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domingo, 29 de julho de 2012

UMA NOVA CATEGORIA DE FÉ.



 CAP. 49

Confiando no Senhor Jesus Cristo para a sua completa salvação e estando certo de que por esse meio é salvo, o crente se submete a um novo princípio-mestre. Antes ele imaginava que para ser redimido deveria trabalhar incansavelmente para isso, a ponto de cada fragmento de suas virtudes buscarem esse fim. Ele agia ou abstinha-se de agir, era justo ou generoso, louvava ou orava a Deus com o propósito de se auto-beneficiar. Quão pouco da essência da virtude poderia ser assim encontrada! Ainda que os motivos do trabalhador não estejam imunes a isso, pelo menos, salvando-lhe, o Senhor poderia conduzí-los para muito além do anseio de produzir sua propria salvação, e então poderia levá-los a seguir as coisas nobres e benevolentes do puro amor de Deus. É natural que quando um homem está em perigo ele procure principalmente pela sua própria segurança, é por isso que, primariamente, a própria natureza é o inimigo do altruísmo. Quando, porém, os melhores interesses do homem estão graciosamente seguros e lhe estão postos acima de todo o perigo, ele olha além de si mesmo para seu Doador e regula sua vida não pelo egoísmo, mas pela gratidão. Este é um grande passo para a maioridade, quando o medo servil é substituído pelo amor filial, pois quando somos levados a agir instintivamente não conseguimos entender uma paixão, como a de Xavier:
“Meu Deus, eu te amo,
Não porque por isso chegarei ao céu,
E nem porque sem isso queimarei eternamente.
Tu, ó meu Jesus, que abraças-te-me na cruz,
Suportando pregos, lança, desgraças,
Mágoa, tormentos, agonia e suor;
Sim, a morte mesma, e tudo mais por mim, o teu inimigo.
Então, por quê, ó Bendito Cristo,
Não devia eu amar-te assim?
Mais que a esperança do céu,
Mais que o escape do inferno.”

No amor grato temos o impulso que alavanca a moral, o princípio nobre, elevado e poderoso que produz obras infinitamente mais valiosas do que qualquer outra que pudesse sobrevir do medo de um escravo ou da esperança por recompensa.
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Livro A Dica do Labirinto: Considerações profundas sobre a fé e a dúvida
Tradução: Wesley Carvalho

Direitos reservados: Projeto Spurgeon – Proclamando a Cristo crucificado

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