Se Quando você precisa confortar
um amigo cristão na perda de um ente querido, é necessário estar preparado com
um kit espiritual de primeiros-socorros com versículos para ajudar a iniciar a
cura.
Esta lista não é exaustiva. São os
cinco pontos que considero úteis para apoiar alguém que quer honrar a Deus em
seu sofrimento.
1.
Resista à tentação de ficar com raiva de Deus.
É natural que os enlutados tenham um
sentimento de indignação, até mesmo raiva, com a perda de um ente querido.
Isso, creio eu, é a resposta normal de nossa alma à maldição. Reconhecemos
dentro de nós que a morte não é natural e clamamos por justiça e para que a
morte simplesmente pare sua devastação. O problema é que a maioria das pessoas
são teologicamente mal preparadas para o ataque dessas emoções.
A raiva pode estar mal direcionada
naquele momento. Pessoas que sofrem com as dores das recentes feridas da perda
podem estar tentadas a equivocadamente dirigir sua indignação contra Deus.
Muitas vezes, elas dirão algo como: “Eu estou tão zangado com Deus agora que
não posso sequer orar”.
Eu digo “tentadas” porque raiva de
Deus é sempre um pecado.
Tiago 1.20: “Porque a
ira do homem não produz a justiça de Deus”
Deus nunca peca e ele nunca faz nada
de injusto. A raiva é uma resposta correta a um ataque à glória de Deus (como
quando Jesus purificou o Templo). Mas, estar com raiva de Deus é apontar suas
armas a um amigo em vez do inimigo. Em um momento de trauma emocional, às
vezes, os crentes precisam ser lembrados de resistir à tentação de pensar
erroneamente sobre seu Salvador amoroso.
2.
Descanse na soberania de Deus.
Quando a morte chega de uma forma
especialmente inesperada – por exemplo, em um acidente súbito, ou nos casos em
que uma criança é subitamente levada – há sempre uma sensação de que isso não
deveria acontecer. Ficamos atônitos pela emboscada do destino. Essa sensação de
ser pego de surpresa às vezes pode levar-nos a sentir como se Deus também foi surpreendido.
Uma vez que Ele não nos avisou ou deu um tempo de preparação, como quando somos
diagnosticados com uma doença terminal e é dado um prognóstico de tempo,
podemos sentir como se a perda fosse acidental.
Mas a Bíblia nos garante que Deus é
absolutamente soberano sobre a vida e a morte. Ele nunca é pego de surpresa,
Ele nunca é surpreendido em eventos. Deus ordena tudo nos mínimos detalhes.
Esta é a verdade que nos traz paz e descanso para um coração que está
cambaleando sob o vertiginoso golpe de perda repentina.
Mateus 10.29-31: “Não se
vendem dois pardais por um asse? E nem um deles cairá em terra sem o
consentimento de vosso Pai. E, quanto a vós outros, até os cabelos todos da
cabeça estão contados. Não temais, pois! Bem mais valeis vós do que muitos
pardais”.
Esta é uma realidade preciosa e
profunda que precisa ser impressa no coração em luto.
3.
Perceba que é bom se lamentar.
Nesses dias de Prozac e incontáveis
antidepressivos oferecidos por uma comunidade médica ansiosa, é preciso lembrar
que a dor sentida no luto é normal. Dor não é uma condição que tem de ser
tratada. Dor não é uma doença que tem de ser curada. O luto é o tratamento, o
sofrimento é a cura!
Deus nos equipou com a emoção da
tristeza, da mesma forma que Ele nos deu dor física. Ele quer que a gente sinta
quando as coisas estão erradas, para que possamos fazer algo a respeito. Quando
você sente uma picada na sua pele, você observa e encontra uma abelha kamikase
injetando veneno em você. Você não toma um analgésico para esquecer a abelha.
Você trata a picada.
Quando seu amigo Lázaro morreu,
“Jesus chorou” (João 11.35). Ele era conhecido como um “homem
de dores e que sabe o que é padecer” (Isaías 53.3). Jesus não
evitava a tristeza, porque não é errado se lamentar.
Atenuar a dor só prolonga o período
de recuperação. Digo às pessoas que aconselho nessas horas difíceis, para
chorar com o coração, se é o que elas sentem. Às vezes, você só precisa de uma
caixa de lencinhos, um balde de sorvete, um quarto escuro e Enya tocando ao
fundo, para que você chore de verdade. A catarse é um dom de Deus. E a maioria
das pessoas iria testemunhar que quanto mais se permite chorar, menos
frequentes e menos intensas as depressões tornam-se, até que, eventualmente,
elas acontecem raramente.
4.
Alegre-se na esperança da reunião.
Essa é uma alegria que só pode ser
apreciada pelos cristãos que perderam entes queridos que estejam em Cristo. Uma
das doces alegrias do céu não é só ver o nosso Salvador cara a cara, mas também
estarmos reunidos com os nossos irmãos e irmãs em Cristo que atravessaram o Rio
Jordão antes de nós.
1 Tessalonicenses 4.13-14: “Não
queremos, porém, irmãos, que sejais ignorantes com respeito aos que dormem,
para não vos entristecerdes como os demais, que não têm esperança. Pois, se
cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também Deus, mediante Jesus,
trará, em sua companhia, os que dormem”.
Nós vemos o rei Davi confortado por
esta verdade quando seu filho recém-nascido morreu. Ele confiantemente afirmou
que “Eu irei a ele, porém ele não voltará para mim” (2 Samuel
12.20-23).
Este é o lado positivo que deve
chamar a atenção dos nossos amigos quando estiverem ofuscados pelas nuvens de
tempestade do luto.
5.
Aproxime-se dos outros.
Embora pareça insensível pedir a um
enlutado que pense nos outros, em vez de si mesmo, é uma oportunidade única
para os feridos serem curados ao ministrar a outros que também sofrem.
2 Coríntios 1.3-5: “Bendito
seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus cristo, o Pai de misericórdias e Deus
de toda consolação! É ele que nos conforta em toda a nossa tribulação,
para podermos consolar os que estiverem em qualquer angústia, com a
consolação com que nós mesmos somos contemplados por Deus. Porque, assim como
os sofrimentos de Cristo se manifestam em grande medida a nosso favor, assim
também a nossa consolação transborda por meio de Cristo”.
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Há um sentido em que as únicas
pessoas que podem confortar aqueles que perderam um filho, ou pai, ou melhor
amigo, são aqueles que andaram pelo mesmo caminho flagrante pelo vale árido da
morte. Todo mundo oferece banalidades que soam de forma trivial no ouvido do
enlutado. Mas o conforto que decorre de empatia genuína é um elixir de cura no
que, de outra forma, seria um momento muito solitário.
Uma coisa que eu tenho certeza que
todos os cristãos concordam é: sem Cristo em nossas vidas, a morte seria
impossível de enfrentar. Eu amo o triunfante lembrete do apóstolo Paulo:
“E, quando este corpo corruptível se
revestir de incorruptibilidade, e o que é mortal se revestir de imortalidade,
então, se cumprirá a palavra que está escrita: ‘Tragada foi a morte pela
vitória. Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu
aguilhão?’ O aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei.
Graças a Deus que nos dá a vitória por intermédio de nosso Senhor Jesus
Cristo.” ( 1 Coríntios 15.54-57)
POR CLINT ARCHER
Traduzido
por Annelise Schulz | Reforma21.org | Original aqui
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