam de público.
Querida irmã, você gostaria de imitar essa mulher como mulher, serva de Deus, esposa e mãe?
Victor Hugo, o mais famoso poeta romântico da França, que viveu no século XIX compôs um dos mais belos poemas sobre a grandeza da mulher:
O HOMEM E A MULHER
O homem é a mais elevada das criaturas
A mulher é o mais sublime dos ideais.
Deus fez para o homem um trono, para a mulher um altar.
O trono exalta, o altar santifica.
O homem é o cérebro, a mulher o coração.
O cérebro produz a luz, o coração produz o amor.
A luz fecunda, o amor ressuscita.
O homem é gênio, a mulher é o anjo.
O gênio é imensurável, a mulher é indefinível.
A aspiração do homem é a suprema glória,
A aspiração da mulher é a virtude extrema.
A glória promove a grandeza, a virtude conduz à divindade.
O homem tem a supremacia, a mulher a preferência.
A supremacia significa a força, a preferência representa o direito.
O homem é forte pela razão, a mulher invencível pelas lágrimas.
A razão convence, as lágrimas comovem.
O homem é capaz de todos os heroísmos, a mulher, de todos os martírios.
O heroísmo nobilita, o martírio sublima.
O homem é o código, a mulher o evangelho.
O homem é a águia que voa, a mulher o rouxinol que canta.
Voar é dominar o espaço, cantar é conquistar a alma.
O homem tem um fanal, a consciência;
A mulher tem uma estrela, a esperança.
O fanal guia, a esperança salva.
Enfim, o homem está colocado onde termina a terra.
E a mulher, onde começa o céu.

Esperança para o cristão descontente

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por Phillip Holmes

Exteriormente, Chloe parece ter tudo resolvido. Ela é solteira, tem uma carreira boa e é bastante ativa em sua igreja local. Mas ela está sozinha, desencantada com sua carreira e sente-se separada da sua igreja. A casca que seus pares admiraram esconde seu descontentamento e seu cristianismo sem alegria.
Chloe tinha imaginado uma vida diferente para si mesma. Até agora, ela pensou que estaria no seu auge, mas encontra-se em um poço de miséria. Ela pensou que iria se casar, ainda estaria ligada a seus amigos da faculdade, criaria uma família e mentoraria mulheres cristãs mais jovens. Mas sua realidade presente decepciona suas expectativas. Seu descontentamento levou-a por um caminho escuro do pecado, buscando por alívio, mas só encontrando a morte.
A única esperança de Chloe para curar o seu descontentamento e infelicidade é aprender a arte do contentamento e abraçar uma visão bíblica sobre Deus. Essas duas coisas são essenciais para a sua alegria.

Não é você, sou eu

Chloe representa muitos cristãos lutando para lidar com a mão que cuida deles. A condição do seu  coração não se aplica apenas para os solteiros, mas para casados também. Todas as manhãs, cristãos em todo o país acordam descontentes com a vida – em relação a sua solteirice, ao casamento, à carreira, à igreja ou comunidade – e gostariam de trocá-la por uma vida diferente.
O nosso descontentamento leva a ilusões sem esperança (e às vezes suicidas). Nós tentamos substituir e eliminar qualquer coisa que esteja ligada ao nosso descontentamento:
  • “Eu odeio ser solteira, então eu deveria arrumar alguém logo.”
  • “Minha esposa não me satisfaz, então eu deveria arrumar uma nova.”
  • “Meu trabalho não está me completando, então eu deveria me demitir.”
  • “Minha igreja não é emocionante, então eu deveria sair.”
  • “A vida é cheia de miséria, então eu deveria acabar com ela.”
  • “Deus não me faz feliz, então eu deveria rejeitá-lo.”
No entanto, o problema não está na solteirice, no casamento, no trabalho, na igreja, ou em Deus. A resposta para o nosso problema nem sempre está ligada à mudança de nossa circunstância. O puritano, Jeremiah Burroughs, escreveu:
É um ditado comum de que existem muitas pessoas que não estão bem nem quando estão cheias, nem quando estão jejuando…  Há algumas pessoas que tem disposições tão irritáveis e desagradáveis que não importa em que condições elas são colocadas, são sempre antipáticas. Há alguns que têm corações desagradáveis, e eles são desagradáveis em todas as circunstâncias que encontram.
Doente ou saudável, solteiro ou casado, rico ou pobre, frutífera ou estéril, com fome ou fartos – independentemente da circunstância – podemos encontrar uma maneira de estar descontentes, independentemente da nossa situação na vida. O coração humano é impossível de satisfazer com condições temporais ou bens terrenos. Queremos sempre mais. A vida poderia ser sempre melhor. Como Charles Haddon Spurgeon justamente salientou, “lembre-se de que o contentamento de um homem está em sua mente, não na extensão de suas 
posses. Alexandre, com todo o mundo a seus pés, chora por um outro mundo para conquistar. ” No entanto, há uma maneira melhor – um caminho que leva à satisfação doce e à verdadeira felicidade.

Contentamento doce

A infelicidade do cristão, o descontentamento e a forma como vemos a Deus estão diretamente ligados. Descontentamento grita: “Você merece o melhor!” e sussurra: “Deus não está dando o que você merece.” Esses gritos são obviamente falsos, mas o último sussurro é profundamente verdadeiro. Satanás é o mestre da mistura de mentiras com verdades.
É uma mentira que você merece algo melhor. Essa declaração assume que você sabe o que é melhor e que os dons de Deus não são os melhores para você. A mentira leva a acreditar que você é mais sábio do que Deus e interpreta a direção de Deus para a sua vida como um ataque ao invés de um presente e misericórdia.
É verdade que Deus não está dando o que você merece. Nós merecemos a ira de Deus, mas diariamente recebemos novas graças. Como pode a doença, sofrimento, e outras tragédias serem consideradas misericórdias? Ao perceber que todas as manhãs nós não acordamos no inferno é um exemplo da misericórdia de Deus para conosco. Mesmo quando estamos sentindo o nosso pior, Deus está nos mostrando mais misericórdia do que merecemos. Não há calamidade ou tragédia que possamos enfrentar que seja pior do que a ira santa de Deus. Ao mesmo tempo, não há prazer terreno que possa se comparar com a glória que há de ser revelada. É assim que o apóstolo Paulo enfrentou o sofrimento: “Porque eu considero que os sofrimentos do tempo presente não podem ser comparados com a glória que há de ser revelada a nós.”
Com isto em mente, mesmo em nosso pior dia, Deus é digno de ação de graças e louvor por tudo que fez. Ou como se costuma dizer na igreja: “Se Deus nunca fizer outra coisa por nós, Ele já fez o suficiente.” Este ponto de vista da bondade de Deus reflete um coração humilde diante de um Deus santo e bom. Essa perspectiva permite-nos sofrer bem, sabendo que o melhor ainda está por vir.
Mas podemos ir ainda mais longe. À medida que lutamos diariamente contra o descontentamento, devemos interpretar tudo o que vem a nós como um motivo para se alegrar. Mais uma vez, Burroughs escreve:
Tenha bons pensamentos de Deus e faça boas interpretações de seus planos para você. É muito difícil viver confortavelmente e alegremente entre amigos quando se faz interpretações duras das palavras e ações dos outros. A única maneira de manter o contentamento doce e o conforto nas sociedades cristãs é fazer as melhores interpretações das coisas. Da mesma forma, a principal maneira de ajudar a manter o conforto e satisfação em nossos corações é fazer boas interpretações dos feitos de Deus para nós.
Imagine se nós realmente acreditássemos no que a Bíblia diz sobre como Deus nos vê. Isso transformaria a maneira como interpretamos todas as ações de Deus, vendo-as como misericórdias. Eu sei que no meio das minhas batalhas com o descontentamento e com os pecados que nos assediam, é difícil ver o que está acontecendo nas nossas vidas como nada além de uma condenação e punição.

Misericórdias de Deus, nossa alegria

Como Chloe, a nossa insatisfação com a vida, inevitavelmente, nos leva a um ciclo de descontentamento, pecado, culpa e depressão, se não for devidamente controlada. Descontentamento acabará por levar ao pecado, o pecado à culpa, a culpa à depressão, e a depressão de volta ao descontentamento. Este ciclo lentamente destrói tudo o que encontramos e tocamos, deixando-nos sem alegria e vazios. A fim de quebrar este ciclo mortal, a busca da alegria é essencial. Tiago 1: 2-4 complementa as palavras de Burroughs:
Meus irmãos, tende por motivo de toda alegria o passardes por várias provações, sabendo que a provação da vossa fé, uma vez confirmada, produz perseverança. Ora, a perseverança deve ter ação completa, para que sejais perfeitos e íntegros, em nada deficientes.
Se nós alegremente interpretarmos tudo o que acontece – doença, morte, perda, pobreza – como ações de misericórdia em vez de julgamento, isso transformará a nossa forma de viver como cristãos. Devemos olhar para a inerrante Palavra de Deus para encontrar o conforto de que Ele realmente nos ama e faz o bem para nós. A Escritura diz:
  1. É Deus quem nos ajuda, por isso não temos nada a temer. (Isaías 41:13)
  2. O amor de Deus é apresentado e comprovado por Ele ter enviado seu Filho para morrer por nossos pecados. (1 João 4:10)
  3. Nada pode nos separar do amor de Deus – absolutamente nada. (Romanos 8: 35-39)
  4. Deus nos ama com um amor eterno. (Jeremias 31: 3)
  5. Jesus nos ama com o mesmo amor que o Pai o ama. (João 15: 9)
Jesus, Filho unigênito de Deus, era um homem de dores (Is 53: 3). Ele foi desprezado e rejeitado pelos homens, sofreu e morreu por crimes dos quais era inocente, e sofreu ao máximo a ira de Deus pelos pecados que nunca cometeu. Deus ordenou tudo isso. Por quê? Porque Deus nos ama (João 3:16). E porque Ele nos ama, devemos esperar sofrimento nesta vida, como Cristo sofreu, porque “nos gloriamos nas próprias tribulações, sabendo que a tribulação produz perseverança; e a perseverança, experiência; e a experiência, esperança. Ora, a esperança não confunde, porque o amor de Deus é derramado em nosso coração pelo Espírito Santo, que nos foi outorgado. (Romanos 5: 3-5).
Mas graças a Deus, “Porque, assim como os sofrimentos de Cristo se manifestam em grande medida a nosso favor, assim também a nossa consolação transborda por meio de Cristo” (2 Coríntios 1: 5). Nossa capacidade de interpretar as ações de Deus em relação a nós como boas está inevitavelmente ligada à nossa satisfação e alegria. Se não podemos ver sua providência como boa, nós nunca estaremos contentes, e sem contentamento, nunca iremos conhecer plenamente a alegria que Ele tem para nós.
http://reforma21.org/artigos/esperanca-para-o-cristao-descontente.html
Traduzido por Kimberly Anastacio | Reforma21.org | Original aqui
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quarta-feira, 22 de março de 2017

Nao existe dizimo na doutrina dos apostolos?

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Não, você não encontrará o dízimo na doutrina dos apóstolos que está nas epístolas, exceto por alguma citação fazendo referência ao Antigo Testamento e à Lei. Também não encontrará muitas outras coisas, como igrejas denominadas (exceto pela identificação da cidade onde estavam), templos, pastores dirigindo congregações, mulheres falando nas reuniões da igreja, altares, música instrumental na adoração, corais, homílias, danças, ensaios, dias santos, escolas de teologia, um clero distinto dos leigos, roupas ou cadeiras diferentes para certas pessoas do clero, títulos honoríficos, presidente disso, diretor daquilo, etc.


Na doutrina dos apóstolos os cristãos não constroem templos e nem trazem outro nome que diferencie uns dos outros além do nome de Cristo, não se fazem membros de alguma instituição religiosa, não assinam algum contrato para obter carteirinha e nem prestam juramento a algum sistema. Eles são exortados a reconhecer que há um só corpo de Cristo que inclui TODOS os salvos, e a darem testemunho prático disso quando congregarem ao nome do Senhor Jesus para a comunhão e aprendizado da doutrina dos apóstolos, para celebrar a ceia do Senhor à mesa do Senhor, e para a oração.

Individualmente, e não como igreja, eles saem para pregar o evangelho, mas não são capacitados por alguma escola de teologia e nem enviados por alguma junta de missões ou liderança, mas apenas pelo Espírito Santo. Estes que saem na obra do Senhor NUNCA pedem dinheiro aos irmãos para fazer a obra (porque é do Senhor e ele irá prover se for dele), e muito menos de incrédulos. Também não promovem partidos políticos ou apoiam candidatos. São simplesmente cidadãos celestiais que estão momentaneamente vivendo na Terra, um planeta que não lhes pertence e que eles não se iludem em transformar em um "mundo melhor" porque sabem seu destino.

Mas antes que você fique animado com a ideia de não existir a exigência do dízimo na doutrina dos apóstolos, saiba que a beneficência é sim estimulada no sentido de socorrer os mais pobres e enfermos e prover para aqueles que se dedicam ao trabalho do evangelho. No princípio da Igreja os primeiros cristãos até chegaram a ter tudo em comum, mas isso com o tempo e a ruína que se instalou  no testemunho cristão mostrou-se impraticável.

Mesmo assim os cristãos são exortados a não se esquecerem "da beneficência e comunicação, porque com tais sacrifícios Deus se agrada." (Hb 13:16). Também são aconselhados, não a praticar caridade para receber a salvação, pois esta já receberam de graça pela fé em Cristo, mas simplesmente porque o que Deus lhes dá não devem considerar como sendo de si mesmos, mas devem entender que são apenas despenseiros (responsáveis pela despensa) de Deus para distribuir o que Deus lhes dá com sabedoria e para suprir as necessidades da obra e do povo de Deus.

Assim como o Senhor Jesus foi liberal dando sua própria vida por nós, o Espírito através dos apóstolos exorta: "Portanto, tive por coisa necessária exortar estes irmãos, para que primeiro fossem ter convosco, e preparassem de antemão a vossa bênção, já antes anunciada, para que esteja pronta como bênção, e não como avareza. E digo isto: Que o que semeia pouco, pouco também ceifará; e o que semeia em abundância, em abundância ceifará." (2 Co 9:5-6).

Ao contrário da Lei, quando o israelita era obrigado a dar uma porcentagem fixa, ao cristão é dito que "cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria. E Deus é poderoso para fazer abundar em vós toda a graça, a fim de que tendo sempre, em tudo, toda a suficiência, abundeis em toda a boa obra; conforme está escrito: Espalhou, deu aos pobres; A sua justiça permanece para sempre." (2 Co 9:7-9).

Deus promete a manutenção das necessidades do crente, como abrigo e sustento, não como no Antigo Testamento quando era prometida prosperidade e mesmo riquezas. Ao contrário do que pregam os teólogos da prosperidade, Deus pode prover mais que o necessário, porém apenas para o crente poder ser mais liberal em sua obra para o Senhor, e não para enriquecer. A Palavra de Deus em muitas passagens mostra a loucura que é querer ficar rico:

"Tendo, porém, sustento, e com que nos cobrirmos, estejamos com isso contentes. Mas os que querem ser ricos caem em tentação, e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína. Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores." (1 Tm 6:8-10). "Mas Deus lhe disse: Louco! esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será? Assim é aquele que para si ajunta tesouros, e não é rico para com Deus." (Lc 12:20-21).

Deu para perceber que esses pregadores da prosperidade transformam seus seguidores em loucos para que caiam em laço, perdição e ruína, se desviem da fé e se traspassem com muitas dores?

Toda provisão do crente vem de Deus: "Ora, aquele que dá a semente ao que semeia, também vos dê pão para comer, e multiplique a vossa sementeira, e aumente os frutos da vossa justiça", mas vem com um propósito muito definido: "Para que em tudo enriqueçais PARA TODA A BENEFICÊNCIA, a qual faz que por nós se deem graças a Deus. Porque a administração deste serviço, não só supre as necessidades dos santos, mas também é abundante em muitas graças, que se dão a Deus. Visto como, na prova desta administração, glorificam a Deus pela submissão, que confessais quanto ao evangelho de Cristo, e pela liberalidade de vossos dons para com eles, e para com todos" (2 Co 9:10-13).

Portanto, Deus provê para sermos provedores daqueles que têm necessidades e também daqueles que trabalham na obra do evangelho sem pedir nada a ninguém. O fato de não pedirem não significa que não necessitem. Muitas vezes necessitam mas são exercitados a depender só do Senhor que irá mover corações de indivíduos e assembleias para proverem o necessário para levarem o evangelho e o ministério da Palavra. Sempre que um cristão ajuda alguém em suas necessidades, tanto para supri-lo em sua pobreza, como para que o evangelho continua sendo pregado, está produzindo "graças a Deus... muitas graças que se dão a Deus". Este é o final da história: não o enriquecimento, mas a glória de Deus.

Portanto se você pensou que congregar somente ao nome do Senhor fora das denominações e dos sistemas religiosos e isento do dízimo iria sair mais barato, é melhor pensar de novo. A motivação do crente nas coisas de Deus nunca deve ser material, nem no sentido de dar, nem no sentido de receber. Nem preciso dizer que aquela história de campanhas, votos, promessas e tantas outras coisas praticadas na cristandade hoje não passam de mesquinharias, de pessoas querendo fazer barganha com Deus para de algum modo enriquecerem.

por Mario Persona

Mario Persona é palestrante e consultor de comunicação, marketing e desenvolvimento profissional (www.mariopersona.com.br). Não possui formação ou título eclesiástico e nem está ligado a alguma denominação religiosa, estando congregado desde 1981 somente ao Nome do Senhor Jesus. Esta mensagem originalmente não contém propaganda. Alguns sistemas de envio de email ou RSS costumam adicionar mensagens publicitárias que podem não expressar a opinião do autor.)

quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

Luz do mundo.


O uso do termo luz na Escritura é muito rico. O termo é usado para descrever o próprio Deus e enfatizar a sua santidade e justiça. “Deus é luz, e não há nele treva nenhuma” (1 João 1.5). O Senhor é o “Pai das luzes” (Tiago 1.17), que está “coberto de luz como de um manto” (Salmo 104.2) e “habita em luz inacessível” (1Tm 6.16). A luz é relacionada também à salvação de Jeová: “O SENHOR é a minha luz e a minha salvação” (Salmo 27.1). A atividade salvadora de Deus ilumina as trevas da calamidade e tribulação e dá vida, paz e alegria.
No evangelho de João Jesus é descrito como a “vida” e “a luz dos homens”, “a luz que resplandece nas trevas” (Jo 1.4,5); e “a verdadeira luz, que, vinda ao mundo, ilumina a todo homem” (1.9). Ele é chamado “a luz do mundo” (8.12; 9.5). Assim como os israelitas seguiam a Luz quando saíram da terra de escravidão, em direção à terra prometida, assim os discípulos do Salvador o seguem, saindo das trevas do pecado, ignorância, depravação, e morte, em direção à redenção no sentido mais pleno desse termo. Por causa disso o nosso Senhor disse: “Eu vim como luz para o mundo, a fim de que todo aquele que crê em mim não permaneça nas trevas” (Jo 12.46). Cristo se apresenta a toda a humanidade como a única fonte de salvação do pecado e como iluminação espiritual a respeito de toda verdade espiritual.
Toda a luz que os homens têm, ou possam ter, vem de Jesus. Como a luz foi a primeira coisa na criação original, a luz de Cristo é o fundamento da recriação salvadora. Portanto, quando discutimos os cristãos como luz sempre devemos ver Jesus como a luz original e não derivada. Ele é o Deus homem; a fonte de verdade, salvação, santidade, revelação e justiça. “Num sentido secundário os cristãos são a luz do mundo; Cristo imediatamente, eles mediatamente; ele a original, eles a derivado; ele o sol, eles a lua refletindo o sol.”
O profeta Isaías descreve Cristo e seu ministério como uma grande luz brilhando sobre os habitantes da Galileia: “O povo que andava em trevas viu grande luz, e aos que viviam na região da sombra da morte, resplandeceu-lhes a luz” (Is 9.2). Por causa de Jesus e o seu evangelho, uma grande luz apareceu àqueles que andavam nas trevas. “No lugar das trevas da calamidade as pessoas viram a luz da paz e bem-aventurança; no lugar das trevas da morte, a luz da vida; no lugar das trevas da ignorância, a luz do conhecimento; no lugar das trevas do pecado, a luz da salvação. A salvação em seu sentido mais amplo brilhou sobre essas pessoas; ocorreu uma completa reversão de sua condição.”
O termo luz é também usado para descrever a revelação escrita de Deus, pois é por meio da sagrada Escritura que aprendemos o que devemos crer para sermos salvos e levar vidas que agradam a Deus. Como Davi disse, “Pois em ti está o manancial da vida; na tua luz, vemos a luz” (Sl 36.9). “Porque o mandamento é lâmpada, e a instrução, luz…” (Pv 6.23). “Envia a tua luz e a tua verdade, para que me guiem” (Sl 43.3). “A revelação das tuas palavras esclarece e dá entendimento aos simples” (Sl 119.130). Deus, sem dúvida, precisa nos iluminar pelo seu Espírito para que sua Palavra seja eficaz. “Porque fazes resplandecer a minha lâmpada; o SENHOR, meu Deus, derrama luz nas minhas trevas” (Sl 18.28).
Paula usa o termo luz para descrever o evangelho de Jesus Cristo e representar Deus brilhando no coração do homem para causar regeneração e conversão. “Nos quais o deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus. Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo Jesus como Senhor e a nós mesmos como vossos servos, por amor de Jesus. Porque Deus, que disse: Das trevas resplandecerá a luz, ele mesmo resplandeceu em nosso coração, para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Cristo” (2Co 4.4-6). Deus nos dá a luz do evangelho e a luz do entendimento espiritual quando remove o véu que reside em nosso coração e nos mostra a glória de Cristo. Para o eleito, a verdade salvadora é sempre acompanhada por um entendimento espiritual dela.
Na passagem diante de nós, os discípulos são chamados de luz porque os cristãos, por suas palavras e obras, são chamados a ser transmissores da luz de Cristo e do evangelho. Jesus era a luz própria no sentido que, em seu ser e na sua obra de redenção, ele é o fundamento e a fonte da verdade, salvação e iluminação. A luz de Jesus: (1) nos livra das trevas da morte espiritual (“Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados”, Ef 2.1. Cristo, por seu sofrimento e morte, mereceu a regeneração, fé e arrependimento para o seu povo. O que eles eram incapazes de fazer em suas trevas e depravação ética, o Salvador conseguiu para eles); (2) nos salvou das trevas ou cegueira imposta sobre o homem caído pelo pecado (veja 2Co 4.4); (3) nos redimiu das trevas da morte eterna e do inferno pelo seu dom de justificação (Ef 2.8-9; Fl 3.8-9); (4) nos libertou da escravidão ao pecado e do andar nas trevas por seu dom da santificação definitiva. “Se dissermos que mantemos comunhão com ele e andarmos nas trevas, mentimos e não praticamos a verdade” (1Jo 1.6; cf. Rm 6). “Pois, outrora, éreis trevas, porém, agora, sois luz no Senhor; andai como filhos da luz (porque o fruto da luz consiste em toda bondade, e justiça, e verdade), provando sempre o que é agradável ao Senhor. E não sejais cúmplices nas obras infrutíferas das trevas; antes, porém, reprovai-as” (Ef 5.8-11). Portanto, quando falamos dos cristãos sendo luz, essa é sempre um espelho que reflete a luz de Cristo já revelada e recebida.
Somos luz porque cremos e possuímos a verdade e comunicamos essa verdade sobre Cristo a um mundo em trevas. Como o sal da terra os discípulos eram cruciais em purificar e preservar o mundo; como a luz do mundo eles devem iluminá-lo com a luz de Cristo. Sal é usado para deter a putrefação, enquanto luz é usada para iluminar e dissipar as trevas. As metáforas são similares, exceto que o sal é primariamente negativo e a luz primariamente positiva. Ela ilumina, esclarece e capacita as pessoas a ver. “O pensamento necessariamente sugerido à multidão de ouvintes foi o de comunicar conhecimento, corrigir erros e dissipar a escuridão, coisas inseparáveis do estado de ignorância espiritual.”
A declaração, “vós sois a luz do mundo”, como a declaração sobre o sal, é muito enfática. “Vocês (i.e., os cristãos) e somente vocês são a luz do mundo”. A única esperança do mundo de salvação, iluminação espiritual e libertação das trevas reside nos seguidores de Cristo como indivíduos e como um corpo (e.g., as sete igrejas na Ásia são descritas por João, sob inspiração divina, como sete candeeiros de ouro [Ap 1.12-13,20]). Também, como a metáfora do sal, o termo luz aplica-se especialmente aos apóstolos e a todos os pregadores do evangelho, que testemunham de Jesus de uma maneira única, comissionada. Como Jesus disse a Paulo: “Livrando-te do povo e dos gentios, para os quais eu te envio, para lhes abrires os olhos e os converteres das trevas para a luz e da potestade de Satanás para Deus, a fim de que recebam eles remissão de pecados e herança entre os que são santificados pela fé em mim” (At. 26.17-18).
 
Fonte: The Sermon on the Mount: A Reformed Exposition, de Brian Schwertley
Tradução: Felipe Sabino (agosto/2013)
http://monergismo.com/brian-schwertley/luz-do-mundo/

quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

A Bíblia do Mackenzie – “cuspindo no prato em que comeram”

por Wilson Porte Jr.





Cuspindo no prato em que comem! Esta é a melhor definição do que alguns jornalistas estão fazendo com a Universidade Mackenzie.
Esta expressão vem de um comentário de um jovem no site do Jornal O Estado de São Paulo (Estadão) que, na semana passada, postou um comentário no mínimo infeliz à prática de anos que o Mackenzie tem de doar Bíblias a alunos novos e formandos.
Já faz tempo que um grupo de pseudo-jornalistas vêm divulgando informações falaciosas e tendenciosas contra o Mackenzie e, sobretudo, contra o cristianismo. O pior é que esses caras são de grandes jornais, os “grandes bodes”, de nossa nação.
A última, e ridícula, diga-se de passagem, foi a tentativa de Carlos Lordelo (Estadão) de criticar a iniciativa da Universidade Presbiteriana Mackenzie de presentear os novos alunos com uma Bíblia, além de outras coisas. Seu artigo pode ser lido aqui.
Resumindo, a crítica de Lordelo é a seguinte: o Mackenzie é uma Universidade cristã que sustenta o direito de entregar Bíblias e divulgar a Igreja Presbiteriana do Brasil aos alunos da instituição. De modo sutil, Lordelo transcreve a informação que vem na Bíblia que diz que a Universidade é “cristã, fiel à cosmovisão reformada e, ao mesmo tempo, comprometida com um ensino de qualidade, em ambiente de liberdade acadêmica e ausência de discriminação”. Após isso, o cara entra no assunto da relação do Mackenzie com a PLC 122/2006 “cujo objetivo é criminalizar a homofobia”, segundo Lordelo, embora saibamos todos os que estamos acordados e sóbrios que o objetivo deste projeto de lei não é apenas criminalizar a homofobia, mas cercear tanto a liberdade de expressão quanto a liberdade de consciência!
O que este jornalista está fazendo é seguir parte da agenda gay na atualidade. Atacar tudo o que vá de encontro com suas prioridade, calar a boca de todo mundo e fazer com que o Brasil aceite a homossexualidade como algo bom e digno de honra. Como o Mackenzie se pronunciou quanto a esta lei, pronto, o Mackenzie, agora, deve ser alvo de nossos ataques. O texto de Lordelo é tendencioso e desonesto. O texto que ele diz que a universidade tirou do ar pode ser lido aqui. Esta é a posição oficial da Igreja Presbiteriana do Brasil, e, por consequência, de uma de suas instituições, o Mackenzie. É, também, para qualquer cristão que seja digno deste nome, sua posição também. Não sou presbiteriano, mas como cristão, o que meus amigos e irmãos presbiterianos escreveram está em pleno acordo com aquilo que a Bíblia diz.
Se Lordelo e o Estadão tem a liberdade de escrever a besteira que escreveu é porque um dia alguém lutou para que houvesse liberdade de consciência e expressão em nossa nação. Qualquer historiador responsável e que não seja preguiçoso constatará na Reforma Protestante as bases para a liberdade de expressão, de consciência, de culto, etc. Antes da reforma o que havia? Trevas! Obscurantismo! Ignorância! A Bíblia, e seu poder de transformação, é que permitiu o começo da liberdade depois de séculos nas trevas (POST TENEBRAS LUX).
Não fosse Wilberforce, protestante inglês do século dezenove (cuja vida foi retratada recentemente no filme Jornada pela Liberdade), talvez ainda teríamos escravos “sustentando as economias das nações”. Após sua vitória na grande Inglaterra do séc. 19, o exemplo de Wilberforce e do fim da escravidão na Inglaterra foi seguido por vários países ao redor mundo, chegando, inclusive, ao Brasil em 13 de maio de 1888, Não fosse outro reformador, João Calvino, talvez ainda estaríamos no obscurantismo científico além de muito longe daquilo que hoje é chamado de democracia. Está claro que muitos são os fatores que contribuíram para o avanço das ciências modernas. Dentre eles, está o fator religioso que, inquestionavelmente, esteve envolvido. E é dentro desse fator que Calvino se destaca, tanto encorajando o estudo científico da natureza, quanto removendo obstáculos ‘religiosos’ que impediam o avanço das ciências naturais.
A imagem que hoje se tem de João Calvino, infelizmente não corresponde aos fatos. A imagem de um homem que não dava margem a nada que não fosse intolerância e biblicismo tem sido passada de maneira pouco cuidadosa. O professor R. Hooykaas, em sua obra A religião e o desenvolvimento da ciência moderna, diz que o preconceito cegou os historiógrafos.  O fato é que Calvino encorajou amplamente o estudo científico da natureza em seus dias. Não só ele, mas também em seus discípulos se vê o mesmo nos anos que seguem à morte do reformador genebrino. Em suas Institutas, Calvino diz:
Inumeráveis são, tanto no céu quanto na terra, as evidências que lhe atestam a mirífica sabedoria. Não apenas aquelas coisas mais recônditas, a cuja penetrante observação se destinam a astronomia, a medicina e toda a ciência natural, senão também aquelas que saltam à vista a qualquer um, ainda o mais inculto e ignorante, de sorte que nem mesmo podem abrir os olhos e já se vêem forçados a ser-lhes testemunhaalvino, portanto, aprova e confia em certa medida tanto na astronomia quanto na medicina. McGrath (Universidade de Oxford) afirma que, de fato, Calvino confessa nessas palavras das Institutas certo tipo de ciúmes daquelas ciências naturais. Isso, por elas serem capazes de provar de modo mais profundo (no mundo natural), e deste modo expor maiores evidências do método e da regularidade da criação, além da sabedoria de seu Criador. Sustenta-se, portanto, que Calvino deu um impulso religioso fundamental para a o desenvolvimento das ciências. Em seus dias, tais legitimações sobre a investigação da medicina e da astronomia, indubitavelmente desanuviaram o caminho para o avanço científico.
Portanto, se hoje uma Universidade divulga Bíblias a novos alunos e formandos, isso não se dá por fins proselitistas ou discriminatórios. Mas sim, por que é na Bíblia que nós, reformados, encontramos a luz e a liberdade. Coisa que está faltando a muitos “jornalistas” preguiçosos e pretensiosos hoje em dia.
Publicado originalmente no blog do Pr.Wilson Porte. Agradecemos por nos ceder o texto e sugerimos que você o visite :)
http://reforma21.org/artigos/a-biblia-do-mackenzie-cuspindo-no-prato-em-que-comeram.html

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