POR
LEON BROWN
Com quantos não
cristãos você conversa face a face regularmente, fora do horário de expediente?
Com quantos deles você compartilha o evangelho? Pela minha experiência, parece
que muitos dos círculos presbiterianos e reformados não possuem conhecidos fora
da igreja. Infelizmente, isso afeta negativamente a forma com que as pessoas
compartilham o evangelho. Antes que eu me aprofunde, entretanto, você deve
estar pensando como eu devo saber que tantos cristãos em nossos círculos não
possuem um grande número de conhecidos e/ou amigos descrentes com quem eles
conversem e com quem eles gastem tempo regularmente. Não digo que com
todo mundo seja assim, mas perguntei para muitas pessoas como e com quem elas
gastam tempo. Na grande maioria das vezes, fora das atividades do dia a dia
(por exemplo, trabalho e tempo familiar), os cristãos com quem conversei ou
estão nas atividades da igreja ou estão passando o tempo com outros cristãos.
Em outras palavras, eles não passam muito tempo com descrentes.
Eu, por exemplo,
sou extremamente agradecido por irmãos e irmãs em Cristo passarem o tempo
juntos. Eu repetidamente enfatizo aos santos de nossa igreja que eles precisam
abrir seus lares uns para os outros para ficarem juntos. Isso traz várias
oportunidades para nos conhecermos melhor, partirmos o pão e falarmos sobre o
Deus triúno. Se, no entanto, as únicas pessoas com quem você gasta seu tempo e
com quem você fala sobre Deus são cristãos, isso pode afetar negativamente sua
habilidade de partilhar o evangelho de forma simples.
Há alguns anos, eu
levei alguns estudantes do Westminster
Seminary California (onde estudei) à universidade
local. A intenção era compartilhar o evangelho, convidar estudantes
universitários à igreja e/ou às nossas casas, e os conhecermos. Em diversas ocasiões,
os seminaristas ficaram chocados com o quão dispostos os estudantes
universitário estavam para conversar sobre Cristianismo. Isso era uma boa
notícia. A má notícia é que alguns seminaristas não sabiam como falar de Jesus
sem usar as palavras justificação, imputação da justiça, consumação, reino de
Deus ou outros clichês cristãos como “cobertos pelo sangue”. Na verdade, alguns
estudantes admitiram que não conseguiam compartilhar o evangelho de forma
simples porque eles tinham se imergido no linguajar seminarista/bíblico/teológico.
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Estou certo de que
palavras como justificação e consumação são palavras que aparentam ser fáceis
de serem evitadas, mas o que dizer sobre outras palavras de nosso vocabulário
que nós usamos facilmente, mas que, talvez, precisem ser explicadas? Palavras como
Deus, julgamento, pecado, evangelho e justiça também pedem explicação. O que é
pecado? Quem determinou sua definição? Pecado contra quem? Deus? Que Deus?
Talvez houve um tempo em que essas palavras não precisassem de definição ou de
ilustração mas, hoje, precisam. Ir até alguém, portanto, no campus da
universidade ou em qualquer outro lugar (por exemplo, durante uma conversa com
um vizinho) e dizer “você já ouviu sobre o evangelho?” ou algo derivado disso
não é a forma mais efetiva de se começar uma conversa sobre o Senhor. O que é o
evangelho? Muitos, talvez a maioria, dos descrentes não usam essa linguagem e,
a não ser que eles tenham tido uma educação religiosa, a palavra “evangelho”
pode não significar nada para eles.
Se você já fala do
evangelho com descrentes por algum tempo, provavelmente você já se achou nessa
situação de ter de explicar tudo que esteja relacionado com o evangelho. Nossa
cultura, ao menos em minha experiência, exige isso. Se você não está ao menos
parcialmente imerso na cultura, particularmente no que diz respeito a ter
amigos não crentes, você usará, sem a explicar, a linguagem da Bíblia para
falar do evangelho e, assim, errará o alvo.
A linguagem
bíblica e teológica que nós utilizamos com nossos amigos cristão é boa mas, por
favor, considere mudar sua linguagem e explicar o que você quer dizer quando
fala do evangelho com descrentes. Se não o fizer, provavelmente estará falando
em línguas estranhas com eles (1 Cor. 14.20-23).
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