Religião e Divórcio segundo A Folha de São Paulo
A Folha de São Paulo traz hoje(25/07/2010) um artigo intitulado "Religião não evita fim do casamento". Após cruzamento de dados entre o número de mulheres desquitadas, divorciadas e separadas com a religião à qual elas declararam pertencer, o achado da Folha foi que o número de mulheres divorciadas é proporcionalmente o mesmo em todas as religiões, desde católica até afro-brasileira, passando pelas evangélicas e pentecostais. A conclusão da Folha, portanto, é que religião não segura casamento.
Pessoalmente, eu não me surpreenderia se a pesquisa fosse confiável e os evangélicos tradicionais estivessem incluídos nestas estatísticas. Infelizmente, muitas igrejas evangélicas tradicionais já desistiram a muito de manter o padrão bíblico do casamento conforme a Bíblia ensina e reconhecer como causa de divórcio somente o que a Bíblia prescreve. Hoje, pastores e igrejas casam e descasam por qualquer motivo, numa flagrante desobediência à Palavra de Deus.
Mas, questiono a exatidão da pesquisa da Folha. Ela comete um erro fundamental, que é tratar todos os que declararam ser evangélicos (ou de qualquer outra religião) como se eles tivessem o mesmo compromisso com o Cristianismo bíblico. Notadamente, como também acontece com as demais religiões, existe um número enorme de pessoas que se declaram evangélicas mas que só aparecem nas igrejas aos domingos ou nas datas festivas (Natal, Páscoa, Ano Novo, etc.). São pessoas sem o menor compromisso com o ensino das Escrituras, especialmente no que diz respeito ao casamento.
Imagino que os números seriam bem diferentes se a pesquisa considerasse as mulheres divorciadas e separadas de entre aquelas que são evangélicas praticantes de igrejas onde se ensina que o casamento é uma instituição divina e que divórcio só em caso de adultério e abandono obstinado.
Mas aí, reconheço que uma conclusão válida do estudo da Folha seria que as igrejas evangélicas estão fracassando em doutrinar e convencer seus membros quanto à seriedade do casamento.
Tudo isto considerado, não se pode negar que vivemos dias difíceis.
POSTADO POR AUGUSTUS NICODEMUS LOPES ÀS 15:59
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