Sei que a base do chamado pastoral é simplesmente cuidar de pessoas, jovens e velhos, homens e mulheres, brasileiros e estrangeiros. Mas por outro lado, Deus coloca, muitas vezes, uma paixão mais específica por uma causa e um grupo de pessoas.
Foi assim com Paulo e os gentios e é assim para muitos pastores de jovens e adolescentes.
Às vezes os pastores “titulares” da igreja ou a própria igreja não observam isso e acabam tendo uma visão de que o trabalho com a juventude é tipo um “estágio” para preparar um pastor para ser, com o tempo, o pastor da igreja.
Esta visão, além de menosprezar o trabalho com a juventude, é perigosa para os pastores e para a igreja.
Se o pastor que vai caminhar com os jovens não tiver convicção do seu chamado, não vai querer investir no seu treinamento específico a médio e longo prazo, pois está alimentando uma possível “promoção” em pouco tempo, e com isso não vai se preparar para os problemas específicos de quem trabalha com jovens e adolescentes e se desgastará facilmente.
E pior, quando ele tiver um bom resultado com a juventude e começar a crescer em qualidade e quantidade, ao invés de se sentir feliz e realizado, vai sentir que provou que merece uma promoção. E como ela na maioria das vezes não vem – porque ministério com jovens não é carreira – o pastor se frustra com o bom resultado e sai da igreja, muitas vezes levando parte dos jovens.
Ser pastor de jovens não é um estágio para ser pastor titular da igreja um dia, e sim uma vocação com o fim em si mesmo!
Se isso não estiver na cabeça dos pastores principais da igreja e, principalmente, do candidato ao pastoreio vamos continuar tendo problemas nesta área.