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sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Amor a Deus ou a Si mesmo? - Jonathan Edwards




"Existem também outros cujo amor a si mesmos produz um tipo de amor a Deus, simplesmente pelas bênçãos materiais que recebem de Sua providência. Nisso também não há qualquer coisa espiritual!"

O objetivo fundamental das emoções espirituais é a excelência e beleza das coisas espirituais como são em si mesmas, não a relação que têm com o nosso interesse pessoal.


Alguns dizem que todo amor resulta do amor de si mesmo. É impossível, dizem, para qualquer pessoa amar a Deus sem que o amor por si mesmo esteja à raiz de tudo. De acordo com essas pessoas, quem quer que ame a Deus e deseje comunhão com Ele e deseje a Sua glória, deseja estas coisas somente a propósito de sua felicidade. Assim, um desejo pela própria felicidade (amor a si próprio) está na base do amor por Deus. Entretanto, aqueles que dizem isso deveriam perguntar-se porque uma pessoa colocaria sua felicidade em dependência da comunhão com Deus e Sua glória. Certamente isso é o efeito do amor a Deus. Uma pessoa tem de amar a Deus antes de perceber a comunhão com Ele e Sua glória como a sua própria felicidade.


E claro que existe um tipo de amor por outra pessoa que surge do amor por si mesmo. Isso ocorre quando a primeira coisa que atrai o nosso amor por alguém é algum favor que nos tenha demonstrado ou algum presente que nos deu. Nesse caso, o amor a si mesmo certamente está à raiz do amor ao outro. É completamente diferente quando a primeira coisa que atrai o nosso amor ao outro é nosso apreço por suas qualidades, que são lindas em si mesmas.


O amor a Deus que emana essencialmente do amor a si mesmo não pode ser de natureza espiritual. O amor próprio é um princípio puramente natural. Existe nos corações de demônios como nos de anjos. Assim, nada pode ser espiritual se for meramente resultado do amor a si mesmo. Cristo fala sobre isso em Luc. 6:32: "Se amais os que vos amam, qual é a vossa recompensa? Porque até os pecadores amam aos que os amam."


A causa mais profunda do verdadeiro amor a Deus é a suprema beleza da natureza divina. É a única coisa razoável a se acreditar. O que faz, principalmente, um homem ou qualquer criatura belo é sua excelência. Certamente a mesma coisa é verdadeira no que diz respeito a Deus. A natureza de Deus é infinitamente excelente; é beleza, fulgência e glória infinitas em si mesmas. Como podemos amar corretamente a excelência e beleza de Deus se não o fazemos por causa delas mesmas. Aqueles cujo amor a Deus é baseado na utilidade que Deus tem para eles mesmos, estão partindo do ponto errado. Estão vendo a Deus somente do ponto de vista do interesse próprio. Falham em apreciar a glória infinita da natureza de Deus, que é a fonte de toda a bondade e toda a beleza.


O amor natural a si mesmo pode produzir muitas emoções dirigidas a Deus e a Cristo, onde não há apreciação da beleza e glória da natureza divina. Por exemplo, amor por si mesmo pode produzir uma gratidão meramente natural a Deus. Isso pode ocorrer por idéias erradas sobre Deus, como se Ele fosse somente amor e misericórdia, sem justiça vingadora, ou como se Deus estivesse obrigado a amar uma pessoa pelos seus merecimentos. Desse ponto de vista, os homens podem amar a um deus criado por sua própria imaginação, quando não têm nenhum amor pelo Deus verdadeiro.


Mais uma vez, o amor próprio pode produzir um amor a Deus mediante a falta de convicção de pecado. Algumas pessoas não têm qualquer percepção da perversão do pecado, nem da infinita e santa aversão de Deus ao pecado. Pensam que Deus não tem padrões mais altos que os deles! Assim, dão-se bem com Ele, mas amam a um deus imaginário, não ao Deus verdadeiro. 
 Existem também outros cujo amor a si mesmos produz um tipo de amor a Deus, simplesmente pelas bênçãos materiais que recebem de Sua providência. Nisso também não há qualquer coisa espiritual!


4 comentários:

  1. Paz,Boa noite!
    Esse texto é muito bom,falar de amor é naturalmente bom,e espiritualmente é uma dádiva,o amor encerra tudo,mas o amor a Deus é fruto do Espírito Santo,nós amamos ao Pai porque somos seus, e os que amam a si mesmo antes dEle infelizmente não O conhecem ainda,qualquer que ama por bençãos materiais é completamente carnal,e ama a um deus imaginário mesmo,concordo com o autor.
    Amamos Deus porque Ele é quem é,porque nos amou primeiro,como sabemos que amamos?
    Porque guardamos seus mandamentos,fazemos a Sua vontade e não a nossa.
    Amor verdadeiro é virtude essencial de filhos de Deus.

    Paz e graça irmão Iveraldo!
    Deus o abençoe e aos seus em graça paz e santidade.

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  2. Olá Iveraldo eu não entendi o que você quis dizer sobre isso:
    algo muito bacana (não sei se ainda se usa esta palavra)para compartilhar com você, é sobre uns amigos, tenho certeza que vai te fazer mais feliz, te mando por e-mail.
    Por favor, passa lá no 'meu' blog, não precisa seguir...
    Queria entender melhor. Paz querido!

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  3. Meu mano Iveraldo que esta na divida externa do CAFÉ.com.graça@estaçãodaluz, graça e paz!!! Ótimo texto! Uma grande deficiência que tenho observado no nosso contexto religioso, é o evangelho antropocêntrico, canalizado para o ego-centrismo do ser humano que cada vez mais se afasta do doar-se a si mesmo à Deus e ao próximo.Um abração, Franklin ROSA

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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