"... Meu Deus! Estou confuso e envergonhado para levantar a ti a minha face..." (Esdras 9.6) |
Pr. Paulo Junior |
Estimado leitor, é com grande prazer que vos escrevo mais uma vez, na intenção de adverti-lo e abrir seus olhos.
Estamos vivendo dias escuros e sombrios: os perigos nos rondam por todos os lados, inseguranças e incertezas nos apavoram; a sociedade pós-moderna, com sua imprevisibilidade, nos espanta; o governo e sua indiferença nos causa pavor; a cristandade naufraga em um caos espiritual e teológico, nos deixando quase sem esperança. Entretanto a vida continua, devemos em detrimento a tudo isso, continuar firmes “olhando para o autor e consumado da fé” (Hb 12.2).
Creio ser urgente e oportuno falar de algo que está latente no coração de muitos: apesar de cristãos, não estamos imunes aos combates e intempéries da vida, que trazem aflições, dores e apertos no coração, que vão de problemas no casamento a crises financeiras e ministeriais, bem como tantas outras áreas, nos deixando perturbados.
Mesmo diante desse quadro, hoje quero escrever sobre um assunto que talvez não seja muito comentado – mas que a maioria de nós vivencia – quero falar para aqueles que “estão em falta com Deus”, que estão aflitos e com o coração apertado por causa de Deus, me dirijo àqueles que estão com vergonha de Deus! Pois, é exatamente isso que Esdras enfaticamente retrata nesse versículo.
Essa declaração de Esdras foi feita após o exilio babilônico. Os judeus haviam retornado a Israel depois de décadas de cativeiro na Babilônia. O objetivo deles era a reconstrução do Templo bem como dos muros da cidade sob a égide de Esdras e Neemias. Eles deveriam também restaurar o sacerdócio, o culto ao Senhor e a observância da Lei, trazendo assim paz e harmonia à nação.
Porém, não foi bem isso que aconteceu: eles estavam negligenciando todos esses afazeres, desprezando a Lei, retardando a reconstrução do Templo, promovendo casamentos mistos (com mulheres não judias), enfim, estavam andando em total desacordo com a vontade de Deus, ignorando assim o próprio Deus!
É nesse cenário que aparece Esdras, um dos seus líderes, que apesar de não participar diretamente desses pecados, fazia parte dessa nação, eram seus familiares, por isso Esdras se pronuncia – diante de Deus – em oração representando o seu povo e a si próprio dizendo: Meu Deus! Estou confuso e envergonhado, para levantar a ti a minha face…
Por causa daquelas inúmeras transgressões – que o seu povo havia cometido – Esdras estava profundamente envergonhado e não conseguia nem levantar a cabeça diante de Deus!
É disso que trata esse devocional. Esse é – para mim – o maior fardo que um homem pode ter no coração, a maior angústia da alma, o terrível dilema da mente: “estar em falta com Deus”!
Acredito sinceramente que muitos de nós estamos vivendo essa realidade: quantos erros temos cometido? Quantas faltas, pecados, rebeldias, desleixo e omissão nas coisas de Deus e para com o próprio Deus temos cometido? O que nos leva a uma profunda vergonha. Por tudo isso nos tornamos como Esdras, são tantas decepções que damos a Deus, que não conseguimos levantar o próprio rosto para os céus.
Assim como um filho que sempre dá desgosto para o seu pai, tirando notas baixas na escola, desobedecendo à ordens simples, desonrando-o em público e não respeitando o investimento que o pai faz. Assim nós temos feito com o nosso Deus e Pai – e como dói e constrange saber isso. Esse era o sentimento de Esdras ao ver aquela situação e o caos que se tornou Israel.
Veja irmão, a mesma coisa está acontecendo conosco! No que estamos nos tornando? Por quais caminhos temos andado? Estamos deixando nosso primeiro amor, o zelo pela casa de Deus, a santidade e o temor a Deus. A preguiça tem sido nossa marca, vivemos num tempo de indiferença espiritual, frieza e descaso para com a santa palavra de Deus! Por causa disso tudo, quando chega a hora da oração – o momento da comunhão com Deus e de estar a sós com Ele – o corar do rosto é o que ocorre, pois inevitavelmente diante Dele ficamos envergonhados pelo que estamos fazendo!
Como dói olhar para trás e ver o rastro desastroso que estamos deixando e concluirmos que temos sido filhos desgostosos ao nosso Pai!
Veja o quanto Deus investiu em nós, do que estamos nos queixando? O que nós temos a dizer a Deus, a não ser expressar nossa eterna gratidão? O simples fato – se é que posso chamar de simples – de ter nos salvado, não é suficiente? Cobriu-nos com sua Graça e Misericórdia, nos abençoou com tantas bênçãos celestes, nos concedeu a dádiva de pregar o seu santo Evangelho, nos amou com eterno amor, nos chamou de filhos, depositando em nós tamanha confiança!
É por isso que ficamos com vergonha: é a vergonha de Davi, quando foi repreendido por Natan. Quanto Deus fez por Davi? Quanto demonstrou amor, graça e misericórdia, e Davi, retribuiu com tanta lambança! Atente no estado que Davi estava quando escreveu o Salmo 51: ele estava profundamente envergonhado pelo que fizera com Deus.
Sansão foi coberto de poder e confiança ao ser levado ao ofício de juiz – com poderes nunca vistos até hoje – mas veja o que Sansão fez, os delitos hediondos que cometeu! Lá estava Sansão – na cela dos filisteus – cego, preso, sem forças e com muita, muita vergonha de Deus.
Pedro – um dos discípulos mais próximos de Jesus – tinha intimidade, foi tratado com tanto carinho, respeito e zelo por seu Mestre – tanto que foi-lhe conferido um grande chamado – e o que ele fez? Negou o seu Senhor três vezes! Depois a Bíblia diz que el chorou amargamente. Aquele era o choro da vergonha por ter decepcionado tanto o seu Senhor.
E assim também temos feito uma bateria de violações contra Deus!
Nós sabemos que Deus é perfeito e eterno – mas bem no fundo, pelo bom senso que possuímos – dizemos: “Deus não merece isso que estou fazendo, que desgosto estou dando a Ele, que tolo e estúpido tenho sido. Meu Deus! Quanta falha. Tenho vergonha de dirigir minhas apalavras ao Senhor, tenho vergonha de fazer qualquer oração diante da Sua santidade, não consigo nem levantar minha cabeça, tem misericórdia de mim”!
Na verdade, o que estou tentando lhe dizer, é que nós fazemos como o filho pródigo: passamos uma fase da vida sem dar contas do lamaçal que estamos envolvidos – passando muitos dias, meses e até anos – convivendo nesse estado precário, sem nos darmos conta do mesmo, mas, de súbito, somos tomados por um choque de realidade: onde estou? O que estou fazendo? Aonde isso vai parar? Então, um profundo pesar vem ao nosso coração!
Tenho convicção que o remédio para tudo isso é o arrependimento sincero e recorrermos a Deus através de muita oração!
“Ah Deus! perdoe-nos por fazer tanto contra o Senhor, nos perdoe no mais profundo do nosso coração. Não é nossa causa que está em jogo e sim a Sua, não é o nosso nome, o nosso reino, a nossa reputação, e sim os Sua! Quanta omissão da nossa parte, quantos crimes feitos contra o Senhor, quanto desleixo!
Senhor, estamos quebrantados, consternados, arrependidos, nos perdoe segundo a multidão das Suas misericórdias e, se os teus servos tem achado graça aos Seus olhos, nos dê mais uma chance, mais uma oportunidade de te honrar novamente. Nos dê também os recursos necessários para que isso aconteça, renove as nossas forcas, nossa esperança, nossa fé, levante nossa cabeça porque nem isso conseguimos fazer… Para que assim honremos o Seu precioso Nome e não venhamos mais depreciá-Lo.
Tire nossa vergonha, ó Deus, para que de novo tenhamos a alegria da sua salvação. Em nome do teu Filho Jesus, te peço todas essas coisas. Amém”!
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sexta-feira, 30 de novembro de 2012
Com vergonha de DEUS.
A igreja como agente transformador na história
Referência: Mateus 5.13-16
INTRODUÇÃO
1. A igreja e o mundo são essencialmente diferentes
A igreja é chamada do mundo, está no mundo, mas não é mundo, antes chama do mundo aqueles que devem pertencer à família de Deus;
A igreja só é relevante quando é totalmente diferente do mundo. A amizade da igreja com o mundo é uma desastre (Tg 4.4; 1 Jo 2.15-17; Rm 12.2).
Quando a igreja tenta imitar o mundo para atrair o mundo, ela perde sua capacidade transformadora.
2. A igreja exerce um papel restringidor na corrupção do mundo
A igreja é o sal da terra:
a) Coíbe a decomposição;
b) Preserva da corrupção;
c) Dá sabor;
d) Provoca sede;
Sem a presença da igreja o mundo tornar-se-ia um ambiente insuportável para se viver. A igreja é o grande freio moral do mundo.
3. A igreja exerce um papel positivo de transformação no mundo
A igreja é a luz do mundo
a) A luz é símbolo da verdade
b) A luz é símbolo da pureza
c) A luz é símbolo da vida
d) A luz dá direção – estrada
e) A luz aquece – no frio
f) A luz gera vida – fotossíntese.
I. QUANDO A IGREJA DEIXA DE SER UM AGENTE DE TRANSFORMAÇÃO NA HISTÓRIA
1. Quando ela confunde o evangelho com mero comportamentalismo legalista
O cristianismo não é o behaviorismo de Watson. Não é apenas mudança de esteriotipo. Não é verniz, fachada. Não é produzir crentes em série com clichês de massa. Não é usar o mesmo estilo de roupa, cabelo.
A nossa secretária Isabel: o pastor proíbe-a de pintar o cabelo, de ir à praia, de usar brinco.
Exemplo: o pastor que deu uma surra na filha por cortas as pontas do cabelo e a menino tirou sua vida.
2. Quando confunde evangelho com o platonismo cristão
Platão divorciou o espiritual do material. O mundo real era o mundo das idéias. O corpo era apenas a prisão da alma. Isso levou: 1) Ascetismo; 2) Licenciosidade;
Essa visão gerou o gnosticismo do primeiro século – que desvalorizava o corpo. Torna-se uma espiritualidade de fuga, de escapismo.
Essa visão produziu também o Pietismo do século XVII – O pietismo saiu de um extremo: ortodoxia sem piedade para o outro extremo: piedade sem ortodoxia. Deus está interessado na alma e não no corpo.
Essa visão gerou o movimento Quaker – Tremor. O que importa não é a verdade, mas a luz interior. A verdade subjetiva é mais importante que a verdade objetiva. Experiência é mais importante do que a Palavra.
3. Quando confunde o evangelho com um cristianismo de gueto
Muitas pessoas ao se tornarem crentes se isolam das outras pessoas, se trancam numa estufa, numa redoma de vidro, numa bolha espiritual se tornam sal no saleiro e depois sal insípido.
Elas não se apresentam, não se inserem, não influenciam, não salgam, não resplandecem. Tornam-se anti-sociais e conformistas.
Exemplo: os cristãos que na Idade Média se isolaram nos mosteiros e conventos.
4. Quando confunde o evangelho com o misticismo religioso
Nós somos uma cultura mística: 1) Pagelança indígena; 2) Idolatria do Catolicismo Romano; 3) O misticismo da kardecismo europeu; 4) A magia dos cultos afro-brasileiros procedentes da África.
O catolicismo durou séculos induziu o povo a crer no misticismo: relíquias, santos, rezas, penitências.
Hoje algumas igrejas neo-pentecostais, principalmente a IURD é campeã do misticismo. Trocam apenas o rótulo, mas o povo é mantido no mesmo misticismo tosco.
5. Quando confunde o evangelho com doutrina sem vida
Há muitas pessoas que são ortodoxas de cabeça e hereges de conduta. São ortodoxos na teoria e liberais na prática. Defendem doutrinas certas e vivem uma vida errada. São zelosos das tradições da igreja, mas vivem na prática do pecado.
Pregam o que não vivem. Exigem dos outros o que não praticam. Coam mosquito e engolem um camelo.
6. Quando confunde o evangelho com o liberalismo teológico
O liberalismo entrou na igreja com o racionalismo, iluminismo. Começou com a alta crítica de Dibelius, a demitologização de Bultman. O liberalismo matou igrejas na Europa, na América. Agora, as denominações históricas no Brasil já estão se capitulando ao liberalismo. O ensino liberal já tomou conta dos principais seminários das grandes denominações no Brasil.
Uma igreja liberal nunca experimentou um avivamento. Uma igreja liberal nunca cresceu. Uma igreja liberal nunca impactou a sociedade.
O Ecumenismo está hoje apadrinhando muitas igrejas históricas.
II. COMO A IGREJA PODE TORNAR-SE UM AGENTE DE TRANSFORMAÇÃO NA HISTÓRIA
1. Quando ela vive como luzeiro no mundo
A vida da igreja é sua primeira mensagem. E sua mensagem aos olhos. A igreja só tem uma mensagem, se ela tem vida. Sem testemunho não há proclamação.
A vida precede ao trabalho. O exemplo é mais importante do que a atividade.
2. Quando ela anuncia o Evangelho com senso de urgência
a) A igreja precisa ter um alto conceito da Escritura (suficiência) – 2 Tm 3.14-16
b) A igreja precisa ter um alto conceito do evangelho – Rm 1.16
c) A igreja precisa saber que não há outro evangelho – Gl 1.8
d) A igreja precisa pregar o evangelho no poder do Espírito – 1 co 2.4; 1 Ts 1.5;
e) A igreja precisa pregar com lágrimas.
3. Quando usa todos os métodos legítimos para alcançar o maior número
1 Co 9.23 – Paulo não está ensinando duplicidade, mas flexibilidade.
Jesus abordou as pessoas de formas diferentes: Nicodemos, Paralítico de Betesda, Zaqueu, o leproso.
Jesus quebrou tabus para evangelizar: A mulher samaritana
a) Preconceito do cardápio – pão imundo, cidade dos bêbados;
b) Preconceito racial – mulher samaritana
c) Preconceito cultural – era uma mulher
d) Preconceito religioso – Ela adorava no monte Gerizim.
e) Preconceito moral – Ela tinha passado por 5 divórcios e agora vivia com um amante.
Jesus usou vários métodos para alcançar o maior número possível de pessoas
a) Evangelização pessoal – Há 35 entrevistas pessoais de Jesus nos evangelhos;
b) Evangelização de massa – Várias vezes, Jesus pregou para multidões. Há cruzadas hoje na África reunindo mais de um milhão de pessoas.
c) Evangelização pelo ensino – Sermão do monte.
d) Evangelização pelo serviço – Jesus curou, alimentou, consolou, serviu.
Paulo usou também vários métodos para alcançar o maior número de pessoas:
a) Evangelização pessoal – a guarda pretoriana – Fp 1.13
b) Evangelização nos lares – At 20.20 (Primeira IPB de Manaus)
c) Evangelização pela apologética – At 17
d) Evangelização pela literatura – Cartas.
4. Quando ela se torna o braço estendido de Deus na prática do bem
A igreja sempre foi pioneira nas grandes transformações da sociedade:
a) Libertação da mulher dos preconceitos.
b) Restauração da dignidade da criança e da mulher;
c) Libertação dos escravos;
d) Quebra do preconceito racial;
e) Criação de hospitais, escolas, academias, creches, instituições de socorro aos aflitos e excluídos.
f) Progresso científico;
g) A promoção do trabalho como uma liturgia para Deus e serviço ao próximo;
5. Quando a igreja se torna voz profética no mundo
A igreja não pode ser conformista, omissa, covarde
a) João Batista denunciou o adultério do rei Herodes,
b) Jesus chamou Herodes de raposa;
c) Os apóstolos ensinaram que a obediência ao poder civil tem limites.
d) Tiago denunciou a ganância dos ricos fraudando o salário dos trabalhadores;
e) Amós denunciou os juizes que vendem sentenças;
f) Isaias denunciou o pecado da ganância insaciável que leva a riqueza a se ajuntar nas mãos de poucos (Is 5).
g) Os profetas denunciaram o pecado no palácio, no templo, nas ruas.
h) Os reformadores denunciaram o pecado.
i) Os avivalistas também o fizeram
j) O avivamento se deu porque a igreja saiu na frente para defender o povo do despotismo japonês.
k) A igreja precisa se posicionar sobre os desmandos contra a lei moral de Deus: aborto, homossexualismo, corrupção, idolatria.
6. Quando a igreja se coloca na brecha clamando a Deus por um tempo de restauração
a) O avivamento na Inglaterra no século XVIII – Wesley, Whitefield salvou a Inglaterra do banho de sangue da revolução francesa.
b) O avivamento americano no século XIX
c) O avivamento galês no século XX.
CONCLUSÃO
O que a Primeira IPB de Vitória pode fazer para transformar suas famílias, seu bairro, sua cidade, influenciar nosso Estados e país?
Que instrumento nós temos nas mãos para fazer isso? O que não estamos fazendo que precisamos fazer? O que estamos precisando corrigir? O que precisamos deixar de fazer?
Sonho em influenciar nossa região multiplicando nossa mensagem: culto pela internet (Batista Getsêmani), rádio, TV, DVD, literatura.
Sonho com os lares se transformando em agências de evangelização.
Sonho com os nossos jovens sendo influenciadores nas faculdades e escolas.
Sonho com os nossos empresários abrindo seus escritórios, fábricas, empresas para serem pólos de evangelização.
Sonho com a influência do exemplo dos membros em suas frentes de trabalho.
http://hernandesdiaslopes.com.br/2012/08/a-igreja-como-agente-transformador-na-historia/#.ULgSzuTWKSA
segunda-feira, 26 de novembro de 2012
Dando razão da nossa fé em Deus
Referência: Romanos 1.20
INTRODUÇÃO
1. A questão da existência de Deus
a) Os ateístas – Negam que Deus existe;
b) Os materialistas – Acham que a matéria inerte e impessoal é eterna;
c) Os evolucionistas – Tudo surgiu por acaso, portanto não há Deus.
A teoria do Big Bang – Onde uma explosão produziu a ordem. Poderia uma explosão cósmica produzir ordem? Pode o caos produzir o cosmo?
A teoria de Charles Darwin – A evolução das espécies e a sobrevivência do mais forte.
A teoria da evolução é ensinada nas escolas como um fato científico incontroverso – A Bíblia fala de mutação das espécies e não de transmutação (Gn 1.11,12,21,24,28).
d) A teoria da morte de Deus – Nietzche afirmou: “Deus morreu”. Ele criou a tese do super-homem. Isso desembocou no antropocentrismo idolátrico.
e) A teoria do materialismo dialético – Karl Marx diz: “O homem é o seu próprio deus e a idéia de Deus é uma projeção da mente humana”, ou seja, o homem criou Deus em vez de Deus criar o homem.
f) A teoria existencialista – A vida é o aqui e o agora. Não há Deus. Não há eternidade. Não há esperança. A vida está reduzida ao desespero. Jean Paul Sartre, o grande patrono do Existencialismo diz que a vida é uma piada sem graça. Julian Huxley diz: “A ciência reduziu Deus simplesmente a um evanescente sorriso do gato no conto Alice no país das maravilhas.
2. Os efeitos desta cosmovisão
Francis Schaeffer, em seu livro O Manifesto Cristão diz que esse pensamento materialista, não ético do homem, é uma das principais causas da enorme incidência de crimes, assassinatos, estupros, roubos, promiscuidade da nossa sociedade. Diz ele: “Ensine aos homens que eles são animais e com o passar do tempo eles vão agir como animais”.
“Não faz sentido falar de direitos humanos numa sociedade materialista: é como se fizesse um apelo ao Oceano Atlântico”.
O cientista criacionista De Haan diz que o autor da Bíblia é o mesmo autor da ciência. Embora a Bíblia não tenha sido escrita como um manual de ciência, ela não está em contradição com a ciência, visto que ciência e Bíblia têm o mesmo autor: Deus.
Onde o cristianismo prevaleceu as ciências foram desenvolvidas e o progresso social se fortaleceu – As nações que nasceram bebendo o leite da verdade divina, se fortaleceram no campo científico, moral, social, econômico e espiritual.
3. A Astronomia revela a obra criadora de Deus
Não existe nenhum ramo da ciência que examine maior porção da obra de Deus que a astronomia. O Salmista diz: “Os céus proclamam a glória de Deus e o firmamento anuncia as obras de suas mãos” (Sl 19.1). O apóstolo Paulo diz: “Pois os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das cousas que foram criadas…” (Rm 1.20).
Pierre Simon de La Place – Um dos maiores astrônomos do mundo disse: “A prova a favor do Deus inteligente como autor da criação está como o infinito para UM”.
Uma questão de probabilidade – É infinitamente mais provável que um conjunto de escritos lançados a esmo sobre o papel produzisse a Ilíada de Homero do que o universo ter uma outra causa além de Deus.
PROVAS DA EXISTÊNCIA DE DEUS
Deus existe. Ele é o criador do universo. Ele criou do nada tudo (Hb 11.6). Deus tirou o ser do não ser; a existência da não existência. A causa do universo é a vontade de Deus.
a) A matéria não é eterna – como queriam os gnósticos.
b) O universo não foi feito de matéria pré-existente – como queria Platão.
c) O universo não é uma emanação – como querem os panteístas.
d) O universo é obra de Deus – Deus criou tudo como sabedoria e com leis pré-estabelecidas.
Vejamos algumas provas da existência de Deus:
I. O TAMANHO DO PLANETA TERRA
A massa e o tamanho do planeta em que fomos colocados está rigorosamente planejado. O Dr. Wallace diz que se a TERRA fosse 10% maior ou 10% menor, a vida seria impossível sobre a face da terra.
II. A DISTÂNCIA DO SOL
“A distância do sol é a distância certa, pois é por isso que recebemos a quantidade certa de luz e calor. Se estivéssemos mais afastados iríamos congelar-nos e se estivéssemos mais pertos (como Vênus e Mercúrio) não sobreviveríamos” – Fred John Meldan.
III. A INCLINAÇÃO DO EIXO DA TERRA
Nenhum outro planeta tem seu eixo inclinado assim: 23 graus. Esse ângulo dá condições para que todas as partes da terra sejam lentamente atingidas pelos raios solares, como um frango que está sendo assado numa churrasqueira.
Se não houvesse essa inclinação, os pólos acumulariam uma imensa massa de gelo e as partes centrais seriam quentes demais e inabitadas.
IV. A EXISTÊNCIA DA LUA
Sem a lua seria impossível viver no planeta terra. Se alguém conseguisse arrancar a lua de sua órbita, toda a vida cessaria em nosso planeta.
Deus nos deu a lua como uma criada para limpar o oceano e as praias de todos os continentes. Sem as marés originadas por causa da lua, todas as baías e praias se tornariam em poços fétidos de lixo e seria impossível viver perto delas.
Devido às marés, ondas contínuas se quebram sobre as praias, promovendo a areação dos oceanos da terra, provendo de oxigênio as águas para a obtenção do PLÂNCTON, que é a base da cadeia de alimentos do mundo.
Sem PLÂNCTON não haveria oxigênio e o homem não poderia viver sobre a face da terra.
Deus fez a lua do tamanho certo e a colocou à distância exata da terra para realizar essas e outras numerosas funções.
V. A ATMOSFERA TERRESTRE
Vivemos sob um imenso oceano de ar. 78% nitrogênio; 21% de oxigênio e 1% de quase uma dúzia de outros elementos. Os estudos espectográficos de outros planetas do sistema solar demonstram que não existe outra atmosfera, nenhuma parte do universo conhecido que seja feita desses mesmos ingredientes, nada com uma composição parecida.
Embora o homem descarregue uma tremenda quantidade de dióxido de carbono na atmosfera, isso é absorvido pelos oceanos e o homem pode assim continuar vivendo neste planeta.
Se a atmosfera não fosse tão espessa ou alta como ela é, nós seríamos esmagados pelos bilhões de pedaços de lixo cósmico de meteoritos que caem continuamente sobre o nosso planeta.
VI. O CICLO DE NITROGÊNIO
O Nitrogênio é um elemento extremamente inerte – Se não fosse, nós seríamos todos envenenados por diversos compostos de Nitrogênio.
No entanto, por ser ele inerte, é impossível combiná-lo naturalmente com outros elementos.
O Nitrogênio é de vital importância para as plantas sobre a terra. Como é que Deus faz para transferir o Nitrogênio do ar para o solo? Ele usa os relâmpagos! Cerca de 100 mil raios ferem o solo diariamente, criando anualmente 100 milhões de toneladas de nitrogênio útil como alimento das plantas.
VII. A CAMADA DE OZÔNIO
A 60 Km de altura existe uma camada fina de OZÔNIO. Se essa camada fosse comprimida, seria reduzida a uns 6 milímetros de espessura, e no entanto, sem ela não haveria vida sobre a face da terra.
8 tipos de raios mortíferos caem sobre a terra continuamente, provenientes do sol; sem essa camada de ozônio, nós seríamos queimados, ficaríamos cegos, seríamos torrados em um ou dois dias.
Os raios ultra-violetas são de duas qualidades: OS RAIOS MAIS LONGOS = que são letais; são rechaçados e OS RAIOS MAIS CURTOS = que são necessários à vida na terra; são admitidos pela camada de ozônio.
E, além disso, a camada de ozônio permite a passagem do mais mortífero dos raios, mas em quantidade mínima, apenas o suficiente para matar as algas verdes, que de outra forma cresceriam e encheriam os lagos, rios e oceanos do mundo.
VIII. A ÁGUA
Em lugar nenhum do universo encontramos água em quantidade como encontramos na terra.
Esse líquido existe como gelo = irriga lagos e faz o solo produzir; sob a forma de neve = a água armazena-se nos vales; como chuva = molha e limpa a terra; como vapor = fornece umidade para a maioria das terras aráveis.
Ela existe como uma cobertura para a terra, na quantidade exata. Como vapor, a água movimenta poderoso maquinário que existe no planeta. Além do bismuto, é o único líquido que é mais pesado a 4 graus do que quando está congelado.
E se não fosse assim, não haveria vida sobre a terra, pois congelada ela é mais leve e flutua. Se não fosse assim, os lagos e rios se congelariam de baixo para cima, matando todos os peixes. As algas seriam destruídas e nossa fonte de oxigênio cessaria – A HUMANIDADE MORRERIA!
IX. A POEIRA
Até mesmo a poeira tem uma incrível função em favor da humanidade. Se não fosse a poeira, jamais veríamos um céu azul. A 27 Km de altura não há mais poeira da terra e o céu é sempre negro.
Se não fosse a poeira, não haveria chuva nunca. Uma gota de chuva é feita de 8 milhões de minúsculas gotículas e cada uma dessas 8 milhões de gotículas envolve uma ínfima partícula de pó. Sem elas o mundo ressecaria e a vida cessaria.
X. UMA FOLHA
O Super Microscópio Eletrônico desvendou as maravilhas do microcosmo.
Uma folha é uma extraordinária metrópole produtiva, na qual reinam soberanas a organização e a cibernética – cheia de automatismos, computadores programados.
XI. O CORPO HUMANO
O Dr. Marshall Nirenberg, prêmio Nobel de biologia fez importantes descobertas acerca do corpo humano.
O corpo humano é formado de 60 trilhões de células. Cada uma tem 1,70 metros de fita DNA e cada célula é uma fábrica ultra-moderna, inteiramente automatizada. Possui numerosas máquinas, muitos dispositivos, seções de produção, cadeias de montagem e centrais cibernéticas.
Temos em nosso corpo 102 trilhões de metros de fita DNA. 102 bilhões de quilômetros de fita DNA. Isso corresponde a 680 vezes a distância da terra ao sol.
O Dr. Lowe diz que poderíamos empacotar na cabeça de um alfinete todos os dados genéticos de todos os mais de 6 bilhões de habitantes do planeta.
O Dr. Lewis diz que códigos de vida não se originam do nada nem do caos. Louis Pasteur afirmou que vida procede de vida. A vida não se explica a não em Deus, o único que existe desde a eternidade, o criador de todas as coisas.
XII. O OLHO HUMANO
O Dr. John Wilson da Harvard University, oftalmólogo de fama mundial, afirmou que do fundo de cada um dos nossos olhos saem 60 milhões de fios condutores e encapados para não se queimarem. Seria necessário reunir todas as centrais telefônicas existentes no mundo para se igualar a um olho.
A lágrima = O olho é lavado constantemente. Torna-o úmido e limpo. A lágrima é necessária para seu brilho e utilização.
A localização do olho = Debaixo da saliência óssea do sobrolho. Perto do nariz para usar óculos. Pálpebras para protegê-lo.
XIII. FOTOSSÍNTESE NO FUNDO DO MAR
A luz solar é necessária para se processar a fotossíntese. Mas como há plantas verdes há mais de 5 mil metros, no fundo dos oceanos? Há peixes que têm holofotes e soltam feixes de luz sobre as plantas e assim esse fenômeno acontece há 5 mil metros, nas camadas abissais dos oceanos.
CONCLUSÃO
1) Tomás de Aquino diz que pela contemplação do Universo podemos saber que Deus existe, mas somente pelas Escrituras podemos saber que ele é Trino.
2) Muitas outras razões nós temos para crermos em Deus, mas a maior é JESUS CRISTO. Ele é exegese de Deus. Ele é a expressa imagem de Deus. Nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade. Só o néscio consegue dizer: Não há Deus (Sl 53.1).
3) Lew Wallace depois de se lançar numa pesquisa para provar a inexistência de Deus, rendeu-se a ele e escreveu uma das maiores apologias do cristianismo, um filme até hoje insuperável – Bem Hur.
4) E a Bíblia tinha razão – Depois de muito pesquisar para desacreditar a Deus e a Bíblia, o autor escreveu o livro “E a Bíblia tinha razão”.
5) Galileu Galilei – Na prisão foi concitado a abandonar sua crença em Deus. Seu crítico desafiou-o, pedindo-lhe uma prova da existência de Deus. Então, ele disse: “Esta palha seca prova para mim a existência de Deus”.
6) O imperador Trajano e o rabino Josué – Trajano pediu ao rabino uma prova da existência de Deus. Este lhe disse: “Eu lhe mostrarei um embaixador do meu Deus e rogou-lhe para mirar o sol”.
7) O emissário da Revolução Francesa – O camponês disse para o emissário ateu que queria queimar sua bíblia, derrubar o templo da sua igreja e banir da sua mente da idéia de Deus: “O Senhor pode queimar minha Bíblia e destruir o templo da minha igreja, mas antes do senhor banir da minha mente a idéia de Deus, precisará primeiro apagar as estrelas do firmamento, porque enquanto elas brilharem saberei que Deus é Deus, pois os céus declaram a sua glória e o firmamento anuncia as obras das suas mãos.
sábado, 24 de novembro de 2012
As Quatro Regras de Oração de João Calvino

por Joel Beeke
Para Calvino, a oração não podia ser realizada sem disciplina. Ele escreveu: “Se não fixarmos certas horas do dia para a oração, ela escapará facilmente de nossa memória”. Ele prescreveu várias regras para orientar os crentes a oferecerem oração fervorosa e eficaz.
1. A primeira é um senso sincero de reverência.
Na oração, precisamos estar “dispostos de coração e mente, como convém àqueles que entram em conversa com Deus”. Nossas orações devem brotar do “fundo de nosso coração”. Calvino recomendava uma mente e um coração disciplinados, afirmando: “As únicas pessoas que se preparam devida e apropriadamente para orar são aquelas que são movidas de tal maneira pela majestade que, livres dos cuidados e afeições terrenos, se aproximam da oração”.
2. A segunda regra é um senso sincero de necessidade e arrependimento.
Temos de “orar com um senso sincero de carência e arrependimento”, mantendo “a disposição de um pedinte”. Calvino não estava dizendo que os crentes devem orar em favor de cada capricho que surge em seu coração, e sim que devem orar penitentemente, de acordo com a vontade de Deus, tendo em foco sua glória e anelando resposta, “com afeição sincera, e, ao mesmo tempo, desejando obtê-la de Deus”.
3. A terceira regra é um senso sincero de humildade e confiança em Deus.
A verdadeira oração exige que “abandonemos toda confiança em nós mesmos e supliquemos humildemente o perdão”, confiando somente na misericórdia de Deus para recebermos bênçãos espirituais e temporais, lembrando sempre que a menor gota de fé é mais poderosa do que a incredulidade. Qualquer outra maneira de nos aproximarmos de Deus promoverá o orgulho, que será letal. “Se reivindicarmos algo para nós mesmos, por mínimo que seja”, estaremos em perigo de destruir a nós mesmos na presença de Deus.
4. A regra final é ter um senso sincero de esperança confiante.
A confiança de que nossas orações serão respondidas não surge de nós mesmos, mas do Espírito Santo agindo em nós. Na vida dos crentes, a fé e a esperança vencem o temor, para que sejamos capazes de pedir “com fé, em nada duvidando” (Tg 1.6). Isso significa que a verdadeira oração é confiante na resposta, por causa de Cristo e do pacto, “pois o sangue de nosso Senhor Jesus Cristo sela o pacto que Deus estabeleceu conosco”. Assim, os crentes se aproximam de Deus com ousadia e entusiasmo porque essa “confiança é necessária à verdadeira invocação… que se torna a chave que nos abre a porta do reino dos céus”.
Opressivas? Inatingíveis?
Essas regras talvez pareçam opressivas — até inatingíveis — em face de um Deus santo e onisciente. Calvino reconheceu que nossas orações estão repletas de fraqueza e imperfeição. Ele escreveu: “Ninguém jamais cumpriu esse dever com a retidão que lhe era devida”. Mas Deus tolera “até o nosso gaguejo e perdoa a nossa ignorância”, permitindo que ganhemos familiaridade com Ele, em oração, embora esta seja pronunciada de “forma balbuciante”. Em resumo, nunca nos sentiremos como pedintes dignos. Nossa inconsistente vida de oração é frequentemente atacada por dúvidas, mas essas lutas mostram nossa necessidade contínua da oração como uma “elevação do espírito” e nos impele sempre a Jesus Cristo, que “transformará o trono da glória terrível em trono da graça”. Calvino concluiu que “Cristo é o único caminho e o único acesso pelo qual temos permissão de ir a Deus”.
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Este trecho é uma adaptação da contribuição de Joel Beeke no livro João Calvino: Amor à Devoção, Doutrina e Glória de Deus
quarta-feira, 21 de novembro de 2012
A única esperança de purificação
“Um leproso aproximou-se dele e suplicou-lhe de joelhos: ‘Se quiseres, podes purificar-me!’” (Marcos 1.40)
Jesus despertava grande atração nos doentes. Cegos, paralíticos, leprosos. Doenças de todo tipo e gravidade. E como se não bastasse o sofrimento físico, muitas dessas doenças também os deixavam cerimonialmente impuros. Perdiam o direito de entrar no templo e outros lugares públicos. Ninguém podia tocá-los, sob pena de se tornarem impuros também. Viviam, portanto, marginalizados, completamente alheios à vida social, familiar e religiosa de Israel. O destino quase certo deles era viver como pedintes nas ruas. A liderança judaica os considerava amaldiçoados. Era uma vida solitária, dura e sofrida.
Jesus era a única esperança desses excluídos. A única chance de ter uma vida de verdade. A fama de Jesus corria por toda a região e muitos sabiam que algo de extraordinário estava acontecendo na história através daquele homem. Aonde Jesus ia, uma multidão a sua volta se formava. A doutrina e as curas de Cristo deixavam o povo maravilhado. E a partir do momento em que as notícias sobre aquele Mestre que ensinava com autoridade chegava aos ouvidos dos doentes, eles passavam a buscar uma oportunidade de se aproximar dele para implorar pela cura. Esse era o sonho de cada doente em Israel. Dormiam e acordavam pensando: “Será que terei pelo menos uma chance de chegar perto dele?”
O dia daquele pobre homem leproso havia chegado. Ajoelhado, ele mira os olhos de Jesus e diz: “Se quiseres, podes purificar-me!”. Ele sabia que sua vida estava nas mãos de Jesus. Movido por profunda compaixão (v. 41), Jesus toca o impuro e declara sua vontade: “Quero, fica limpo!”. Imediatamente a lepra desapareceu (v. 42). O reino de Deus estava entre os homens, e nenhuma doença ou demônio jamais ousou desobedecer à voz do Rei soberano desse reino. O poder da Palavra Criadora e Eterna que fez todas as coisas (Gênesis 1.3; João 1.3) é o mesmo poder que elimina o mal. O homem estava curado. Uma nova vida estava diante de seus olhos. A esperança foi ressuscitada no coração do leproso purificado.
Mas a cura física daquele homem nos lembra de outra realidade. Temos uma doença infinitamente mais grave que a lepra. Uma doença hereditária que se manifesta desde o nascimento. Uma doença mortal que afeta nossa vida e aqueles que convivem conosco. Afeta não apenas nosso corpo, mas cada parte de nossa alma. Uma lepra espiritual que destrói muito mais que qualquer doença na pele e tem consequências eternas. O pecado. E assim como a única esperança para o leproso era Jesus, do mesmo modo Ele é nossa única esperança de purificação da doença maligna do pecado. Apenas Ele pode olhar para nós com misericórdia e dizer: “Quero, fica limpo!”. O pecado não obedece à voz de mais ninguém. Jesus disse que “os sãos não precisam de médico, e sim os doentes; não vim chamar justos, e sim pecadores” (Mc 2.17). Ele dividiu as pessoas em apenas duas categorias: os sãos e os doentes. Em qual grupo você está? Os “justos” não têm ouvidos para ouvir. Somente pecadores ouvem a doce e firme voz do Médico-Rei dizendo: “Quero, fica limpo!”, e são imediatamente curados.
Você se sente sujo por causa do seu pecado? Sua consciência tem o acusado? A culpa do pecado ainda permanece nos seus ombros? Não ignore esses sinais. Admita o pecado e seja curado. “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda a injustiça”. (1João 1.9). Faça como o leproso, ajoelhe-se diante dEle e suplique: “Se quiseres, podes purificar-me”. Ele pode purificá-lo. Lave-se no sangue do Cordeiro de Deus, e você ficará mais branco que a neve. Nada é mais libertador do que ser purificado por Jesus! Lembremo-nos hoje e sempre que, assim como o leproso, não temos poder em nós mesmos para sermos curados. Se você está purificado, isso se deve tão somente ao homem-Deus que um dia olhou para sua terrível enfermidade e, pela graça, disse: “Quero, fica limpo!”
domingo, 18 de novembro de 2012
Breve relato da resistência à Palavra de Deus.
Na História da Redenção os Patriarcas foram os primeiros a transmitir a vontade de Deus aos homens. Como falavam de uma posição privilegiada – eram os chefes de suas famílias – ninguém os questionava, com algumas exceções: José. Que por pouco escapou da morte, mas não de ser vendido como escravo pelos próprios irmãos. Os Patriarcas agiam de modo pessoal e falavam sem rodeios, à família e à amigos, como Jó.
Deixando Moisés de lado, por ser um caso atípico, que merece ser tratado isoladamente, o segundo grupo que aparece nesta linha são os profetas. Quer sigamos a metodologia de Pedro, que fixa Samuel como o primeiro profeta (At 3.24), quer usemos o critério do próprio Samuel e incluamos também os videntes, que já existiam no tempo dos juízes (1Sm 9.9), não há como ver um ministério diferente. Todos eles falavam diretamente e sem rodeios.
Elias e Eliseu, além de não deixarem nada escrito, eram itinerantes. Foi Samuel que conciliou esta necessidade com um endereço fixo (1Sm 7.15-17) e o primeiro a registrar. Todos sofreram perseguições e arriscaram a vida.
Com o crescimento das cidades e especialmente a centralização do culto em Jerusalém, alguns passaram a ser tipicamente urbanos, como Isaías, que vivia na corte, e Jeremias, que morava em Jerusalém apesar de possuir uma propriedade no campo (Jr 37.12). Porém, enquanto alguns moravam em cidades e exerciam algum tipo de trabalho no templo, como Isaías e Habacuque, a maioria morava em vilas e falava diretamente contra o rei, contra as autoridades e contra o povo idólatra. De príncipes como Sofonias (Sf 1.1) a boiadeiros como Amós (Am 7.14-15). Todos foram enviados por Deus “desde a madrugada” (Jr 7.27) e todos foram desprezados. Alguns até mortos (Lc 13.34).
O equivalente aconteceu também no Reino do Norte.
Nem na Babilônia foi diferente. Não conseguiam cantar o “Canto do Senhor em terra estranha” (Sl 137.4), mas ouviram os profetas lá também. Embora Daniel não tenha se dirigido diretamente ao povo, descobriu a que se referia as profecias de Jeremias (Dn 9.2) e profetizou as datas do Messias (Dn 9.24-27). Neemias foi quem falou – e até agrediu – diretamente ao povo (Ne 13.25). Deus animou Ezequiel a falar-lhes na cara dando-lhe rosto de pedra (Ez 3.4-11). E pela primeira vez, na volta do cativeiro – tirando Moisés, como já disse, e as reformas de Ezequias e Josias – o Texto Sagrado fala de multidões em busca da Palavra de Deus.
João Batista viveu em uma época mais urbanizada, entretanto imitou em tantos aspectos a vida de Elias que preferiu os desertos. E novamente o Texto Sagrado fala de multidões. Procurava-o e era conclamada ao arrependimento. Fez incursões nas cidades onde igualmente denunciava o pecado e isso lhe custou a vida.
Jesus iniciou seu ministério no ponto onde João parou: “Ouvindo, porém, Jesus que João fora preso, retirou-se para a Galileia; e, deixando Nazaré, foi morar em Cafarnaum, [...] Daí por diante, passou Jesus a pregar e a dizer: Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus” (Mt 4.12-17), ou seja: a mesma mensagem de João.
Jesus falou diretamente e em particular. E embora tenha acolhido os pecadores arrependidos, jamais deixou de repreender o pecado nem os pecadores impenitentes. Novamente o Texto Sagrado fala de multidões. Mas quando Jesus percebe que elas têm segundas intenções ele foge delas ou as repreende (Jo 6.26-27). Não preciso dizer que fim ele teve.
A narrativa dos Atos dos Apóstolos nos traz a impressão de que a Igreja era mais “multidão”, embora o relato esteja salpicado de descrições de casas. Os apóstolos confrontavam constantemente o erro e os errados, inclusive com punições físicas, como cegueira (Simão), morte (Ananias e Safira), etc. E não há uma só carta do Novo Testamento que não tenha sido escrita para combater um ou mais erros.
Dois séculos após, já dona do patrimônio pagão, a Igreja se viu com templos enormes; e o que já vinha sendo praticado com certa parcimônia – a imitação das reuniões da sinagoga – passou fazer às claras: a espontaneidade das reuniões nos lares precisou de um ordenamento maior: as liturgias. Quanto maior era o destaque que se dava as mesmas, mais a missão legada desde os profetas – reprovar o erro – era abafada. Exatamente como acontece hoje: “Vamos louvar”. Naqueles dias com cânticos polifônicos, depois gregorianos e finalmente grandes missas de enredos intrincados.
A Reforma Protestante se levantou contra esse tipo de coisas proclamando que a Palavra de Deus deve ter primazia, e, mesmo que não houvesse mais profetas, ainda havia um ministério profético, afinal a Igreja está assentada sobre eles e sobre os apóstolos (Ef 2.20) e a palavra deles devia continuar viva, e, de tal modo exposta e explicada, com o Texto Sagrado nas mãos, que se pudesse dizer como eles diziam “assim diz o Senhor”.
Para que os antigos pudessem ser ouvidos nos grandes edifícios os construtores se valeram de toda sabedoria arquitetônica em favor da acústica. Dosséis passaram a encimar os púlpito e estes, por sua vez, foram colocados o mais alto possível. A Reforma Protestante enfatizou mais ainda e suprimiu do edifício tudo o distraía a atenção de cultuava. Os sermões, antes, quase poéticos – quando existiam – passaram a ser quase preleções ou aulas. Para o protestante, entender a Bíblia era questão de salvar sua alma. Atender ao culto divino era negar-se a si mesmo e ouvir, muitas vezes de pé, a sermões com uma ou duas horas de duração. Não há a menor dúvida que além dos papistas os perseguirem, inclusive com fogueiras, foram mal entendidos e vistos como fanáticos. Mas nos legaram uma herança de temor a Deus.
Spurgeon, que viveu na segunda metade dos anos 1800, reclamava da teatralização das Igrejas inglesas. No texto clássico “Apascentando ovelhas ou entretendo bodes” ele pergunta qual é a verdadeira missão do servo de Deus: Proclamar a vontade do Altíssimo ou promover momentos agradáveis a seu rebanho e aos eventuais visitantes? Foi desprezado até por seus colegas pastores batistas das Igrejas de Londres.
Um pecador que hoje se aproxima de um púlpito deve ser inquietado por sua vida pecaminosa. Um filho de Deus aflito deve ser consolado pela graça de nosso Senhor. Mas nunca nos enganemos, tais necessidades só podem ser supridas pelas Escrituras. Mas como sempre houve, sempre haverá resistência: “prega a palavra, insiste a tempo e fora de tempo, aconselha, repreende e exorta com toda paciência e ensino. Porque chegará o tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, desejando muito ouvir coisas agradáveis, ajuntarão para si mestres segundo seus próprios desejos; e não só desviarão os ouvidos da verdade, mas se voltarão para as fábulas” (2Tm 4.2-4 Almeida XXI).
Deixando Moisés de lado, por ser um caso atípico, que merece ser tratado isoladamente, o segundo grupo que aparece nesta linha são os profetas. Quer sigamos a metodologia de Pedro, que fixa Samuel como o primeiro profeta (At 3.24), quer usemos o critério do próprio Samuel e incluamos também os videntes, que já existiam no tempo dos juízes (1Sm 9.9), não há como ver um ministério diferente. Todos eles falavam diretamente e sem rodeios.
Elias e Eliseu, além de não deixarem nada escrito, eram itinerantes. Foi Samuel que conciliou esta necessidade com um endereço fixo (1Sm 7.15-17) e o primeiro a registrar. Todos sofreram perseguições e arriscaram a vida.
Com o crescimento das cidades e especialmente a centralização do culto em Jerusalém, alguns passaram a ser tipicamente urbanos, como Isaías, que vivia na corte, e Jeremias, que morava em Jerusalém apesar de possuir uma propriedade no campo (Jr 37.12). Porém, enquanto alguns moravam em cidades e exerciam algum tipo de trabalho no templo, como Isaías e Habacuque, a maioria morava em vilas e falava diretamente contra o rei, contra as autoridades e contra o povo idólatra. De príncipes como Sofonias (Sf 1.1) a boiadeiros como Amós (Am 7.14-15). Todos foram enviados por Deus “desde a madrugada” (Jr 7.27) e todos foram desprezados. Alguns até mortos (Lc 13.34).
O equivalente aconteceu também no Reino do Norte.
Nem na Babilônia foi diferente. Não conseguiam cantar o “Canto do Senhor em terra estranha” (Sl 137.4), mas ouviram os profetas lá também. Embora Daniel não tenha se dirigido diretamente ao povo, descobriu a que se referia as profecias de Jeremias (Dn 9.2) e profetizou as datas do Messias (Dn 9.24-27). Neemias foi quem falou – e até agrediu – diretamente ao povo (Ne 13.25). Deus animou Ezequiel a falar-lhes na cara dando-lhe rosto de pedra (Ez 3.4-11). E pela primeira vez, na volta do cativeiro – tirando Moisés, como já disse, e as reformas de Ezequias e Josias – o Texto Sagrado fala de multidões em busca da Palavra de Deus.
João Batista viveu em uma época mais urbanizada, entretanto imitou em tantos aspectos a vida de Elias que preferiu os desertos. E novamente o Texto Sagrado fala de multidões. Procurava-o e era conclamada ao arrependimento. Fez incursões nas cidades onde igualmente denunciava o pecado e isso lhe custou a vida.
Jesus iniciou seu ministério no ponto onde João parou: “Ouvindo, porém, Jesus que João fora preso, retirou-se para a Galileia; e, deixando Nazaré, foi morar em Cafarnaum, [...] Daí por diante, passou Jesus a pregar e a dizer: Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus” (Mt 4.12-17), ou seja: a mesma mensagem de João.
Jesus falou diretamente e em particular. E embora tenha acolhido os pecadores arrependidos, jamais deixou de repreender o pecado nem os pecadores impenitentes. Novamente o Texto Sagrado fala de multidões. Mas quando Jesus percebe que elas têm segundas intenções ele foge delas ou as repreende (Jo 6.26-27). Não preciso dizer que fim ele teve.
A narrativa dos Atos dos Apóstolos nos traz a impressão de que a Igreja era mais “multidão”, embora o relato esteja salpicado de descrições de casas. Os apóstolos confrontavam constantemente o erro e os errados, inclusive com punições físicas, como cegueira (Simão), morte (Ananias e Safira), etc. E não há uma só carta do Novo Testamento que não tenha sido escrita para combater um ou mais erros.
Dois séculos após, já dona do patrimônio pagão, a Igreja se viu com templos enormes; e o que já vinha sendo praticado com certa parcimônia – a imitação das reuniões da sinagoga – passou fazer às claras: a espontaneidade das reuniões nos lares precisou de um ordenamento maior: as liturgias. Quanto maior era o destaque que se dava as mesmas, mais a missão legada desde os profetas – reprovar o erro – era abafada. Exatamente como acontece hoje: “Vamos louvar”. Naqueles dias com cânticos polifônicos, depois gregorianos e finalmente grandes missas de enredos intrincados.
A Reforma Protestante se levantou contra esse tipo de coisas proclamando que a Palavra de Deus deve ter primazia, e, mesmo que não houvesse mais profetas, ainda havia um ministério profético, afinal a Igreja está assentada sobre eles e sobre os apóstolos (Ef 2.20) e a palavra deles devia continuar viva, e, de tal modo exposta e explicada, com o Texto Sagrado nas mãos, que se pudesse dizer como eles diziam “assim diz o Senhor”.
Para que os antigos pudessem ser ouvidos nos grandes edifícios os construtores se valeram de toda sabedoria arquitetônica em favor da acústica. Dosséis passaram a encimar os púlpito e estes, por sua vez, foram colocados o mais alto possível. A Reforma Protestante enfatizou mais ainda e suprimiu do edifício tudo o distraía a atenção de cultuava. Os sermões, antes, quase poéticos – quando existiam – passaram a ser quase preleções ou aulas. Para o protestante, entender a Bíblia era questão de salvar sua alma. Atender ao culto divino era negar-se a si mesmo e ouvir, muitas vezes de pé, a sermões com uma ou duas horas de duração. Não há a menor dúvida que além dos papistas os perseguirem, inclusive com fogueiras, foram mal entendidos e vistos como fanáticos. Mas nos legaram uma herança de temor a Deus.
Spurgeon, que viveu na segunda metade dos anos 1800, reclamava da teatralização das Igrejas inglesas. No texto clássico “Apascentando ovelhas ou entretendo bodes” ele pergunta qual é a verdadeira missão do servo de Deus: Proclamar a vontade do Altíssimo ou promover momentos agradáveis a seu rebanho e aos eventuais visitantes? Foi desprezado até por seus colegas pastores batistas das Igrejas de Londres.
Um pecador que hoje se aproxima de um púlpito deve ser inquietado por sua vida pecaminosa. Um filho de Deus aflito deve ser consolado pela graça de nosso Senhor. Mas nunca nos enganemos, tais necessidades só podem ser supridas pelas Escrituras. Mas como sempre houve, sempre haverá resistência: “prega a palavra, insiste a tempo e fora de tempo, aconselha, repreende e exorta com toda paciência e ensino. Porque chegará o tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, desejando muito ouvir coisas agradáveis, ajuntarão para si mestres segundo seus próprios desejos; e não só desviarão os ouvidos da verdade, mas se voltarão para as fábulas” (2Tm 4.2-4 Almeida XXI).
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