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domingo, 23 de outubro de 2011

Uma beleza que revolta



O reino de Deus estabelecido por Jesus está centrado em uma coisa e apenas nessa coisa: manifestar a beleza do caráter de Deus e, em conformidade com isso, revoltar-se contra tudo que é inconsistente com essa beleza. O reino está centrado na manifestação de uma beleza que revolta.
 Um belo dia abracei a religião cristã.
Para falar a verdade, eu não era bom naquilo. Religião não é pra mim, e por algum tempo fiquei me sentindo um completo fracasso. Alguns religiosos me condenaram (e ainda condenam) ao fogo eterno, mas com o tempo passei a ver meu fracasso religioso como uma tremenda benção.
Porque, quando perdi minha religião, encontrei uma linda revolução.
Isso talvez ofenda ou surpreenda você, mas Jesus não é o fundador da religião cristã. É verdade, séculos depois dele levantou-se uma religião chamada “cristã” – mas, como você vai descobrir neste livro, em muitos sentidos essa religião representava o oposto de tudo que Jesus representava. Na verdade, como você vai também descobrir neste livro, o próprio conceito de uma “religião cristã” tem muito de mito quando entendido à luz do que Jesus representava.
Porque a mensagem essencial de Jesus não tem nada a ver com ser religioso. Basta ler os evangelhos: ele festava com os maiores pecadores e ultrajava os religiosos, e por isso foi crucificado.
O que Jesus representava era o início de uma revolução, revolução à qual ele deu o nome de “reino de Deus”.
O centro dessa revolução não é fazer com que as pessoas acreditem em determinadas crenças religiosas e adotem determinados comportamentos religiosos, embora essas coisas possam ser importantes, genuínas e úteis. Essa revolução também não está centrada na tentativa de consertar o mundo pela defesa das causas políticas “certas” e pela promoção das políticas nacionais “certas”, embora essas coisas possam ser nobres, bem-intencionadas e eficazes.
Não: o reino de Deus estabelecido por Jesus está centrado em uma coisa e apenas nessa coisa: manifestar a beleza do caráter de Deus e, em conformidade com isso, revoltar-se contra tudo que é inconsistente com essa beleza. O reino está centrado na manifestação de uma beleza que revolta.
O reino é, em resumo, uma linda revolução.
Tudo em Jesus manifestava esse reino belo e “revoltante”; podemos vê-lo de forma mais profunda quando que Jesus deixou-se crucificar. No Calvário Jesus exibe a beleza da decisão de Deus de sofrer pelos seus inimigos – em vez de usar seu poder onipotente para derrotá-los de forma violenta. No Calvário vemos também a revolta divina contra nossa escravidão à violência e tudo que nos mantém alienados de Deus e uns dos outros. O próprio diabo é confrontado e vencido pela cruz de Jesus Cristo.
A morte de Jesus resume o tema de sua vida inteira. Cada aspecto de sua vida, seu ensino e ministério colocava em exibição a beleza do reino de Deus e revoltava-se contra algum aspecto da cultura que contradizia esse reino.
O chamado essencial de todos que entregam sua vida a Cristo é unir-se a essa linda revolução e, portanto, viver e amar dessa forma. “Quem diz viver nele”, afirma João, “deve viver como ele viveu” (1 João 2:6). Devemos manifestar a beleza de Deus amando sacrificialmente nossos inimigos, servindo os pobres, alimentando os famintos, libertando os oprimidos, acolhendo os excluídos, abraçando os maiores pecadores e curando os doentes, como Jesus fez. E não existe como fazer isso sem ao mesmo tempo nos revoltarmos contra tudo em nossa vida que nos mantém autocentrados, gananciosos e apáticos diante das necessidades dos outros. Também não há como fazer isso sem revoltar-se contra tudo na sociedade – e, como veremos, no âmbito espiritual – que mantém as pessoas oprimidas fisicamente, socialmente e espiritualmente.
Você então vê que o reino não tem nada a ver com religião – quer seja “cristã” ou não. Tem a ver com seguir o exemplo de Jesus, manifestando a beleza do reinado de Deus ao mesmo tempo em que nos revoltamos contra tudo que é feio.
É uma linda revolução a que somos todos convidados a aderir. Mas para fazer isso será preciso abrir mão da religião.

Gregory A. Boyd
em The Myth of Christian Religion
(O mito da religião cristã)


3 comentários:

  1. Parabéns pelo texto bem escrito, você conseguiu com essência transmitir a mensagem de nos despirmos dos estigmas denominacionais para alcançarmos a Deus verdadeiramente em Espírito e em verdade.

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  2. Olá querida amiga, graça e paz.

    Fico honrado e feliz pela sua visita e pelo gentil comentário, obrigado e sinta-se a vontade para comentar, suas críticas e sugestões são muito bem vindas.

    Por causa do carinho e respeito que tenho por você eu estarei procurando fazer o melhor pelos meus amados seguidores e amigos.

    Seu conservo e amigo, Iveraldo Pereira.

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  3. Olá irmão Iveraldo,
    boa noite,

    Mas está mto lindo seu blog. Está diferente.

    Também acredito que o reino de Deus é sempre uma revolução. Todos os dias temos que nos preparar e deixar Deus mudar e nos moldar.

    Texto edificante.

    Deus abençoe

    beijos
    suely

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