Pesquisa no blog

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Jesus, a verdadeira vida que dá sentido à vida.




1. A Primeira Carta de João não começa nem termina como uma carta. Não tem introdução nem conclusão. Foi escrita por volta do ano 90 d.C. Muitos os cristãos eram cristãos da segunda geração.
2. O perigo que esta carta aborda não era a perseguição, mas a sedução. O perigo do qual Jesus (Mt 24:11) e Paulo alertaram (Atos 20:29-30). A grande ênfase de João é às diferenças entre o genuíno e o falso cristão, e a como discernir entre ambos. O erro dos falsos mestres era teológico (2:26) e ético (2:29; 3:7,10). Ilustração: Um falso cristão é como uma nota falsa. Enquanto você não sabe que ela é uma nota falsa você pode fazer muitas coisas boas com ela: comprar comida, remédio, pagar escola, fazer caridade. Mas quando a nota chega no banco eles descobrem que ela é falsa e precisa sair de circulação. Um crente falso pode fazer coisas boas, mas no dia do juízo ele será lançado no lago de fogo.
3. A heresia que estava atacando a igreja naquele tempo era o GNOSTICISMO. O gnosticicismo pregava o dualismo grego, ensinando que o espírito é bom e a matéria essencialmente má. Esses falsos mestres saíram de dentro da própria igreja (2:19). Plummer resume os dois principais pontos da doutrina gnóstica como: a impureza da matéria e a supremacia do conhecimento.
4. Os falsos mestres gnósticos negavam: 1) A messianidade de Cristo – “Quem é o mentiroso, senão aquele que nega que Jesus é o Cristo?…” (2:22); 2) A encarnação de Cristo – “Nisto reconheceis o Espírito de Deus: todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus; e todo espírito que não confessa a Jesus não procede de Deus; pelo contrário, esse é o espírito do anticristo…” (4:2-3).
5. Outra heresia foi o DOCETISMO. Afirmavam que o corpo de Cristo foi apenas um fantasma sem substância e que seu corpo era puramente espiritual. Diziam que Jesus era um homem comum e que ele se tornou Cristo no batismo e que deixou de ser Cristo na morte. João combate essa heresia mostrando que Jesus tinha sido visto, ouvido e tocado (1:1).
6. A crença gnóstica não era apenas heterodoxa, mas também conduzia ao desvio moral. Se o corpo é matéria e é mal, então, essa crença produzia ascetismo ou libernatinagem. Mas João mostra que um verdadeiro cristão não apenas tem a crença certa, mas também a vida certa (1:6; 2:4-6; 3:6,9).
7. O GNOSTICISMO criava também uma elite espiritual, com dois graves erros: 1) Estavam acima do pecado – Pensavam que o pecado havia deixado de existir para eles. Eram super-espirituais e que haviam chegado à perfeição. João combate essa heresia (1:8-10); 2) Olhavam com desprezo os mais fracos – João combate essa heresia mostrando que a prova do verdadeiro cristão é o amor (2:9-11; 3:14-17; 4:10-12; 4:20-21).
8. João escreve para a igreja para lhe dar certeza da vida eterna (5:13). Robert Law em seu comentário de 1 João “The Tests of Life” denomina as três provas cardinais com as quais podemos julgar se possuímos ou não a vida eterna: 1) A primeira é teológica, se cremos que Jesus é o Filho de Deus (3:23; 5:10,13); 2) A segunda prova é moral, se estamos praticando a justiça e guardando os mandamentos de Deus – O pecado é incompatível com a natureza de Deus (1:5), com a obra de Cristo (3:5), e com o novo nascimento do crente (3:9); 3) A terceira prova é social, se nos amamos uns aos outros (4:7,8).
9. No parágrafo (1:1-4) o tema central é Jesus, o verbo da Vida. João abre sua carta falando sobre Jesus. Quem é Jesus. Como podemos conhecê-lo. Como ele pode ser experimentado. Como ele deve ser proclamado. Qual a principal razão da sua vinda ao mundo. Vejamos este texto:
I. A VIDA É ETERNAMENTE EXISTENTE – V. 1a
• O Filho Eterno era antes da sua manifestação histórica. Com Deus não há começo. Com ele não haverá fim. No começo de toda a criação, o Verbo da vida já existia. Ele é antes do começo. Ele não foi criado, ele é o criador. Ele não teve origem, ele é a origem de todas as coisas. 
• Algumas pessoas perguntam: Quem criou Deus? Quando Deus começou a existir? O que fazia Deus antes de criar todas as coisas? Deus não foi criado. Ele nunca passou a existir, porque ele sempre existiu. Deus vivia em plena harmonia de amor, antes mesmo da criação.
II. A VIDA É MANIFESTADA – V. 1,2
• O eterno penetrou no tempo e foi manifestado aos homens. O verbo se fez carne e assim se apresentou aos três sentidos mais importantes: visão, audição e tato (v. 1). O infinito se fez finito. O Espírito divino se fez carne. O Todo poderoso se fez servo. O criador nasceu entre os homens. Ele se comunicou com os homens, fazendo-se homem.
• O homem só conhece a Deus porque Deus se revelou. A fé cristã não é o caminho que o homem abre para Deus. Mas é Deus vindo ao homem em Cristo. Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo (2 Co 5:12). 
• Deus revelou-se na natureza (Rm 1:20), nas Escrituras (2 Tm 3:16-17) e final e mais completamente em Jesus (Jo 14:9). “Quem me vê a mim, vê o Pai”. 
• Por que Jesus é o Verbo da Vida? Porque Cristo é para nós o que as nossas palavras são para os outros. Nossas palavras revelam para os outros o que nós pensamos e como nós nos sentimos. Cristo revela para nós a mente o coração de Deus. Conhecer a Cristo é conhecer a Deus.
• João mostra para nós que Jesus é o verdadeiro Deus (5:20) e a verdadeira vida eterna (5:20). Assim, negar que Jesus Cristo é Deus é seguir o anticristo (2:22,23).

III. A VIDA É EXPERIMENTADA – V. 2
• Jesus é o verbo da vida que não apenas se manifestou, mas que também foi experimentado. “Nós vimos a sua glória, glória como do Unigênito do Pai” (Jo 1:14). Não é o Cristo do DOCETISMO (um fantasma). Não é o Cristo do GNOSTICISMO (uma divindade distante que não pode tocar o material e que apenas oferece emanações do seu ser). Cristo é o Deus que se fez carne. Ele é o Deus presente, que tem cheiro de gente, que chora como gente, que a sente a dor como gente. Ele é o Verbo que veio morrer por nós.
• Alguns viram Cristo para o vilipendiar, outros o viram para o adorar (v. 2). 
• João teve um encontro pessoal com Cristo. Sua experiência com Cristo não era de segunda mão nem arrancada das páginas de algum livro. João conhecia a Cristo face a face. Ele sabia que Jesus era real e não um fantasma, uma visão, mas o Deus encarnado. Ele andou com Cristo, ele viu Cristo. Ele ouviu Cristo. Ele tocou em Cristo. Ele reclinou sua cabeça no peito de Cristo. Ser cristão não é conhecer de ouvir falar, mas experimentar Cristo (Jo 7:37-38).
• Jesus é a essência e o conteúdo da própria vida eterna. Conhecer a Cristo é ter a vida eterna (v. 2). A vida eterna não é apenas uma quantidade interminável de tempo no céu, mas um relacionamento estreito com Cristo (Jo 17:3; 1 Jo 1:2; 5:20). 
• Você pode experimentar essa vida que é real, a vida eterna, colocando a sua confiança em Jesus!
IV. A VIDA É ANUNCIADA – V. 2-3
• Quando você experimenta essa vida que é real, a vida de Cristo, a vida eterna, então você tem uma grande alegria em partilhar essa vida com outras pessoas. Quem tem um verdadeiro encontro com Cristo não pode mais calar a sua voz.
• A manifestação da vida eterna foi proclamada, não monopolizada. João emprega dois verbos para descrever a proclamação apostólica: marturoumem – é a palavra da experiência e apangellomen – indica a autoridade da comissão. A experiência é pessoal. A comissão é derivada. 
• André encontrou-se com Cristo e levou a Pedro, seu irmão.
• Felipe encontrou a Natanael e o convidou a conhecer a Cristo, usando o método: Vem e Vê.
• Os apóstolos estiveram com Cristo e disseram: Nós não podemos deixar de falar do que temos visto e ouvido.
• Paulo disse: Ai de mim se não pregar o evangelho.
• A evangelização é uma tarefa: 1) Imperativa – Há cinco grandes comissões nos evangelhos e Atos. O crente é um faminto que encontrou pão e anuncia a outros que achou pão com fartura. É um homem morrendo pregando para outros homens morrendo. 2) Intransferível – Nem os anjos nem qualquer outra criatura pode pregar. “Se eles se calarem, eu não tenho outro método”. 3) Impostergável – Amanhã pode ser tarde demais para muitos – “Porque você não veio antes”. 

V. A VIDA É ANUNCIADA COM PROPÓSITOS DEFINIDOS – V. 3-4
1. Para que possamos ter comunhão com o Pai, com o Filho e uns com os outros – v. 3
• O homem natural não pode ter comunhão com Deus por causa do seu pecado. Mas Deus enviou seu Filho. Ele se fez carne. Ele carregou no seu corpo o nosso pecado. Ele morreu pelos nossos pecados. Ele nos justificou. Ele nos perdoou. Ele nos deu um novo coração, uma nova vida. Agora, podemos ter comunhão com Deus. Podemos nos deleitar em Deus. Agora podemos ser filhos, herdeiros, ovelhas, templos, menina dos olhos de Deus. Agora Deus é o nosso prazer, a nossa alegria, o nosso alvo, a nossa vida. Essa comunhão com Deus e com Jesus é a essência da vida eterna (Jo 17:3).
• Intimidade com Cristo é a inspiração e motivo de nosso viver. 
• Mas o propósito da proclamação de Cristo é também que haja comunhão entre os irmãos. A comunhão com os irmãos é derivada da nossa comunhão com Deus (1:7). Essa comunhão que houve entre os apóstolos, entre os crentes no Pentecoste, agora se estende a todos os crentes, em todos os lugares, em todos os tempos (v. 3). Assim o propósito da proclamação do evangelho é a comunhão dos filhos de Deus. O amor é a marca do discípulo (Jo 13:34-35). A união dos crentes é testemunho ao mundo e o desejo do coração de Cristo (Jo 17:21,22). 
• A comunhão com Deus e uns com os outros resolve o nosso problema básico da SOLIDÃO.

2. Para que a nossa alegria seja completa – v. 4

• A vida é a raiz da alegria e alegria é o fruto da vida. A comunhão é a resposta de Cristo para a SOLIDÃO da vida. Alegria é sua resposta para o VAZIO e SUPERFICIALIDADE da vida. 
• A alegria é uma das principais marcas da vida cristã – Fp 4:4
• A alegria não é um sentimento que nós mesmos produzimos, mas é um sub-produto de um relacionamento com Cristo (2 Co 7:6). Só na presença de Deus há plenitude de alegria (Sl 16:11). 
• O pecado promete alegria e produz sofrimento. O prazer do pecado é passageiro, mas a alegria de Deus é eterna. “E a vossa alegria ninguém poderá tirar” (Jo 16:22).
• A idéia de plenitude de alegria não é incomum nos escritos de João (Jo 3:29; 15:11; 16:24; 17:13; 1 Jo 1:4; 2 Jo 12). A perfeita alegria não é possível neste mundo de pecado, porque a perfeita comunhão com Deus não é possível. O verso 4 olha para a vida do céu. Então a comunhão consumada produzirá alegria completa.
Rev. Hernandes Dias Lopes

Nenhum comentário:

Postar um comentário