O QUE É O ARREBATAMENTO?
A
doutrina do arrebatamento pré-tribulacional é um ensinamento bíblico importante
não só porque dá percepção quanto ao futuro, mas porque dá aos crentes uma
motivação importante para uma vida contemporânea piedosa. O pré-tribulacionismo
ensina que antes da tribulação, todos os membros do corpo de Cristo (vivos e
mortos) serão levados nos ares para encontrar a Cristo e depois subirem ao
céu.[1] O ensino sobre o arrebatamento é apresentado mais claramente em 1
Tessalonicenses 4.13-18. Nessa passagem Paulo informa aos seus leitores que os
crentes vivos na época do arrebatamento se reunirão com os que morreram em
Cristo antes deles. “Depois nós, os vivos, os que ficarmos, seremos
arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos
ares, e assim estaremos para sempre com o Senhor” (versículo 17). A
palavra “arrebatados” traduz o verbo grego harpázo, que
significa “tirar com força” ou “arrancar.” As traduções em latim do Novo
Testamento usavam a palavra raptare, que significa “arrebatar”,
“arrastar”, e é a origem da palavra
“raptar”. Outras passagens que ensinam o arrebatamento usando termos
diferentes incluem: João 14.3; 1 Coríntios 15.51,52; 1 Tessalonicenses 1.10; 2
Tessalonicenses 2.1; Tito 2.13; Tiago 5.7,8; e 1 Pedro 1.13.
QUANDO
ACONTECERÁ O ARREBATAMENTO?
Acreditamos
que o arrebatamento pode acontecer a qualquer momento. Trata-se de um evento
sem sinais e não precisa acontecer nada na história antes dele. O arrebatamento
poderia ter acontecido a qualquer hora desde o primeiro século e sua ausência
na história durante os últimos 2000 anos certamente nos aproxima mais dele.
Acreditamos que o arrebatamento pode
acontecer a qualquer momento. Trata-se de um evento sem sinais e não precisa
acontecer nada na história antes dele.
A
doutrina da iminência é o ensinamento de que Jesus Cristo pode voltar e
arrebatar a Igreja a qualquer momento, sem sinais ou aviso prévio. O Dr. Renald
Showers define e descreve iminência da seguinte forma:
1. Um
evento iminente é aquele que “ameaça acontecer breve; que está sobranceiro; que
está em
de efetivação imediata; impendente.” Então, iminência tem o sentido de
que algo pode acontecer a qualquer momento. Outras coisas podem acontecer antes
do evento iminente, mas nada mais precisa acontecer antes dele. Se alguma outra
coisa precisa acontecer antes que um evento possa acontecer, este evento não é
iminente. Em outras palavras, a necessidade de outra coisa acontecer primeiro
destrói o
de iminência.
2. Já que
não se sabe exatamente quando um evento iminente acontecerá, não se pode
esperar que um determinado espaço de
passe antes do evento iminente acontecer. Logo, devemos estar sempre
preparados para que ele aconteça a qualquer momento.
3. Não se
pode marcar ou implicar legitimamente uma data para seu acontecimento. Logo que
alguém marca a data para um evento iminente ele destrói seu
de iminência, porque assim está dizendo que um determinado espaço de
deve transcorrer para que este evento aconteça. Marcar uma data
específica para um evento é contrário ao
de que ele pode acontecer a qualquer momento.
4. Não se
pode dizer legitimamente que um evento iminente acontecerá em breve. A expressão “em
breve” implica que um evento tem que acontecer “dentro de
curto
(após um determinado período de
especificado ou sugerido).” Em comparação, um evento iminente pode acontecer
em breve, mas não temque acontecer para ser iminente. Espero que
entendam
que “iminente” não é o mesmo que “em breve.”[2]
Várias
passagens do Novo Testamento ensinam a iminência. Entre as mais citadas estão :
1 Coríntios 1.7; 16.22; Tito 2.13; Hebreus 9.28; Tiago 5.7-9; Judas 21;
Apocalipse 3.11; 22.7,12,17,20.
O QUE
ACONTECERÁ DEPOIS DO ARREBATAMENTO?
Depois
que Jesus Cristo arrebatar a Igreja, haverá aqui na terra um período de sete
anos conhecido como tribulação. É durante este período que o anticristo
surgirá. Será possível marcar datas neste período de
futuro porque a Bíblia dá indicações de
precisas em termos de anos, meses, e dias. Isso não tem nada a ver com a
atual era da Igreja. No fim dos sete anos, Jesus Cristo voltará à terra e
estabelecerá o reino de 1000 anos (o reino milenar), a partir da Sua
Jerusalém. No fim deste período haverá um
final, seguido do
eterno.[3]
O QUE
É A TRIBULAÇÃO?
Como
foi dito antes, a tribulação é o período de sete anos que segue o
arrebatamento.
Depois que Jesus Cristo arrebatar a
Igreja, haverá aqui na terra um período de sete anos conhecido como tribulação.
As “70
semanas” de Daniel, profetizadas em Daniel 9.24-27, são o referencial em que a
tribulação ou a septuagésima semana acontece.[4] A “semana” a respeito da qual
Daniel escreve é interpretada pela maioria dos estudiosos de profecia como
sendo uma “semana de anos”, ou seja, sete anos. Estes anos seguem o intervalo
das “sete semanas e sessenta e duas semanas” de Daniel 9.25. A septuagésima
semana de Daniel indica um intervalo de
ao
qual está relacionada uma série de frases descritivas. Alguns destes termos
bíblicos incluem: tribulação, grande tribulação, dia do Senhor, dia da ira, dia
da aflição, dia da angústia, dia da angústia de Jacó, dia de escuridão e
tristeza, e ira do Cordeiro.
A tribulação é dividida em dois segmentos de três anos e meio
e o principal propósito de Deus para ela é que seja um
de juízo. Ao mesmo
, a graça do evangelho será proclamada e finalmente seguida pelo reinado
de 1000 anos de Cristo.
O QUE
É A SEGUNDA VINDA?
A segunda
vinda de Cristo segue o arrebatamento e a tribulação. É o retorno de Cristo que
encerra a tribulação. Quando Cristo voltar, o anticristo e seus exércitos serão
destruídos e haverá um período de
(Apocalipse 19.20,21). A segunda vinda precede imediatamente a prisão de
Satanás (Apocalipse 20.1-3) e a inauguração do reino milenar. A segunda vinda é
ensinada por toda a Bíblia. Entre as passagens mais importantes estão Mateus
24.27-30 e Apocalipse 19.11-16.
QUAL A
DIFERENÇA ENTRE A SEGUNDA VINDA E O ARREBATAMENTO?
O
arrebatamento e a segunda vinda são dois eventos distintos e separados pela
tribulação. Um fator importante é entender o ensino do Novo Testamento de que o
arrebatamento pré-tribulacional se baseia no fato de que duas vindas futuras de
Cristo são apresentadas. A primeira vinda é o arrebatamento da Igreja entre as
nuvens antes da tribulação, ao passo que a segunda vinda acontece no final da
tribulação quando Cristo voltar à terra para começar Seu reinado de 1000 anos.
Quem quiser entender o ensino bíblico do arrebatamento e da segunda vinda deve
estudar e decidir se as Escrituras falam sobre um ou dois eventos futuros. Nós
acreditamos que uma consideração sistemática de todas as passagens bíblicas
revela que as Escrituras ensinam duas vindas futuras.
O arrebatamento é apresentado claramente em 1 Tessalonicenses
4.13-18. Ele é caracterizado na Bíblia como uma “vinda acompanhada de um
traslado” (1 Coríntios 15.51,52; 1 Tessalonicenses 4.15-17) em que Cristo vem para Sua
Igreja. A segunda vinda é Cristo voltando com os Seus
, descendo do céu para estabelecer Seu reino terreno (Zacarias 14.4,5;
Mateus 24.27-31).
As diferenças entre os dois
eventos são harmonizadas naturalmente pela posição pré-tribulacionista,
enquanto outras posições não conseguem explicar adequadamente essas
diferenças.[5]
O QUE
SÃO O MILÊNIO E O ESTADO ETERNO?
O
milênio é a doutrina bíblica e o
teológico
do reinado de 1000 anos de Jesus Cristo na terra. O reino milenar será um reino
terreno em que Cristo
reinará a partir de Jerusalém e em que todos os detalhes da “promessa da terra”
feita a Abraão (Gênesis 12.7) serão cumpridos (Ezequiel 47-48). O fato do reino
ser terreno pode ser visto em passagens tais como Isaías 11 e Zacarias 14.9-21.
Outras passagens detalhadas incluem: Salmo 2.6-9; Isaías 65.18-23; Jeremias
31.12-14, 31-37; Ezequiel 34.25-29; 37.1-6; 40-48; Daniel 2.35; 7.13,14; Joel
2.21-27; Amós 9.13,14; Miquéias 4.1-7; e Sofonias 3.9-20. O Novo Testamento
também dá testemunho importante deste reino futuro na medida em que dá
continuidade à visão vétero-testamentária de um reino milenar futuro. É o reino
milenar de que Jesus falou durante a ceia de páscoa antes de ser traído e
crucificado:
“A seguir tomou o cálice e, tendo dado graças, o
deu aos discípulos, dizendo: bebei dele todos; porque isto é o meu sangue, o
sangue da [nova] aliança, derramado em favor de muitos, para remissão de
pecados. E digo-vos que, desta hora em diante, não beberei deste fruto da
videira, até aquele dia em que o hei de beber, novo, convosco no reino de meu
Pai” (Mateus 26.27-29; veja também Marcos 14.25; Lucas 22.18).
O reino milenar será um reino terreno em que Cristo reinará a
partir de Jerusalém e em que todos os detalhes da “promessa da terra” feita a
Abraão serão cumpridos.
A
passagem mais extensa do Novo Testamento relativa ao milênio é Apocalipse 20, em que João descreve uma
seqüência cronológica: a prisão, a rebelião, e o
de
Satanás no milênio. Em Apocalipse 20.2-7 aparece seis vezes o número 1000,
enfatizando a duração do reinado terreno de Cristo. Apesar de Apocalipse 20 ser
o único lugar na Bíblia onde a duração exata do reinado de Cristo é mencionada,
o reino em si é mencionado e descrito dezenas de vezes em toda a Bíblia (por
exemplo, Isaías 60; 62; 65.17-66.24; Jeremias 31; Ezequiel 40-48; Daniel
2.44,45; 7.27; 12.1,2; Zacarias 14.8-21).
O reino futuro de Deus terá duas fases diferentes, o milênio
e o
eterno. Mas a grande ênfase da Bíblia está no reinado de 1000 anos
de Cristo no Seu
futuro conhecido como milênio. O milênio é uma realidade bíblica
que ainda será concretizada.
No fim do milênio haverá um
final, conhecido como o “julgamento do grande trono branco”, dos
descrentes mortos que ressuscitarão naquela ocasião (Apocalipse 20.11-15). Os
descrentes serão lançados no lago de fogo e os crentes entrarão para o
eterno descrito em Apocalipse 21-22.
COMO
OS EVENTOS ATUAIS SE RELACIONAM COM A PROFECIA?
Hoje, o
mundo é um cenário sendo montado para a apresentação de um grande drama. Quais
preparativos já foram feitos? O Dr. John Walvoord descreve e resume a atual situação
da montagem do cenário:
Todos
os eventos históricos necessários já aconteceram. A tendência a um
mundial,
iniciada com as Nações Unidas em 1946, está preparando o caminho para o
do
fim dos tempos. O movimento da igreja mundial, formalizado em 1948, está
preparando o caminho para uma super-igreja que dominará o cenário religioso
depois que a verdadeira Igreja for arrebatada. O espiritismo, o ocultismo, e a
crença em demônios continuará a se espalhar. O comunismo, apesar de sua filosofia
ateísta,... [preparou] o mundo para uma forma final de religião mundial que
exige a adoração de um ditador totalitário.
Israel
e as nações do mundo estão sendo preparadas para o drama final. Mais importante
ainda é que Israel está de volta à sua terra, organizado como um Estado
político, e ansioso em realizar seu papel nos eventos do fim dos tempos...
A
Rússia está preparada ao norte da Terra Santa para entrar no conflito do fim
dos tempos. O Egito e outros países africanos não abandonaram seu desejo de atacar
Israel a partir do sul. A China Vermelha no leste já possui hoje um poder
militar forte o suficiente para enviar um exército tão grande quanto o descrito
no livro de Apocalipse. Todas as nações estão preparadas para desempenhar o seu
papel nas horas finais da história.
Nosso
mundo atual está bem preparado para o começo do último ato profético que levará
ao Armagedom. Uma vez que o cenário está montado para este clímax dramático dos
tempos, a vinda de Cristo para os Seus deve estar muito próxima. Se já houve
uma hora em que os homens deveriam considerar seu relacionamento pessoal com
Jesus Cristo, este momento é hoje. Deus está dizendo a esta geração:
Preparem-se para a vinda do Senhor.”[6]
Nosso mundo atual está bem preparado
para o começo do último ato profético que levará ao Armagedom.
Lembre-se
de que apesar do cenário estar montado e continuar pronto para o acontecimento
dos eventos da tribulação, não há nada que precise acontecer antes do
arrebatamento da Igreja. Apesar do arrebatamento não ter sinais e poder
acontecer a qualquer momento, os vários eventos da tribulação devem acontecer
antes que a segunda vinda de Cristo ao planeta Terra possa ocorrer. Quando
examinamos os eventos mundiais e a história recente, vemos muitas indicações de
que as coisas estão chegando a uma conclusão. O Dr. Charles Dyer observa:
A
cortina ainda não se abriu para o último ato do drama divino para a era atual.
As luzes do
estão
baixas, mas ainda assim podemos perceber movimentos atrás da cortina. Deus está
colocando o cenário no seu lugar e deixando que os atores tomem as suas
posições no palco mundial. Quando tudo estiver pronto, Deus permitirá a
abertura da cortina.
Ao
avaliarmos eventos mundiais contemporâneos, queremos entender que papel eles
podem ter na montagem do cenário para os eventos profetizados na Bíblia. Ao
mesmo tempo devemos lembrar que, enquanto o mundo continua a mudar, só Deus
conhece o futuro. Devemos avaliar eventos atuais à luz da Bíblia, e não ao
contrário. Precisamos conhecer e compreender as profecias da Bíblia para
discernir melhor o papel dos atuais eventos mundiais.[7]
Entender
os eventos mundiais e as profecias bíblicas corretamente significa equilibrar a
tensão entre os dois em nossas vidas diárias. O Dr. Ed Hindson escreve sobre
essa tensão:
Cada um
de nós planeja sua vida como se ainda fosse viver muitos anos. Temos
responsabilidades com nossas famílias, com nossos filhos e netos, e com outras
pessoas à nossa volta. Mas também devemos viver como se Jesus viesse a qualquer
momento. É difícil para os descrentes entender a abordagem equilibrada que
devemos ter do futuro. Nós crentes não tememos o futuro porque acreditamos que
Deus o controla. Mas ao mesmo tempo, não o vemos com otimismo desenfreado.[8]
Devemos
estar sempre preparados para o amanhã, reconhecendo que, em última análise, é
Deus, e não indivíduos, quem controla o futuro.
Temos responsabilidades com nossas
famílias, com nossos filhos e netos, e com outras pessoas à nossa volta. Mas
também devemos viver como se Jesus viesse a qualquer momento.
EXISTEM
SALVAGUARDAS CONTRA A MARCAÇÃO DE DATAS?
Talvez
a maneira mais simples é lembrar o slogan que dizemos à nossa sociedade sobre
abuso de drogas: “Simplesmente diga não!” As palavras de Jesus são claras;
marcar datas não é parte do estudo da profecia. A melhor maneira de evitarmos
isso em nossos estudos é através de um método de interpretação gramatical,
histórica e contextual coerente, conhecido como interpretação literal. Já que o
texto das Escrituras proíbe marcar datas, e sabemos que não há significados
ocultos a serem descobertos através de uma abordagem interpretativa esotérica,
concluímos que à medida em que estudarmos as Escrituras não encontraremos uma
abordagem que nos leve a marcar datas.
Devemos sempre observar os eventos atuais (e todos os
aspectos das nossas vidas) através das lentes das Escrituras. A Bíblia
interpreta as notícias; as notícias não interpretam a Bíblia. A volta de Jesus
Cristo é nossa esperança – não a hora da Sua volta. Não
devemos ser como a criança numa viagem de carro que fica perguntando a seu pai
a toda hora, “Está perto, pai?” Ou, “Falta muito?” Como o pai dirigindo o
carro, sabemos que estamos nos aproximando, mas não podemos dizer com certeza
quão perto estamos. (Thomas Ice e Timothy Demy - http://www.chamada.com.br)
NOTAS
1. Veja
nesta mesma série, Thomas Ice e Timothy Demy, A Verdade Sobre o Arrebatamento(Porto Alegre: Actual
Edições, 1999)
2.
Renald
Showers, Maranatha: Our Lord Come! (Bellmawr,
NJ: The Friends of Israel Gospel Ministry, 1995), pp. 127-28.
3. Veja
nesta mesma série, Thomas Ice e Timothy Demy, A Verdade Sobre a Tribulação e A Verdade Sobre o Milênio (Porto
Alegre: Actual Edições, 1999).
4. Uma das
discussões mais interessantes e extensas da cronologia das setenta semanas
encontra-se em
Harold W. Hoehner , Chronological
Aspects of the Life of Christ (Grand Rapids: Zondervan
Publishing House, 1977), pp. 115-39.
5. Para um
tratamento mais extenso, veja Ice e Demy, A Verdade Sobre o Arrebatamento (Porto Alegre: Actual
Edições, 1999)
6. Walvoord, Armageddon, pp. 227-28.
7.
Charles
H. Dyer, World News and Bible
Prophecy (Wheaton, IL: Tyndale House Publishers, 1993), p. 7.
8.
Ed
Hindson, Final Signs (Eugene,
OR: Harvest House Publishers, 1996), p. 176.
maranata hora vem senhor jesus.. glória a DEUS!
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