Creio, particularmente, que qualquer leitor, buscando aprofundar-se em conhecimento, sobre um assunto descrito com riqueza de detalhes num determinado livro, deva, primeiramente, firmar as bases de sua leitura.
Trata-se de uma ficção? Mito? Fatos reais? Descrevem a realidade como deveria ser? Como foi? Como é? Como será? Seu texto está baseado em termos estritamente figurados? Ou descrevem as narrativas de forma literal? Faz sentido interpretar o texto de forma literal? É plausível sua interpretação de forma figurada?
Sem responder a estas perguntas, nenhum leitor, por mais que se esmere em ler a obra, jamais, alcançará a mente daquele que procurou escrevê-la. De modo nenhum, compreenderá a proposta do autor. Isto é fato para qualquer livro de origem secular.
Quando o livro em pauta é a própria Bíblia, escrita por Deus, fica óbvio que nunca alcançaremos a mente daquele que escreveu, pois o profeta Isaías descreve a advertência divina “porque assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos mais altos do que os vossos pensamentos.” (Is 55.9)
Seria esta advertência motivo para não buscarmos estudar e compreender os textos divinamente inspirados? De modo nenhum, pois o próprio Cristo afirmou:“examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna, e são elas mesmas que testificam de mim.” (Jo 5.39)
Ora, o imperativo de Cristo, quanto a buscar o conhecimento, aliado ao impedimento de compreendermos toda a obra divina, complementa-se na verdade de que só podemos compreender os textos na medida da revelação que nos foram dadas, pois “as coisas encobertas pertencem ao SENHOR, nosso Deus, porém as reveladas nos pertencem, a nós e a nossos filhos, para sempre, para que cumpramos todas as palavras desta lei.” (Dt 29.29).
Na compreensão dos textos bíblicos, considero de suma importância três aspectos. São eles: A interpretação literal das escrituras, a distinção entre Israel e a Igreja de Deus e, ainda, que o propósito da história é a glória de Deus.
Quanto a interpretação literal, “...é aquela que pertence ou diz respeito às letras (...) baseadas em palavras reais (...) não indo além dos fatos...”, levando em consideração o método gramatical (de acordo com as normas gramaticais), histórico (coerente com o passado histórico) e contextual (a interpretação do texto tem que harmonizar com a passagem e ao mesmo tempo com toda a escritura, ou seja, Deus não pode se contradizer).
Na interpretação literal, não importa se o texto está sendo empregado no sentido conotativo ou denotativo, não importa se o texto está fazendo uso de figuras de linguagem, importa que o texto esteja se referindo a coisas que, de fato, aconteceram.
Quanto a distinção entre Israel e a Igreja, a correta identificação de ambos nas escrituras, permite identificar as promessas e ordenanças que nos cabem, ou seja, em outras palavras, fica fácil identificar a mensagem dirigida, diretamente, a Igreja de Deus, a fim de que busquemos viver segundo a vontade de Deus, para a dispensação que nos encontramos.
Quanto ao propósito da história, permite que nosso foco esteja sempre ajustado a vontade de Deus em detrimento de nossos próprios desejos, impedindo que o homem se exalte e ache de si mesmo mais do que convém. Se o propósito é Ele, não há porque nenhum homem buscar auto-exaltação.
Se nossa leitura bíblica for feita debaixo dos preceitos cristãos, sob a direção do Espírito Santo, os três aspectos acima elencados poderão ser usados em nosso favor a fim de que “... cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo” (Ef 4.13).
http://www.opensador.info/2010/12/lendo-as-escrituras.html#more
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Postado por Ricardo Inacio Dondoni
Olá, amigos! Excelente postagem, a Escritura é essencial para os cristãos, que querem uma intimidade com o Pai. Um abraço!
ResponderExcluirA paz do Senhor Jesus,
ResponderExcluirExcelente esta postagem, e o conteúdo deste abençoado Blog !
Já estou seguindo com certeza, e já indiquei para alguns amigos e vou continuar a divulgar. Vai ser vitórias para todos!
Aproveito a oportunidade
Para lhe convidar para ser
Mais um amigo da “ROCHA”
www.afamilianarocha.blogspot.com
www.cristinaalvescantora.blogspot.com
Fique com Deus!
Desejo a Paz do SEHOR a ti meu irmão,e a todos que seguem este blog!
ResponderExcluirConcordo completamente com o que foi dito no texto, apesar de que na passagem referida pelo autor da postagem - João 5:39 - ele se esqueceu da regra que ensina.
De acordo com o contexto, Jesus, não está incentivando ninguém a examinar as Escrituras. Ele está afirmando que, apesar de os religiosos examinarem as Escrituras, eles não conseguiam ver o Messias para se converterem a Ele.
Para perceber isso basta ler o versículo 40!
Conforme o próprio autor da postagem: "(a interpretação do texto tem que harmonizar com a passagem e ao mesmo tempo com toda a escritura, ou seja, Deus não pode se contradizer)."
Claro que não devemos "crucificar" o autor e seu artigo por causa de um simples erro, mas fiz questão de mostrar isso para sublinhar a importância do tema.
Recomendo a todos a leitura do livro "A Arte de Ler Livros" de Mortimer Jerome Adler. Estou lendo e aprendendo muita coisa com este livro.
Segue abaixo o link para baixá-lo em formato PDF de graça.
Abraços.
http://search.4shared.com/q/BBQD/1/pdf/mortimer+adler
Esta palavra postada ''à medida da estatura da plenitude de Cristo'' é um desafio alcansavel, só depende da Graça e Misericordia de Deus que já nos disponibilizou TUDO o que precisamos, para sermos DISCÍPULOS do Senhor Jesus
ResponderExcluir.
Claro que depende também de nossos esforços, dedicação, fé e atitude
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O mundo já coneceria o Evangelho, se todo os que professam a fé em Jesus cristo, em todos os tempos e hoje, fossem realmente, segundo a MEDIDA DA ESTATURA de CRISTO JESUS
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A paz de cristo
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iecpriopreto.blogspot.com
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afonsomfneto@hotmail.com
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