Pesquisa no blog

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Glorificando a Deus no Fogo




George Whitefield




Amados, não estranheis o fogo ardente que surge no meio de vós, destinado a provar-vos,como se alguma cousa extraordinária vos estivesse acontecendo.” (1 Pedro 4.12)


O fogo, meus irmãos, não apenas queima e purifica, mas, como você sabe, separa uma substância da outra, sendo utilizado na química e na mecânica. O que poderíamos fazer sem o fogo? Ele refina o metal, a fim de purificá-lo. O Deus Todo-Poderoso sabe: frequentemente somos mais purificados, em determinado momento, por intermédio de uma saudável provação do que por meio milhares de demonstrações de seu amor. É algo excelente sair purificado e perdoado da fornalha de aflição; o Seu propósito é purificar-nos, a fim de separar o precioso do vil, o joio do trigo. E Deus, para realizar isso, agrada-Se em colocar-nos num fogo após o outro. Isto faz-me apreciar a ocasião em que vejo um bom homem passando por aflições, porque ensina algo sobre a maneira como Deus age no coração. Lembro que, há alguns anos preguei em Shields, próximo a Newcastle, no norte da Inglaterra, entrei em uma fábrica de vidro. Permanecendo muito atento, pude contemplar várias peças de vidro quente com diversas formas. O operário pegou numa das peças de vidro e colocou-a numa fornalha; depois, noutra; e, posteriormente, numa terceira. Quando lhe perguntei: “Por que você está colocando esse vidro em tantas fornalhas?”, ele respondeu-me: “Colocá-los apenas na primeira ou na segunda não é suficiente; por esta razão, eu coloquei-o na terceira: isso torna o vidro transparente.”



Ao afastar-me do operário, ocorreu-me que aquele acontecimento daria um bom sermão: “Ora, esse homem colocou o vidro numa fornalha após a outra, a fim de que pudéssemos ver através dele. Oh! Que Deus me coloque numa fornalha após outra, para que a minha alma seja transparente, e que eu O veja como Ele é.”



Meus irmãos, precisamos ser purificados; a nossa tendência é de querer ir para o Céu numa cama macia; mas o caminho do Rei para muitos consiste num leito de dores e de abatimento. Conforme sabemos, há várias estradas em Londres chamadas caminhos do Rei, e foram excelentemente construídas com pedras. Mas o caminho do Rei para o Céu está repleto de cruzes e de aflições. Todos nos inclinamos a pensar bem a respeito de ser cristão. É muito agradável falar sobre o cristianismo, até que sejamos colocados numa fornalha após outra. “Não estranheis”, disse o apóstolo, “o fogo ardente que surge no meio de vós, destinado a provar-vos.” O que preciso fazer? Ora, se estou no fogo, é por causa das minhas corrupções. Deus não fará que passemos pelo fogo, se não houver algo a ser purificado. A grande virtude é aprender a glorificar a Deus no meio do fogo. Portanto, glorificai a Deus no fogo.


Quando glorificamos a Deus no fogo? Quando nos esforçamos para conseguir tal graça da parte do Senhor, a fim de que não O desonremos ao passar pelo sofrimento; portanto, glorificamos a Deus no fogo em ocasiões que suportamos, com quietude, a aflição como uma disciplina.


Glorificamos a Deus no fogo quando sofremos com paciência. É algo terrível alguém dizer, assim como Caim: “É tamanho o meu castigo, que já não posso suportá-lo.” Mas a linguagem de uma alma que glorifica a Deus no fogo é esta: “Senhor, Senhor, posso eu, um homem pecador, reclamar por causa do castigo de meus pecados?” É glorioso ser capaz de afirmar, assim como aquele homem a respeito de quem, diversas vezes, um dos seus amigos me falou que, encontrando-se dilacerado pela dor, gemia durante toda a noite por causa de sua enfermidade, mas clamava: “Senhor, estou gemendo; Senhor, estou gemendo; mas, Senhor Jesus, apelo a Ti, pois sabes que não estou resmungando.” Glorificamos a Deus no fogo, quando, apesar de sentirmos dor e tristeza, ao mesmo tempo dizemos: “Senhor, eu mereço isso e dez vezes mais do que isso.”



Também glorificamos a Deus no fogo quando, de fato, estamos completamente persuadidos de que Ele não há de colocar-nos no fogo, exceto quando isso coopere para nosso bem e redunde em Sua glória.



Glorificamos a Deus no fogo quando dizemos: “Senhor, não permitas que o fogo se apague até que remova todas as minhas escórias.” Então, nós O glorificamos quando almejamos que o fogo nos seja benéfico e não se apague, e nossa alma pode clamar: “Eis-me aqui, Senhor Deus, faze comigo o que Te parecer agradável; sei que não terei uma aflição sem que Tu me concedas o consolo e me faças saber porque contendes comigo.”



Glorificamos a Deus no fogo quando demonstramos contentamento para dizer: “Não sei o que Ele está fazendo comigo agora; todavia, depois o saberei.” Explicamos para nossos filhos de dois anos de idade porque as coisas acontecem; é claro que não. E pensamos que Deus as explicará para nós? Os discípulos perguntaram: “O que este homem está fazendo?” Cristo respondeu: “Que tenho eu contigo? Segue-me.” Glorificamos a Deus no fogo quando nos contentamos em andar pela fé e não pelo que vemos. Glorificamos a Deus no fogo quando não murmuramos em desagrado, mas submetemo-nos humildemente à vontade dEle. Uma pessoa humilde não anda em rebeldia e mau humor. Mas, existem pessoas de coração tão endurecido que nem chegam a expressar-se. Quando aquela terrível notícia foi trazida a Eli, o que disse ele? “É o SENHOR; faça o que bem lhe aprouver”; que meus filhos sejam mortos; o que acontecer é Ele quem o está fazendo; apenas, Senhor, salve a minha alma.



Glorificamos a Deus no fogo, quando no meio deste Lhe podemos entoar sublimes louvores a Ele. Os filhos de Israel glorificaram o Senhor; o cântico dos três rapazes na fornalha ardente é um louvor agradável! Assim também são todos os louvores produzidos no meio ao fogo. “Oh! Todas as obras do Senhor, louvai-O e exaltai-O para sempre!” Portanto, glorificamos a Deus no fogo quando nos regozijamos nEle e não apenas pensamos mas também reconhecemos que isso é o melhor; quando somos capazes de agradecer a Deus por nos fustigar e quando podemos bendizê-Lo e expressar-Lhe a nossa gratidão por não nos ter abandonado, afirmando: “Deixai-os sozinhos.” Isto églorificar a Deus no fogo. “E não somente isto”, disse o apóstolo, “mas também nos gloriamos nas nossas próprias tribulações, sabendo que a tribulação produz perseverança.” Neste mundo, glorificamos a Deus no fogo quando exercitamos humildade, paciência e resignação, aprendendo a desconfiar cada vez mais de nós mesmos, obtendo um profundo conhecimento de nossa própria fraqueza e da omnipotência e da graça de Deus. Somos felizes quando podemos olhar para trás e declarar: “Fui capacitado a glorificar a Deus no fogo.” Bem-aventurados são os que já passaram pela fornalha de Cristo! Felizes, os que já experimentaram as aflições de Cristo nas suas almas! Creio que muitas almas já disseram: “Ó Senhor Jesus, ajuda-nos a glorificar-Te em quaisquer aflições que, por Teu agrado, enviares e em quaisquer fornalhas que, por Teu deleite, nos colocares.” Então, cantaremos “A Igreja Triunfante.” muito melhor do que o fazemos agora; veremos Jesus pronto a ajudar-nos quando estivermos na fornalha da aflição. Oh! Que este pensamento faça todo pecador afirmar: “Com a ajuda de Deus, eu me tornarei um verdadeiro cristão; com a ajuda de Deus, se tiver de passar pelo fogo, estarei ardendo de amor por Cristo. E direi: «Senhor, seja glorificado por arrebatar-me como um tição da fornalha de Satanás!» Seja este o clamor de todos os corações!”



in Revista Fé para hoje, N.º 4




George Whitefield, (16 de dezembro de 1714 - 30 de setembro de 1770) foi um pastor anglicano itinerante, que ajudou a espalhar o Grande Despertar na Grã-Bretanha e, principalmente, nas colónias britânicas norte-americanas. O seu ministério teve enorme impacto sobre a ideologia americana.


Conhecido como o "príncipe dos pregadores ao ar livre", foi o evangelista mais conhecido do século XVIII. Pregou durante 35 anos na Inglaterra e nos Estados Unidos, quebrou as tradições estabelecidas a respeito da pregação e abriu o caminho para a evangelização de massa. Enquanto jovem a sua sede de Deus tornou-o consciente de que o Senhor tinha um plano para a sua vida. Para preparar-se, jejuava e orava regularmente, e muitas vezes ia ao culto duas vezes por dia. Na Universidade de Oxford (Inglaterra) cooperou com os irmãos John e Charles Wesley, participando com eles no "Clube Santo".

Um comentário:

  1. UM BOM FINAL DE SEMANA NA PAZ DO SENHOR...
    "TU, ANUNCIADOR DE BOAS NOVAS A SIÃO, SOBE TU A UM MONTE ALTO. TU, ANUNCIADOR DE BOAS NOVAS A JERUSALÉM, LEVANTA A TUA VOZ FORTEMENTE; LEVANTA-A E NÃO TEMAS, E DIZE ÀS CIDADES DE JUDÁ: EIS AQUI ESTÁ O VOSSO DEUS."

    BENÇÃOS DO SENHOR P/ VC!! (ADRIANA E PB.WALSKY)
    http://intercessaoeoracao.blogspot.com

    ResponderExcluir