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sexta-feira, 11 de maio de 2012

Textus receptus x Texto Crítico.







1.1         O Textus Receptus

Recentemente tem ocorrido muitas controvérsias e confusões sobre modernas traduções e edições do Novo Testamento no Grego sem alguma base para apoiar as suas colocações. Uns dizem que as suas traduções são fiéis porque estas traduções vêm dos seletos e melhores textos gregos. Outros afirmam que suas traduções são melhores que a tal versão. Outros declaram que o texto grego do Novo Testamento não tem relevância, porque a sua tradução predileta é melhor que qualquer texto grego. Ainda outros afirmam que o texto grego não tem relevância e preocupação porque a maioria não pode ler o Grego da era do Novo Testamento. Mesmo assim de tudo isso, o texto grego em que se baseia uma tradução terá muito impacto e diferença tanto sobre uma leitura devocional do cristão quanto sobre a anunciação da Palavra de Deus e o testemunho da Graça redentora de Jesus Cristo. É indispensável a compreensão do cristão de hoje acerca da importância do Texto Tradicional do Grego na sua vida cristã.

1.2    Texto Tradicional


No ínterim do século I depois da ressurreição de JESUS CRISTO, Deus inspirou com o seu ESPÍRITO SANTO homens a gravar, a escrever Sua Palavra, com isso temos cartas e livros escritos no Grego koiné, chamados “autógrafos originais”. Estas cartas e livros foram copiados e recopiados através dos séculos e distribuídos pelo mundo. Essas cópias constituem os manuscritos do Novo Testamento. Mais de 5.000 desses manuscritos sobreviveram até hoje. Maioria esmagadora destes manuscritos gregos apóiam a tradução textual bizantina, sendo bizantina porque procede do mundo todo que falava grego naquela época. Estes manuscritos bizantinos constituem o Texto Tradicional do Novo Testamento. O melhor representante impresso deste tipo textual bizantino é o Textus Receptus, “Texto Recebido” em Latim. Temos também ao nosso dispor muitas obras que os Pais da Igreja referencia os manuscritos. O texto básico usado por numerosos Pais da Igreja é o mesmo do Bizantino.

O Textus Receptus foi compilado ou colecionado de um número de manuscritos bizantinos por numerosos editores desde o começo do ano 1500. Teve edições como Erasmo, Stephens, Beza, os irmãos Elzevir, Mill e Scrivner. Essas edições divergem muito pouco uma da outra, mas ainda são como do mesmo texto básico. Algumas edições foram populares em tantos países que levaram a servir de referência para traduções do Novo Testamento. O Textus Receptus, esta palavra foi dada posteriormente, foi o texto usado por Tyndale e então pelos tradutores da versão Autorizada Inglesa (Rei Tiago) de 1611 e de outras traduções do tempo da Reforma Protestante.

1.3    Texto Crítico


Durante os séculos XIX e XX, porém, apareceu uma outra base do Novo Testamento no Grego que é usado para a maioria das traduções do Novo Testamento. Este, o Texto Crítico, difere largamente do Texto Tradicional! Pois omite muitas palavras, versículos e passagens contidas no Textus Receptus e traduções saídas dele. As versões modernas baseiam-se num Novo Testamento que vem dum pequeno grupo de manuscritos gregos do século IV em diante. Dois destes manuscritos reconhecidos superiores ao Bizantino por muitos eruditos modernos são o manuscrito Sináitico e o Vaticano. Estes orginam de um tipo de texto conhecido como o texto alexandrino, pois vem do Egito. Este texto foi nomeado pelos críticos textuais Wescott e Hort como “Texto Neutro”. Estes dois manuscritos formam a base do Novo Testamento Grego, chamado de Texto Crítico, usado com enorme freqüência desde os últimos anos do século XIX. Recentemente houve trabalhos para aprimorar este texto, nomeando-o de texto “eclético”, ou seja, muitos outros manuscritos foram consultados na sua edição e evolução, porém continua sendo um texto que tem por base principal esses dois manuscritos.

1.4    Problemas no Texto Crítico


Há vários problemas de omissão que formam este Novo Testamento Grego. Versículos e passagens citadas nos escritos dos Pais da Igreja de 200 a 300 A.D. não aparecem nos manuscritos no Texto Alexandrino. Por incrível que pareça, estas mesmas passagens primitivas reaparecem nos manuscritos no período de 500 A.D. em diante. Podemos exemplificar um texto, o Marcos 16.9-20: esta passagem existe nos escritos de Irineu e Hipólito no século II, e aparece em quase todos os manuscritos do Evangelho de Marcos de 500 A.D. em diante. Não aparece  em dois manuscritos alexandrinos, o Sináitico e o Vaticano!

Este é a ponta de iceberg de muitos problemas-exemplos. Existem muitas palavras, versículos e passagens omitidas das versões modernas, mas estão no Texto Bizantino tradicional do Novo Testamento e assim no Textus Receptus. De acordo com o cálculo de probabilidade, o Texto Crítico difere do Textus Receptus 5.337 vezes! O manuscrito vaticano, uma ironia para nós, os evangélicos, omite 2.877 palavras nos Evangelhos! O manuscrito sináitico omite 3.455 palavras nos Evangelhos! Estes problemas entre o Textus Receptus e o Texto Crítico são bem importantes e seríssimos para a tradução correta e interpretação do Novo Testamento original! Ao contrário do que defendem os defensores do Texto Crítico, estas omissões atingem e deturpam a doutrina e a fé na vida cristã!

Provas de problemas doutrinários causados por omissões no Texto Crítico, (Esta lista não é completa...) o moderno Texto Crítico reconstruído:

  • Omite referência ao Nascimento Virginal em Lucas 1.27

  • Omite referência à Divindade de Cristo em 1 Timóteo 3.16

  • Omite referência à Divindade de Cristo em Romanos 14.10,12

  • Omite referência ao sangue de Cristo em Colossenses 1.14

Ainda mais, há um erro que foi colocado na Bíblia em Marcos 1.2; nesta passagem, o Texto Crítico torna o Isaías autor do livro de Malaquias! Muitos muitos lugares no Novo Testamento, o nome de Jesus é omitido do Texto Crítico! Setenta vezes “Jesus” é omitido e vinte e nove vezes “Cristo” é omitido!

Ainda mais um problema com o moderno Texto Crítico: os dois principais manuscritos em que se constrói este texto, o sináitico e o vaticano, diferem entre eles mais de 3.000 vezes, somente nos Evangelhos! Com isso, o texto alexandrino se apresenta como tipo que se tem como caráter em muitos lugares por leituras incomuns aos manuscritos de sua própria tradução. O Texto Crítico se distingue por uma linguagem que no original é difícil, ríspida, alguns casos, até impossível. Vemos que há aparência em que não há importância em se a leitura diferente era estranha ou até abominável, que normalmente devia estar nos autógrafos originais porque um escriba nunca criaria uma mudança que difere dos outros manuscritos; ao invés de complicar, ele procuraria uma mudança numa passagem para ler e compreender mais clara e fluentemente.

Muito é dito no fato dos manuscritos alexandrinos de serem muito antigos. Por um lado, isto é confirmada, mas por outro lado a ênfase da crítica textual não deve ser sobre a antiguidade, a idade do manuscrito, mas sobre quantas cópias, ou seja, quantas vezes copiadas ele dista do original. Um manuscrito com data de ser copiado no século X, poderia ser quinto na geração de cópias desde o original, enquanto um manuscrito no século III poderá ser o centésimo na geração de cópias. Ainda que seja instável estabelecer a família, a genealogia de qualquer determinado manuscrito, é importante considerar que a idade é relativa no sentido que poderia ter um manuscrito adulterado, corrupto, do século III ou um manuscrito fiel do século X.

Uma ilustração que podemos observar seria imaginar que no ano 4.000 acha-se uma cópia da Bíblia que tinha a data de 1962. Imaginemos que esta Bíblia fosse a mais antiga Bíblia encontrada e que esta é diferente em centenas de lugares da Bíblia lida pelos cristãos do ano 4.000. Imaginemos os críticos científicos com sua metodologia, a magníficas virtudes da velha idade desta Bíblia, as gravuras das páginas mostrando qualidade, perfeição, bem trabalhada na disposição e o papel deste volume, a editação, etc. Mas as argumentações deles começariam a estragar, a cair, após traduzir Bíblias nas línguas modernas na base deste velho livro, e ser descoberto pelos cristãos que esta versão era a Tradução do Novo Mundo dos Testemunhas de Jeová! É um grave perigo!

1.5    Preservação Providencial



Os cristãos que crêem nas Sagradas Escrituras sempre aprenderam que o Texto Tradicional foi preservado pela providência de Deus. Deus prometeu na Sua Palavra que havia de preservar a Sua Palavra para as gerações futuras, também que a Sua Palavra era eterna e seria mantida sem adulteração. Mateus 5.18: “Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um iota ou um til se omitirá da lei, sem que tudo seja cumprido”. Isaías 59.21: “Quanto a mim, esta é a minha aliança com eles, diz o Senhor; o meu espírito que está sobre ti, e as minhas palavras, que pus na tua boca, não se desviarão da tua boca nem da boca da tua descendência, nem da boca da descendência da tua descendência, diz o SENHOR, desde agora e para todo o sempre”. João 10.35: “Pois, se a lei chamou deuses àqueles a quem a Palavra de Deus foi dirigida e a Escritura não pode ser anulada”.

Estes versículos nos provam que Deus Todo-Poderoso não deixou a Sua Igreja por séculos e séculos privada duma cópia original e com autoridade da Palavra de Deus, e mais, que o povo de Deus através dos séculos tem copiado sucessiva e fielmente cópias dos autógrafos. A igreja em toda a Terra tem usado e baseado o Texto Tradicional em todas as suas diversas formas, e dignou-se Deus multiplicar milhares de cópias e trazer salvação a muitas nações em todo o tempo através desse processo de conservação. Esta doutrina da conservação é declarada resumidamente na confissão de fé de Westminster, capítulo 1, parágrafo VIII:

“O Velho Testamento no Hebraico (que era a língua nativa do povo de Deus da antigüidade) e o Novo Testamento no Grego (que no tempo de ser escrito era a língua geralmente conhecida às nações), sendo imediatamente inspirados por Deus e conservados puros em todos os tempos pelo Seu cuidado singular e providência, são, portanto, autênticos; assim sendo, em todas as controvérsias religiosas, a Igreja deve finalmente apelar para eles”.

Esta cara e especial doutrina de conservação providencial está muito esquecida pelos modernos eruditos textuais. Tantos destes tratam a Bíblia apenas como um reles qualquer outro livro que poderá ser passado aos caprichos e às regras inconstantes dos modernos métodos científicos. Muitas das maneiras arruinadoras da alta crítica do século XIX agiram da falta de fé que a Bíblia é um livro sobrenatural, sendo Deus o original autor. A Bíblia guia as provas da inspiração que somente se enxergam pelos olhos da fé, mas que podem ser sondados por homens que se sinistram para destruição. Embora isso, Deus sustentou o Seu povo que ama e teme a Sua Palavra e reconhece as provas da inspiração que os primeiros cristãos reconheceram, e que estas cópias transmitidas através das eras, dos séculos, apresentam bem o que Deus colocou como propósito. Isto não consideramos que qualquer determinada edição do Novo Testamento no Grego hoje seja mais confiável, mas consideramos que o Novo Testamento que temos hoje é o mesmo que veio através de longas eras por intermédio de grupos de cristãos que têm amado e zelado a Sua Palavra.

O poder desta conservação no Velho Testamento advém da qualidade dos escribas que copiavam o Velho Testamento no Hebraico. No Novo Testamento vemos a borbulhação dos manuscritos que nos dispõe atualmente. Isso foi o método de Deus para zelar pura a Palavra dele!

Esta conservação resultou com que nenhum texto local, tal como o da Alexandria, se tornasse o texto principal. Sobrou para o liberalismo e a incredulidade defrontar este processo de conservação. Nunca foi provado que estes parcos manuscritos alexandrinos tiveram presença fora de Alexandria! Maioria esmagadora do povo de Deus na Terra rejeitam o Texto Crítico em todas as suas maneiras. A aplicação prática da conservação providencial é que atualmente cada cristão autêntico tem que optar entre um moderno texto reconstruído, baseado essencialmente em apenas dois manuscritos do século IV, que em muitos versículos omitem a Divindade de Cristo e alguns aproximam a omissão de mais ou menos 200 versículos (suficiente para montar um volume equivalente ao I e II Pedro juntos!), ou tem que optar como texto um que Deus se dignou usar através das eras. Vamos usar o texto que Deus tem abençoado, preservado e que melhor honra e glorifica o Senhor Jesus, ou vamos ficar malditos?

As edições impressas do Novo Testamento no Grego publicadas durante os séculos XV e XVI foram produzidas por cristãos que viam o significado da Glória de Deus e a relevância de ter cópias precisas da Bíblia. Encontramos erudição na crítica textual e uma postura de cuidado e lealdade maior para com os manuscritos desde a obra conhecida como o Poligloto Complutêncio até várias edições de Erasmo, até as quatro edições de Roberto Stephens, sendo a melhor conhecida é o texto de 1530 e a base do interlinear de Berry ou o Novo Testamento Grego do Inglês, até a obra do grande crítico Teodoro Beza nas suas cinco edições, até as edições dos irmãos Elzevir em 1624 e 1633 e finalmente as obras de F.H.A. Scrivener nas décadas de 1870 e 1880. O Texto Tradicional era o texto do período da Reforma, para que, quer seja a obra de Erasmo ou de Stephens, ou seja a própria tradução de Lutero ou aquela dos herdeiros da Reforma tais como os Teólogos de Westminster e dos tradutores da Versão Autorizada no Inglês, este texto tem sido largamente usado e grandemente abençoado por Deus.

O crítico textual J. Harold Greenlee disse: “A crítica textual do Novo Testamento , portanto, é um pré-requisito a toda a obra bíblica e teológica”. Isto não é um exagero da importância da questão. Como cristãos atuais, temos a responsabilidade em nossos dias de anunciar o Evangelho, o puro Evangelho, o Evangelho não adulterado, mas imaculado. A decisão do cristão de qual a edição da Bíblia que vai usar para leitura e estudo estará de acordo com a intenção ao usar o texto segundo as informações que foram passadas acerca de cada texto discutido aqui. Ao escolher uma tradução baseada em manuscritos corruptos que refletem omissões sobre a Divindade de Cristo, a expiação pelo seu sangue, Seu nascimento virginal, então se fez a decisão de estender este erro à próxima geração. Senão, se o cristão de hoje escolher uma tradução da Palavra de Deus que é traduzida do Texto Tradicional, fez-se a decisão de continuar ver Deus operar pela Sua providência em providenciar a Sua Palavra na forma completa, não só para a geração atual, mas para as vindouras.
Pb. Caio Cascaes

2 comentários:

  1. querido irmão vc precisa estudar critica textual para poder saber que o texto critico e o melhor .
    o texto receptus esta cheio de alterações e acrescimos, e em relação a Marcos 16:9-20 foi papias um escritor do quem acrescentou esse final.

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  2. esse texto receptus foi feito as pressas e o proprio erasmo admite isso e tem mais ele não tinha uma parte de apocalipse então ele pegou da Bíblia vulgata e traduziu para o grego koiné para poder lançar sua edição. pense nisso se quiser um bom material sobre a questão indico o livro( critica textual do NT DE WILSON PAROSCHI) .

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